segunda abr 23, 2012 5:09 pm
Para terem uma pequena ideia de como serão as coisas mais ou menos retratadas...
"...O Zeus só esteve empanzinado uma única vez. Já vos foi narrado que o apetite dele era voraz e, se não tivéssemos cautela, nutria-se as coisas mais estranhas que possam considerar. Paginas atrás descrevi a má disposição que sofreu, em plena festa dos cavalos, motivada a ter ingerido acendalhas para lareira quando estávamos distraídos. Isto não era por fome, pois o seu próprio corpo comprovava que estava bem sustentado, mas sim pura e simples gula. Ora certo dia estávamos nós de viagem, tendo eu acabado de fazer mais uma pequena foto reportagem dessa mesma ida que só iria ser publicada quatro ou cinco dias após, e o Zézé tomava toda a atenção a que era comum. Dormia como um justo. Tinha saído do trabalho pelas 16:30, passei por casa dos meus ascendentes para o ir buscar, deixei lá a moto e viemos para cima de carro. Antes de darmos entrada na A9 fizemos uma volta para o xixi e retratei fotograficamente o medo que ele tinha por comboios. Ora já no desfecho da viagem, tendo ele já flatulado duas vezes o que sempre obrigava a abertura da janela e à inerente entrada de vento gelado, recebemos uma chamada da Alexxis a perguntar se demorávamos muito a chegar pois já ia empeçar com o jantar. Acelerei o pequeno Citroen, pois no processo do divórcio tanto Volkswagen como muitas outras coisas tinham quedado para a ex-mulher, e intrínseco à aceleração do carro estava o desconforto dos bancos traseiros. Ora os repelões acordaram o Zézé e deram-lhe novo alento ao apetite.
À chegada fomos congratulados com mais uma defecação rápida, como normal pois ele estava mais virado para a comodidade da vida em casa do que andar pelo frio da rua, e fomos repastar um belo arroz de camarão posto à disponibilização pela Alexxis. Estava um verdadeiro primor mas havia um pequeno quid pro quo pois não tinha sido feito para dois adultos e um Cocker, mas sim para um regimento inteiro de cavalaria e respectivos cavalos. Em suma, e na gíria da plebe, era “um panelão do caraças!”. Como ás tantas já estávamos enfartados começámos a dá-lo ao Zeus que adorou e chorava por mais, Ora isto era uma única vez sem possibilidade de repetição e como a comida era por demais, quer em qualidade quer em quantidade, destinámos o que subsistia à disponibilidade dele. Comeu como um abade! A quantidade foi tanta que já se recusava a comer pão e, tendo ido mais uma curta vez à rua para as necessidades, adormeceu profundamente na sala (o que foi uma bênção pois as jactâncias rectais dele eram do mais trucidante que havia) e por lá ficou até ao dia seguinte em que acordou com o maior sorriso da vida..."