e penso que, apesar das vantagens do avanços tecnológico e dos progressos da medicina, que permitem que pessoas vivam relativamente bem com os seus
handicaps e tornaram suportáveis doenças que ceifavam cedo as vidas, há o reverso da medalha... mais tempo de vida com menor qualidade e passagem dos problemas, agravados, às gerações seguintes. A humanidade precisava de um apertado controlo de natalidade, ainda que isso significasse uma redução acentuada nas populações. Eu, por exemplo, tenho problemas congénitos que não me permitiriam viver com a qualidade de vida que tenho se tivesse nascido 10 anos antes... mas também estou ciente das minhas limitações e recusei-me a gerar outro ser humano, que iria herdar tanto os meus problemas como os do pai. Enquanto professora, lamento profundamente a pouca qualidade de ensino e as dificuldades dos alunos, que aumentam de ano para ano. A anorexia, hiperactividade, toxidependências em crianças, são cada vez em maior número. A obrigatoriedade da frequência da escola até aos 18 anos não está adequada nem às mentalidades, nem às infraestruturas e não há formação que chegue para ensinar turmas cada vez mais numerosas e cada vez com mais problemas físicos e intelectuais. A educação não chega para todos, a comida e a água também não, o trabalho escraviza-nos e, apesar de haver cada vez mais máquinas, estamos cada vez mais ocupados, vivendo a um ritmo alucinante... e não sei o que vão fazer com toda esta gente... que importa que a espécie se conserve, se é justamente o que nos torna humanos que se perde? que sentido faz haver gente a sobreviver em condições em que nenhum de nós teria os seus animais, sem acesso à cultura e à educação, reproduzindo-se como coelhos, geração após geração e perpetuando os problemas?
mas isto já é política e não cabe neste fórum...

Acredito na Paciência, na Persistência, no Pai Natal e no Poder do Fiambre!