eu até já chorei ao ler as vossas histórias dos vossos Amigos.
Eu tb sempre convivi com animais, principalmente quando ia p/casa da minha avó no Alentejo. O mau avô tinha um cão que era o Fadista, e sempre que chegavámos o cão fazia uma festa que só visto. Morreu de velhinho, fiquei triste e com pena do Fadi (era assim que lhe chamávamos).
Tive 1 cão há muito tempo, arraçado de pastor alemão, morreu envenenado enquanto ainda era novinho (1 ano +-) fiquei novamente triste e sem um Amigo. Nunca mais tivemos cão (não por vontade minha) mas quando o meu pai faleceu a Yara veio preencher um grande vazio que existia na minha casa. É a minha Grande Amiga, é a minha companheira das brincadeiras, a minha menina. Não sei como que será quando ela partir. Nem quero pensar nisso...
Só sei é que os Verdadeiros Amigos deixam-nos com uma enorme falta no coração e na alma.
Que o Paraiso dos Animais lhes dê todo o carinho do mundo.
Os caes da nossa infancia
Moderador: mcerqueira
-
- Membro Veterano
- Mensagens: 926
- Registado: terça abr 30, 2002 1:24 pm
- Localização: 3 cadelas (Yara, Taís e Vicky), pássaros, peixes
<strong>Os meus cães são o centro do meu mundo. 
Carla</strong>

Carla</strong>
-
- Membro Veterano
- Mensagens: 2399
- Registado: segunda jan 07, 2002 9:58 pm
- Localização: total : 92 ... se não nasceu nenhum durante a noite....
o meu primeiro cão foi o king, um pastor alemão. nasceu exactamente dois meses antes de mim e era a minha ama. vivia numa quinta e os meus pais costumavam estender uma manta no quintal, onde me colocavam. sempre que eu chegava (de gatas) à ponta da manta, o king agarrava-me nas fraldas e colocava-me no centro da manta. mais tarde, abria-me as portas da casa e brincava comigo, o meu pai atrelava-lhe um carro e ele passeava-me. claro que sendo um cão, também fazia muitas asneiras... atacava capoeiras, roubava roupa interior (passatempo preferido) das minhas tias quando iam a minha casa dormir e chegou mesmo a atacar gravemente uma pessoa que entrou no meu quintal sem autorização, pois estava a "guardar-me", morreu aos doze anos e ainda hoje me lembro dele todos os dias (tenho 26 anos), pois não era o cão da casa, era mais do que isso, era o meu companheiro, o meu amigo, o meu guarda-costas, a minha ama-seca e às vezes até meu "dono", pois quando eu ia para perto do tanque ou da estrada não deixava, era muito protector o que me fazia sentir muito segura. saudades...
-
- Membro Veterano
- Mensagens: 7062
- Registado: sexta mai 10, 2002 3:46 pm
- Localização: labradora retriever ZORRA
periquito FALCANITO
Houve cães que me marcaram durante a minha infãncia e juventude (como fui mordida várias vezes, físicamente, também...).
Mas é seguro dizer que a Zorra é o meu 1º cão !
O Farrusco era do meu avô.O Tejo era do meu irmão.O Pancho era do meu tio, etc, etc.
Além disso havia n cães por aí.
Naquele tempo andavam quase todos livres pelas ruas.Tinham donos e toda a gente sabia quem eram, mas andavam à solta.
Também ninguém lhes ligava !
Eram tão parte da vida comum como os carros hoje em dia.
Não havia "cães perigosos".
Havia "cães maus" normalmente com donos "maus".
Era um mundo mais natural, acho eu.
Mas é seguro dizer que a Zorra é o meu 1º cão !
O Farrusco era do meu avô.O Tejo era do meu irmão.O Pancho era do meu tio, etc, etc.
Além disso havia n cães por aí.
Naquele tempo andavam quase todos livres pelas ruas.Tinham donos e toda a gente sabia quem eram, mas andavam à solta.
Também ninguém lhes ligava !
Eram tão parte da vida comum como os carros hoje em dia.
Não havia "cães perigosos".
Havia "cães maus" normalmente com donos "maus".
Era um mundo mais natural, acho eu.
-
- Membro
- Mensagens: 169
- Registado: sexta jan 31, 2003 1:25 pm
- Localização: 2 Cães, 2 Pássaros
Olá a todos,
Como já tive oportunidade de referir num outro tópico, o cão da minha infância foi o Nicho! O Nicho era um cão sem reça defenida, lindissimo, com o pelo comprido e muito colorido (castanho, branco, cor de fogo, preto e amarelo) parecia que tinha feito madeixas
Quando eu nasci o Nicho já tinha cerca de 10 anos e já vivia lá em casa! Tornou-se o meu melhor amigo!!!
Era muito protector em relação a mim, dormia debaixo da minha caminha e não deixava ninguém chegar-se perto, sem serem os meus pais ou as minhas avós!
Todos lá em casa deram, desde sempre, total liberdade ao Nicho e a mim própria para que pudessemos conviver....e fizemos as maiores asneiras e brincadeiras juntos!
Ainda hoje a minha mãe conta, com muita pena de na altura não ter com ela uma máquina fotográfica, que foi dar comigo de gatas, a puxar por um osso do Nicho (com a boca) e o Nicho a puxar do outro lado!!!
(E tem graça - isto é um aparte para aqueles que acham um nojo ter cães e crianças juntos - que nunca apanhei nenhuma doença
)!!!!
O Nicho era um doce de cão, excepto quando estava a comer que não gostava nada que lhe tocassem com uma excepção para mim, que até lhe podia tirar a comida da boca...que ele muito paciente nada fazia!!!
A minha avó ia todos os dias fazer as compras do dia (na altura não havia os Hipermercados
) e levava-me no carrinho e o Nicho ao lado...Deixava-me no inicio da rua, com o Nicho a tomar conta e podem crer que ninguém se aproximava de mim!
Ainda tenho umas fotos do Nicho sentado ao lado do meu carrinho a tomar conta de mim!
E assim foi durante mais cerca de 11 anos!!!
É verdade o Nicho viveu 21 anos!!! Espantoso! Desapareceu tinha eu cerca de 11 anos!!!
Estavamos de férias no Algarve (sim porque o Nicho ia de férias connosco para todo o lado), e ele foi dar a sua voltinha...para nunca mais voltar, vivo ou morto! Nunca soubemos o que lhe aconteceu...certo é que morreu, senão naquele dia pelo menos uns dias depois (isto a julgar pela idade dele)!
Fizémos de tudo para encontrar o Nicho, anúncios nos jornais, fomos aos canis e matadouros da zona, corremos a linha do comboio de um lado para o outro!!!! Eu, o meu pai e a minha avó estávamos inconsoláveis!!!!
O Nicho foi o cão da minha infância e da infância do meu pai!!! É incrivel mas é verdade...ele fez duas gerações de crianças felizes!!!!
Foi a minha primeira grande perca e ainda hoje choro quando me lembro do Nicho
!!!! Ele estará sempre no meu coração, assim como a foto dele está numa moldura numa parede da minha casa!!
Logo de seguida vieram outros cães...eu sempre tive cães, felizmente tanto os meus pais como avós sempre gostaram de animais e eles nunca faltaram na nossa vida! Um obrigada a todos os meus amiguinhos que fizeram parte da minha vida e tanta felicidade me trouxeram!
Tenho muitas saudades de todos, e todos foram muito especiais apesar de eu só ter falado aqui do Nicho, e fi-lo porque ele foi o meu primeiro grande amigo!!!!
Fiquem bem,



Como já tive oportunidade de referir num outro tópico, o cão da minha infância foi o Nicho! O Nicho era um cão sem reça defenida, lindissimo, com o pelo comprido e muito colorido (castanho, branco, cor de fogo, preto e amarelo) parecia que tinha feito madeixas



Quando eu nasci o Nicho já tinha cerca de 10 anos e já vivia lá em casa! Tornou-se o meu melhor amigo!!!




Todos lá em casa deram, desde sempre, total liberdade ao Nicho e a mim própria para que pudessemos conviver....e fizemos as maiores asneiras e brincadeiras juntos!








O Nicho era um doce de cão, excepto quando estava a comer que não gostava nada que lhe tocassem com uma excepção para mim, que até lhe podia tirar a comida da boca...que ele muito paciente nada fazia!!!



A minha avó ia todos os dias fazer as compras do dia (na altura não havia os Hipermercados





E assim foi durante mais cerca de 11 anos!!!








Estavamos de férias no Algarve (sim porque o Nicho ia de férias connosco para todo o lado), e ele foi dar a sua voltinha...para nunca mais voltar, vivo ou morto! Nunca soubemos o que lhe aconteceu...certo é que morreu, senão naquele dia pelo menos uns dias depois (isto a julgar pela idade dele)!




Fizémos de tudo para encontrar o Nicho, anúncios nos jornais, fomos aos canis e matadouros da zona, corremos a linha do comboio de um lado para o outro!!!! Eu, o meu pai e a minha avó estávamos inconsoláveis!!!!




Foi a minha primeira grande perca e ainda hoje choro quando me lembro do Nicho











Logo de seguida vieram outros cães...eu sempre tive cães, felizmente tanto os meus pais como avós sempre gostaram de animais e eles nunca faltaram na nossa vida! Um obrigada a todos os meus amiguinhos que fizeram parte da minha vida e tanta felicidade me trouxeram!


Fiquem bem,



-
- Membro Veterano
- Mensagens: 3778
- Registado: terça set 24, 2002 8:18 am
- Localização: Três whippets
- Contacto:
Olá
O cão de que nunca me esquecerei foi o Leão. Era um Serra da Estrela. Os meus pais puseram-lhe esse nome porque as patas dele eram muito grossas e pareciam mesmo de um leão. E nessa época, já lá vão muitos anos, os nomes dos cães não variavam muito. Era o Tejo, o Nilo, o Farrusco, a Diana, enfim...
Sempre houve cães lá em casa. Ficavam no exterior, soltos no quintal e dormiam numa casota junto ao portão de ferro. Mas permaneciam aqui pouco tempo, pois o meu avô levava-os, juntamente com os trabalhadores, para o campo, para a agricultura.
O Leão foi lá para casa uns meses antes de eu me ausentar para o serviço militar. Mas durante esse tempo eu era a sua companhia, levava-o a passear de trela (coisa estravagante naquela época...) e éramos uns amigos inseparáveis.
O Leão era muito dócil e brincalhão, muito em parte devido à sua tenra idade. Mas tinha um corpo de respeito. Um dia correu em direcção a um cãozito que ali apareceu para brincar, mas o desgraçado com medo enfiou-se no meio do rio.
O meu pai é que se irritava. O meu pai era muito baixinho, bem português. Quando o Leão o via ao longe corria em direcção a ele e lá ia o meu pai de cangalhas. Era cada trambolhão...
O Leão estragava tudo. O quintal lá em casa não tinha conserto. Então comecei a ouvir rumores sobre a entrega do Leão a um amigo da família, que possuía melhores condições para o manter.
Isto nunca me foi dito expressamente, sabendo-se da minha reprovação.
Mas entretanto fui mesmo para o serviço militar e passados poucos meses já estava em Moçambique onde estive mais de dois anos.
Foi-me comunicado que o cão tinha sido mesmo dado ao nosso amigo. Quando voltei, muito naturalmente perguntei pelo cão mostrando desejo de o ver. Pois, mas é que o cão está uma autêntica fera, que ninguém se chega a ele, só mesmo as pessoas lá de casa. Mas está bem, vê-se de longe.
E lá fomos. Ali de facto estava em melhores condições. Era uma quinta com um amplo espaço exterior onde ele andava à vontade.
Chamei-o de longe, fora da vedação, e aos poucos ele começou a abanar a cauda e a deixar de ladrar. Foi-se aproximando com o olhar muito fixo em mim e cada vez a abanar mais a cauda. Tinham-se passado quase três anos. Estava a conhecer-me com um ar de quem diz: "que é feito de ti?".
Entrei e o nosso encontro é indescritível. Abraçámo-nos, rebolámos os dois no chão. Eu chorava como uma madalena. E fiquei ali muito tempo a fazer-lhe festas.
Custou-me muito sair dali. Quando o deixei ele lançou-me um olhar que nunca mais esqueci. Ainda hoje sinto esse peso na consciência. No fundo era mais um abandono.
O cão de que nunca me esquecerei foi o Leão. Era um Serra da Estrela. Os meus pais puseram-lhe esse nome porque as patas dele eram muito grossas e pareciam mesmo de um leão. E nessa época, já lá vão muitos anos, os nomes dos cães não variavam muito. Era o Tejo, o Nilo, o Farrusco, a Diana, enfim...
Sempre houve cães lá em casa. Ficavam no exterior, soltos no quintal e dormiam numa casota junto ao portão de ferro. Mas permaneciam aqui pouco tempo, pois o meu avô levava-os, juntamente com os trabalhadores, para o campo, para a agricultura.
O Leão foi lá para casa uns meses antes de eu me ausentar para o serviço militar. Mas durante esse tempo eu era a sua companhia, levava-o a passear de trela (coisa estravagante naquela época...) e éramos uns amigos inseparáveis.
O Leão era muito dócil e brincalhão, muito em parte devido à sua tenra idade. Mas tinha um corpo de respeito. Um dia correu em direcção a um cãozito que ali apareceu para brincar, mas o desgraçado com medo enfiou-se no meio do rio.
O meu pai é que se irritava. O meu pai era muito baixinho, bem português. Quando o Leão o via ao longe corria em direcção a ele e lá ia o meu pai de cangalhas. Era cada trambolhão...
O Leão estragava tudo. O quintal lá em casa não tinha conserto. Então comecei a ouvir rumores sobre a entrega do Leão a um amigo da família, que possuía melhores condições para o manter.
Isto nunca me foi dito expressamente, sabendo-se da minha reprovação.
Mas entretanto fui mesmo para o serviço militar e passados poucos meses já estava em Moçambique onde estive mais de dois anos.
Foi-me comunicado que o cão tinha sido mesmo dado ao nosso amigo. Quando voltei, muito naturalmente perguntei pelo cão mostrando desejo de o ver. Pois, mas é que o cão está uma autêntica fera, que ninguém se chega a ele, só mesmo as pessoas lá de casa. Mas está bem, vê-se de longe.
E lá fomos. Ali de facto estava em melhores condições. Era uma quinta com um amplo espaço exterior onde ele andava à vontade.
Chamei-o de longe, fora da vedação, e aos poucos ele começou a abanar a cauda e a deixar de ladrar. Foi-se aproximando com o olhar muito fixo em mim e cada vez a abanar mais a cauda. Tinham-se passado quase três anos. Estava a conhecer-me com um ar de quem diz: "que é feito de ti?".
Entrei e o nosso encontro é indescritível. Abraçámo-nos, rebolámos os dois no chão. Eu chorava como uma madalena. E fiquei ali muito tempo a fazer-lhe festas.
Custou-me muito sair dali. Quando o deixei ele lançou-me um olhar que nunca mais esqueci. Ainda hoje sinto esse peso na consciência. No fundo era mais um abandono.
<p> </p>
<p> </p>
<p> </p>