Olá,
Pessoalmente, pelos Beagles que conheço ( por acaso não são muitos), acho que são cães demasiado activos e sonoros para se ter num apartamento. Quem já ouviu um Beagle ladrar saberá exactamente ao que me refiro quando digo que são cães 'sonoros'

. É que esta raça ( embora não seja a única) tem uma forma de ladrar incomum ( um ladrar profundo e de som prolongado semelhante a um uivo), que num apartamento poderá tornar-se ainda mais incomodativo que um ladrar "normal". Sugiro, tal como aqui já foi dito, uma raça mais calma e pachorrenta.
Quanto ao tempo em que o cão está sozinho, é lógico que tantas horas está longe de ser "o ideal", mas se você for uma pessoa disposta a compensar esta ausência com tempo de "qualidade" sempre que estiver com o seu cão, a convivência é possível.
Prepare-se no entanto para a possibilidade de muita confusão e destruição durante a sua ausência e enquanto o animal for jovem. Isto não terá necessariamente de acontecer, e depende da educação mas também (e muito) das características individuais de cada cachorro. Da minha experiência pessoal posso dizer-lhe que o meu primeiro Rottweiler não destruiu absolutamente nada em minha casa ( chegou com 8 semanas), e digo NADA mesmo. Morreu com 10 meses e logo de seguida adquiri outro igualmente com 8 semanas. A mesma raça, a mesma educação e o mesmo acompanhamento...mas desta vez a minha casa em meia dúzia de dias ficou reduzida a um "cenário de guerra"...foi um caos de destruição!!! Felizmente acalmou à medida que crescia e era 'educado', mas ainda me deu muitos trabalhos. Nova cadela ( da mesma raça) passado um ano e pouco e, graças a Deus, também não destruiu nada ( uma coisinhas roidas, mas nada digno de nota). No entanto, a cadela foi criada já na companhia do outro cão e por isso já houve um factor diferente ( o que não se verificou entre os dois primeiros).
Enfim....pense bem se tem possibilidade, e vontade, de se dedicar ao seu cão, educá-lo e acarinhá-lo e deixar que ele faça realmente parte da sua vida. Se assim for, escolha uma raça que lhe agrade e que seja normalmente calma ( prepare-se que mesmo assim pode ter 'surpresas'), e vá em frente.
Quanto à velha questão de "Adopte um rafeiro" ou um "cão abandonado", a escolha é só sua! Recordo que está aqui em causa uma companhia para toda a vida do cão ( que podem ser muitos anos), e por isso o que importa apenas é O QUE VOCÊ QUER E PODE TER..nada mais. Não se deve ter um cão por caridade, por obrigação ou pela emoção de fazer uma "boa acção". Que me desculpem a comparação ( com as devidas ressalvas), mas é como "casar com alguém"!!! Não se casa por piedade ou porque a coitada/coitado não tem ninguém que goste dela/dele e se não formos nós fica sozinha/sozinha para o resto da vida!! Acham que, porque as bonitas/bonitos têm mais possibilidade de arranjar namorado/namorada, devemos todos casar com os menos sortudos?
Cada um decide por si e de acordo com os seus gostos e motivações pessoais. "Em minha casa mando eu", e mesmo que fosse por "vaidade" ou "para mostrar aos outros", se é isso que a pessoa quer, niguém tem nada a ver com isso!
Agora a questão já é diferente se é de rafeiros que eu gosto, se a raça de um cão me é completamente indiferente ou se é um cão adulto/juvenil que eu QUERO MESMO. Neste caso, que se avance para um cão com estas características de acordo com aquilo que é a NOSSA VONTADE E POSSIBILIDADES.
Um abraço
Paulo C.