Este excerto da mensagem da LuMaria diz tudo. O problema reside no facto da determinação do número excessivo de animais, que deveria ser algo objectivo ditado pelas necessidades dos animais, acaba por ser algo determinado subjectivamente por quem os tem. Ou seja, para alguma pessoas nunca se têm animais em excesso, e é difícil perceber que não lhes estão a proporcionar os cuidados que estes merecem e necessitam. E mesmo quando têm um pouco desta consciência, a perspectiva destes terem como alternativa é a rua , um canil/gatil em condições bem piores ou a morte, isso acaba por ‘desculpar’ o facto de não terem os animais nas ‘melhores condições’. Não deveria ser assim, mas neste aspecto falham mais uma vez as diversas autoridades, que não proporcionam alternativas em condições e muitas vezes são elas mesmas a terem os animais em condições que não os têm os piores Pet Hoarders. Quantos canis municipais portugueses fechariam de imediato e ficariam sem animais se tivessem uma vista da RSPCA?Os Nºs não têm importância desde que proporcionados todos os cuidados e supridas todas as necessidades inerentes à espécie. E é aqui que os Nºs são contra. Tudo que é em nº exagerado perde qualidade. Eu não posso proporcionar a mesma atenção a 30, que proporciono a 4. Eu não posso prestar os mesmos cuidados a 30, que presto a 4. Mas até os cuidados necessários são relativos porque cada um tem a sua própria noção de bem cuidar pelo que é discutir o sexo dos anjos.
Não obstante, existe um número objectivo máximo de animais (cães e gatos) permitido por Lei para termos em casa, podendo esse número ser aumentado em determinado tipo de propriedades e mediante uma licença das autoridades competentes. Se este número é pouco ou é muito…direi que nalguns casos 3 animais é pouco, noutros casos 1 animal é muito! Mas é por isso que as autoridades deveriam ser mais ativas, fiscalizar mais, e não só autorizar que algumas pessoas pudessem ter legalmente mais que 3 animais, se assim o pretendessem e tivessem condições OBJECTIVAS para tal, como proibir de os terem aqueles que não têm condições. Falham neste aspeto, como em tantos outros, as autoridades fiscalizadoras. E a legislação existe, não só para determinação do nº de animais, como das condições necessárias ao seu bem estar.
Opções de vida…sim, aceito, mas se essas opções não afectarem de forma negativa terceiros, neste caso os animais. E o problema reside exatamente no fato dessa avaliação não dever ser encarado apenas como uma questão de ‘opção’, algo da esfera pessoal de cada um, mas sim deverem ser alvo de avaliação por parte de alguém ou alguma entidade externa a esse sujeito, feita sob critérios objectivos e de racionalidade e tendo em conta os efeitos sobre a vida dos animais e não apenas sobre a vida da pessoa que os detém.