Cocker Spainel, Comportamento Violento
Moderador: mcerqueira
-
- Mensagens: 5
- Registado: terça jun 03, 2014 8:10 am
Olá, bom dia.
É a primeira vez que uso este fórum. Já tinha lido por aqui algumas coisas, inclusive vim aqui ler a ficha da raça antes de adoptar o cão que tenho actualmente.
Recentemente (1mês), adoptei um Cocker Spainel com 8 meses. Era de uma sra que o tinha num apartamento e como teve problemas com os vizinhos, teve de o dar.
Trouxe-o para Bragança (estava em Gaia) e tudo correu bem nos primeiros tempos. O bicho fazia o serviço de casa, mas conseguimos ensina-lo a não fazer.
Não obedece a ordens tipo "deita", mas é civilizado. Quando estamos a comer, não perturba, e se lhe mostramos desagrado com algo (elevando a voz por exemplo) costumava ressentir-se (tipo ir para cima da cama).
Impecável portanto.
No entanto, ontem caí no erro de lhe dar um osso no fim de eu comer.
E aqui a história mudou completamente.
O gajo ficou todo contente.
Mas depois a coisa azedou. Começou a rosnar, mesmo que as pessoas tivessem tipo a 5m dele.
Estranhei, mas ignorei, afinal de contas estava a comer e sempre me disseram para mexer neles quando comem.
O gajo acabou o osso, e foi a correr para o lixo para apanhar mais. Enfiou-se de cabeça no caixote (nunca tinha feito isto) e não saía. A minha namorada deu lhe com o jornal e nada.
Agarrei nele como se fosse pegar nele, e o gajo tentou morder me. Ficou super violento.
Meti-o na sala sozinho de castigo, fui lá ralhar com ele, blablaba acalmou. Passado uns 10 minutos voltou à cozinha e fez exactamente a mesma coisa.
Hoje de manhã, acordamos e como costume fomos leva-lo a urinar.
Rotineiro portanto, mas quando a minha namorada foi para o WC (ele segue-nos para todo o lado) e o tentou afastar para não entrar, o cão ladrou lhe e tentou lhe morder.
Entretanto veio para a cozinha e lá apanhou outro osso.
O filme repete-se de novo. Tentei lhe tirar o osso, com toalhas, etc, etc . Super violento e com uma força nas mandíbulas que nunca lhe tinha visto. Não deu.
Lá acabou o serviço dele, e saltou para cima da cama todo feliz. E foi aqui que notei que realmente as coisas tinham mudado. Quando lhe berrei para sair da cama, ele ladrou me e simplesmente não saiu.
Não estava à espera deste tipo de comportamento. Já tive/tenho 3 cães (infelizmente um faleceu à pouco tempo) e nunca tive problemas deste gênero.
Acham que castrar pode ajudar? Que mais posso fazer além de o proibir de entrar na cozinha?
Obrigado.
Henrique Martins.
É a primeira vez que uso este fórum. Já tinha lido por aqui algumas coisas, inclusive vim aqui ler a ficha da raça antes de adoptar o cão que tenho actualmente.
Recentemente (1mês), adoptei um Cocker Spainel com 8 meses. Era de uma sra que o tinha num apartamento e como teve problemas com os vizinhos, teve de o dar.
Trouxe-o para Bragança (estava em Gaia) e tudo correu bem nos primeiros tempos. O bicho fazia o serviço de casa, mas conseguimos ensina-lo a não fazer.
Não obedece a ordens tipo "deita", mas é civilizado. Quando estamos a comer, não perturba, e se lhe mostramos desagrado com algo (elevando a voz por exemplo) costumava ressentir-se (tipo ir para cima da cama).
Impecável portanto.
No entanto, ontem caí no erro de lhe dar um osso no fim de eu comer.
E aqui a história mudou completamente.
O gajo ficou todo contente.
Mas depois a coisa azedou. Começou a rosnar, mesmo que as pessoas tivessem tipo a 5m dele.
Estranhei, mas ignorei, afinal de contas estava a comer e sempre me disseram para mexer neles quando comem.
O gajo acabou o osso, e foi a correr para o lixo para apanhar mais. Enfiou-se de cabeça no caixote (nunca tinha feito isto) e não saía. A minha namorada deu lhe com o jornal e nada.
Agarrei nele como se fosse pegar nele, e o gajo tentou morder me. Ficou super violento.
Meti-o na sala sozinho de castigo, fui lá ralhar com ele, blablaba acalmou. Passado uns 10 minutos voltou à cozinha e fez exactamente a mesma coisa.
Hoje de manhã, acordamos e como costume fomos leva-lo a urinar.
Rotineiro portanto, mas quando a minha namorada foi para o WC (ele segue-nos para todo o lado) e o tentou afastar para não entrar, o cão ladrou lhe e tentou lhe morder.
Entretanto veio para a cozinha e lá apanhou outro osso.
O filme repete-se de novo. Tentei lhe tirar o osso, com toalhas, etc, etc . Super violento e com uma força nas mandíbulas que nunca lhe tinha visto. Não deu.
Lá acabou o serviço dele, e saltou para cima da cama todo feliz. E foi aqui que notei que realmente as coisas tinham mudado. Quando lhe berrei para sair da cama, ele ladrou me e simplesmente não saiu.
Não estava à espera deste tipo de comportamento. Já tive/tenho 3 cães (infelizmente um faleceu à pouco tempo) e nunca tive problemas deste gênero.
Acham que castrar pode ajudar? Que mais posso fazer além de o proibir de entrar na cozinha?
Obrigado.
Henrique Martins.
Última edição por MrHenrique em terça jun 03, 2014 10:11 am, editado 1 vez no total.
-
- Membro Veterano
- Mensagens: 331
- Registado: sábado mai 28, 2005 11:39 am
Bom dia!
Para mim parece-me que o cão demorou a mostrar a personalidade porque se esteve a ambientar ás mudanças (de dono, casa, etc.) e agora se revelou.
desconfio que castrar só não resolve, na minha opinião deveria procurar de imediato uma boa escola com um bom treinador que o orientasse nessas questões, antes que o problema evolua para algo mais grave. boa sorte
Para mim parece-me que o cão demorou a mostrar a personalidade porque se esteve a ambientar ás mudanças (de dono, casa, etc.) e agora se revelou.
desconfio que castrar só não resolve, na minha opinião deveria procurar de imediato uma boa escola com um bom treinador que o orientasse nessas questões, antes que o problema evolua para algo mais grave. boa sorte

Bom dia!
Obviamente que deverá entrar em contacto com alguém especializado pois pela descrição que você deu há várias coisas que está a fazer mal e precisa de ser aconselhado.
Quando um cão apresenta sinais de resource guarding (guardar os objectos) nunca, mas nunca mesmo se deve tentar contrariar este comportamento com mais agressividade, pois corre o risco de ser mordido da próxima vez.
O meu cão, que pesa 50 kg teve o mesmo problema e consegui resolvê-lo em 1 hora.
Em vez de castigar o cão por ele estar a proteger as suas "coisas", neste caso o osso, tente trocar o osso por algo que ele valorize mais. Ou seja, quando ele tiver o osso na boca e ficar agressivo ofereça-lhe algo em troca que ele goste mais do que o osso, queijo ou frango cozido por exemplo. O que acontece é que ele vai associar a sua aproximação a algo positivo, e assim ganha a sua confiança. Repita este procedimento vezes sem conta e em várias situações até chegar a uma altura em que já não lhe precisa de dar nada em troca pois a sua aproximação equivale a algo bom.
De qualquer forma não me parece que o problema seja só este por isso devia mesmo ir a um profissional.
Obviamente que deverá entrar em contacto com alguém especializado pois pela descrição que você deu há várias coisas que está a fazer mal e precisa de ser aconselhado.
Quando um cão apresenta sinais de resource guarding (guardar os objectos) nunca, mas nunca mesmo se deve tentar contrariar este comportamento com mais agressividade, pois corre o risco de ser mordido da próxima vez.
O meu cão, que pesa 50 kg teve o mesmo problema e consegui resolvê-lo em 1 hora.
Em vez de castigar o cão por ele estar a proteger as suas "coisas", neste caso o osso, tente trocar o osso por algo que ele valorize mais. Ou seja, quando ele tiver o osso na boca e ficar agressivo ofereça-lhe algo em troca que ele goste mais do que o osso, queijo ou frango cozido por exemplo. O que acontece é que ele vai associar a sua aproximação a algo positivo, e assim ganha a sua confiança. Repita este procedimento vezes sem conta e em várias situações até chegar a uma altura em que já não lhe precisa de dar nada em troca pois a sua aproximação equivale a algo bom.
De qualquer forma não me parece que o problema seja só este por isso devia mesmo ir a um profissional.
Não, castrar não resolve absolutamente nada, procure um treinador. E agradeça à Sra. que lhe deu o cão, pela sua honestidade, alegadamente por causa dos vizinhos...
Acho que já percebeu porque é que ela deu o cão... 


Última edição por TheOne em terça jun 03, 2014 9:48 am, editado 1 vez no total.
"Eu sou responsável pelo que digo, não pelo que você entende." - Auto desconhecido
"O maior prazer de uma pessoa inteligente, é fazer de idiota perante um idiota a fazer de inteligente!" - Autor desconhecido
"O maior prazer de uma pessoa inteligente, é fazer de idiota perante um idiota a fazer de inteligente!" - Autor desconhecido
-
- Mensagens: 5
- Registado: terça jun 03, 2014 8:10 am
Pois.. Já lá cheguei. É mesmo estranho pq até ontem, o cão era super simpático e não levantava problema algum.TheOne Escreveu:Não, castrar não resolve absolutamente nada, procure um treinador. E agradeça à Sra. que lhe deu o cão alegadamente por causa dos vizinhos...Acho que já percebeu porque é que ela deu o cão...
Agora, qqlr coisa e já está a a ladrar.
Por exemplo, estava deitado debaixo da mesa da cozinha, e pedi lhe para sair apontando o braço para fora, e falando em tom autoritário. Se até ontem isto chegava, hoje começou me a ladrar e rosnar.
Pelo que descreves, castrar não vai resolver o problema alias, não resolve nada só por si.
Tendo em conta a idade dele, está a entrar numa fase delicada, a adolescência. Se não agires agora, ele vai criar hábitos que se tornam difíceis de reverter.
Tendo em conta o nível de agressividade, fala com um profissional e nunca tentes demove-lo fisicamente, caso contrário podem ser mordidos. No entanto, tenta persuadi-lo com algo positivo, dando comida. E associa uma palavra a esse bom comportamento "Muito bem" ou outra coisa qualquer, nem que seja um som. Assim, com o tempo, sempre que ele ouvir esse som ou palavra, vai saber que fez o comportamento correto e associar a algo positivo.
Nesta fase, utiliza a palavra e a comida juntos. Palavra -> comida.
Tendo em conta a idade dele, está a entrar numa fase delicada, a adolescência. Se não agires agora, ele vai criar hábitos que se tornam difíceis de reverter.
Tendo em conta o nível de agressividade, fala com um profissional e nunca tentes demove-lo fisicamente, caso contrário podem ser mordidos. No entanto, tenta persuadi-lo com algo positivo, dando comida. E associa uma palavra a esse bom comportamento "Muito bem" ou outra coisa qualquer, nem que seja um som. Assim, com o tempo, sempre que ele ouvir esse som ou palavra, vai saber que fez o comportamento correto e associar a algo positivo.
Nesta fase, utiliza a palavra e a comida juntos. Palavra -> comida.
Já agora, tire o lixo do alcance do cão. Meta o caixote dentro de um armário ou uma despensa, sobre um móvel a que ele não chegue, etc.
Quanto menos ocasiões lhe derem de ele ir à procura dos petiscos, melhor.
Quanto menos ocasiões lhe derem de ele ir à procura dos petiscos, melhor.
<p>Olá, eu sou a... Floripes3 que já foi 2. :mrgreen:</p>
<p>''Tome partido. A neutralidade ajuda o opressor, nunca a vítima. O silêncio encoraja o torturador, nunca o torturado'' - Elie Wiesel</p>
<p> "Nas costas dos outros vemos espelhadas as nossas." - Dito popular</p>
<p>''Tome partido. A neutralidade ajuda o opressor, nunca a vítima. O silêncio encoraja o torturador, nunca o torturado'' - Elie Wiesel</p>
<p> "Nas costas dos outros vemos espelhadas as nossas." - Dito popular</p>
-
- Mensagens: 5
- Registado: terça jun 03, 2014 8:10 am
Não.
Já agora, aqui fica uma foto.

Já agora, aqui fica uma foto.

-
- Membro Veterano
- Mensagens: 2089
- Registado: sexta out 08, 2010 3:01 pm
- Localização: O meu anjo da guarda: Bia
O meu traquina: Calvin
A minha princesa: Lolita
Penso que isso não é um Cocker, parece-me mais um Cavalier King Charles...
Procure urgentemente um treinador ou um profissional especializado em comportamento animal. Se quiser posso lhe dar um contacto.
Procure urgentemente um treinador ou um profissional especializado em comportamento animal. Se quiser posso lhe dar um contacto.
"O problema das pessoas é que elas são apenas humanas..."
Calvin
Calvin
Eu sou uma assumida adepta do reforço positivo, mas, admito que na fase de adolescência do cachorro sejamos completamente intolerantes a qualquer demonstração de terem a mania.
Dito isto, não acho aplicável neste caso porque ainda não se estabeleceu uma relação de confiança entre as partes. Não há nenhum elo de ligação a não ser o facto de lhe proporcionar recursos, assim, não me parece viável que o corrija fisicamente, portanto, mude por enquanto a sua estratégia.
Como já lhe disseram, quando lhe quiser tirar o osso ofereça-lhe algo delicioso, como que uma troca.
Não o deve deixar subir para a cama, mas se acontecer, tire-o de lá da mesma forma, ofereça-lhe uma guloseima a cheirar e depois afaste-a fazendo com que ele desça. Aqui pode introduzir o comando “desce”.
Princípios básicos:
Não grite; seja paciente;
Recompense tudo o que quer que ele repita;
Introduza rotinas e horários;
Seja coerente nas decisões, por exemplo: o cão não pode ir para o sofá hoje também não irá amanha excecionalmente por algum motivo;
Comece a treinar obediência, isto ajuda a construir uma relação entre ambos (coisas simples, o senta, o anda cá….) e vai-lhe ensinar a mecânica do: fazes o que eu quero recebes coisas boas;
Brinque muito com ele. Insisto novamente na necessidade de estabelecerem uma relação de afeto e de confiança.
Se tem medo (que é normal) e acha que isto é um pouco areia de mais para si (sem criticar) contacte um profissional.
Castrar até pode tornar o cão mais meigo, mas repare que isto foi o que ele aprendeu, não é por acordar sem os tintins que vai agir de outra forma a não ser que lhe mostre o que pretende
Boa sorte
Dito isto, não acho aplicável neste caso porque ainda não se estabeleceu uma relação de confiança entre as partes. Não há nenhum elo de ligação a não ser o facto de lhe proporcionar recursos, assim, não me parece viável que o corrija fisicamente, portanto, mude por enquanto a sua estratégia.
Como já lhe disseram, quando lhe quiser tirar o osso ofereça-lhe algo delicioso, como que uma troca.
Não o deve deixar subir para a cama, mas se acontecer, tire-o de lá da mesma forma, ofereça-lhe uma guloseima a cheirar e depois afaste-a fazendo com que ele desça. Aqui pode introduzir o comando “desce”.
Princípios básicos:
Não grite; seja paciente;
Recompense tudo o que quer que ele repita;
Introduza rotinas e horários;
Seja coerente nas decisões, por exemplo: o cão não pode ir para o sofá hoje também não irá amanha excecionalmente por algum motivo;
Comece a treinar obediência, isto ajuda a construir uma relação entre ambos (coisas simples, o senta, o anda cá….) e vai-lhe ensinar a mecânica do: fazes o que eu quero recebes coisas boas;
Brinque muito com ele. Insisto novamente na necessidade de estabelecerem uma relação de afeto e de confiança.
Se tem medo (que é normal) e acha que isto é um pouco areia de mais para si (sem criticar) contacte um profissional.
Castrar até pode tornar o cão mais meigo, mas repare que isto foi o que ele aprendeu, não é por acordar sem os tintins que vai agir de outra forma a não ser que lhe mostre o que pretende

Boa sorte
"He is your friend, your partner, your defender, your dog. You are his life, his love, his leader. He will be yours, faithful and true, to the last beat of his heart. You owe it to him to be worthy of such devotion."
-
- Membro Veterano
- Mensagens: 3790
- Registado: quarta mar 17, 2004 2:20 pm
- Localização: 5 cães - 12 gatos
Não faço ideia se é um Cocker ou não, na foto não se percebe bem, mas o comportamento que descreve é a minha já falecida Cocker (dourada) sem tirar nem pôr.
Procure já a ajuda de um bom treinador ou tem pela frente anos e anos de tudo o que descreveu e mais um bocado que ainda que não suspeita.
Procure já a ajuda de um bom treinador ou tem pela frente anos e anos de tudo o que descreveu e mais um bocado que ainda que não suspeita.
a cadela da minha tia era a mesma coisa, alem de comer que nem uma alarve. A fulana vendia-se ao primeiro que lhe aparecesse com um pedaço de pão. Comigo não tinha sortinha nenhuma, levou um reforço positivo bem assente e nunca mais tentou nenhuma «gracinha».WaterMonitor Escreveu:Não faço ideia se é um Cocker ou não, na foto não se percebe bem, mas o comportamento que descreve é a minha já falecida Cocker (dourada) sem tirar nem pôr.
Procure já a ajuda de um bom treinador ou tem pela frente anos e anos de tudo o que descreveu e mais um bocado que ainda que não suspeita.
O ideal será mesmo levar o animal a uma escola de treino, acho que só me chateia mais que o feitio de um husky o de um cocker mal-educado

«None are more hopelessly enslaved than those who falsely believe they are free»