segunda abr 03, 2006 4:01 pm
Nebulosa tocou numa verdade que parece que todos querem esquecer, quem criou os mitos sobre os poderes do pit bull foram criadores da raça, inicialmente nos EUA e Europa, que começaram a aparecer fora do meio das rinhas, como forma de publicitarem o cão para atrair possíveis compradores. Foi a mordida de 1,5 toneladas de pressão, foi o mito de o pit bull ser insensível à dor, de ser uma máquina indestrutível capaz de matar para proteger seu dono, de ser um verdadeiro demónio enquanto guarda de uma propriedade, e a juntar a isto vem logo a seguir a comunicação social que quando vê potencial num assunto ainda o ajuda a adoçar.
Agora anda aí uma raça que está a começar a ser divulgada, o “bully kuta”, e há um senhor em Inglaterra que parece muito interessado em divulgá-la(vendê-la) , tem uma página na net que com uma pequena pesquisa se encontra, se poderem vejam o discurso deste criador, e percebem como a fama do pit começou, é que esta estratégia de marketing já deu provas com outras raças, quem não se lembra do doberman, o melhor e mais feroz guarda do mundo nos anos 80, valeu-lhe a alcunha de cão do demónio entre outros mitos, entretanto surgiu o rott na moda, e ouvia-se da boca de idiotas que aquilo é que era um cão, dava cabo de um doberman em segundos, tudo isto ajudava a vender a raça, e para muitos criadores era ouro sobre azul. A coisa só começou a ficar feia e a preocupar esses ditos criadores quando começaram a ver leis específicas para as suas raças, e aí a estratégia de publicidade deixou de ser boa.
Agora vamos falar daqueles criadores à antiga, os dogman, rinheiros, mas não os gangster que se vê pela rua com os seus cãezitos, e que os deixa pegarem-se apenas para se afirmarem, vamos falar de rinheiros que criaram linhas de sangue que se tornaram lendárias, e vou falar neles mas antes quero dizer que sou contra lutas de cães, apenas não quero negar o passado da raça, nem esquecer o que se pode aprender com estes senhores. Os dogmam sempre, e ainda hoje tal acontece, criaram seus cães tendo por base o gameness, e as lutas de cães eram a forma de testarem e escolher reprodutores, estes indivíduos sempre defenderam que um bom pit bull é dócil, que é seguro de si, que não serve para guarda, aliás que com pessoas até é um grande bananão, sempre tentaram chamar a atenção das pessoas que treinos para puxar agressividade, e pior que envolvam mal tratar o pit bull, são contraproducentes para um cão de lutas, como é lógico o cão deverá apresentar-se na melhor forma física e psicológica possível e não magoado ou estoirado, aliás até costumam dizer que um cão destes nasce não se faz. E é completamente errado atribuir a estes indivíduos a culpa da notoriedade do pit bull, porque para eles o pit bull deveria continuar no meio fechado dos dogman e a criação feita por eles era para si próprios e para as pessoas do meio em que se movimentavam, não havendo necessidade de criar mitos para vender o pit bull.
Para quem quiser conhecer um pouco do mundo dos dogman, uma pessoa que tem publicações sobre o assunto é Richard F. Stratton.
Felizmente hoje em dia inventaram-se uma série de desportos para o pit bull, que permitem continuar a criar pit bulls atletas, ágeis, fortes e com uma determinação fora do normal, sem ter que recorrer às lutas, ou seja tenta-se recuperar a raça de um ponto de vista morfológico, e de imagem social, em suma tenta-se reparar os estragos feitos pelos criadores de vão de escada, e evoluir das condenáveis rinhas para os aceitáveis desportos radicais…