quarta nov 28, 2012 11:57 pm
Infelizmente tve que tomar a decisão de deixar um cãopanheiro partir. Tive muitas duvidas e senti a consciência pesada durante algum tempo....
O Steve tinha um cancro renal, que apesar dos muitos tratamentos foi crescendo e tendo metasteses. Durante mais de 2 anos ele não me deixou dormir mais de 1 horita seguida, sempre a pedir para ir ao jardim, fazer umas gotinhas de urina, iamos para a cama e uns minutos depois a cena repetia-se. Eu andava arrasada a precisar de dormir uma noite inteira...confesso que algumas vezes me revoltei contra o meu menino, e tenho a vaga ideia de ter dito alguns disparates de que mais tarde me vim a arrepender.
Toda a familia criticava dizendo que eu era maluca, que a minha saude era mais importante que um cão e muitas outras coisas.
Um belo dia fui convencida pelo marido a tentar deixar o Steve na marquise com a porta do jardim aberta. Concordei, mas dizendo que se ele se queixasse por se sentir 'abandonado' saíndo do meu quarto, que ele voltava para lá na mesma hora. Mudamos o sofá (era um doberman com 14 anos já com alguma dificuldade em se deitar e levantar so chão) para a marquise, ele deitou-se lá e olhou para mim como a dizer que ficava bem e que estava aliviado de me deixar dormir de noite. Passei a noite atrás da porta a ver se ele se chorava, mas tal não aconteceu. Ainda vivemos assim uns tempos, mas de uma semana para a outra ele foi piorando. Abriu uma ferida enorme perto da cauda, urinava sangue e olhava para mim como se a pedir que o deixasse descançar. Os vet diziam que não havia mais nada a fazer, que tinha cancro á 4 anos e que estava com a linda idade de 14 anos, mas eu acreditava que ele aguentava mais uns tempinhos, afinal ele era um menino forte e valente. Uma bela tarde deitou-se aos meus pés e não mais se levantou. Corremos para o vet e eles disseram que ele estava a sofrer imenso, mal lhe tocavamos ele encolhia-se todo. que não passava daquele dia e que o melhor era dar uma ajuda para ele partir um bocadinho mais cedo e mais serenamente. Acabamos por concordar e ele partiu nos meus braços, ouvindo a minha voz e sentindo as minha lágrimas.
O mais dificil foi depois, quando comecei a recordar as asneiras que tinha dito quando ele me não deixava dormir....aí senti remorsos, muitos remorsos, apesar de 3 vet me dizerem que nada mais se podia fazer. Só o tempo acalmou a consciência e hoje 4 anos passados, reconheço que fui egoista e devia ter deixado o meu cãopanheiro partir, pelo menos uma semana antes. Tinha partido com a dignidade com que viveu e sem sofrer ainda mais.
2 anos depois adoeceu a Daisy, tinha Cushing. Amava tanto a minha menina que disse á vet que se quando chegasse o fim e eu não quisesse ver, que me desse um abanão e me lembrasse do muito que eu amava a minha pequenita cocker-cola. Em Maio a Daisy partiu e poupou-me a ter de mais uma vez tomar uma decisão dura e dificil. Partiu em menos de 2 horas de uma forma que não tinha imaginado e preparado. Duas convulsões e deixou-nos....
Até um dia cãopanheiros..........
<p>amiga 3msq</p>