Como superar perda do fiel amigo

[Suesca]

Suesca
Conclusão, devia ter mentido, inventado uma razão qualquer.[/quote]

Pois. Percebi isso depois. Enfim. Tb nao me arrependo.

[RitaVi]

Recentemente também perdi a minha cadelinha, por motivos de saúde, ela deixou-me, depois de 7 anos. Continua a ser difícil aceitar que ela se foi. E continuo a chorar todos os dias, mesmo já se tendo passado quase um mês.
Vejo que está na mesma posição que o meu namorado...

- Pelo menos eu, apreciava que ele estivesse calado, principalmente se fosse para dizer "não chores" ou "não é o fim do Mundo". É SIM O FIM DO MUNDO. O fim do mundo como eu o conhecia, com ela ao meu lado.

- Deixe-a chorar, seja só a almofada dela, nada mais. Não faça comentários, não faça perguntas... Se ela quiser passar dias, horas, a olhar fotos e a chorar como uma madalena arrependida, deixe-a deitar tudo cá para fora.

- Depois de algum tempo de luto, tente leva-la a sair, a estar com outras pessoas (obriga-a a fazer um esforço e a não chorar).

- Arranje-lhe um novo companheiro. Diferente do outro, com outras características, para que seja um novo amigo, com uma identidade própria e não um reflexo do falecido.

Mas, o mais IMPORTANTE de tudo, é que se lembre que não há nada que possa fazer para que ela se sinta bem. Não pode trazer o seu rafeiro de volta, por isso não há mais nada que possa fazer. E tenha paciência, não se enerve ou fique frustrado se ela parecer desligada do mundo e como se nada mais importasse. É só a dor de perder alguém muito especial.

[botas96]

Não quero cultivar qualquer tipo de discórdia, mas discordo...

RitaVi escreveu...
"- Arranje-lhe um novo companheiro. Diferente do outro, com outras características, para que seja um novo amigo, com uma identidade própria e não um reflexo do falecido. "

Uma das razões além do luto, a principal delas pela qual esperei 4 anos para ter outro cão foi finalmente ter achado o que realmente queria, um igualzinho, um reflexo de algo que quando me deixou fiquei bastante mal.
ok, não é macho, é fêmea.
ok, ela tem a cauda completa, ele tinha-a amputada.
ok, ela não tem a marcação branca no peito, ele tinha.
ok, ele era mais corpulento, ela não é tanto (também ainda lhe falta uns 3 ou 4 meses para crescer).
Mas de resto é tal e qual.
Se estou arrependido? Mas nem por sombras.
Na questão de esmagar a identidade própria dela? Talvez um pouco, no princípio, mas cedo ela diferenciou-se e o efeito desvaneceu-se naturalmente, ela é diferente e para mim é o fim do mundo em cuecas como ela é, é a minha saloia pilha-galinhas.
Se faria o que fiz outra vez? Estou prestes a repetir a dose.
Mas cada pessoa é uma pessoa, uns querem igual, outros não.

P.s.- Eu agora quero é mato, tocas e afins.

[RitaVi]

Claro, isso depende de pessoa para pessoa. Mas o namorado em questão deve saber melhor como lidar com a dor da dona do rafeirinho.
Tenho amigos que fazem o mesmo. Perdem um cão e depois optam pela mesma raça e até pelo mesmo nome. Eu cá prefiro fazer diferente. A minha cadelinha era uma boxer e eu agora procuro, talvez, um pug. Faço isso porque acho que não era capaz de ter outro boxer sem estar sempre a compara-los, já assim vai ser complicado... Mas cada um sabe como superar esta dor...
De qq maneira, acho que um novo companheiro é sempre positivo!

[nandaalmeida]

A dor de perder um animal é muito grande,e então se tivermos convivido com ele durante anos torna-se insuportável.
Eu escolhi mandar abater a minha menina em casa,apenas eu e ela mais ninguém.
Quando eu vi que ela já não estava entre nós foi como se me tivessem tirado o chão dos pés,senti-me mal,chorei,berrei,isolei-me...Fiquei mesmo muito mal.
Eu não conseguia olhar para o meu marido,e ele não tinha culpa nenhuma.
Cada palavra de apoio que me davam me doí-a, pois lembrava-me que ela já não estava comigo.
O meu marido chegou a ir passar uma semana a casa dos meus sogros, pq eu não queria ver ninguém,só queria estar sozinha,a ver vídeos nossos,a brincar com os brinquedos dela, cheirar a cama dela,as mantas,a ração...Enfim isto foi o meu luto.
Na minha opinião não devia falar de animais por agora,deixe-a chorar tudo e quando ela se sentir preparada nem vai ser preciso dizer alguma coisa,ela própria tomará a iniciativa.
Boa sorte

[margoustink]

Isso de ser pessoa nao tem nada a ver. Se morresse uma pessoa estranha e um cao estranho eu tinha mais peba do cao.
E depois é como diz a watermonitor, se a minha tia avo que que vejo quando o rei faz anos morresse e o meu panda ou petra morressem, my god eu sofria muito pelos meus caes. A minha tia avo olha tinha pena. Mas nao tenho lacos com ela. Enquanto que neste momento estou deitada no sofa e tenho o panda a dormir em cima de mim. Tenho muitos lacos com ele. Amo os meus caes!

Na situação que não conhecia nenhum dos dois seres, teria mais pena de pessoa.
Se tivesse que optar entre salvar um cão e uma pessoa, escolhia a pessoa sempre.
Por mais que goste de cães, era incapaz de virar costas a outro ser humano; nem ser tão indiferente com uma pessoa, mesmo que desconhecida.

A minha família é mesmo família, no verdadeiro sentido da palavra, temos afecto e convívio próximo; para que haja os tais laços, não é apenas a genética que nos une. Mas cada família tem a sua dinâmica e nisso não há nada a dizer.

[Suesca]

Ok. Cada qual com a sua dinamica.
Sinceramente, claro que tenho pena das pessoas em geral, qd vejo incendios e catastrofes e as pessoas aflitas,fico com muita pena. Os animais sao mais indefesos, sinto.me muito ligada aos animais. Nunca pensaria sequer uma vez em salvar os meus animais ou uma pessoa.
Nunca tive na situacao, mas imagino.me por exemplo no meio dum incendio ou assim e se visse um animal aflito era para onde eu ia. Nao ha muito a discutir sobre isto,cada um com a sua. Eu sou mais pelos animais, é assim que eu sou e é assim a minha personalidade.

[nandaalmeida]

Pois eu sou como a Suesca entre salvar uma pessoa qualquer e os meus cães nem olhava duas vezes,não era preciso o meu instinto é assim.
Já me chamaram bastantes vezes de insensível e fria por dizer estas coisas,sou capaz de salvar um animal mais depressa que uma pessoa.
Tenho imensa pena daquelas catástrofes que matam e deixam sem casa muitas pessoas,mas muito sinceramente penso logo nos cães que estão entre os escombros/perdidos/mortos...
Mas isto sou eu

[Suesca]

Viram o documentario sobre os caes quando aconteceu o katrina? Chorei tanto.

[WaterMonitor]

Ui, nem vi. Dava-me uma coisa má.

[margoustink]

Pois eu sou como a Suesca entre salvar uma pessoa qualquer e os meus cães nem olhava duas vezes,não era preciso o meu instinto é assim.
Já me chamaram bastantes vezes de insensível e fria por dizer estas coisas,sou capaz de salvar um animal mais depressa que uma pessoa.
Tenho imensa pena daquelas catástrofes que matam e deixam sem casa muitas pessoas,mas muito sinceramente penso logo nos cães que estão entre os escombros/perdidos/mortos...
Mas isto sou eu

Não é bem como a Suesca, no seu caso é entre os seus animais e uma pessoa qualquer...No caso da Suesca, para além de escolher o animal dela entre um estranho; é também entre ambos estranhos, ou seja, um animal estranho e uma pessoa estranha. Ela escolhe o animal estranho. Pelo menos foi o que eu assinalei a negrito.


Mas como digo, são posições que até me fazem pensar; nos porquês, será que perante a realidade não fariam o contrário? No entanto, acho que falamos de coisas um pouco complicadas demais.

Acho que numa coisa estaremos de acordo: "Nunca passem por situações que tenham que escolher."

[WaterMonitor]

Não conheço pessoalmente a Suesca, mas acredito que ela faria o que diz.

Conheço muita malta dos animais e sei que não haveria para nós, eu incluída, escolha possível.

Quer uma verdade chocante? Num ano em que os fogos foram tremendos na minha zona, tivemos que correr para casa (estávamos num casamento) alertados para o facto de o fogo estar do outro lado da estrada do local onde moro. A meio do caminho já estávamos com roupas normais e botas.

Conseguimos passar a barreira dos bombeiros e tínhamos tudo combinado: eu levaria o carro com todos os meus gatos e os cães mais idosos. A minha cunhada e o meu marido levariam os dois Terranova a pé na direcção oposta ao fogo.

Os vizinhos? As criancinhas dos vizinhos? Cada um por si e nós os três pelos nossos animais.

O fogo não passou, mas se tivesse passado nem sequer teria havido uma escolha.

[Suesca]

Sim. É isso mesmo.
Mas tb disse que nunca tinha passado por situacao assim,mas em principio seria mesmo assim.

[Suesca]

Ui, nem vi. Dava-me uma coisa má.

Sim. Mas no meio daquilo tudo fizeram tipo canil e alguns ainda encontraram os seus donos. Mas foi triste.
Eu nao costumo ver estas coisas pq nao aguento.mas vi este. Talvez pq sabia que alguns iam encontrar os donos.

[WaterMonitor]

Foi um susto enorme, até porque na época tinha uma ninhada de bebés em casa. Se o vento muda e chega uma faísca às sebes das casas ...

Mas ainda me ri um bocado (no dia seguinte) com a teoria da minha cunhada: se de todo em todo não conseguíssemos fugir, ela metia-se na piscina com os animais todos em caixas e em cima dos colchões enormes que temos.

Valia tudo para salvar os nossos animais. E posso garantir que nenhum de nós teria fugido sem eles.

Os bombeiros só nos deixaram passar porque eu comecei a gritar furiosa "eu tenho os animais em casa, eu tenho os animais em casa". Coitados devem ter pensado que era o meu gado.