Benny, jovem, tipo pastor alemão, na rua. PRT
Enviado: quinta mai 17, 2007 11:22 pm
Chamo-me Benny.
Há uns meses, era eu ainda um cachorrito que não sabia nada da vida,
fui viver para o Bairro da Pasteleira. Segundo me explicaram eu ia ter
que me safar sozinho porque a minha mãe não podia tratar mais de mim,
os humanos "donos dela" não queriam mais cães lá em casa.
A vida lá no bairro nunca foi fácil, mas eu não sou cão de me render
às contrariedades. Uma vez, poucos dias depois de chegar ao bairro,
uma senhora viu-me a tentar abrir um saco do lixo (juro que senti um
delicioso cheirinho a osso de costeleta a vir lá de dentro, hum... que
bem que ia cair no meu estômago vazio!!), teve pena de mim e atirou-me
um bocado de pão que eu engoli, agradecido.
A partir daí fui aprendendo a procurar comida nos sacos de lixo e a
partilhar dos pedacinhos de pão que uma velhinha simpática deita num
cantinho todos os dias para as pombas. Mas ainda não consigo perceber
bem o ser humano. Aproximo-me sempre da mesma forma, a abanar a cauda
e de cabeça baixa, na esperança de receber uma festa ou uma goluseima,
mas enquanto alguns sorriem e me dizem palavras carinhosas, outros
respondem com pontapés, atiram-me pedras que me magoam e chamam-me
"vadio"....
A melhor coisa do bairro em que vivo é o Parque da Pasteleira!! É lá
que eu passo a maior parte do dia. É um jardim enorme, cheio de
árvores, e onde vão muitos amiguinhos meus passear com os seus
"donos". São cães lindos, com pêlo brilhante, e com ar de quem
consegue um bom osso de costeleta todos os dias!! A minha maior
alegria é brincar com eles, dar corridas, atirar-me com eles para o
lago, e deitar-me depois ao lado deles, cansado das brincadeiras. Eles
não me descriminam por eu viver na rua e não ter coleiras bonitas e
humanos que cuidem de mim.
A pior parte é quando os humanos lhes põem as trelas e os levam para
casa e eu fico sozinho e me preparo para passar a noite enrolado no
cantinho mais abrigado do Parque, debaixo de um arbusto. Quando está
frio lembro-me muitas vezes do quentinho da minha mãe e dos bons
tempos em que dormia no meio do pêlo fôfo dela... Quem me dera um dia
ter a minha própria família, alguns amigos para brincar e humanos que
me fizessem carinhos e me dessem uma cama quentinha para dormir... Não
custa sonhar não é?
Os meus melhores amigos são a Cuca, a Kali e o Doc. As meninas que
cuidam deles também são boazinhas, fazem-me festas e até me tiraram
fotografias na última sessão de brincadeiras que tivemos. Na hora da
despedida vejo nos olhos delas a mesma tristeza que fica nos meus...
Desta vez disseram "Até à próxima Benny, pode ser que da próxima vez
que nos vejamos seja para te levar para uma família..." Fiquei a
pensar nestas palavras até agora... E é a pensar nelas que vou
adormecer...
[email protected]; 91 302 02 32
[email protected]; 91 235 80 33
Há uns meses, era eu ainda um cachorrito que não sabia nada da vida,
fui viver para o Bairro da Pasteleira. Segundo me explicaram eu ia ter
que me safar sozinho porque a minha mãe não podia tratar mais de mim,
os humanos "donos dela" não queriam mais cães lá em casa.
A vida lá no bairro nunca foi fácil, mas eu não sou cão de me render
às contrariedades. Uma vez, poucos dias depois de chegar ao bairro,
uma senhora viu-me a tentar abrir um saco do lixo (juro que senti um
delicioso cheirinho a osso de costeleta a vir lá de dentro, hum... que
bem que ia cair no meu estômago vazio!!), teve pena de mim e atirou-me
um bocado de pão que eu engoli, agradecido.
A partir daí fui aprendendo a procurar comida nos sacos de lixo e a
partilhar dos pedacinhos de pão que uma velhinha simpática deita num
cantinho todos os dias para as pombas. Mas ainda não consigo perceber
bem o ser humano. Aproximo-me sempre da mesma forma, a abanar a cauda
e de cabeça baixa, na esperança de receber uma festa ou uma goluseima,
mas enquanto alguns sorriem e me dizem palavras carinhosas, outros
respondem com pontapés, atiram-me pedras que me magoam e chamam-me
"vadio"....
A melhor coisa do bairro em que vivo é o Parque da Pasteleira!! É lá
que eu passo a maior parte do dia. É um jardim enorme, cheio de
árvores, e onde vão muitos amiguinhos meus passear com os seus
"donos". São cães lindos, com pêlo brilhante, e com ar de quem
consegue um bom osso de costeleta todos os dias!! A minha maior
alegria é brincar com eles, dar corridas, atirar-me com eles para o
lago, e deitar-me depois ao lado deles, cansado das brincadeiras. Eles
não me descriminam por eu viver na rua e não ter coleiras bonitas e
humanos que cuidem de mim.
A pior parte é quando os humanos lhes põem as trelas e os levam para
casa e eu fico sozinho e me preparo para passar a noite enrolado no
cantinho mais abrigado do Parque, debaixo de um arbusto. Quando está
frio lembro-me muitas vezes do quentinho da minha mãe e dos bons
tempos em que dormia no meio do pêlo fôfo dela... Quem me dera um dia
ter a minha própria família, alguns amigos para brincar e humanos que
me fizessem carinhos e me dessem uma cama quentinha para dormir... Não
custa sonhar não é?
Os meus melhores amigos são a Cuca, a Kali e o Doc. As meninas que
cuidam deles também são boazinhas, fazem-me festas e até me tiraram
fotografias na última sessão de brincadeiras que tivemos. Na hora da
despedida vejo nos olhos delas a mesma tristeza que fica nos meus...
Desta vez disseram "Até à próxima Benny, pode ser que da próxima vez
que nos vejamos seja para te levar para uma família..." Fiquei a
pensar nestas palavras até agora... E é a pensar nelas que vou
adormecer...
[email protected]; 91 302 02 32
[email protected]; 91 235 80 33