Vicente a brincar...
Sim, porque o Vicente também gosta de brincar, fica tristinho, sentado no meio deles, enquanto outros brincam com bolas de papel de um lado para o outro, porque, para ele, é impossível brincar assim (por enquanto, acho eu). Ou com os peluches. Bolas com guizos assustam-no. Então tentei outras técnicas: tenho esta bola das fotos (que pertenceu ao meu puto mais pequeno), grande, que não faz barulho e cheia de buracos, logo fácil de agarrar ou tampinhas de embalagens que caiam ao chão (ele vem logo a correr para "apanhá-las", foi assim que topei que é danado para brincar também). O único senão é que tenho de me sentar e brincar com ele: cada vez que os brinquedos fogem, lá vou eu buscá-los e dar-lhos novamente. Os outros ficam de lado, olha um para o outro e pensam "Olha o finório! "Quer-se" dizer, nós temos de nos esfalfar atrás das bolas e ELA corre por ele!? Não há direito, ó Gaffy vai aí às Páginas Amarelas, procurar o número da Sociedade Protectora dos Animais, a APAV também serve...."
Adianto que tambem gosta de brincar com as minhas mãos, no início pensei que fosse mais um ataque à Kung-Fu Panda, mas não, o menino gosta de revirar a barrigota para cima e tentar prender-me as mãos com as patas de trás e as da frente também e faz de conta que morde, etc....
Não tenho uma relação próxima com ele como com os outros, mas com o Oscar também foi gradual. Ele chegou há muito pouco tempo, já se magoou numa pata no processo, o que implica medicação (e muitas mazelas da minha parte),daí que, mesmo com as penteadelas e maldades que lhe faço, responde sempre à minha voz (basta dizer "Vicente"), ronrona com as minhas festas na barrigota, e, embora não tenha os gestos de carinho habituais nos gatos, o roçar nas pernas (também talvez por não as ver, etc), tem um gesto que me toca profundamente: eu ponho a minha mão à frente do focinho dele, ele cheira, sabe que sou eu e encosta ou a testa ou a bochecha à minha mão e assim fica. Pode parecer pouco, mas para mim, que sei que ele é contido, é mesmo muito...
E é claro que adoro este gato, como sempre disse, nunca há-de passar pelo que passou e se estes forem os únicos gestos de carinho que tenha dele, que sejam. O que importa é que se sinta bem, em casa...
Gosto tanto de os ver brincar... para mim é sinal de alegria, sinal de que ultrapassaram (ou que ultrapassam aos poucos) o que tanto lhes fez mal. O Oscar é um brincalhão de primeira agora, por exemplo. Mas começou como o Vicente, lentamente a interessar-se pelas coisas.... Claro que com a cegueira do Vicente, será diferente. Mas acredito MESMO que a visão dele ou está a melhorar ou não era tão má como se pensava ao início. Aliás, ainda ontem comprovei isso com uma tampa: ao perto e com luz ele acertava-lhe com a pata...
Aqui ficam as fotos do meu "Vicas":

<p>"Os cães podem vir quando são chamados; os gatos anotam a mensagem e voltam a ligar mais tarde."</p>
<p> Mary Bly </p>