Começo eu...

Tinha muito má ideia destes canitos pequeninos. Pensava que eram cãezinhos de dondocas (perdoem-me as dondocas) e que não eram cães para machões latinos como eu.

O Ruca mudou todos esses preconceitos. A minha filha desejava um amiguinho de 4 patas desde que se lembra e eu e a mãe nunca lhe tinhamos feito a vontade.
Chegou a uma altura, porém, em que nós próprios começámos a desejar ter mais alguém lá em casa (temos uma filha única) e, por influências de mãe e filha, lá se optou por um Yorkshire Terrier.
Identificámos o criador e marcámos hora para visitar e ver os cãezinhos que ele tinha, dois machos.
Quando lá chegámos, eu reparei logo numa bolinha de pelo, cor de azeviche, muito brincalhão. Tinha uma característica que me encantou: tinha a orelhinha esquerda já parcialmente levantada. Achei-lhe um piadão e vi logo que aquele havia de ser o nosso cãozinho.
Foi para nossa casa com 2 meses e conquistou logo um lugar no nosso coração. Tinha, no entanto, dois problemas que não reparámos logo: uma otite por ácaros e uma hérnia feita à nascença.
Levámo-lo ao criador, não para o trocar, mas para que ele se reponsabilizasse por alguma despesa. O criador, como ainda tinha lá o irmão dele, estava disposto a trocá-lo mas nós não aceitámos; o Ruca já conquistara um lugar no nosso coração.
Daí para a frente, tem sido um dia-a-dia de descobertas, para quem nunca tinha tido um animalzinho de estimação (hamsters, lagartixas e bichos de conta não contam).
O Ruca já foi operado a uma patinha, já corrigiu a hérnia, já tirou 8 dentinhos por causa de ter dentição dupla, já levou as vacinas todas (incluindo a da Leichmaniose), enfim, já tem no seu curriculum algumas peripécias, apesar de só ter 2 anos de idade.
Para quem pensava que os Yorkies eram cãezinhos caprichosos, que mordem e ladram muito, saiu-nos um cãozinho que é um espectáculo.
Mansinho, mansinho, mansinho, que é festinhas. Dá-nos muitos beijinhos de reconhecimento, muitas vezes sem nós pedirmos. É tão mansinho que até nos deixa tirar-lhe da boca os seus ossos preferidos, sem rosnar nem morder.
Pede para ir à rua para fazer as necessidades, enfim, é um membro da família. É um bocadinho teimoso, principalmente quando pede para subir para o sofá e dá voltas e mais voltas e mais voltas até encontrar um posição de que goste para se deitar... isto apesar de nós lhe gritarmos que se deite algumas 30 vezes...

Como costuma dizer o seu excelente veterinário, o Ruca é um pequeno grande cão.