Explicar a morte de um animal às crianças

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

Susana32
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quarta out 14, 2009 11:27 am

Olá,
Sou jornalista na revista Sábado e estou a preparar um artigo sobre a melhor forma de explicar às crianças o que acontece quando o animal de estimação morre. Para tal, gostaria de falar com pais que tivessem passado pela experiência e que não se importassem de falar comigo.
Muito obrigada pela atenção,
Susana Lúcio
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LuluB
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quarta out 14, 2009 11:45 am

O que nesses casos está em foco é a morte em si, tanto faz que seja de um animal de estimação, como de uma pessoa.

Mas a morte de um passarinho ou de um hamster pode servir de preparação para outras mortes afectivamente mais violentas, sim. E cada um a explica à criança em função das suas próprias crenças, da idade da criança e da ligação que esta tenha com o animal.

Ao meu filho, e a outras crianças da família, sempre a expliquei da maneira o mais natural possível como sendo o termo de uma vida, o fim de um ciclo natural.
<p>Ol&aacute;, eu sou a Bronkas de outros f&oacute;runs e aqui j&aacute; fui a LucNun. :mrgreen:</p>
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<p><strong>Cada vez me conven&ccedil;o mais que h&aacute; pessoas que t&ecirc;m o intestino ligado &agrave; testa.</strong> - "By" algu&eacute;m que tem ambas as coisas no seu devido lugar. :mrgreen:</p>
maia175
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quarta out 14, 2009 3:02 pm

cada vez que um animal de estimação nosso morreu, e já foram muitos, costumava explicar-lhes que o animal foi para o céu e que um dia quando morrermos voltaremo-nos a encontrar com todos os animais que já possuimos e que seria uma festa.
Debora20
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quarta out 14, 2009 3:19 pm

Aqui tambem sou da opinião de florear um pouco as coisas...

Eu sei na pele o que foi ser criança e me dizerem quando cheguei a casa e não fui cumprimentada pela pincher que tinhamos na altura, a laica.

-Pai a laica?
-Morreu...
-Tas a brincar. diz lá...
-Não, é verdade, a tua irmã deixou a porta aberta ela foi pa estrada e foi atropelada...

Eu tinha 10 anos, foi muito traumatizante, mal ela morreu eu tava a quase a fazer anos, e os meus pais decidiram dar-me a escolher um cão da raça que eu quisesse, na altura escolhi a minha Debbie dalmata, escolhi um cão grande em comparação com o pincher, porque pensei que se fosse atropelada não morria com a facilidade da pequenina...

Mas o trauma foi tal, que diariamente ia passea-la, e ficava a pensar que tinha deixado a porta aberta e que ela podia fugir, quando no entanto ela estava ali á minha frente na ponta da trela... :wink:
<p><strong>Ter animais &eacute; o mais saud&aacute;vel e recompensante dos vicios...</strong></p>
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LuluB
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quarta out 14, 2009 3:28 pm

Essa maneira de lhe contar a morte da sua pinsher foi bastante bruta, na minha opinião.

Mas florear a verdade não deve ocultá-la nem deturpá-la. Todos os seres vivos nascem, vivem um determinado período de tempo e depois morrem, mas, em geral, uma criança tem dificuldade em apreender isto com toda esta secura. Por isso, sim, façamos comparações poéticas: as flores que murcham são uma boa imagem, já o Céu não me parece dos melhores "floreados", mas é só a minha opinião, claro.
<p>Ol&aacute;, eu sou a Bronkas de outros f&oacute;runs e aqui j&aacute; fui a LucNun. :mrgreen:</p>
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texuga
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Localização: Vaca, porco, galinha, frango, coelho, perú, enfim, como de tudo um pouco...

quarta out 14, 2009 4:29 pm

Quem quiser participar, mais vale enviar um mail com o contacto. Eu enviei e a Susana acabou de me entrevistar agora via telefone :wink:
http://www.apterrariofilia.org<a href="http://www.amphibio.org/apterrariofilia" target="_blank"> </a>
LuluB
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quarta out 14, 2009 6:29 pm

Participo aqui. A Susana, se trabalha como deve ser, virá consultar os tópicos que abriu e aproveitará os depoimentos que aqui se fizerem que ache oportunos.

Por outro lado, este é um bom tópico para a Arca.
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dinodane
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Registado: domingo set 03, 2006 6:36 pm

quarta out 14, 2009 7:29 pm

Concordo, é um assunto interessante.

Quando o Ajax morreu a Mafalda, minha enteada, tinha 12 anos, mas 12 anos muito infantis. Apesar de ver toda a evolução da doença do Ajax e de lhe dizer, a certa altura, que o bichinho estava prestes a terminar o seu ciclo de vida connosco, ocultei-lhe que o iria eutanasiar. Esperámos até ao dia do aniversário dele porque a Mafalda tinha-lhe comprado um ossinho na pet-shop e viria cá a casa de manhã dar a "prenda" ao Ajaxezinho.
Depois da Mafalda sair, chamei a vet cá a casa, o Ajax morreu pacificamente no hall de entrada da minha casa, exactamente no mesmo sítio onde recebeu as últimas carícias da miúda, depois dela sair não se levantou mais. Passado um dia dissemos-lhe que o Ajax se tinha "sentido mal" e que o tinhamos levado para o vet mas que tinha falecido lá.
Só há meses, passados 2 anos, é que contei à Mafalda a verdade que ela compreendeu e aceitou. Se o tivesse dito na altura ela teria ficado revoltada connosco.

"A inveja é a arma do incompetente" Anónimo

LuluB
Membro Veterano
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Registado: segunda set 28, 2009 2:53 pm

quarta out 14, 2009 7:43 pm

Procedeu muito bem e com muito carinho pela sua sobrinha e pelo seu cão, Dinodane.

Por mim, acho que a verdade nunca magoa, desde que contada com tacto e considerando a idade e maturidade da criança. A morte é um dos factos da vida, deve-se fazê-la encarar como tal.
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kitten
Membro Veterano
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Registado: domingo mar 10, 2002 10:04 pm
Localização: muitos !!!!!

quarta out 14, 2009 8:10 pm

Também acho que é um tema importante para se discutir já que mais tarde ou mais cedo é uma situação pela qual quem tem filhos e animais de estimação tem que passar, é que infelizmente, salvo algumas excepções, os nossos companheiros têm uma longevidade bem curta.

Eu também sou de poucos floreados, acho que é importante as crianças perceberem que todos os seres vivos nascem e morrem, é a lei natural da vida. Claro que tem que haver tacto na forma como se transmite uma noticia dessas especialmente se a morte é súbita, mas escamotear com o céu ou com os anjinhos e que mais tarde nos vamos todos encontrar ... enfim, acho que isso tem a ver com a fé de cada um.
Para quem não entende, o que se segue é a minha assinatura
http://apterrariofilia.org/
Se algum dia sentir um vazio dentro de si ... vá comer que é fome !!!
Madalena Marques
dinodane
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Mensagens: 18821
Registado: domingo set 03, 2006 6:36 pm

quarta out 14, 2009 8:11 pm

Também penso assim Kitten.

"A inveja é a arma do incompetente" Anónimo

Ben000
Membro
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Registado: quinta set 10, 2009 6:25 pm

sexta out 23, 2009 9:23 pm

acho que o floreado tem tudo a ver com aquilo que se acredita, n se vai professar uma fe em casa (ou nao) e depois para tudo dizer que no ceu está a solução...Agora que os nossos pais muitas vezes nao estao minimamente preparados para nos dizer tal noticia, nao estao, muitas vezes se calhar pq tb eles n sabem como lidar com a perda.
tive uma cadela em pequenina (a luna) que morreu envenenada por alguem maldoso...a minha mae disse me isto a mim e aos meus irmaos numa das viagens de camiao com o nosso pai...ela tb nos deu a explicação do ceu e choramos todos juntos e lembro me de passar o resto da noite a olhar para a estrela que teimava em seguir nos, era a luna pensava eu...e isso foi crescendo comigo...independentemente das minhas crenças ou nao isto continua a seguir me...e ainda hoje emociono me a olhar para as estrelas...acho que o importante é a criança ficar com a ideia de que a memoria daquele amigo está disponivel sempre que o coração quiser: seja nas flores, nas estrelas, nas fotografias...e que a morte seja apenas um acontecimento fisico...nao psicologico
<p>a mimar a hillo</p>
FeelingNerD
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Registado: sexta out 30, 2009 6:01 pm

sábado out 31, 2009 5:20 pm

Tenho quase 15 anos. Quando era pequenina uma das minhas tartarugas morreu, nesse caso como fui eu a percebe-lo (era eu quem tratava do aquario) fiquei triste mas não lidei tão mal assim. Mais tarde quando o meu pai tinha um cão em casa dele eu passava o tempo todo que lá estava a brincar com o cão, quando ele morreu disseram me que os vizinhos se queixavam muito dele e que era dificil ter um cão num apartamento e que portanto um amigo da familia ia ficar com ele. Eu nunca acreditei por completo e só mais tarde me disseram que tinha morrido. Fiquei bastante triste e ficava quando pensava nele mas concordo com algo que disseram, por um lado é bom para preparar a criança para mortes mais violentas com que venha a ter que lidar.
ludovina
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Registado: segunda set 27, 2004 9:42 pm
Localização: Cão da Serra de Aires, Dobermann, Golden e Labrador Retriever
Contacto:

sábado out 31, 2009 8:55 pm

Boa noite,

Eu tenho dois filhos de coração, que são os netos do meu marido, o Diogo e o Gonçalo, quando vieram viver para nossa casa, estavam numa instituição, o Diogo era uma criança, na altura com 4 anos bastante traumatizada.

O Diogo não falava, só abanava a cabeça para responder aquilo que perguntávamos, foram momentos complicados, eu adquiri uma fêmea Golden Retriever, e ficava só uma da ninhada por vender, o proprietário das cadelas ia ser operado e pediu-me se podia ficar também com a Ju lá em casa, eu disse que sim, e passado dois dias o Diogo estava a falar com a cadela, claro que ficou lá em casa, acabei por comprar também a Ju e ficou a ser a cadela do Diogo.

Eram grandes companheiros de brincadeiras, mas quando a Ju tinha dois anos e meio, foi descoberto que tinha um tumor, já em fase quase terminar, nada podia ser feito, e andei oito dias para dizer ao Diogo nessa altura com quase oito anos que a Ju, estava muito doente, comecei por mostrar e tentei explicar os exames veterinários da Ju, as lágrimas teimavam em cair, e no fim o Diogo quebrou o nosso silêncio e disse-me " mãe não chores, a Ju no céu vai olhar por nós cá na terra, e vai ser feliz sem dores.... ou seja acabou por ser o meu filho a consolar-me em vez de ser ao contrário.
Passado 3 dias levei a Ju, para ser adormecida, não ia suportar ver um final de muito sofrimento á Ju, foi num domingo que a levei, todos nos despedimos da Ju, o Diogo nesse momento deixou cair as lágrimas, e disse-lhe Ju não te esqueças de nós, e vais ficar sempre no meu coração, foi uma despedida calma, embora de muito sofrimento, e muita tristeza para todos nós, quando cheguei do veterinário, o Diogo só me disse " mãe, ela agora já não sofre" e nunca mais falou nela, mas todos os anos na data que a Ju partiu, ele diz " mãe não vamos esquecer a nossa estrela canina, é assim que ele se refere á Ju.....

Foi assim que se passou o primeiro desgosto do meu filho....
Eu tive já várias perdas dos meus cães, Primeiro o meu Fred, tinha 18 anos, desde que sou criadora perdi a Balaia, a Ju, a Néné, que foi a cadela que mais me custou perder, mas não vi a sua morte e julgo que foi por isso, que só fiz o luto dela ao fim dum ano.
Ludovina Oliveira http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewforu ... 6rfha5r9c5 Ajude a ajudar: www.osbonsamigos.com
Base Dados: Retrievers e Microchip: www.retrieversportugal.com
veracruz
Membro Júnior
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Registado: terça ago 22, 2006 5:20 pm

segunda nov 02, 2009 10:53 am

Olá a minha menina Denny faleceu e foi muito fácil explicar ao meu filho de 4 anos que ela tinha falecido. Simplesmente contando a verdade. Se quiser entrar em contacto comigo esta a vontade. para começar pode ser mm aqui pela Arca
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