Boa noite a todos e um olá particular para a Tucha!
Pois Tucha, em princípio só terei de ir à SPAD com a Pantera novamente em Dezembro quando for o dia da cirurgia. Isto, claro, se o despiste da filária der negativo e se as feridas continuarem a cicatrizar convenientemente.
Mas infelizmente ainda hoje de manhã regressei à SPAD e por motivos muito perturbadores. Ia eu muito rabugenta às 8h40 da manhã para o meu emprego (que é no Porto Moniz), quando, uns metros mais à frente da saída do túnel da Encumeada, no Rosário, em São Vicente, me deparo com um cão deitado na estrada, a tentar desesperadamente por-se de pé. Comecei a pedir a Deus em voz alta para parar com esta história de só por no meu caminho animais em maus lençóis

e paro um pouco mais à frente. Aproximei-me dele. Era adulto, mas de pequena estatura. Estava em completo estado de choque, todo molhado e a tremer imenso, sempre a tentar por-se de pé. Meia atarantada, decidi pegar nele e levá-lo ao quartel dos bombeiros municipais de São Vicente e pedir-lhes que o levassem à SPAD (como já vi os bombeiros do Funchal fazerem), pois eu tinha que estar no trabalho às 9h00. Infelizmente e quase com um ar de gozo, o chefe dos bombeiro de serviço recusou-se a fazer o que eu pedi, argumentando a falta de uma viatura própria para essas situações. Caramba! Não era preciso levar o animal numa ambulância, um simples carro onde fosse bem acondicionado bastaria... Mas faltava a boa vontade, que pelos vistos deve dormir até tarde... Enfim, aquilo estava a deixar-me nervosa e nada bem disposta. Acabei por decidir ser eu própria a levá-lo lá. Costuma-se dizer que quando se quer uma coisa bem feita é melhor sermos nós próprios a fazê-la... Telefonei a avisar que iria chegar tarde e qual o motivo e lá regressei ao Funchal desde São Vicente (para quem não conhece a Madeira, fica a sensivelmente 35 minutos do Funchal).
Assim que lá cheguei, depositei o cãozinho que se fartou de babar durante todo o percurso, assinei todos os papéis que se assinam nestas situações deixei o meu contacto telefónico, para o caso de ser preciso, e regressei ao Porto Moniz, pois sabia que ele estava bem entregue. Apesar de a senhora que ajuda nas consultas me dizer logo que ele não estava nada bem...
Mais tarde, por volta das 15h00, liguei para a SPAD a querer saber como estaria. A rapariga da recepção reconheceu a história (o que é notável, pois todos os dias devem aparecer n+1 casos parecidos) e disse-me que o cão não tinha sido atropelado, ao contrário do que eu pensava! Surpreendeu-me bastante! "Foi envenenado?", perguntei eu, pois infelizmente é um mau hábito muito enraízado na Madeira (já perdi duas cadelas dessa maneira, uma delas quando eu tinha 6 anos - que desgosto!). Mas não tinha sido envenenado não. Fiquei sem alternativas. Afinal de contas, o débil animal já se encontrava num estado muito avançado de esgana. Segundo a moça, a recuperação era muito pouco provável e para evitar o contágio com os outros cães internados em tratamento, foi abatido.
É pena. Espero amanhã encontrar pelo caminho um céu azul e um arco-íris carregado no céu. Depois disto, bem preciso de começar o dia com beleza e coisas boas, para não ter que me zangar com o mundo.
Fiquem bem.
Licínia
P.S. - Quanto aos gatões da SPAD, ainda não tive oportunidade de os visitar, mas ficam o Tico e o Teco a matutar na ideia... pode ser que da próxima vez que lá vá a Pantera me queira ajudar a escolher um deles!