É verdade, Leonilde. Estão a coisa mais gira (e mais marota

) que se possa imaginar. Apetecia-me ficar o dia todo na casa de banho a mimá-los, mas não pode ser. Volta e meia, quando os tenho ao colo, penso que um dia eles vão ter de ir embora e, embora deseje que esse dia chegue depressa, para bem deles, por outro vai-me custar horrores.
A Nozinha continua a ser a que mais vontade tem de sair cá para fora. Raras são as vezes em que abro a porta e ela não saia disparada cá para fora. Corre e passeia-se no meio dos meus gatos como se estivesse estado sempre com eles e procura aproximar-se dos que lhe parecem ser mais amigáveis. Anda claramente á procura de uma mãe (um pai carinhoso também serve

). Já percebeu que há uma concavidade atrás do frigorífico onde eu não lhe consigo chegar e foge de mim para se esconder lá. É a mais carente dos três, está sempre a pedir-me colo e só quer lá estar. Quando a ponho no chão, vai a correr para a caminha deles e põe-se a mamar no pelo da cama. Faz um barulhinho tão giro...
O Orégão oscila entre o pacholas e o doidão, consoante está para aí virado. Quando está na fase pacholas, pego-lhe ao colo (às vezes também pede), enfia a cabeça no meu cotovelo e fica ali, muito consolado, adormecendo rapidamente. Tem um físico completamente diferente das irmãs, bastante maior, muito seco e musculado. É um tigrinho lindo.
A Canelinha é a mais sossegada dos três (embora, quando estão nas diabruras, se integre perfeitamente

). Não pede tanto colo como os irmãos, mas adora que eu brinque com ela quando está deitadinha na sua cama. Arqueia-se toda quando lhe faço festas, dá-me imensas turrinhas nas pernas. No colo, fica muito quietinha mas descontraída, com aqueles grandes olhos muito abertos a olhar para mim.
Claro que a minha diabinha Sprite, que é sempre a anfitriã da casa, sejam gatos sejam cães, está sempre mortinha por se escapulir para junto dos bebés. Quando consegue entrar, juntam-se logo os três de roda dela, como se tivesse íman.
Está é a ser muito difícil para eles e para mim continuar a mantê-los na casa de banho. Merecem mais, mas é o que lhes posso dar.
«Ninguém cometeu maior erro do que aquele que nada fez, só porque podia fazer muito pouco.» Edmund Burke