quarta jun 16, 2004 11:12 am
Aqui estamos em total desacordo. Eu acho que eles são interesseiros. Como disse atrás, o meu Fozzy é acentuadamente interesseiro.
É muito difícil "medirmos" o amor que o cão tem por nós. Tanto em termos de intensidade como em qualidade. A bitola que usamos é o conceito de amor que temos, mas referido aos humanos, que é muito complexo. Ao fazermos a extrapolação, vamos usar dados viciados à partida. Como não podemos meter-nos dentro da cabeça do cão para avaliarmos a intensidade e qualidade dos seus sentimentos, temos que recorrer inevitavelmente àquilo que nós sentimos. E aquilo que sentimos, já por si, é extremamente subjectivo.
Eu defendo que o cão é interesseiro em termos muito grosseiros e empíricos. Eu não percebo nada de psicologia animal. O que tento é juntar algumas ideias e construir um conceito.
E partindo do princípio de que o amor do cão não é puro, isto é, deriva de um conjunto de factores como a dependência e outros que eu não sei classificar, admito perfeitamente que um desses factores seja um qualquer interesse momentâneo por qualquer coisa ligada a uma satisfação biológica ou emocional. Por exemplo, ele mostra-se todo dengoso na expectativa de o levar à rua, mas se vir que não é bem sucedido, manda-me à fava e vai namorar o meu filho.
É que, não nos esqueçamos que a avaliação que nós fazemos do amor, seja referido às pessoas ou aos cães, é através dos sinais exteriores.
Mas independentemente de o amor do cão ser ou não interesseiro, o que o distingue do sentimento humano é a fidelidade. E isso fascina-nos e desconcerta-nos. O sentimento amor nos humanos assim tão forte e eterno, só mesmo idealizado. Por muito que não o queiramos admitir.
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