terça mar 18, 2003 11:10 am
fonte: público
Sony mostrou o novo Aibo em conferência no Instituto Superior Técnico
O dono carrega no "play" do pequeno sistema de som e faz ecoar pelo auditório um tema dos Abba. O "cachorro", que até então estava tranquilo, começa a movimentar-se ao som da música, levanta as "patas", e, para mostrar como está realmente satisfeito, até diz para a audiência: "Let's dance". A gargalhada é geral no centro de congressos do Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa. Não foi preciso mais do que alguns minutos para que os alunos do IST se rendessem ao divertido Aibo, o "fiel amigo" criado pela Sony, um robô de estimação capaz de aprender e de brincar.
O novo Aibo foi a estrela de uma das diversas conferências dedicadas à informática e às tecnologias que o IST promoveu na passada semana. O "cão-robô" foi lançado em 1999 mas, desde então, a Sony tem desenvolvido novo "software" capaz de o fazer executar outras tarefas - "software" esse facilmente instalável através de cartões de memória do tipo Memory Stick.
O Aibo está, portanto, mais "inteligente". É capaz de dançar - o "software" responsável por esta tarefa estará disponível brevemente -, reconhece o dono e até lhe pode ler as mensagens de correio electrónico se estas estiverem em inglês.
Martin Liener, da Sony Entertainment Robot Europe, entrou no auditório do IST com o Aibo ao colo e, tal como faria o treinador de um cão de carne e osso, mostrou todas as peripécias que este é capaz de fazer. O bicho - ou, melhor, a máquina - começou por dançar, depois percorreu o palco sobre uma espécie de "skate" de quatro rodas e até tirou uma fotografia ao dono. O Aibo tem uma câmara instalada na ponta do "nariz" e bastou Martin Liener dizer-lhe para tirar uma fotografia para que o pequeno robô lhe obedecesse. A imagem ficou gravada no cartão de memória, podendo depois ser transferida para o computador.
Por vezes, o Aibo é também um pouco "caprichoso" e demora a executar as tarefas pretendidas. Quando Martin Liener lhe pediu para ler o E-mail, o "bicho" lá lhe respondeu que tinha uma nova mensagem mas "recusou-se" a lê-la. Em vez disso, deitou-se refasteladamente e "adormeceu". À segunda tentativa, o Aibo já se mostrou mais obediente e leu, num inglês perfeito, as novas mensagens de E-mail enviadas para o dono.
Para o Aibo conseguir aceder ao correio electrónico, necessita de ter instalada uma placa de rede sem fios (WiFi) - implicando que, no espaço por onde o robô se movimenta, exista uma rede deste tipo (baseada na norma 802.11b). Graças ao programa Aibo Messenger, este cachorro virtual consegue ler (ou seja, vocalizar) as mensagens de forma muito perceptível.
Mas o Aibo dispõe também de recursos para reconhecer a cara do dono e a sua voz. Primeiro, o robô pede-lhe que se apresente, com um nome que não deve demorar mais do que dois segundos a dizer. Depois, para confirmar o reconhecimento da voz, o Aibo pede ainda ao dono que conte até cinco.
O "cão" passa então à confirmação da identidade através do reconhecimento da cara. Para isso, o Aibo pede ao interlocutor que se coloque frente à câmara - a tal que tem instalada no "nariz" - durante alguns segundos. O Aibo passa então a saber com quem é que está a brincar ou de quem é que está a receber ordens. Aliás, este pequeno robô é capaz de interpretar 75 diferentes comandos de voz.
Tal como qualquer cão real, o Aibo adora brincar com bolas. A sua bola é cor-de-rosa mas, como o robô não é muito rigoroso a identificar as cores, poderá confundir-se se, no espaço em que se encontra, existirem diversos objectos em tons de rosa ou vermelho. Na demonstração realizada no IST, Martin Liener não conseguiu que o seu Aibo brincasse com a bola, pois este estava rodeado de cadeiras vermelhas e não sabia para que lado se virar. Quando perguntaram a Liener como seria tentar brincar com o Aibo numa casa com chão vermelho, o responsável da Sony respondeu, em jeito de brincadeira: "Nesse caso, o melhor é trocar de casa".
O Aibo pesa quilo e meio, custa aproximadamente 1500 euros e está disponível em três diferentes cores: dourado, prateado ou preto. Com um processador de 64 bits e 32 MB de memória, o robô possui grande mobilidade na cabeça e nas patas mas também na cauda, na boca e nas orelhas. Os sons são gravados pelo Aibo graças a um microfone embutido, as pequenas colunas integradas permitem ouvir os sons e as palavras emitidas pelo robô, e diversos sensores na cabeça, no dorso e nas patas permitem ao Aibo reagir, por exemplo, às festas do dono."