Dislexia, que costas largas tens!
Pois no meu tempo também havia dislexia e outros problemas de aprendizagem, e sou bastante mais velha que a Dinodane.
E sofri deles: nas férias grandes da minha passagem para a terceira classe ocupei-me a ler a biblioteca paterna e daí resultou que quando voltei à escola pura e simplesmente tinha esquecido como se escrevia, não sabia desenhar uma letra que fosse. Tive de voltar às letras pontilhadas e aos cadernos de duas linhas que se usavam na época e a professora sentou-me entre as garotinhas da primeira classe, para me envergonhar. Em casa, os meus irmãos troçavam de mim e os meus pais puxavam por mim o mais que podiam, interessaram-se. No final do primeiro período já tinha recomeçado a escrever, com uma letra horrível, mas perceptível.
E mesmo com este handicap também nunca dei erros de escrita que se vissem: nos tempos em que se traumatizava as criancinhas sublinhando a vermelho os erros que davam no ditado, os meus nunca traziam sublinhadas mais de três ou quatro palavras, a maioria delas erros por falta de atenção ao que escrevia.
É certo que não havia telemóveis nem sms, mas na família ainda hoje as pessoas escrevem como deve ser, mesmo que não tenham paixão pela leitura e usem o telemóvel e enviem sms à razão de dez por hora...