Criadores de vão de escada

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

Pedrosarmento
Membro Júnior
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segunda nov 18, 2002 9:51 pm

Obrigado Vasco pelo insitamento, e vejo que és uma pessoa consciente.

Sabes que um dia destes uma pessoa ligou-me para comprar um Labrador e ficou todo irritado porque eu lhe disse que não poderia dar-lhe um papel escrito em como o cachorro não viria a ter Displasia da anca, e argumentou que outros criadores o fazem, pondo num papel uma garantia de um ano em como o cachorro não terá displasia.

Ora segundo aquilo que aprendi, antes do ano de idade, dificilmente se poderá saber se um cachorro tem ou não displasia, e corrige-me se estou errado. Por outro lado não é a olho nu que se vê isso, é necessário anestesia geral e radigrafias para tal.

Por outro lado, a displasia não tem só a ver com os pais, mas sim poderá ser herdado de gerações anteriores, correcto??

Mais ainda, aliado à "herança" dependendo do exercicio fisico, alimentação e trato que esse cachorro terá nesse 1º ano, a doença poderá também aparecer ou não.

Ora eu disse-lhe que podia apenas comprovar que os felizes papás estão de facto isentos de Displasia da Anca, mas ele continuou a argumentar com os papeis escritos de outros criadores.

Sendo assim pergunto eu: Se só ao ano de idade e mediante exames carissimos que pouca gente faz se pode saber se existe ou não a doença, não será ridiculo oferecer uma garantia escrita de um ano contra a Displasia???

Isto pergunto eu que como já referi, embora tenha lido e aprendido, tou sempre a aprender, e fico satisfeito quando me ensinam mais qualquer coisa.

Será que não deveriamos exigir aos pediatras dos nossos filhos que nos ponham por escrito que pelo menos até aos 15 anos não terão DOença de Alzaimer??? Lololol

Um abraço

Pedro




[ Olá Pedro, a quantidade não faz qualidade. Eu tenho actualmente 56 GD ( Nasceram 2 ninhadas :P ) e não me considero melhor que um criador com 4 ou 5 cães.

Acho que a meta de todos nós é oferecer qualidade, informação,honestidade a quem deseja um cão e bem estar aos nossoa animais, o resto vem com isso.

continuação de bom trabalho]
gary
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segunda nov 18, 2002 11:39 pm

[quote=dicas]
Caro Gary

Todas as actuais características de robustez, inteligência, independência, variação, variedade e todas as outras que são reconhecidas nos vira-latas legítimos.

Olá amigo Dicas

Vamos a ver srds são como vulgarmente apelidamos a rafeirada , sinceramente não vejo pelo facto de o serem sejam mais inteligentes e robustos que os de raça . Não sei quais os padrões para podermos falar de uma herança genética ( matéria aliás de quel não sou muito entendido) como não há um apuramento de srds não sabemos qual a origem ou que raças estão na origem dos srds , logo temos srds inteligentíssimos e outros burros que nem portas, há os ultra- frágeis e os todo- terreno uns independentes outros dependentes . Vira-latas legítimos deprendo que se está a referir ao rafeiro da rua, ao vadio, aí sim concordo, os que já nasceram na rua e ao fim de algumas gerações são cães robustos e espertos não necessariamente inteligentes mas com elevedo sentido de sobrevivência.

O apuramento das raças, em detrimento do produto "variado" não costuma levar a muito bons resultados.

Compreendo o que quer dizer e estou de acordo, mas não em relação aos cães, existem milhares de exemplares de cada raça pertencendo a grupos de familias distintas não corremos por isso o risco de os cães de raça ficarem imbecis ou terem outros sintomas próprios das famílias reais de antigamente .

Até um conhecido biólogo de bigodinho fez umas experiências com uma raça, que ele e os seus ideólogos consideravam como a raça pura, e embora felizmente não tivesse tido tempo de levar as experiências muito longe, os resultados foram desanimadores.

O que o homenzinho do bigode ridiculo fez, não foi apurar uma raça (termo abjecto para a raça humana) mas sim o exterminio de milhões de pessoas e escravizando outras tantas, já para não falar de outras coisas.

O "apuramento" de raças tem prós e contras, como todo o extremismo. Procuram-se e reforçam-se algumas características em detrimento de outras, e apesar da defesa acérrima que os donos costumam fazer das suas raças, o produto que a natureza aperfeiçoou é sempre o mais equilibrado.

Também estou de acordo mas não em relação aos cães, já que os srds não são um produto da Natureza mas do Homem.

Para que fique claro não tenho nada, mas mesmo nada contra a rafeirada, são simpáticos prestam um valioso serviço social, mas também nada tenho a favor . Agora que há uma tedência para que desapareçam há, basta que deixemos de ser um país do 3º Mundo .
E como a SeaLords escreveu rápidamente se fazem srds.
Um abraço
SandraM
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terça nov 19, 2002 12:06 am

ninjamotard Escreveu: A primeira cadela que eu tive foi numa porcaria dessas. O meu pai ofereceu-ma, e 3 dias depois morreu,estava cheia de lombrigas. A mulher tinha 3 cadelas e respectivas ninhadas numa mota de caixa. Sei que foi feita uma queixa, mas não sei mais nada.
E sabe porque é que essa mulher continua a procriar?!
Porque continuam a existir pessoas que compram...
FAbarm
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terça nov 19, 2002 1:35 am

Porque os cachorros são "bons" e baratos... os criadores é que são um chulos!

Tiago
A forma é a imagem plástica da função
SeaLords
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terça nov 19, 2002 9:28 am

Última edição por SeaLords em quinta dez 11, 2008 1:46 pm, editado 1 vez no total.
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CMNogueira
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quinta nov 21, 2002 1:24 am

Viva,

O texto abaixo, já estava escrito à uma série de dias, mas só hoje e a estas horas é que o consegui colocar. Peço desculpa, mas não li todos os posts. Avaliar pelos os últimos, já percebi que não trago muito de novo à discussão. Contudo, aqui fica a minha divagação sobre a questão do VascoV.:

Já conheci e vou conhecendo alguns criadores de “vão de escada”. São pessoas que por “graça” ou por dinheiro, colocam-se a reproduzir cães sem qualquer critério. Estes são os principais responsáveis pela proliferação de cães de forma desmedida e com as consequências que conhecemos:

• Problemas de saude / temperamento
• Desvios ao Estalão das raças
• Entrega de cães sem qualquer selecção
• Concorrencia desleal

Não considero um criador de vão de escada, uma pessoa que cria pontualmente, desde que cumpra com aquilo que lhe é exigido. Talvez este cenário fosse o aconselhável. Quantidade não é qualidade.

Será que não seria possivel criar uma licença de criação? Esta seria passada pelo C.P.C. A obtenção da mesma obrigava o candidato a criador, a ter o reconhecimento (por escrito) da sua primeira ninhada por um criador mais antigo. Entenda-se como reconhecimento a supervisão e aconselhamento do beneficiamento.

--- Actualizado em função de algumas opiniões sobre esta questão –
Quando um criador é sério e sabe aquilo que faz, não tem medo da concorrência. Possivelmente, tentará até estabelecer elos de ligação para o futuro.
---

Quem não possuisse a referida licença, não poderia criar.

O proprietário final, deveria ser obrigado, juntamente com a restante documentação, a ter a identificação do criador (afixo). Esta medida, colocaria a reponsabilidade sobre o dono do cão, caso este comprasse a um criador que não cumprisse com as normas exigidas.

Penso que os polícias deveriam na rua, começar a solicitar aos donos, a documentação dos seus cães. Quanto mais complicação (no bom sentido) houvesse, proprietários e criadores mais levianos, teriam tendencia a desistir.

Para se ser sócio de um clube ou associação, normalmente é exigido, que se seja proposto por um sócio mais antigo. Porque é que não se adopta uma medida semelhante em relação à criação?...

Um aparte:

Não é propriamente uma crítica, mas faz-me um pouco confusão a forma fria com que alguns criadores vendem e compram cães. Isto é: Um cão com bom curriculum está sujeito (dependendo do proprietário) a ser vendido mediante uma boa oferta. O mesmo se aplica, quando compram fêmeas adultas apenas para serem utilizadas como reprodutoras. O único elo de “ligação” que existe, é o interesse comercial.

Pessoalmente, gostava que fosse possível os criadores terem um número limitado de cães para reprodução. Não só poderiam dar-lhes mais atenção, bem como não havia “produção” em catadupa.
dicas
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quinta nov 21, 2002 2:26 pm

Amigo Gary

Só agora vi a mensagem, parece que no geral estamos de acordo, se partirmos do princípio correto que me refiro aos que nasceram na rua.

Pode parecer-lhe estranho, mas só tive noção de cães de raça por volta dos meus quinze anos, conheci até aí centenas de cães que cruzavam a seu bel-prazer (nas ruas, para gáudio dos "voyeurs") e que eram todos eles aceites pela comunidade humana. Havia sempre uma tigela com comida e uma vasilha de água e os cães tinham dono mas ninguém ligava muito a isso, lembro-me do "Miúdo" um vira-lata cem por cento, que "prestava serviço" num barco de pesca, e que pretensamente era o cão do meu tio, mas que de vez em quando se lembrava a ir passar uma noite lá a casa. Os que adoeciam, morriam porque o veterinário lá do burgo (só havia um) tinha a sua principal actividade no matadouro e no controlo da qualidade do leite, além de medicar o gado, e não tinha tempo para "cãezinhos" (as palavras eram dele, e olhe que era um fulano impecável)

Isto não tem nada a ver com a cidade grande, tem a ver com uma cidade pequena de gente pobre. A realidade por aqui é completamente diferente. Tudo isto pode parecer completamente bárbaro, mas era a realidade desta terrinha nos anos cinquenta. E se pensar bem, pelo menos cá pelo país, tem a ver com 99,99% do nosso tempo de convivência com cães.

Quanto às variedades, havia os "simpáticos" e os "antipáticos" e uma variedade muito importante "os que mordiam" e "os que não mordiam". Poucos mordiam, porque "mordes - não levas comida".

Todos eles tinham umas características em comum: espírito de sobrevivência e de independência, e uma saúde de ferro, além de uma inteligência aguçada pela necessidade, que hoje não vejo muito!

Bem , este arrazoado todo é só para lhe dar a conhecer qual a minha postura perante os cães, continuo a gostar dos simpáticos e a não gostar dos antipáticos, mais dos mais "bonitos" e menos "dos mais feios" e positivamente não gosto dos que mordem, a mim ou seja a quem for! Quanto às raças, pessoalmente estou-me nas tintas...

Agora, que em nome de um progresso que não entendo, se faça desaparecer (ou se deixe desaparecer) um conjunto de animais porque não estão de acordo com as nossas preferências e escolhas, aí é que já não estou de acordo, nem pouco mais ou menos. Consiste em sermos capazes de dizer estes são bons, estes são maus e não prestam, e creio que não temos moralmente o direito de o fazer. Também consiste em entregar o futuro da raça canina aos criadores (o jardim de que falei atrás)

Ao reler isto, parece-me um manifesto...................., mas como é natural, tudo isto tem a ver com a minha opinião, que vale tanto como a de qualquer outro!

Até que ponto estes cães eram produto do homem não vejo muito bem...

A afirmação inicial do Nel, atribuido à Sealords refere-se aos países nórdicos. Mas temos muito pouco em comum com eles, donde não há perigo. Aliás essa idéia peregrina tinha mais hipóteses de vir de fulanos com sangue frio.

Quanto ao nosso amigo do bigode, há aqui um desconhecimento histórico. Não me estava a referir ao holocausto, mas sim a experiências ou antes cruzamentos preferenciais tendentes a melhorar a raça ariana. Feito com jovens arianos loiros, de ambos os sexos. Não deu o resultado pretendido. Parece que havia realmente poucos puros!

E essa de se FAZEREM srd's ou seja que espécie ou variedade animal for, parece-me uma idéia digna de Victor Frankenstein.

Um abraço

JoseLuis
nel
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quinta nov 21, 2002 6:09 pm

Meu caro dicas

Li atentamente a sua última mensagem e foi como se estivesse a ver um retrato fiel do tempo que passei na minha aldeia, onde nasci, perto de Viseu.
Eu também não tinha muito bem a noção do que era um cão de raça ou por que motivo uns eram de raça e outros não... Nem isso me preocupava. Lá na aldeia não existia nenhum e os que havia viviam por lá tal como muito bem descreveu. Digo-lhe mais, a sua descrição é deliciosa e muito ternurenta.

Também se passa outra situação que já agora refiro à margem. Na província as pessoas têm uma relação com os cães completamente diferente das da cidade, especialmente das grandes cidades. O cão serve para guarda ou para a caça. Ponto final. Cão de companhia é um conceito que não faz sentido. Estou a referir-me há umas dezenas de anos atrás, mas esta cultura (é mesmo de cultura no sentido lato que se trata) ainda se mantém em muitas pessoas. Por exemplo, o cão não entra dentro de casa. Nunca mesmo. Fica de noite na casota no quintal e de dia ou anda solto, à vontade, ou o mais normal é andar pelo quintal, que é um espaço que praticamente não existe na cidade.
Outras exigências que não correspondam àquelas características (guarda e/ou caça) praticamente não existem. Normalmente, como referiu, os cães são resistentes, espertos e muitos exemplares são mesmo belos. Cães de raça (de companhia), para quê?

Ao fazer esta oposição campo/cidade não estou a depreciar ou enaltecer uma ou outra. São culturas efectivamente diferentes.
Estou plenamente convencido de que o cão-de-raça é um produto do meio, neste caso, da cidade. Aqui foram-se desenvolvendo mecanismos de diversa ordem no sentido de "cultivar" o gosto pelo cão de raça.
Sociedade mais evoluída por isso? Não propriamente, mas diferente, sim.
dicas Escreveu:
A afirmação inicial do Nel, atribuido à Sealords refere-se aos países nórdicos. Mas temos muito pouco em comum com eles, donde não há perigo. Aliás essa idéia peregrina tinha mais hipóteses de vir de fulanos com sangue frio.
Ora aqui também existe uma oposição de culturas latina/nórdica.
Contudo, e este é o único aspecto em que não concordo com o dicas, não se trata apenas de serem culturas diferentes. São níveis de civismo completamente distintos. Não estou a imaginar em qualquer país do norte da Europa (nem é necessário ir tão longe) os cães andarem a vaguear pela rua a cruzarem-se a seu bel prazer.
Como já tive ocasião de referir atrás, a selecção natural foi deixando de existir lenta e tranquilamente e hoje não fará muito sentido cruzarem os cães de qualquer maneira.
Em Portugal, estou plenamente convencido disso, a tendência também é essa.
Esta é a minha opinião, mas repare, eu nem percebo muito disto...
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anjaazul
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quinta nov 21, 2002 8:49 pm

isto sempre há gente com ideias peregrinas... há tempos, encontrei no vet um senhor que trazia um monte de cachorros muito gordinhos. perguntei-lhe de que raça eram ao que ele respondeu - rafeiros. perguntei-lhe a seguir porque não esterelizava a cadela uma vez que por stas bandas, o que não falta são animais abandonados e mal tratados. a resposta veio logo a seguir - é porque estão sempre a render :o :o :o :o
anjaazul
dicas
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quinta nov 21, 2002 8:53 pm

Às veze é bom ter nascido há muito tempo, pelo menos temos memórias que já não se usam, e ao fim e ao cabo foi bom viver esses anos. Gostei da sua intervenção, tem-me sido difícil fazer compreender ao pessoal da cidade que as relações homem/cão só há muito pouco tempo é que são como eles as conhecem, e acho que conseguiu isso perfeitamente.

De resto, melhores tempos, piores tempos? Eram piores, certamente, havia fome e a sêde do consumismo parava em ter algo para encher a barriga e tapar o frio. Mas também tinham a sua poesia!

E vivam os que nasceram há mais anos (não se leia velhos, porque é coisa que não sou), e vivam os cães e as aldeias e as cidades pobres e todas as nossas memórias.

Quanto aos cães andarem à solta e cruzarem-se à vontade, felizmente não desaparecerá no nosso tempo. Estamos em Portugal, carago (carago, não, carago!!)

E um grande abraço

JoseLuis
nel
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quinta nov 21, 2002 10:30 pm

Caro José Luis

Eu não sei se isto é da idade (carago, também não sou assim tão velho, ainda só tenho sessenta e quatro) mas ao ler a sua mensagem, sabe que me vieram as lágrimas aos olhos?

Afinal temos muitas afinidades. Ainda bem...
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anjaazul
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quinta nov 21, 2002 10:48 pm

eu também vivo numa aldeia, embora haja quem insista em chamar-lhe cidade.
as tradições de que falam, quanto a mim deixam marcam nada animadoras para o bem estar dos animais. é por haver quem não lhes passe pela cabeça que um animal pode ser cão de companhia, que os meus vizinhos, por exemplo, têm o deles preso, sem abrigo quer chova, faça frio ou sol. para eles, as denúncias que tenho feito sobre a situação do cão só podem ser fruto da minha ociosidade. o cão está muito bem assim.tenho um colega que não é nenhum "carroceiro" e também acha que os gatos não são para estarem em casa.

portanto, dar boa comida aos meus rafeirotes, levá-los a passear e ainda por cima, pô-los na escola, só pode ser sinal de loucura. isto é o que pensa muito boa gente que eu conheço, nomeadamente em lisboa.

eu estou-me nas tintas para as "raças", mas não estou para o modo como tratam os animais. esse tratamento tem muito a ver com a tal cultura... tradicional.
anjaazul
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sexta nov 22, 2002 12:03 am

anjaazul, eu não disse que a cachorrinha era uma porcaria dessas, disse que foi [u]NUMA porcaria [/u]dessas. Embora tenha tido a bichinha durante muito pouco tempo, adorei-a, e continuo a gostar dela, e a lembrar-me dela.Foi a minha 1ª cadela, depois de ter passado cerca de 10 anos da minha vida a pedir um cão. Nunca me referiria a um cão, seja ele qual for,nem a qualquer animal por porcaria. E ela morreu mesmo de lombrigas. Ela foi desparazitada (quando foi para ao pé de nós, pois durante a gestação a sua mãe não devia ter tido nenhum tipo de tratamento), mas já foi tarde. Fico muito feliz por a sua gata ter-se salvado, no entanto, a miha bichinha não teve a mesma sorte, infelizmente. E a cadelita por acaso até nem foi uma pechincha, pois não era de raça, e foi mais cara que a minha cadela (caniche). Se quisesse ter um cachorro rafeirito de borla, não me faltavam!! Só que não fui eu que fui comprar a cadela, foi o meu pai, e não tem culpa de não ter ido ao sítio ideal, pois se soubesse, logicamente que não teria ido! É que, infelizmente, nem toda a gente é perfeita! SandraM, segundo me foi informado, a mulher levou uma data de queixas, e em principio deveria ser punida. Só que não sei de mais nada, pois foi ha muito tempo (cerca de 8 anos).[/quote]
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sexta nov 22, 2002 12:17 am

Anja

Não falávamos de tradições, apenas de experiência de tempos diferentes, que, por acaso se passaram há alguns anos. Acredite que os animais não eram mais maltratados do que hoje, e o facto de não haver a noção de cão de companhia devia-se ao facto de ser um contrasenso, porque de companhia eram eles, assim como de trabalho,dado que viviam ao lado das pessoas mais intensamente do que hoje. A luta era comum. E creia-me também que as pessoas os amavam. À sua maneira, mas amavam! Não conheci ninguém nessa altura que abandonasse um cão. Tirava-se da boca para os animais não passarem fome, e nessa altura comiam o mesmo que nós, às vezes restos, outras da panela! A vida era mais difícil para toda a gente assim como para os animais, porque todos tinham de lutar.

Quanto a idiotas, cretinos, egoístas etc. isso tem sido uma constante ao longo dos séculos, não se deve a nenhuma tradição!

Eu não quero transformar isto nem "nos bons velhos tempos" que não eram, nem num vale de lágrimas do passado, e muito menos numa lamechice. O que eu e o Nel recordámos foram tempos diferentes nos quais foi bom viver, espero de todo o coração que posssa manifestar a mesma saudade sincera pelo seu tempo. Também espero que o pessoal mais novo tenha entendido que a vida ERA mesmo diferente!

E demonstrar amor pelos animais, melhora um pouco estes tempos de hoje, pelo que bem-haja!




Nel

Tenho cinquenta e nove (mas estou muito bem conservado!!!!!!) e gosto do que vivi mas também gosto do que vivo, e tal como você também luto para melhorar estes tempos. Portanto, à nossa!! E à dos nossos cães!! E velhos são os trapos!!!


Um abraço

JoseLuis
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sexta nov 22, 2002 5:02 pm

Se ainda formos a ver em certas vilas e aldeias, ainda se passa isso! Costumo passar os fins de semana e férias numa vila perto de Torres Vedras, e compreendo perfeitamente a maneira de tratamento nos 2 locais (vila, cidade). Nessa vila, ha alguns cães de raça, e ha muitos rafeiritos. Dantes revoltava-me muito (e ainda me revolto um pouco,embora tente percebelos). Os cães estão presos nos terrenos, são de guarda, e (isso é que eu não concordo mesmo, mas pronto) passam a vida toda lá, e eu acredito que nem são soltos. Isso é verdade, conheço pessoas assim. Os caçadores tém lá os seus cães, (acho que também servem para guarda) e entram em casa? E tém belos canis?? Não! Uma barraquinha lá fora, e pronto. Visto assim, até é revoltante, e nos nossos dias acho um pouco "primitivo", só que é mesmo assim! Antigamente os cães eram assim, ou prestavam um serviço, ou pronto! As pessoas não tinham dinheiro para comer, e esforçavam-se muito para dar aos animais, por isso, não podia haver bichinhos "inúteis". Por exemplo, nem lhes cabe na cabeça ter a minha cadela a dormir comigo, comer do melhor, etc.! Ela não é de guarda, não é de caça...
No entanto uma coisa que me admira muito, é, como num sitio com tantos cães, os únicos que se vém abandonados são de turistas estúpidos e anormais que ao passarem, deixam-nos. Cá em lisboa, no entanto, temos tanto cuidado com os bichinhos, tratamos-os tão bem, e é o sitio (dos que eu conheço, claro) que tem mais cães abandonados. Por isso deixei também de criticar muito quem os tem como sempre se teve, se por cá os abandonam, e se escondem as más condições, porque um cão lá tem más condições porque não ha melhores, cá, é por vingnça, sadismo, e nem sei... inexplicável...
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