Boa noite!
Adoptei um cãozinho na semana passada.
Ele já tem 4 meses e pelo que percebi onde o fui buscar esteve toda a sua vida dentro de uma jaula minúscula. Ele estava com um irmãozinho.
Acontece que ele tem muito medo de pessoas, mas adora outros cães.
No primeiro dia parecia que não fazia mal a uma mosca, super sossegadinho, penso que estava muito deprimido. Passou o dia dentro de uma alcofinha que lhe comprei.
Ensinei-lhe o nome e até já aprendeu. Já faz as necessidades quase sempre na rua, excepto à noite. Moro numa quinta e ele anda solto.
Agora, já está todo espevitado, todo feliz, mas não dá mão, anda sempre a fugir de nós (pessoas) e à procura de outros cães para socializar. Às vezes, quando foge de nós, parece que está a brincar (ainda é uma criança), mas depois não se deixa mesmo apanhar. Quando viramos costas, por vezes vem atrás de nós, mas sem se deixar apanhar. Claro que por vezes o forçamos a vir ao nosso colo. Damos-lhe muito miminhos e carinhos, mas acho que ele ainda não compreendeu que pode confiar em nós. Também só gosta de comer às escondidas.
Eu acho que ele é muito inteligente, mas não sei qual a melhor forma de proceder. A minha mãe comprou uma coleirinha para ver se o aguentávamos mais tempo perto de nós. Agora, já sem a coleira, parece que se deixa apanhar melhor. Parece que ficou com medo de voltar a ficar na coleira.
Que acham? Alguma sugestã0?
Tem medo de pessoas
Moderador: mcerqueira
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O cão, devido à forma como foi acomodado todo este tempo não sociabilizou correctamente com humanos. Provavelmente também pode ter sofrido algum trauma com os únicos humanos que cuidaram dele (deixarem-no só, não falarem com o animal, maltratarem-no) o que pode piorar o seu medo...
Terá que conquistar a sua confiança, começando do zero... evite barulhos, movimentos bruscos, tudo o que possa assustar o cão quando ele se encontra na vossa presença, vá falando baixinho com ele, apresente-lhe biscoitos ou bagos de ração na sua mão ou na sua frente e deixe-o aproximar-se com tempo e muita paciência, a pouco e pouco. Quando já estiver melhor com as pessoas da casa, pode ir alargando aos poucos a convivência com outras pessoas e até mesmo levá-lo à rua para locais com pessoas. Evite forçá-lo, como pegar-lhe e obrigá-lo a estar no seu colo para o mimar, ele não vai sentir isso como um conforto mas como uma prisão e pode piorar as coisas. É preferível que o gratifique, por exemplo quando se aproxima de vocês deliberadamente, com um bago de ração ou algo que ele goste e diga "lindo menino" (como se estivesse a ensiná-lo a fazer algo) para que associe a aproximação de pessoas a algo bom e prazenteiro.
Boa sorte com o menino e vá dando notícias da sua progressão na sociabilização!
Ana
Terá que conquistar a sua confiança, começando do zero... evite barulhos, movimentos bruscos, tudo o que possa assustar o cão quando ele se encontra na vossa presença, vá falando baixinho com ele, apresente-lhe biscoitos ou bagos de ração na sua mão ou na sua frente e deixe-o aproximar-se com tempo e muita paciência, a pouco e pouco. Quando já estiver melhor com as pessoas da casa, pode ir alargando aos poucos a convivência com outras pessoas e até mesmo levá-lo à rua para locais com pessoas. Evite forçá-lo, como pegar-lhe e obrigá-lo a estar no seu colo para o mimar, ele não vai sentir isso como um conforto mas como uma prisão e pode piorar as coisas. É preferível que o gratifique, por exemplo quando se aproxima de vocês deliberadamente, com um bago de ração ou algo que ele goste e diga "lindo menino" (como se estivesse a ensiná-lo a fazer algo) para que associe a aproximação de pessoas a algo bom e prazenteiro.
Boa sorte com o menino e vá dando notícias da sua progressão na sociabilização!

Ana
Como Naturopata/homeopata que sou sugeria um tratamento com Florais de Bach, penso que seria o indicado.
Tenta encontrar um Naturopata/homeopata veterinario na tua zona.
Como dono, sugiro que arranjes um modo de a ''prender'' 1 vez por dia em casa (ou algures) em que ele/a possa receber festas e carinhos, para que entenda que é amada, e possa ultrapassar os traumas do passado
Tenta encontrar um Naturopata/homeopata veterinario na tua zona.
Como dono, sugiro que arranjes um modo de a ''prender'' 1 vez por dia em casa (ou algures) em que ele/a possa receber festas e carinhos, para que entenda que é amada, e possa ultrapassar os traumas do passado
Boas,
A Nokas disse tudo...
Concordo especialmente que não o devem "forçar" ao contacto com vocês...
Tudo deve ser gradual, e ele é que deverá sentir vontade de se aproximar.
Sempre que ele queira esse contacto, encha-o de mimos e brincadeiras! Vai ver que ele vai melhorando...
A Nokas disse tudo...

Concordo especialmente que não o devem "forçar" ao contacto com vocês...
Tudo deve ser gradual, e ele é que deverá sentir vontade de se aproximar.
Sempre que ele queira esse contacto, encha-o de mimos e brincadeiras! Vai ver que ele vai melhorando...
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Não diria melhor! Ele é que tem que vir ao vosso encontro e não o contrário. Não forcem essa situação.petucas Escreveu: ele é que deverá sentir vontade de se aproximar...
Se ele sempre viveu entre cães, é normal que seja entre eles que ele se sente mais à vontade. Mas o cão é um animal muito curioso. Por isso mais dia menos dia ele virá ao vosso encontro e nessa altura presenteiem-no com um biscoito!

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Ele é muito novinho e por isso com muita calma e paciência, tudo se resolverá pelo melhor.
Devo dizer que um dos meus também tinha muito medo de pessoas, e lembro-me que os primeiros passeios na rua eram sempre com muita desconfiança e qualquer barulhinho fora do normal o fazia assustar-se imenso.
Tentei sempre tranquiliza-lo, quer em relação ao ambiente que o rodeava ( rua) quer com as pessoas que se aproximavam dele e sempre com voz calma e serena.
Movimentos bruscos ou falar alto não ajudam, até porque o tom de voz é fundamental para os acalmar quando estão assustados.
Leva algum tempo, mas é ultrapassado rápidamente, sobretudo quando são muito novinhos.
Aliás a NOkas explicou certos procedimentos muito bem
Boa sorte!
Devo dizer que um dos meus também tinha muito medo de pessoas, e lembro-me que os primeiros passeios na rua eram sempre com muita desconfiança e qualquer barulhinho fora do normal o fazia assustar-se imenso.
Tentei sempre tranquiliza-lo, quer em relação ao ambiente que o rodeava ( rua) quer com as pessoas que se aproximavam dele e sempre com voz calma e serena.
Movimentos bruscos ou falar alto não ajudam, até porque o tom de voz é fundamental para os acalmar quando estão assustados.
Leva algum tempo, mas é ultrapassado rápidamente, sobretudo quando são muito novinhos.
Aliás a NOkas explicou certos procedimentos muito bem

Boa sorte!
<p>Isabel</p>
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<p> <a href="http://patasfelizes.blogs.sapo.pt/">htt ... pt/</a></p>
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Também eu adoptei um cachorrinho, o Rafa, com 4 meses fez 1 ano em Junho passado.
Fui logo informado quando o trouxe que era um cão “traumatizado” pela má experiência que tinha tido com humanos. Evitava, de todo, o contacto com pessoas! Vai daí em vez de o trazer só a ele, trouxe também a Bia, uma cadela com 2,5 anos, que tinha sido abandonada, mas apesar disso completamente “sociabilizada” com pessoas.
Ao início apresentou-se muito receoso de nós. Mas com a ajuda da Bia, que estava sempre colada a nós, lá se foi aproximando e aprendeu a confiar em nós! Nunca forçámos nadinha com ele. Ele vinha se lhe apetecesse e … acabou por vir mesmo! Do mesmo modo fizemos com as pessoas que regularmente nos visitam. Se quisesse ficar ao pé delas, muito bem, se não quisesse… abria-lhe a porta e ia pró jardim.
Com o tempo aprendeu que pode confiar nas pessoas que entram lá em casa e inclusive sempre que vai à rua e algo se passa “de anormal” ou alguém se aproxima e ele tem medo, vem logo para ao pé de nós, sabendo que ali está seguro!
É uma questão de tempo, de não forçar nada, de o ir recompensando, de não lhe “ralhar”, mas antes ignorá-lo quando faz asneiras e … terá um canito igual a todos os outros.
O engraçado disto tudo é que como tinha medo de nós ao início, os amigos dele na altura eram a Bia, óbvio, mas também os nossos 4 gatos! Quando tinha medo refugiava-se no meio dos gatos!
http://quinta-da-queimada.blogspot.com
Fui logo informado quando o trouxe que era um cão “traumatizado” pela má experiência que tinha tido com humanos. Evitava, de todo, o contacto com pessoas! Vai daí em vez de o trazer só a ele, trouxe também a Bia, uma cadela com 2,5 anos, que tinha sido abandonada, mas apesar disso completamente “sociabilizada” com pessoas.
Ao início apresentou-se muito receoso de nós. Mas com a ajuda da Bia, que estava sempre colada a nós, lá se foi aproximando e aprendeu a confiar em nós! Nunca forçámos nadinha com ele. Ele vinha se lhe apetecesse e … acabou por vir mesmo! Do mesmo modo fizemos com as pessoas que regularmente nos visitam. Se quisesse ficar ao pé delas, muito bem, se não quisesse… abria-lhe a porta e ia pró jardim.
Com o tempo aprendeu que pode confiar nas pessoas que entram lá em casa e inclusive sempre que vai à rua e algo se passa “de anormal” ou alguém se aproxima e ele tem medo, vem logo para ao pé de nós, sabendo que ali está seguro!
É uma questão de tempo, de não forçar nada, de o ir recompensando, de não lhe “ralhar”, mas antes ignorá-lo quando faz asneiras e … terá um canito igual a todos os outros.
O engraçado disto tudo é que como tinha medo de nós ao início, os amigos dele na altura eram a Bia, óbvio, mas também os nossos 4 gatos! Quando tinha medo refugiava-se no meio dos gatos!
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Gostaria de acrescentar mais duas coisas aos meus conselhos:
1) Se o cão estiver perto de si e se assustar com algo (barulho forte, etc..) não lhe pegue ao colo ou tente "protegê-lo" de forma exagerada (não sei que idade tem, mas quando já se é mais velho e já se passou pela maternidade, como eu, é aquela reacção que se tem de "acolher" de imediato um filho para proteger do "mal", abraçar com força, pegar ao colo, etc...). Deve apenas colocar a sua mão ou ambas no dorso do cão, se for necessário para que não fuja colocar dos lados, segurando nos ombros e diga em voz muito suave "calma, está tudo bem, estou aqui" e faça umas festas. Se o proteger muito isso só vai fazer com que o cão fique ainda mais medroso e que tente buscar sempre a sua protecção ao invés de "combater" e encarar o medo.
2) Não posso concordar com o conselho do apostis pois sou da opinião que colocar o animal dentro de casa, ou na cozinha, ou em qualquer espaço que não lhe dê segurança (porque tem ali o "bicho homem" mesmo ao lado que lhe causa tanta desconfiança), o deixe ainda mais nervoso e sem hipótese de escapatória não é bom processo. Muito provavelmente o animal iria andar meio atarantado uma data de tempo à procura de uma saída em vez de se encantar com as festas e os chamamentos dos donos, mas isso sou eu que penso assim...
1) Se o cão estiver perto de si e se assustar com algo (barulho forte, etc..) não lhe pegue ao colo ou tente "protegê-lo" de forma exagerada (não sei que idade tem, mas quando já se é mais velho e já se passou pela maternidade, como eu, é aquela reacção que se tem de "acolher" de imediato um filho para proteger do "mal", abraçar com força, pegar ao colo, etc...). Deve apenas colocar a sua mão ou ambas no dorso do cão, se for necessário para que não fuja colocar dos lados, segurando nos ombros e diga em voz muito suave "calma, está tudo bem, estou aqui" e faça umas festas. Se o proteger muito isso só vai fazer com que o cão fique ainda mais medroso e que tente buscar sempre a sua protecção ao invés de "combater" e encarar o medo.
2) Não posso concordar com o conselho do apostis pois sou da opinião que colocar o animal dentro de casa, ou na cozinha, ou em qualquer espaço que não lhe dê segurança (porque tem ali o "bicho homem" mesmo ao lado que lhe causa tanta desconfiança), o deixe ainda mais nervoso e sem hipótese de escapatória não é bom processo. Muito provavelmente o animal iria andar meio atarantado uma data de tempo à procura de uma saída em vez de se encantar com as festas e os chamamentos dos donos, mas isso sou eu que penso assim...
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De acordo com este 2º ponto.N0kas Escreveu: 2) Não posso concordar com o conselho do apostis pois sou da opinião que colocar o animal dentro de casa, ou na cozinha, ou em qualquer espaço que não lhe dê segurança (porque tem ali o "bicho homem" mesmo ao lado que lhe causa tanta desconfiança), o deixe ainda mais nervoso e sem hipótese de escapatória não é bom processo. Muito provavelmente o animal iria andar meio atarantado uma data de tempo à procura de uma saída em vez de se encantar com as festas e os chamamentos dos donos, mas isso sou eu que penso assim...
No que toca à minha experiência, a presença e as festas da pessoa que o amedronta não deve ser imposta.
A pessoa falará com ele, e fará algumas tentativas de aproximação.
Ao fim de algum tempo será o cão que se aproximará e a aceitará como pessoa ''de confiança'' .
<p>Isabel</p>
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Ponky Escreveu:Até eu tenho medo das pessoas


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