Arca de Noé

29 pessoas foram detidas, esta terça-feira, no âmbito da operação «Azul Vivo», na qual foram realizadas 40 buscas, inclusive a um Estabelecimento Prisional do distrito de Lisboa, sem que a PSP tenha especificado qual.

«Encontrámos uma pequena quantidade de droga numa das celas de um indivíduo visado pelas investigações», revelou o sub-intendente Dário Prates, da Divisão de Investigação Criminal da PSP de Lisboa, em conferência de imprensa realizada esta tarde.

Os 26 homens e as três mulheres detidos estavam indiciados pelos crimes de tráfico de droga, posse de arma ilegal, tráfico de armas, roubo, furto e receptação.

Durante a investigação, que durava há já dez meses, «foi possível definir um esquema de cedência ou venda de armas de fogo para utilização na actividade criminal». No entanto, a PSP recusou-se, para já, a falar em «associação criminosa», ou seja, se os detidos estavam organizados e «trabalhavam» em grupo.

A operação «Azul Vivo» permitiu ainda apreender 400 gramas de haxixe, 380 gramas de heroína, 16 armas de fogo de várias marcas, modelos e calibres, uma viatura e vários artigos, objectos e documentos relacionas com a actividade criminal, como armas brancas, tacos de basebol, dezenas de cartuchos, gorros, uma balança, uma bengala tipo sabre e telemóveis.

Ao contrário do que foi dito durante a manhã, o sub-intendente negou que tivessem sido apreendidos alguns cães perigosos, acrescentando que, devido «à provável oposição à intervenção policial», os agentes «efectuaram danos em algumas residências» para entrarem e evitarem reacções.

A PSP admitiu que os detidos, «todos cidadãos nacionais e vários com vários antecedentes criminais» são suspeitos de «outro tipo de crimes, como furtos e roubos no distrito de Lisboa» e que há uma «alta probabilidade de virem a surgir mais indícios para outros processos», que poderão levar a mais detenções.

«Alguns detidos serão ouvidos ainda hoje pelo Ministério Público para primeiro interrogatório e aplicação das adequadas medidas de coacção e outros irão amanhã», disse o porta-voz.

Uma mulher já estava em prisão preventiva

A investigação criminal foi desenvolvida pela Divisão de Investigação Criminal, sob a tutela da Unidade Especial de Combate ao Crime Violento do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa.

A intervenção desta terça-feira terá sido o culminar desta investigação, durante a qual já havia sido apreendida uma caçadeira, um revólver .22, uma pistola de 6.35mm, 250 gramas de haxixe, estando uma mulher já em prisão preventiva, por tráfico de droga agravado.

A operação desencadeada pelo Comando Metropolitano de Lisboa envolveu várias Subunidades deste, elementos de investigação criminal e Equipas de Intervenção Rápida, a Unidade Especial de Polícia - Grupo de Operações Especiais, Corpo de Intervenção e Grupo Operacional Cinotécnico, num total de cerca de 230 elementos.

A PSP executou hoje 40 mandados de busca domiciliária em Lisboa e Loures, durante os quais foram apreendidas «armas e droga», disse à agência Lusa fonte do Comando daquela força.

A Unidade Especial de Polícia (UEP) entrou esta manhã nos bairros da Quinta da Fonte, da Mó e dos Cucos, em Loures, e em alguns locais a norte do Lumiar, em Lisboa.

A PSP obteve «resultados muito positivos» na operação, incluindo a apreensão de alguns cães considerados potencialmente «perigosos».

De acordo com a polícia, os mandados visaram «suspeitos considerados perigosos, e com historial de utilização de armas de fogo», disse à Lusa fonte ligada à operação.

O Comando Metropolitano de Lisboa não revelou pormenores sobre a operação, remetendo para hoje à tarde mais informações sobre as acções policiais, que poderão ser prestadas em conferência de imprensa.