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BASE DE DADOS PARA ASSOCIAÇÕES...SERÁ POSSÍVEL ?
Enviado: domingo ago 01, 2010 1:02 am
por Taro
No decorrer do tempo, já me deparei com dois casos de cães a serem entregues em canis municipais, animais que tinham sido previamente adoptados em associações de animais. Nos dois casos, tendo contactado as respectivas associações, os cães foram de imediato resgatados pelas mesmas.
A questão que coloco:
Não haverá forma das associações poderem seguir o rasto dos seus animais (aquando em situação de abandono) através de uma base de dados comum?
Como :
Seria viável a criação de uma base de dados comum a todas as associações em que cada uma teria um código próprio e que fosse reconhecido através de uma tatuagem permanente no animal?
Isto porque, acredito que muitos animais adoptados oriundos de particulares ou de associações acabam por ser abandonados, tal como aconteceu a estes dois casos que foram animais entregues em canis municipais já passado um ano depois da adopção.
Isto também ajudaria animais abandonados na rua e nos canis, pois através dessa tatuagem, seria possível contactar a respectiva associação que os doou, que por sua vez, através do registo de doação, poderia identificar o adoptante. Certamente que os próprios canis municipais colaborariam..(penso).
Bem é só uma ideia dada a receptividade imediata por parte das duas associações contactadas no caso dos dois cães entregues em canil, mas gostaria de ver este assunto debatido pelos muitos foristas, especialmente aqueles ligados a associações.
Enviado: domingo ago 01, 2010 1:22 am
por VascoMV
Falando em termos profissionais é impossivel.
Pela simples razão de que uma base de dados de tal tipo tem de estar registada no RNPD e com uma identificação de quem acede à mesma.
Tendo em vista a organização da maior parte das associações isso não me parece viável.
Enviado: domingo ago 01, 2010 1:41 am
por Taro
Mas havendo a adesão por parte das associações não haveria possibilidade de criar esse registo? O acesso não poderia ser feito por cada uma das presidentes das diversas associações?
Não haverá outra forma ? Pergunto porque não sei.
Uma base comum a todas as associações poderia ajudar tantos animais abandonados, pelo menos aqueles que foram adoptados por associações e posteriormente abandonados.
Exemplo, tal como no site do ENCONTRA-ME.
O animal é tatuado pela associação que por sua vez tem um código que indica a associação e zona do país. Quando o animal é adoptado, é colocado nessa base de dados, a foto do cão, com o numero/código da tatuagem e data da adopção. Aparecendo um animal no canil ou na rua como a tatuagem e recorrendo a essa base de dados, seria possível a pessoa que encontrou o cão ou o vet do canil identificar a origem do cão, neste caso se veio de uma associação.
Claro que para tal teria de haver uma adesão organizada de todas as associações com o mesmo objectivo..salvaguardar os seus animais adoptados em caso de abandono.
Quantos animais não teriam uma nova oportunidade?
Enviado: domingo ago 01, 2010 9:26 am
por VascoMV
Falando francamente não é viável. A Taro não é parva nenhuma e sabe como as coisas funcionam na realidade.

. Não seriam só as "presidentes" a aceder, em muitos casos todo o gato pingado saberia a palavra de acesso. Usaria a base de dados a seu bel prazer, incluso em casos para aumentar a infame "lista de maus adoptantes" que anda anónima e difamatória na web ou para ajustes de contas na net...
Vendo ao longo do tempo como "presidentes" e "direcções" têm andado em lutas e lavagens de roupa suja na internet e mesmo na televisão, usando o nome das associações, eu francamente não queria uma lista de adoptantes na mãos de muita dessa gente..( com a devida vénia às associações que trabalham bem).
O sistema em si aliás já existe e é comandado pelo Estado. O SICAFE enquanto base de dados tem como um dos objectivos gerir animais perdidos de forma a responsabilizar os donos. Qualquer médico veterinario com inserção da sua cedula e apelido tem aceso à base...o que não se verifica é legislação que permita punir eficazmente quem abandona.
Para ver como isto é complicado, a base de dados enorme já existente antes do SICAFE , o SIRA, do sindicato dos médicos veterinarios não foi integrada no SICAFE, sendo uma das razões, as questões de privacidade de quem lá estava incluso.
A meu ver isto tudo seria fácil se se cumprisse uma coisa.
As associações terem pessoas a gerir as suas relações interpessoais, seguindo protocolos de acompanhamento aos animais dados por elas para adopção .
Lamentávelmente ainda se propôe ou a adopção selvagem por impulso( para mostrar trabalho e aliviar os "canis" associativos ou o contrário que é a perseguição a quem adopta, metendo-se de forma abusiva na vida privada das pessoas.
Nos Estados Unidos e em Inglaterra, sem essas basses de dados as coisas funcionam bastante bem...pelo simples facto de uma adopção seguir sempre requisitos pré determinados, antes, durante e depois da mesma.
A única situação em que seria possivel uma base interassociativa seria se o Estado colocasse normas rigidas quanto a quem pode constituir associações, formas de fiscalização eficazes e efectivas de manutenção dessas regras e formas de controlo severo e punição sobre quem as pode manipular e quem as manipula erradamente.
Agora, quando temos associações bem comhecidas em que toda a gente tem acesso aos dados dos adoptantes e os espalham na net, ou em que meia duzia de gatos pingados constituiem uma associação que mete animais num terreno não homologado....não vou nisso.
È como disse. Nos EUA e no reino Unido isso não é preciso. Em vez de brincar aos presidentes da junta, as associações levam o trabalho a sério e não há tanta fogueira das vaidades como no nosso país em que são mais os presidentes, directores de cominucação e directores gerais do que voluntários para cuidar de animais,.
Enviado: domingo ago 01, 2010 9:28 am
por VascoMV
E acrescento . Parabéns pelo tópico.
Enviado: domingo ago 01, 2010 10:50 am
por LuMaria
Se a ideia é identificar o cão bastaria que fossem tatuados com um No ou letra que representaria a associação. E os animais teriam de sair chipados e a associação trataria de verificar e ajudar na mudança de propriatário. Tudo isto implica despesas e trabalho. Pois se os animais são entregues por castrar, sem chip e nunca mais ninguém quer saber do animal.
Enviado: domingo ago 01, 2010 10:59 am
por VascoMV
LuMaria Escreveu:Se a ideia é identificar o cão bastaria que fossem tatuados com um No ou letra que representaria a associação. E os animais teriam de sair chipados e a associação trataria de verificar e ajudar na mudança de propriatário. Tudo isto implica despesas e trabalho. Pois se os animais são entregues por castrar, sem chip e nunca mais ninguém quer saber do animal.
Uma pessoa aqui a puxar pela cabeça e surge isto..realmente é muito mais simples e eficaz. Bem visto.
Enviado: domingo ago 01, 2010 11:06 am
por Fjjord
Eu acho que seria ainda mais simples que isso. bastava que nos papeis do chip, para além do proprietário actual, constasse a pessoa que cede o cão (criador ou associação). Quando um cão chipado fosse entregue no canil, o canil contactava o cedente original. Simples.
Enviado: domingo ago 01, 2010 11:16 am
por ambv
Concordo com o Vasco.
Nos Estados Unidos e na Inglaterra as coisas funcionam bem, porque as associaciações fazem um bom trabalho e levam as coisas a sério.
Cá em Portugal falta uma cultura cívica e de responsabilidade, onde cada um faz o que lhe apetece.
Enquanto se fizerem as coisas em cima do joelho e não houver uma ética em relação às adopções, em que cada um seja responsável pelo que faz, e em que aqueles que não cumprem sejam responsabilizados pelas suas acções; enquanto não houver uma legislação e uma fiscalização eficaz por parte do Estado, as coisas não avançam por cá.
Uma base de dados seria uma boa ideia, mas vou concordar com o Vasco: Cá em Portugal não seria uma ideia exequivel.
Enviado: domingo ago 01, 2010 1:50 pm
por PauloC1
Eu quando leio aqui intervenções de algumas pessoas que supostamente pertencem a associações e outras que agem por conta própria, penso em tudo menos em 'responsabilidade'. É que esta última tem de andar de mãos dadas com a racionalidade, e isso é coisa que praticamente não existe. Aliás, julgando pelos milhares de euros que se devem em veterinários e outros 'fornecedores', e ainda assim continuar a querer ajudar 'casos perdidos' mostra tudo menos responsabilidade.
Por isso, enquanto se tiver de lidar com pessoas destas, acho dificil fazer-se o que quer que seja com pés e cabeça.
Às vezes penso que seria tudo bem mais fácil se estas pessoas 'gostassem' menos de animais.
Enviado: domingo ago 01, 2010 1:52 pm
por Taro
Não havendo a possibilidade da criação de uma base de dados comum, até pelos problemas que poderia levantar quanto à confidencialidade de dados pergunto:
Uma associação por si só, não poderia ter a sua própria base de dados ?
Suponhamos que eu tinha uma associação ( que não tenho) mas que queria realizar um controlo mais apertado no seguimento dos animais adoptados.
Embora os animais possam estar chipados, posteriormente é realizada a cedência de propriedade, em que o animal passará a constar na base de dados do SIRA ou SICAFE com o nome do eventual adoptante.
Aqui por muito que se queira e com o passar do tempo perde-se o rasto do animal, eu acho impossível seguirem-se centenas de adopções.
Como entidade única, não poderia eu tatuar os meus animais, com um código que identificasse a associação que deu os cães? É legal?
Nesse contexto, teria de fazer um trabalho de divulgação rigoroso, quer na pagina da associação via net, quer através de contacto com os vários canis municipais do país, notificando que a associação X tinha os animais tatuados com o codigo X e que em caso de um animal aparecesse num dos canis para contactarem a associação.
Seria possível?
O que deixa outra questão: é compatível do ponto de vista legal, o animal ter CHIP já em nome do adoptante e poder ter uma tatuagem com um código que identifique a associação que o doou?
O que deixa outra questão : será que o método das tatuagens é mais eficaz que o próprio CHIP? pergunto pois nos canis estão a aparecer animais com CHIP mas sem leitura de dados.
Enviado: domingo ago 01, 2010 1:55 pm
por PauloC1
Quanto a ter uma base de dados individual com informação dos cães, e usar um meio de identificação (seja tatuagem ou o nº do chip) para os identificar, penso que não há qualquer problema. A coisa já pia mais fininho se nessa base de dados fossem guardados dados dos adoptantes. Aí já entra em cena a protecção de dados, e a necessária autorização das autoridades competentes, bem como a dos visados.
Enviado: domingo ago 01, 2010 2:08 pm
por Taro
Fjjord Escreveu:Eu acho que seria ainda mais simples que isso. bastava que nos papeis do chip, para além do proprietário actual, constasse a pessoa que cede o cão (criador ou associação). Quando um cão chipado fosse entregue no canil, o canil contactava o cedente original. Simples.
Neste caso, referindo-me aos criadores, não estaria a imputar uma responsabilidade abusiva? Pergunto pois independentemente da seriedade de cada um dos casos, penso que os objectivos de uma associação não são os mesmos do criador.
Enviado: domingo ago 01, 2010 2:18 pm
por Taro
PauloC1 Escreveu:Quanto a ter uma base de dados individual com informação dos cães, e usar um meio de identificação (seja tatuagem ou o nº do chip) para os identificar, penso que não há qualquer problema. A coisa já pia mais fininho se nessa base de dados fossem guardados dados dos adoptantes. Aí já entra em cena a protecção de dados, e a necessária autorização das autoridades competentes, bem como a dos visados.
Mas as associações ficam com os dados do adoptante e o canil também, embora saiba que no caso dos canis municipais, a única informação disponível é dizerem se o animal foi recolhido na rua ou entregue pelo dono, não é autorizado a divulgação dos dados pessoais de quem entregou o cão.
Neste caso, teria de existir um protocolo entre a associação e o canil da não divulgação de dados do adoptante, pois o objectivo seria a entrega do animal tatuado à respectiva associação que o doou.
Enviado: domingo ago 01, 2010 4:55 pm
por LuMaria
Taro Escreveu:PauloC1 Escreveu:Quanto a ter uma base de dados individual com informação dos cães, e usar um meio de identificação (seja tatuagem ou o nº do chip) para os identificar, penso que não há qualquer problema. A coisa já pia mais fininho se nessa base de dados fossem guardados dados dos adoptantes. Aí já entra em cena a protecção de dados, e a necessária autorização das autoridades competentes, bem como a dos visados.
Mas as associações ficam com os dados do adoptante e o canil também, embora saiba que no caso dos canis municipais, a única informação disponível é dizerem se o animal foi recolhido na rua ou entregue pelo dono, não é autorizado a divulgação dos dados pessoais de quem entregou o cão.
Neste caso, teria de existir um protocolo entre a associação e o canil da não divulgação de dados do adoptante, pois o objectivo seria a entrega do animal tatuado à respectiva associação que o doou.
Mas a associação tem de ser capaz de ligar o animal ao dono. Para não correr o risco de lhe entregar outro. Pelo que uma tatuagem deveria estar complementada por um chip.