TARTUFO

[dolfa]

Quero aqui fazer uma homenagem e dar-vos a conhecer postumamente o meu gatinho Tartufo que morreu dia 23 de Fevereiro de 2010. Não tenho vindo a nenhum dos foruns porque não me apetece, não tenho disposição e tou sem muito alento, não consigo aceitar a morte dele, sou meio obsessiva com a morte, a familia está em minha casa, excepto a minha irmã que tá na casa dela mas quando n está a dar aulas, vem tb para minha casa, ninguem consegue ir para casa da minha mãe, aquilo tá lá uma solidão!!!! Ontem passei por lá e fiquei novamente de rastos, ainda lá estava o pratinho com comida, a caminha, a águinha e as mantinhas do Tartufo, fui arrumar tudo para que a minha mãe ao voltar não fique no mesmo estado que eu...o meu irmão fungava tb, sempre atrás de mim...
NÃO CONSEGUIMOS CONVENCER-NOS QUE ELE NÃO ESTÁ CÁ!!!!!!!!!! QUERIAMO-LO CÁ PARA SEMPRE!!!!!! NÃO É JUSTO!!!!!!! EU QUERIA MORRER PRIMEIRO QUE ELE...POIS SOU EGOISTA! AQUELA CASA NUNCA MAIS SERÁ A MESMA, FALTA-NOS O TUFINHO!!!!!!!!!!!!!
NÃO É POSSIVEL ENCONTRAR CONSOLO NA MORTE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

[dolfa]

O NOSSO GATINHO TARTUFO

A minha irmã há muito que queria um gatinho, nós sempre dissemos que “gatos nem pensar!!”...
Ela já tinha trazido para casa, piriquitos, bicos de lacre, tartarugas, peixinhos de nomes esquisitos, primeiro de água doce depois tornou-se mais selectiva, conhecedora e com maior poder de compra, lá chegaram os de água salgada e um grande aquário mas, o que ela queria mesmo era um gatinho!!
Ninguem apreciava muito gatos, sobretudo eu que dizia que eles eram falsos, traiçoeiros e que se algum lá fosse parar a casa, seria eu, quase de certeza a inaugurar a primeira arranhadela do bichinho e não queria, de todo!!! Os gatos assustavam-me...

Em conversa com o meu ex, na altura ainda não era ex, ele arranjou-lhe um jornal onde vinha um anuncio, de uma senhora em Benfica que tinha gatinhos para dar.
Como já era um facto praticamente consumado e sem volta a dar, eu, o meu irmão e mãe, ainda nos rimos e perguntavamos-lhe: Mas em Benfica?????!? Então e na Margem-Sul não existem gatinhos????
E ela: E tu conheces alguem que tenha gatos para dar? Não?!? Pois eu também não!!! Vou a Benfica e a mãe vem comigo!
A mãe: Eu?!? Eu não quero...
Ela: Quer, quer...então vai deixar-me ir sózinha? Eu não conheço nada em Benfica!...

E lá foram as duas, numa tarde de Setembro.
A dita senhora era uma velhota que se dedicava a catar gatinhos nas ruas, tinha imensos em casa e, não tinha grandes condições para os manter todos lá.
Quando foi buscar o “gatinho”num quarto ao lado, a minha mãe e irmã só não tiveram uma floxera logo ali...porque era feio...
O Amarelo não era bébé...zinho! Era novito decerto mas não um bebezinho, via-se que estava doentito e era sobretudo muito mas muito magrinho.
Em conversa á parte a minha mãe disse-lhe: Então e se deixassemos aqui o gatinho?
E ela: Nem pensar!!!! Ó mãe mas já viu que precisa de ser tratadinho, coitadinho e é amarelinho, como eu queria...

Chegada a casa (eu tinha dito á minha irmã que queria o gato com um guizo para saber sempre onde ele andava) coloquei a cabeça na cozinha para ver o gato...quando o vi disse: Isso é que é o gato????
Não me parece muito pequenino. E ela: Ele é pernalta...
Passado um dia ou dois, ela pôs-lhe o guizo e foi uma verdadeira sessão de patinagem artistica com imensas derrapagens, ao ponto dela se zangar comigo e me chamar estupida e dar-me um estalo por tê-la obrigado a colocar o objecto do seu já, menino...

Em pouco tempo apaixonou-nos a todos, embora fosse sempre arisco, malvadinho, dissimulado, etc e assim continuou praticamente até ao fim, só ficou “diferente”, mais ou menos a um mês da morte.
Começou logo a dormir com o tio, que é o nosso irmão, uma noite ouvimos uma algazarra enorme e o meu irmão a chamar por ele, pensámos que o gato tinha falecido...saimos a correr, quase ao mesmo tempo dos quartos ainda em tempo de o ver a abanar o gato que se encontrava de lingua de fora. Não era nada, apenas o Tartufo bem ferrado e atabafado com calor (o meu irmão até lhe deitava a cabecinha na almofada).
Novo estalo da minha irmã, desta vez no meu irmão e com uma sentença: O Tartufo passaria a dormir nos aposentos dela.
Levou anos a dormir na cama dela, até um dia que ela ficou furiosa pelas sucessivas mijadelas de marcação de território, acho que ele mijou literalmente para uns livros que ela tinha muito apreço.
Vai daí, expulsou-o do quarto dizendo que ele tinha muitas camas para escolher...


eu fui a primeira a oferecer a minha cama, quarto, o que ele quisesse mas não quis! Mal-agradecido!!! Ia pôr-se no corredor a miar e esgravatar na porta dela, o pobre ainda não sabia que ela era dura mas, aprendeu depressa e logo arranjou um local á maneira para dormir, numa camita só dele, embora andasse em incursões pelo meu quarto, durante a noite.
Por causa disso fiquei com o meu cortinado esfrangalhado. Um dia fui pôr uma mola no rasgão já não podia ver aquilo assim, só que ele costumava pôr-se atrás do cortinado e saltar directamente para um puff que eu lá tinha, aos pézinhos da cama, nesse dia, o resultado foi mau...
Saltou, ficou com uma unha presa e bateu com a patinha, imediatamente se atira para o chão a miar aflito e eu atrás dele: Meu menino, meu pequenino, mostra, mostra...e ele: Sssssss Ssssss, só soprava, olhei para trás e lá estava a minha irmã, TRAU! Estalo em mim e outra vez: Estupida!
Uma outra vez, estávamos um tanto curiosos porque o gatinho não bebia água, como nunca tinhamos tido um gato, não sabiamos ao certo quanta água beberiam eles, foi então que descobrimos, que ele ia beber do meu copo de água que estava na minha mesa de cabeceira, colocado religiosamente todas as noites, não fosse eu ter sede e por preguiça não me ter de levantar
Mas também nos divertiamos todos muito...tinha aquela brincadeira onde eu arrastava a passadeira da cozinha e dizia: Tufo! Bora! Ele deitava-se na passadeira e eu arrastava-o pela casa toda...
Ensinei-o a deitar-se nos meus ombros e ele ronronava como um motor enquanto eu andava por toda a casa com ele.
Noutras alturas não era tão divertido, quando eu tinha de ir trabalhar com mangas compridas embora fosse verão para não se ver os arranhões que iam desde o ombro ao pulso, a maior parte das vezes por minha culpa porque eu gostava de picar com ele.

O Tartufo p.ex. Não gostava de ser agarrado, não gostava que o pusessemos no colo, ele é que tinha de pedir, ele é que decidia, ele é que sabia sempre!!!!
Houve muitas situações engraçadas no meu trabalho que era num banco, todo o mundo já conhecia o Tartufo, tanto de me ouvirem falar dele como de o ver nas fotos que eu tinha o máximo prazer em mostrar a todos.
Um dia um dos meus administradores disse-me que eu iria receber um fax, quando cheguei á máquina, começo a ver um desenho com um cão (Dobermann chamado Tigre que era desse mesmo administrador) a morder um gato, com o nome bem visivel: Tartufo!
Já havia muitos a espreitar e a rirem que nem uns perdidos.
Foram algumas as vezes que me fizeram isso...

Numa outra vez, o meu agora marido, na altura namorado, veio passar uma noite lá em casa porque iamos a uma festa do Banco, como era na Margem-sul e ele vivia em Lisboa, trouxe uma mala com alguns pullovers para depois escolher o que iria vestir, não vestiu nenhum daquela malinha porque o bom do Tartufo entrou no quarto á socapa e mijou todo o conteúdo da malita que infelizmente estava aberta!!!

E tantas mais são as histórias do Tartufo...Um dia eu e a minha irmã fomos a Coimbra por causa dos meus olhos, fomos a uma consulta na conhecida Clinica dos Montes Claros, passámos lá uma noite e diz a minha mãe que ele esteve sempre á janela do quarto da minha irmã á nossa espera, mais dela que minha porque ele ADORÁVA-A, ela era a sua doninha.
Outra vez em que foram chamados os médicos do Inem lá a casa, eu fiquei em coma e ele estava no meu colo, deve ter percebido o que se passava, na altura o meu irmão fechou-o na cozinha porque ele não queria sair da sala e, depois diz o meu irmão que o “gato parecia maluco, a arranhar a porta, a miar e a querer sair”, coisa estranha porque ele escondia-se sempre que apareciam estranhos em casa.

O Tartufo foi eutanasiado dia 23 de Fevereiro de 2010 porque tinha um tumor nos intestinos e porque na noite anterior e nesse mesmo dia já não se levantava da caminha dele, há já 2 meses que se tinha de colocar resguardos porque urinava lá, de repente deixou de comer e ficou com um olhar ausente, nessas circunstancias e ao ver a minha mãe com ataques de choro convulsivos, ela que também não anda na sua melhor forma, achei por bem chamar a minha irmã e falar-lhe no que já tinhamos falado com a veterinária.
Decidimos ir nesse mesmo dia.
Fomos os três irmãos com ele, aqueles que estavam presentes quando ele chegou a nossa casa há quase 18 anos atrás (a minha mãe, despediu-se dele e ficou com as três meninas em casa).
Ficámos até ao fim!!!!

Neste momento está sepultado no meu jardim e aguarda uma pequena lápide, em sua memória.

Porque ele era único, não houve e não haverá outro igual e para mim que sou uma fervorosa admiradora de cães, tive o imenso prazer, alegria ,a felicidade, o PRIVILÉGIO de ter conhecido o Tartufo, o nosso gatinho amarelo.

Manteve-nos jovens, brincalhões, alegres e bem-dispostos anos a fio e assim também ele foi jovem até ao fim... tantas coisas se passaram nestes quase 18 anos, umas boas, outras más, outras assim-assim, ele assistiu-as a todas connosco, partilhou a nossa vida, era o Gato, Tartufo, Tartufinho, Tufinho, Tufão, Tartufão, Tarelho, Tartelho, Gatolho, Tutu, Tutuzinho, Gato gatolho gato só com um olho, etc.
ERA O NOSSO GATINHO TARTUFO!

19/06/1992 – 23/02/2010

P.S
A sua ausência é dolorosa, irreparável e não tem fim...

[dolfa]

[LuMaria]

Lamento Dolfa! Acabou por falecer 10 dias depois da minha velhinha. Encaro bem a morte, mas sei que vou sentir a minha gatinha para o resto da minha vida. Como a mãe, que já foi.

Força aí! Primeiro eles, depois nós. Isto consola-me! Nos velhinhos, ainda mais

[Tassebem]

Dolfa, sinto muito pela sua grande perda. O seu texto comoveu-me. O Tartufo foi um gatinho com imensa sorte e viveu 18 anos de uma vida muito feliz.

[Fitinhas]

Que homenagem linda, Dolfa...
Sinto muito, um abraço apertado.

[perapado]

Dolfa, Dolfa... fica sempre uma tristeza e um vazio enormes... quando eles nos deixam Mas resta-nos sempre a consciência de que os tratámos dignamente, os amámos como se ama um amigo querido, ou um membro mais da nossa família humana e eles pressentem que vão continuar a ser amados para além da morte... e que ficarão, para sempre, na nossa memória e no nosso coração). Ânimo, Dolfa!

[seal]

Como sempre um texto maravilhoso Dolfa.
Lamento pela dor que a partida do Tartufo vos provoca, mas não consigo deixar de sorrir a pensar que esse gato foi muito feliz e amado

[martasal]

Dolfa, sinto muito pela sua grande perda. O seu texto comoveu-me. O Tartufo foi um gatinho com imensa sorte e viveu 18 anos de uma vida muito feliz.

[tarasofia]

NÃO CONSEGUIMOS CONVENCER-NOS QUE ELE NÃO ESTÁ CÁ!!!!!!!!!! QUERIAMO-LO CÁ PARA SEMPRE!!!!!! NÃO É JUSTO!!!!!!! EU QUERIA MORRER PRIMEIRO QUE ELE...POIS SOU EGOISTA! AQUELA CASA NUNCA MAIS SERÁ A MESMA, FALTA-NOS O TUFINHO!!!!!!!!!!!!!
NÃO É POSSIVEL ENCONTRAR CONSOLO NA MORTE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Infelizmente é a ordem natural... o tempo dos nossos animais é curto... demasiado curto, e tão mais curto nos parece quanto maior é o nosso afecto ( ou mesmo amor ) por deles.

Eu faço votos que fique por 'cá' muito mais tempo, para que outros animais tenham a oportunidade de usufrui-la como dona.

E se de facto é verdadeque não existe consolo na morte, também é verdade que liberta-los do sofrimento é a derradeira prova do nosso apreço. O seu gato decerto que se pudesse lhe agradecia, não so ter parado com o seu sofrimento, como por ser sua a ultima imagem que ele levou.

Desejo-lhe serenidade para aceitar a partida do tufo.

[tiabela]

Oh dolfa, que sufoco, tenho muita pena, tem que ter força, sei que é bom de dizer, mas a vida é assim Pense que ele foi feliz

[AnaCamacho]

Lamento muito a partida do seu Tartufo

Já me pôs a chorar com a seu texto, pois também me trouxe à memória a partida do meu Fofinho (cão) com 18 anos, também vitima de cancro

[dolfa]

Muito obrigada a todas!
Olhar para as fotos dele faz-me chorar...
A ausencia é do pior...que coisa horrivel, não o ver.

[VeraSR]

citando

Dolfa, sinto muito pela sua grande perda. O seu texto comoveu-me. O Tartufo foi um gatinho com imensa sorte e viveu 18 anos de uma vida muito feliz.

Dolfa,claro que tudo que está na 1ªmensagem do seu topico a mim me tocou demais pois tambem lido mal demais com a morte, o vosso menino teve o privilégio de viver 18 anos, teve 1 vida longa e feliz concerteza;ao longo da vida alguns tesourinhos perdi já mas no ano passado em pouco mais de 4 meses 3 tesouros se afastaram...mas tenho de confessar que 2 delas me fazem chorar e deixo de ver o que estou a escrever, não será por elas terem a raça x mas sim pelo carinho e feitios diferentes que tinham:a Carolina foi a minha 1ªgata persa,oferecida pelo meu Vet,eles tinha os Pais dela, viveu apenas 14 anos mas veio aqui para casa com apenas 320 grs.tinha pouco mais de 1 mês, era um ser vivo espectacular tudo mesmo ela entendia e tudo sabia tal como nós, apenas não falava, a Rafaela tambem me foi-me oferecida e afastou-se com pouco mais de 2 anos em curto espaço de tempo(poucas horas) nada se conseguiu fazer para a salvar.

Posso dizer-lhe que os gatos teem um mundo muito especial e acredito que a minha Rafaela "sabia" que ia estar por aqui tão pouco tempo pois as festinhas feitas por ela com a patinha na cara de todos os humanos em casa eram constantes mas a minha dor e impotencia de não a conseguir salvar com o Hospital aqui mesmo em frente ultrapassou todas e será sempre mas sempre entre todos a especial...

Lamento o afastamento do seu menino neste momento estará já por perto de muitas outras estrelinhas lindas que nos deixam de coração destroçado...

[dolfa]

VeraSR, lamento e compreendo a falta que sente sobretudo da Carolina e Rafaela,
Obg. tb pelo apoio.