quarta jun 30, 2010 9:51 pm
Mas não me aborreceu nada, LuMaria. Está enganada. Eu não me aborreço com coisas insignificantes. E não era nada de pessoal. Só disse que é muito natural que, no nosso estado de pobreza, o cuidado dos pés fique para trás. O pé, já de si, excepto em circunstâncias muito especiais, não é um orgão de rara beleza, até porque é o que nos aguenta o peso do corpo. Isso que a LuMaria vê, eu também vejo todos os dias e espanto-me como é que as pessoas os exibem sem qualquer problema. Acho que os chineses é que tinham razão. Exibir os pés era uma indecência.
Eu não o faço e, mesmo em casa, ando, muitas vezes, de sapatos fechados. E os meus até nem são dos piores, desde que eu dedique um pouco de tempo a tratá-los. E como gosto de andar a pé, o que quero é sentir-me confortável e estável, o que nunca acontece com sandálias ou tiras, por exemplo. Ou me magoam o joanete, ou o calo do dedo mínimo, ou têm as solas finas em demasia.
É como a questão dos cuidados orais, por exemplo, carissimos e aos quais não se tem acesso através do SNS. Mas os pés podemos esconder, a boca não, a menos que passemos a usar burka, o que não é bem o meu género.
E agora, apesar de não serem 11 horas, vou mesmo para o meu soninho de beleza. Às vezes até pode ser que, ao acordar, tenha pés de Cinderella, macios que nem os de um bebé - são tão macios os pés de um bebé - mas não, não tenho saudades.
Quanto ao Príncipe (Pouco) Encantado, já ressona que nem um desalmado.
Ultimamente ando a rimar muito. Porque será?
<p>Au début, Dieu créa l'homme. Mais en le voyant si faible, il lui fit don du chien. (Toussenel)</p>