terça jan 26, 2010 4:00 pm
Eu não me zanguei consigo, Colette. Estou é zangada comigo porque nada posso fazer pela Andorinha. E quanto ao Haiti, já somos duas a pensar exactamente da mesma forma. E sabe o que mais me chateia? A imensa disponibilidade de darmos para desgraças que ocorrem além fronteiras e a falta de generosidade e insensibilidade para todas as tragédias que têm lugar à nossa porta. Como a Colette, eu também não contribuo para encher os bolsos de patifes. Por isso, quando dou, dou directamente a quem efectivamente precisa e não àquelas organizações que estão, por exemplo, a alimentar portugueses que se endividaram para ir jantar fora com os amigos, para ir de férias com a família ou para andarem a fingir que são ricos, com telemóveis de última geração ou automóveis topo de gama, ou plasmas gigantescos ou outros luxos. Não tenho pena absolutamente nenhuma dessa gente. Tenho pena, isso sim, de quem se vê sem emprego a meio da vida num país para quem o trabalho não é visto como essencial à dignidade de cada um de nós.
Sabe quem tem razão no meio disto tudo? A LuMaria, que uma vez disse que eu era uma grandessíssima chata!
Quanto à Andorinha, já não sei o que é melhor para ela. Se andar fugida pelas ruas deste país se estar no canil. Essa menina, para mim, é muito especial.