quarta jul 27, 2011 2:20 pm
Mas Susana, esse nem era o meu caso. Nunca tive necessidade de mentir. Se eu dissesse no meu emprego (e algumas vezes o fiz ) que iria chegar atrasada porque tinha que levar o cão ou o gato ao veterinário ou que pedir para sair mais cedo por esse mesmo motivo, ninguem me chamava a atenção, até porque, tratando-se de um gabinete de arquitectura e havendo outras colegas, tinha uma certa liberdade de horário. Mas também há que ter em conta o ponto de vista deles. Olhe que eu, se fosse entidade patronal, também não aceitaria tal coisa com muito bons olhos. Uma vez, duas vezes, tudo bem. A partir daí, não. Na minha opinião, quando falto ou chego atrasada, seja qual for o motivo, estou a prejudicar os colegas, que também têm as suas vidas. Assim sendo, se há maneiras de tornear a questão ou de minorar o prejuízo para os outros, devemos fazê-lo. É muito simples, trata-se apenas de evitar conflitos, de conciliar as coisas.
Sempre tive uma forma muito linear de encarar estes assuntos e acredite: ao longo de 50 anos de actividade profissional, porque comecei a trabalhar aos 16 anos, nunca trabalhei aos Sábados ou aos Domingos, raramente fiquei para além do meu horário de trabalho. Como dizia uma muito antiga colega, ainda dos tempos de Luanda, aquilo que não se faz durante as horas de expediente, não vale a pena ser feito. Porque o que interessa não é o quanto se faz mas o que se faz. E para ser franca, eu nem gostava muito do que fazia, mas já que tinha que ser fazia-o o melhor possível, quanto mais não fosse para não me chatearem.
<p>Au début, Dieu créa l'homme. Mais en le voyant si faible, il lui fit don du chien. (Toussenel)</p>