Desde há uns largos anitos para cá tenho este habito de gostar de cães. Enfim, coisas. O meu primeiro cão foi um rafeirote que me foi dado.
Desde aí, e visto que tenho algum espaço para cães, a minha familia foi-se dedicando a recolher cães abandonados, grandes e pequenos, jovens e menos jovens, saudaveis ou não, enfim. De tudo um pouco. Neste momento tenho 8, em que uma é Dalmata, os/as outros/as são rafeiros do mais puro que há.
Mas a cadela que gostaria de falar infelizmente já não está comigo. Certo dia os meus pais regressavam a casa, e ao passar numa zona da estrada junto a uma lixeira depararam com uma cão, ou o que em tempos tinha sido um cão, despojado e a arrastar-se na berma da estrada. Pararam o carro, pegaram na cadela (afinal era uma cadela dálmata) e decidiram leva-la a um vet, nem que fosse para lhe dar um fim mais ... digno.
Após exame à desgraçada, o vet disse que a cadela tinha feito esgana, que tinha a parte motora das patas de trás afectada, mas que fora isso, fome e sede, ainda tinha uns anitos de vida, dado já ser velhota ... pelo que perguntou que não a queriam levar para casa. E assim foi. A bichinha viveu conosco 3 anitos. Cerca de 4 meses após ter ido para nossa casa, já se punha de pé e cresceu-lhe o pelo. 1 anos depois já andava. Trôpega, mas andava. Um ano e meio depois, já corria... Inteligência era coisa que aquela cadela tinha, não é facil habituar um cão já com idade avançada a novos hábitos, costumes, etc ... mas ela habituou-se e de que maneira. Era uma cadela simplesmente fantástica. E assim vivi 3 anos fantásticos na companhia daquela que considero ainda a cadela que mais me marcou na minha vida. E já passaram bastantes cães/cadelas pela minha memória. Acho que como nos Homens, também em relação aos cães/cadelas se poderá dizer que há sempre um grande amor, e um só. Esta foi o meu. Como sinto a tua falta.
Mike
