Sabia que o
shiba inu vive no Japão há três mil anos?
Há seguramente mais de três mil anos que este pequeno cão sólido e astuto como uma raposa chegou ao arquipélago nipónico, sendo considerado uma das raças mais antigas do país. Provavelmente, terá chegado aí vindo do sul da China, onde viviam cães selvagens muito parecidos com ele. Seguindo as migrações humanas, terá atravessado a Coreia e depois o Estreito da Coreia, antes de chegar à ilha de Honshu, a maior do arquipélago japonês.
No Japão há dez raças de cães. Sete das quais pertencem à família
spitz. As outras são o
chin, um cão anão muito parecido com o pequinês, o
tosa, um molosso parecido com o
mastiff e o
terrier japonês, de origem incerta.
O
shiba inu parece um lobo pequeno. Os seus olhos oblíquos sugerem um parentesco com o lobo, mas a sua aparência – tamanho médio, cauda enrolada ou em forma de foice, pelagem frequentemente ruiva ou bege – faz com que se pareça mais com os cães párias do Sueste Asiático. De facto, nem sempre se chamou
shiba inu (“pequeno cão” em japonês). Também foi conhecido por
sanen shiba,
mino shiba,
shinshuh shiba...
A sua missão era a caça, seguir o rasto do
yamadori, uma espécie de faisão, mas também para perseguir a lebre, a raposa, o texugo, o corço, etc. E, apesar do seu pequeno tamanho, julga-se que também caçava javalis e ursos.
Como era o único cão daquelas comarcas, o
shiba inu manteve-se puro durante séculos. Embora o cão não tivesse um lugar importante na civilização tradicional japonesa, o
shiba inu constituia um elemento ciosamente protegido.
Os japoneses começaram a interessar-se pela cinofilia em 1910-1912. Procederam à listagem das suas raças, estudaram-nas e tentaram preservá-las, vindo a ser reconhecido que faziam parte do património natural do país. A protecção oficial do
shiba inu foi decidida em 1936. No fim da Segunda Guerra Mundial, o
shiba inu já estava quase extinto. Os cinólogos fizeram um esforço considerável, viajando até às aldeias mais remotas da ilha de Honshu, tentando encontrar sobreviventes para, através dos exemplares mais característicos, reconstituirem a raça, que se revelou um êxito. Hoje, o
shiba inu tornou-se um dos cães de companhia mais populares do Japão. Chegou à Europa num número modesto e, nos Estados Unidos, classificou-se no 69º lugar do
ranking canino.
O
shiba inu não se parece nada com as raças ocidentais. Silencioso, independente, reservado, nunca mostra os seus sentimentos. Mas não se julgue que é aborrecido ou apagado. Pelo contrário, tem muita vivacidade e malícia.
O
shiba inu é muito popular no Japão. Encontramo-lo tanto na cidade como no campo, trotando ajuizadamente à ponta da sua trela ou farejando livremente sem se afastar do seu proprietário. Adaptável, acomoda-se ao estilo de vida dos seus donos. Querem-no para a caça? Aceita a tarefa de bom grado. Destinam-no a companhia? Não há problema. Está de acordo com tudo, desde que lhe demonstrem afecto e simpatia e que o tratem com amor. Mas nem pensar em fazer com que o
shiba inu leve o jornal ou as pantufas ao dono. Detesta fazer recados deste tipo e não vale a pena tentar ensinar-lhe malabarismos ou números de circo.
O
shiba inu não é agressivo e porta-se como um excelente companheiro de brincadeiras com as crianças. Não sabe recusar nada aos garotos, talvez porque os entenda melhor a eles do que aos adultos.
A sua aparência lembra os cães primitivos e é tão robusto como eles. Não tem nenhum problema de saúde específico.
Altura: macho, 39,5 cm; fêmea, 36,5 cm
Fonte:Planeta de Agostini (excertos)
