A meio da jantarada sinto algo a tocar-me as pernas. Olhei e contemplei uma linda rafeirinha que me pedia por sustento, apesar de nem estar magra. Perguntei pelo nome da menina à dona do estabelecimento, também notando que ela, tal qual como o Zézé, tem cataratas nos olhos. Foi-me dito que Linda é o seu nome e já faz parte da casa faz quatro anos. Veio de Portugal, dada pelo filho da dona, e por aqui está toda feliz no seu lar. É Pedinchona mas não chorona. Fica a olhar para nós com o ar de cadelinha mais triste do mundo até lhe estendermos um pedacito de comida, o qual retira das nossas mãos com o mor cuidado e delicadeza. Foi um grande calvário pare lhe tirar uma foto, tendo eu que solicitar ajuda à dona, Graça é o seu nome, para a agarrar.
Sendo assim eis a Linda:
Comida dentro da barriguinha, café tomado, lá segui eu rumo a casa com mais um dia já passado…
E portuguesa, quem diria?
, mesmo sendo mais barato, tenho a certeza que ia encontrar sempre mais alguma coisa para comprar, mesmo não fazendo falta.
