PauloC1 Escreveu:Os paizinhos, as criancinhas e os donos dos cãezinhos que largam as poias, não são habitantes de mundos diferentes ou sequer de países diferentes. A falta de civismo é um mal geral neste país e manifesta-se das mais diversas formas. E o mais engraçado é que a desculpa de que “eu faço isto mas o outro também faz aquilo ou pior” é comummente usada para justificar os mais diversos exemplos de falta de civilidade. Dizer que não faz mal levar os cães para jardins públicos fazer as respectivas necessidades porque nestes jardins também existem seringas , crianças e adultos que ‘mijam’ por todo o lado, desculpa Bronkas, é fraca justificação. A verdade é que temos as restrições e as proibições que merecemos, enquanto povo desrespeitador de regras e que de uma maneira geral só pensa em sim mesmo , embora injustas para a ‘meia –dúzia’ que efectivamente procura respeitar os outros.
Existe no entanto um mal de base, e que é o facto de não existirem no nosso país espaços dedicados aos nossos animais, e os espaços ‘baldios’ onde alguns ainda podem ir com eles são cada vez menos. Por isso, em vez de usarem a argumentação de que “não faz mal o cães fazerem, porque as criancinhas também fazem”, talvez fosse melhor canalizarem a energia do protesto para o mal de base que acabei de referir. Em suma, a reivindicação deveria ser que espaços para passear com animais precisam-se, e não que os cães deviam poder circular nos jardins públicos em igualdade como as crianças!
Paulo, já me devias conhecer o suficiente para saber que não é nada disso que defendo e desculpo (ou não). Mas admito que possa ter dado uma impressão diferente daquela que tencionava.
O que eu quis destacar é que o problema do cocó dos cães nos relvados (e não só) se deve à falta de educação dos donos, que são os primeiros a inculcar e fomentar nos filhos aquilo que criticam nos cães. E num país onde se escarra para o chão, se atira o lixo pela janela para não ter o trabalho de ir pô-lo nos contentores, etc., etc., as queixas às câmaras de pouco servem, pois apenas resultam em acções repressivas, em vez de educativas, digamos.
Este é um problema de educação cívica (na qual somos de todo deficitários) que nos abrange a todos. Não há sítios destinados aos cães, pois não, mas também não se vê ninguém a formar grupos de cidadãos que pressionem as câmaras para os arranjar, como alguém aqui já referiu. E como numa cidade ou burgo muito "cimentados" é difícil arranjar espaço para tal, a necessidade de educar os cidadãos a respeito das deposições dos seus cães é vital, mas entre nós ninguém o faz. Prefere-se criticar e atacar os donos dos cães, sem lhes apontar soluções e comportamentos civilizados.