Uma palavrinha...

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

carrapato
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terça jun 11, 2002 3:08 pm

Há uns tempos que me preocupo com o facto de certas almas (penadas ou de ter pena) deviam passar por testes rigorosos antes de poderem se reproduzir, pois já sinto alguma dificuldade em aceitar e compreender que existam alguns (infelizmente não poucos) pais que nos fazem ficar muito tristes.

Infelizmente também, tento dar àqueles filhos algo que os faça amanhã não ser pais que reproduzam o reflexo tão disforme dos progenitores. Ainda não perdi a esperança que a sabedoria do povo possa falhar e que filho de peixe ainda consiga voar!

Mas, agora nasceu-me uma nova preocupação. É que estes pais que não conseguem educar, criar e sequer amar umas crianças simplórias que não têm de usar açaime, deram em criar uns pobres de uns animais que ao que parece são dotados de maxilares pouco selectivos. Ora, se nem os fedelhos são controlados, fazendo as tropelias mais extraordinárias, como será com o bichano ?

E lembrei-me daqueles bairros cheios de gente onde se vive às camadas e onde no mesmo quarto dormem os três fedelhos que brigam constantemente, a avó que odeia a nora, o pai que comprou um bichano imenso de poder e dentes (o meu avô tinha uma caçadeira capaz de matar elefantes! Graças aos deuses, nunca passou nenhum circo por perto da casa dele, senão era uma grande maçada!) e uma mãe deprimida que toma muitos remédios acabados em "x" e fuma desalmadamente.

E, depois lembrei-me daqueles locais públicos, como os centros comerciais, onde no meio das criancinhas tenrinhas, se passeiam umas almas (amedrontadas, pois só um enorme medo até da sombra, fará alguém ter de ir ao centro comercial - local extremamente perigoso e violento - já viram aquelas meninas das caixas registadoras? Autênticas Bin Laden's de mini-saia!!), dizia eu, se passeiam uns senhores, ou umas senhoras, mas mais vulgarmente (e que desilusão) uns meninos, direi mesmo uns jovenzinhos com corpinho para não terem assim tanto medo, acompanhados por uns bichanos (sem açaime e já vi com estes olhos que a terra há-de tragar, sem trela!!).

Pois é! Eu já estive em locais perigosos, vi gente que mata para viver, vi olhos de ódio que querem vingança, mas nunca achei que um vulgar centro comercial em Portugal fosse o palco de alguma guerrilha tão carecida de proteção e que fosse tão importante levar um bichano cheio de dentes para lá!

Depois tentei pensar nos argumentos que essas pessoas me dariam se eu as questionasse, e provavelmente ouviria:

"não posso deixar o cão fechado no carro num parque de estacionamento subterrâneo." - nunca pensei que os bichos pudessem fugir com o automóvel...

"É que sabe a seguir vou passear o cão à praia ." - eu já tinha uma certa alergia à enchente de gente na praia, mas agora com os bichanos, perdi a vontadinha toda!

"Eu não ponho açaime porque ele fica nervoso..." - nem pensar em enervar o bichano!! Isso nunca! Aliás estou a pensar mal ver um, deito-me logo no chão e dou tudo!!!

"O meu cão não sai do pé de mim! Nunca me desobedeceu... RABETA!!! JÁ AQUI!!! JÁ AQUI!!! TU ESTÁS A OUVIR??? JÁ AQUI... " - Não consegui acabar a entrevista... o Rabetinha engoliu um Lulu perigosamente mortal que estava ao colo de uma agente dupla (uma velhota danada de torta que pensava enganar o pessoal!!!).

Eu tive imensos cães, meigos e doces, dei-lhes as festas e os mimos todos que pude. Cheguei a dormir na barriga deles. Nunca morderam ninguém, ladravam quando alguém se aproximava para avisar. Só isso.
O cão é um animal muito nobre que deve ser respeitado e bem tratado.
Hoje não tenho cão, porque não tenho as melhores condições que um bicho destes merece, tenho pena, mas o meu gosto não pode de forma alguma ultrapassar as necessidades destes animais.
Não seria nunca capaz de criar um animal para o qual não tenho formação ou aptidão, daí nunca criaria um bicho como esses que se afiguram tão marciais e guerreiros. Acho que preferia andar com trajes de samurai ou de ninja, fazia figuras tristes, mas nunca ficaria com a consciência demasiado pesada de ter magoado alguém como uma criança.

Quanto ao medo. Todos temos os nossos medos... acho que não vai ser um bichano com uma coleira cheia de picos que vai acabar com os meus medos. Tenho de ter a coragem de os enfrentar com um gato!!

Quanto às lutas com os cães... espero que haja Justiça!

com os meus cordiais cumprimentos
carrapato
PauloC
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terça jun 11, 2002 4:03 pm

Caro Carrapato,
Antes de mais queria dar-lhe os parabéns pela sua forma de escrita, digna de figurar numa crónica de qualquer revista periódica!
Quanto ao conteúdo, talvez o espante, eu até concordaria com quase tudo do que lá está escrito não fosse alguma generalização de comportamentos e o erro em alguns pressupostos. Das generalizações, como quaisquer rótulos e ideias pré-concebidas, só posso concluir que a sua experiência de vida com cães e donos de cães é algo limitada e, por isso, muito condicionada.
Quanto aos pressupostos, pegando no exemplo dos cães em Centros Comerciais (à parte do facto de que eu não levo os meus para lá, e muito menos o faria sem trela), só posso concluir que o meu caro amigo leva à letra o ditado " quem tem medo compra um cão"! porque carga de água é que as pessoas andam com cães porque têm medo! Não seria mais fácil e barato andar com uma pistola ou mesmo uma faca de mato? Será que tem de saber uma razão prática e têm de lhe responder com uma 'desculpa' igualmente prática e aos seus olhos racional! Porque é que eu não posso andar na rua com o meu cão, ou mesmo num centro comercial ( desde que devidamente acondicionado com trela ou açaime), pelo simples prazer de passear com o meu cão, pelo simples facto de que o meu cão anda sempre comigo, para onde eu vou ele vai, somos inseparáveis....etc...?!
Porque é que não pergunta às pessoas porque levam os filhos para os centros comerciais? É para que estes os ajudem a carregar as compras, é para que os ajudem a escolher os preços mais económicos?
Enfim... a leitura até foi agradável e divertida... bem aproveitado e esclarecido, você até podia passar a ser uma boa quisição para a causa da defesa da responsabilização dos donos e não das raças! PUNISH THE DEED NOT THE BREED!
carrapato
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terça jun 11, 2002 7:07 pm

Caro Paulo C,

Obrigado pelo cumprimento e mais lhe digo, em poucas palavras de facto definiu um dos meus defeitos mais criticado - as minhas generalizações! Isso é deveras verdade, mas as minhas críticas acabam por ser defendidas pelos episódios que todos acabamos por lamentar.

Pelas suas palavras posso perceber que é uma pessoa que gosta e estima os seus animais e isso é a melhor resposta que poderia obter e aquela esperança que precisam os humanos que respeitam os animais e até para os prinicpais interessados - os bichos!!

Evidente que devo confessar-lhe compreender o seu gosto pela companhia do seu cão, mas deixe-me dizer-lhe em tom de cordial brincadeira que muito estimo que tenha um cão e não uma pitón.

Compreenda, não é o ter um animal que eu crítico, pelo contrário, um animal é uma companhia extraordinária, é o uso pouco cuidadoso em locais onde provavelmente a companhia do nosso melhor amigo não será a mais conveniente. E quando digo "[i]conveniente[/i]" não me refiro a si - ou ao dono do cão em causa - porque a vós por certo o bichano será sempre um regalo, mas é-me inconveniente a mim que sinto a insegurança de não conhecer o suficiente as reacções do animal e tão pouco saber como reagir perante o imprevisto.

Se calhar não é o medo que vós tendes que vos faz trazer para locais públicos os cães, se calhar é o medo que provocam que me incomóda.
E incomóda-me muito pensar que um desses animais poderá reagir de uma forma imprevisível, pois não obstante serem muito meigos e dóceis não deixam de ser animais, e temo que a confiança que se tem num animal possa ser perdida juntamente com a mão ou pior ainda, a vida de uma criança que confie ainda que o planeta é um lugar de coisas boas.

Preferia que, escolhessem a segurança em detrimento da companhia inseparável dos bichanos cheios de dentes, mesmo que tivessem a certeza que o bicho não morde nem o carteiro que o amofina todos os dias! Preferia que os amimassem em locais onde eu não ficasse numa preocupação constante de perder um filho, porque um cão havia confundido a criança com um coelho e tinha sido o instinto a falar mais alto que a tão sagrada voz do dono... as minhas generalizações são muitas vezes apontadas como um exagero, mas os episódios acabam por sustentar as minhas afamadas generalizações e eu serei a primeira alma a ter uma enorme pena por assim ser.

De qualquer forma, apreciei muito a sua resposta e a qual agradeço respeitosamente, mas além da trela ponha-lhe o açaime! Era um favor que me fazia!!

cordialmente de
carrapato
VascoV
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terça jun 11, 2002 8:09 pm

Olá

O que estamos a falar é de educação e infelizmente ela é falha. Falha porque as pessoas esquecem-se de que além de direitos têm deveres. Já os romanos dizam que o meu direito acaba onde infringe o do vizinho. Todo o tuga ( agora que a nossa selecção adoptou este belo nome já o posso usar sem problemas) adora ter direitos e gabar-se deles mas tem cá uma alergia a ter deveres...

Basta ver Sergio Sá ( S.S) Uma pessoa com aparência tranquila mas que quando abre a boca para falar de cães consegue ser um digno émulo ( em tamanho, óculos e discurso ) de um certo estudante alemão da escola agrária que dava pelo nome de HEINRICH HIMMLER. Será burro? Não.Será um homem inteligente. Sofre de um mal grave que é não ter capacidade de aceitar a opinião dos outros ( a soberba). Um grande homem reconhece que está errado. S.S não me parece ser um grande homem.... O seu discurso mantem-se assim há anos... De facto com a passagem dos anos e a não evolução de seu discurso, desde a primeira entrevista que deu, cada vez me parece mais pequeno e tenderá a desaparecer com o tempo....

No que se refere ao grande problema que temos com animais nos centros comerciais, não vejo nada contra em animais bem educados, presos à trela. Incomodam-me mais crianças ululantes que chocam contra as minhas canelas enquanto os papás se riem alarvemente.

Chateia-me muito mais quem num restaurante fala aos berros na mesa ou lado ou decide fumar para cima do meu filho pequeno dando largas ao seu vicio sem respeitar os direitos dos outros...

Enerva-me ainda quem usa o telemóvel na rua e berra para que toda a gente o ouça.

Os milhares de drogados que andam a pedir moedas na rua para o vicio e que não são arrebanhados e desintoxicados a construir uma segunda barragem no Alqueva ou enviados para retomar Olivença.

Os parvinhos que em Peugeot 106 roxo cheio de adereços andam ao despique nas auto-estradas.

Irriita-me as criancinhas que andam a correr à volta das mesas e entornam a comida para cima das outras pessoas enquanto os familiares fazem apostas do género- olha, agora o joãozinho vai derrubar a terrina em cima daqueles senhores.

Espantei-me de na Alemanha existirem restaurantes onde os cães entram mas as crianças não... ( até que conheci certas crianças alemãs)

Enfim quem teve a pachorra de me ler até ao fim fica a saber que me irrita muito mais a falta de civismo e respeito pelo proximo do que os problemas de afirmação de meia duzia de idiotas que pensam que ter um cão da raça x ou Y e andar com ele no Colombo é simbolo de status social.

Pois sem educação civica não se chega a lado nenhum. Não podemos julgar quem vive em bairros degradados da mesma forma que uma pessoa que vive na Quinta da Marinha. Eu sou muito mais severo para com os segundos que maltratam os animais...

E aqueles que falam da viciosidade do Pitbul ( com um ou dois ts, com ou sem hifen) nunca se viram pela frente com um gato adulto furioso....

Quando virem, digam Amen, essa sim é uma espécie perigosa...

Vasco


P.S

As minhas desculpas aos idiotas que vão ao Colombo só para passear o cão, não quis de forma alguma ser politicamente incorrecto para com este grupo social.
PauloC
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terça jun 11, 2002 8:13 pm

Ora Viva,
Folgo em saber que tenho a sua compreensão, e saiba que tem a minha. Embora seja obvio que divergimos acerca das nossas opiniões individuais, ambas têm no nosso intimo justificações que nos bastam.
Devo dizer-lhe que me custa um pouco, embora o respeite, esse seus receios e generalizações! Quando se refere aos episódios que lhe' dão' razão, tem uma ideia do número de casos de ataques de 'raças perigosas' que ocorreram em Portugal? Desses terá uma ideia de quantos resultaram em morte? Depois, deixe-me que lhe pergunte ainda, tem uma ideia do numero de cães das raças 'ditas perigosas', nomeadamente Rottweilers que foram registados em Portugal nos ultimos anos? Se puder, tente munir-se desta informação e depois analise a sua posição face à perigosidade e ao potencial perigo que estes animais representam na realidade. São milhares de animais desta raça para um...dois...três casos de ataques ( e que eu saiba, em Portugal, nenhum resultou em morte)!
Peço-lhe ainda que pense um pouco na quantidade de mortes ocorridas nas nossas estradas, na quantidade de assassinatos, agressões, violações, etc. que ocorrem DIARIAMENTE no NOSSo PAÌS. Depois de pensar nisto, venha então dizer-me se não terá outras razões de sobra para não sair à rua! Preocupe-se sim... isso é natural... mas pense verdadeiramente se valerá a pena passar a vida preocupado em passar na segunda circular apenas porque o aeroporto está perto e pode cair-lhe um avião em cima!! Será melhor concentrar-se na estrada e nos outros carros... é um conselho que lhe dou!
É natural que se preocupe, até posso esforçar-me por compreende-lo... mas peço-lhe que tente compreender também que há pessoas e há cães ( individualmente considerados), não há categorias de pessoas e de cães que mereçam ser condenadas e apontadas apenas porque são desta ou daquela raça. Julgados apenas por quem não os conhece.... assustados talvez por alguém a quem apenas interessa vender jornais , revistas ou noticias!

Os meus cumprimentos
Paulo C.
fang
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terça jun 11, 2002 8:19 pm

Ora aqui estão alguns posts que não sei se não aumentarão mais as minhas duvidas .
Para quando um centro de treino para donos?? Só seria dono de cão quem passasse todos os testes ;)
<p>Francisco Barros</p>
<p><a href="http://vigilantesnatureza.paginas.sapo.pt">http://apgvn.pt.vu</a></p>
<p><a href="http://www.biodiversity4all.org">http://www.biodiversity4all.org</a> </p>
PauloC
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quarta jun 12, 2002 8:23 am

CÃO PERIGOSO - ASSASSINO
Imagem
PROCURA-SE, VIVO OU MORTO
(visto pela última vez, sem trela ou açaimo, perigosamente solto num jardim de Lisboa)

hehehehe :lol: ( é só uma brincadeira)
Ó Aragão, conheces este?

Abraços
Paulo C.
sumy
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quarta jun 12, 2002 9:06 am

Bom dia a todos!!!!

Eu não conheço!!!! mas peço a Deus nunca me cruzar com ele, TEM UM AR DIABóLICO!!!!!e bastante perigoso!!!!;)) EHEHEH!!!

Desculpem a brincadeira!!!!!!!! É lindo Paulo C!!!!!!

Um abraço a todos,

Sumy
carrapato
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quarta jun 12, 2002 12:19 pm

Pois é mesmo esse o meu maior receio, senhor VascoV, e que essas almas que têm esses filhos irritantemente desobedientes, arroaceiros, mal educados e terei de generalizar novamente, provavelmente mal-amados e infelizes, alguns, dizia eu, acabam por também ter um cão... afinal todos precisamos de um grande amigo, alguém que nos ouça sem críticar! E quem melhor que o nosso cão?

Eu acho que não havéis prestado correcta atenção nas minhas palavras. Eu tive cães, confiei neles cegamente. Eram os meus cães e sei precisamente aquilo que sentem em relação aos vossos animais de grande estima. Eu tenho absoluta certeza que se na época existissem centros comerciais, eu os poderia passear lá com toda a segurança. O meu grande receio, e vos garanto de muitas pessoas que também gostam e têm animais, fica no entanto na impossibilidade de olhar para aqueles senhores que se passeiam com os bichos e saber se eles serão ou não pessoas aptas a ter um cão tranquilo e sereno o suficiente para conviver entre outros... é que se calhar, em casa ficou uma horda de pessoas que não conseguem entrar nos ditos restaurantes alemães! E os animais são precisamente como as crianças - carecem de muito bom trato, de afectividade e de disciplina correcta, sem qualquer violência brutal.

Claro que as estatísticas meu caro PauloC, irão por certo diminuir a perigosidade das minhas preocupações. E, obviamente que temos de viver rodeados de preocupações relativamente aos mais diversos perigos que rodeiam quem vive nos centros urbanos. Que se vivesse no mato lhe garanto, existem tantos ou mais perigos! O problema é que aí os seus cães poderiam passear à vontade, poderiam era acabar no estômago de alguém mais forte...

Agora pergunto-lhe eu, que consolo trará uma estatística a um pai ou uma mãe que vêm lesada ou perdem uma criança nessa confiança cega que depositam nos vossos amigos? Não acontecerá - diréis vós. E posso até acreditar, mas aqueles senhores que têm aqueles filhos horrendos, que falam excessivamente alto, que conduzem mal e desrespeitosamente - porque todos o sabemos que existem - vão afirmar precisamente o mesmo. E como poderei eu saber quem é quem? Prefiro antes proteger os meus filhos... mas descansem, ainda não careço de tanta graduação nos óculos que necessite de evitar aproximação da cria simpática que apareceu aqui retratada!! Brinco.

Repare, o problema que aqui surge não é a nacessidade que eu apele a fechar os cães em casa. Todos sabemos que os bichos carecem de passeio e de ar puro. Mas, todos sabemos também que na rua, quer cães quer crianças, devem estar devidamente protegidos. Repare eu não deixo uma criança de 3 ou 4 anos andar pela rua sem lhe dar a mão. Por mais sossegada que esta seja, pois poderá dar uma corrida e fugir do meu alcance, não que vá morder alguém (ainda não é essa a minha preocupação), mas poderá fugir para a estrada e acontecer um acidente. Num centro comercial é normal vermos as crianças mais à vontade, pois não entra a variável trânsito para as atacar, mas entrou a variável cão.

E vós tornareis a dizer que os vossos cães adoram crianças, e vos direi que é mais que comum as crianças adorarem cães. Estaria tudo perfeito! Mas, porque razão será necessário provar tanta coisa, e é tão fundamental provar que um pitbull ou outro animal qualquer, adora crianças? Será assim tão importante? O risco nunca me pareceu a melhor forma de sentir ter sangue a correr nas veias, mas para quem careça de tal sentir aconselho - não provavelmente a vós dois que me parecem suficientemente tranquilos - mas dizia, aconselho as linhas de guerrilha e de luta em locais de grande dificuldade de acesso. África tem óptimos locais para exarcebar a adrenalina ao êxtase da vontade de viver. Repare eu conduzo devagar e vejo carros de muito inferior cilindrada ultrapassarem heroicamente em esbaforido e sofrido esforço, numa engraçada e tremenda afirmação de ego. Que exagero direis vós! Ora aqui as estatísticas vão ficar do meu lado... infelizmente.

Por tudo isto e por esses senhores que havéis exemplificado tão correctamente, eu permanecerei a proteger os meus filhos. Assim por certo nunca atacarão nenhum cão repleto de dentes e inocente, mas se o fizerem podem ter como certeza que nunca abandonarei o local !

Insisto, não é o ter um animal que eu crítico, mas a falta de sentido de oportunidade. Algo que não se ensina nas escolas e que vai contra a enorme falta de tempo que todos temos. O fim-de-semana é tão diminuto que aqueles senhores unem as tarefas e fazem as compras, passeiam os filhos (tal como eu!), falam no telemóvel e acompanham-se do seu grande amigo (grande amigo se calhar também só ao fim-de-semana), em simultâneo. Outros com a desculpa de efectuar algumas tarefas de rotina de fim-de-semana, evadem-se com os seus cúmplices caninos e escapam da influência nefasta e cansativa dos demais entes da família e que sossego divino!

Mas pessoas como vós os dois que ainda me dão esperanças! Pois defendem os animais e por certo os têm com todo o respeito que os mesmos merecem! É que estas imagens eventualmente exageradas que criei, são o retrato de pessoas que não gostam de animais, porque gostar de um animal pressupõe a sua protecção! E todos sabemos o destino de um animal que ataca uma criança... e não haverá dono e amigo consciente e verdadeiro do seu cão que queira tal.

Por último, senhor PauloC, as estatísticas parecem-me uma forma muito leve de encarar o perigo. A probabilidade de você morrer de cancro é pequena e ainda bem!! Mas se um dia o azar lhe bater à porta você vai carecer de muita coragem e força, de muito apoio e ajuda... e não será a estatísitica de ter sido um em mil que lhe aliviará as dores que o esperam.
Se calhar agora o tom foi um pouco grosseiro, peço verdadeiramente as minhas desculpas, mas custa-me imenso aceitar que se diminua a dor de quem sofre (que seja um apenas a sofrer!) pelos resultados de uma matemática de probalidades.
corresponde
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quarta jun 12, 2002 12:32 pm

Pelo titulo e texto pensei que fosse aparecer uma foto do Sergio Sa.
casadiscaes
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quarta jun 12, 2002 12:39 pm

Já pararam para pensar um bocadinho que um dos principais factores da falta de sociabilização dos cães (e de muitos donos) é a plaquinha idiota à porta de cafés, centros comerciais e outros estabelecimentos... os cães, seja de que raça forem, devem poder ir com o dono para todo o lado desde muito novos (mal termina a quarentena das primeiras vacinas) - só assim é que podemos ter cães bem sociabilizados, sem medo de barulhos, que não se assustam quando passa alguém aos berros ou a correr por eles... Como não tenho nenhum centro comercial perto que permita entrar com os cães, vou para a feira ao sábado com eles... nunca tive o mínimo problema; vou ao café, as pessoas passam, fazem festas, perguntam sobre a raça, etc... e o cão está a ser sociabilizado.

Convém aqui salientar que o único ponto em que estou de acordo com a nossa legislação é o facto de ser obrigatório o uso de trela OU açaimo (açamo no texto da lei), pelo que são levados sempre à trela.

Pensem um bocadinho, um/a dono/a que chega a casa cansado/a de um dia de trabalho, tem que tratar da lida da casa, tratar dos filhos, passear o cão (independentemente ou não de ter jardim), que conviver um pouco socialmente (a tv está abaixo de cão) na maior parte dos casos não pode juntar o útil ao agradável - tomar café na companhia dos seus amigos de duas e quatro patas, ao mesmo tempo que sociabiliza o seu melhor amigo.

Aproveito este forum para lançar a campanha- VAMOS DEIXAR ENTRAR O CÃO (à trela, claro) - chateie o café do bairro, a gerência do centro comercial, o padre, o dono do restaurante, o lojista e o merceeiro para que o nosso melhor amigo possa andar sempre conosco.

Gonçalo
corresponde
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quarta jun 12, 2002 12:55 pm

E já pensaram em quem tem um cão guia?
Por favor verifiquem nesses autocolantes se tem "excepto cães guia".
KROZ
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quarta jun 12, 2002 1:02 pm

Também acho que deveria ser permitido aos nossos cães nos acompanharem apara qualquer lado, mas à sempre uns espertinhos que iriam deixar o cão fazer as suas necessidades em qualquer canto e nem se preocupavam em limpar.


Penso que no Amoreiras, segundo ouvi, deixam entrar cães.

Pelo menos eu não tenho esse problema, pois os meus "4,5 kg" podem ir debaixo do braço para qualquer local...
PauloC
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quarta jun 12, 2002 1:45 pm

Ora Viva,
Fico bastante mais satisfeito com esta última mensagem do amigo Carrapato. Pode até ser impressão minha, mas notei uma agradável mudança no teor do seu discurso. Talvez até fosse desde o inicio o que ele queria dizer, mas pelo menos para mim ficou mais claro nesta última mensagem que os donos é que devem ser o objecto das nossas preocupações.
Apenas algo acerca das estatísticas: Não pretendi falar nisso como um consolo! Ninguém poderá dirigir-se a um pai cuja criança morreu atropelada numa estrada e tentar consolá-lo dizendo que " foi um grande azar, porque isto só acontece em 0,0001% dos casos" ! Apenas mencionei as estatísticas no sentido de deixar claro que há muitas coisas bem mais graves que ataques de cães, e que então nos deveriam fazer ficar fechados em casa encostados a um cantinho sem nos mexermos! É perfeitamente compreensível ter-se receio de cães. À luz das características e da vivência de cada um, há até quem tenha medo de piriquitos, de formigas ou de pessoas com pele escura! Mas parece-me perfeitamente injusto que se imponham restrições fundadas em algo que não seja ao menos a realidade dos números e da prática, a todo um conjunto de pessoas em função apenas desses "medos" e "fobias". Haverá razões para impor restrições, e elas serão até faceis de ver em alguns casos (como seja as razões, visiveis até na TV, para que certos marginais querem os Cães), mas essas são razões que nada têm a haver com o cão e sim com quem está na outra extremidade da trela ( à qual deveria estar sempre ligado).

Abraços
Paulo C
sumy
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quarta jun 12, 2002 2:00 pm

Pois já eu não posso dizer o mesmo!!!!! 50 kg de um + 45 kg de outro + 6 kg de outro!!!!! não podem bem ir debaixo do braço!!!

Estou perfeitamente de acordo na luta contra a proibição da entrada de animais em locais desse tipo. Claro está que esses espertinhos que não se preocupam com aquilo que os seus cães possam fazer em locais desses devem ser responsabilizados e punidos.

Mas olhem que já existem diversos sitios que embora existam a tais plaquinhas de PROIBIDO A ENTRADA A ANIMAIS, já me deixaram entrar e inclusive sem que eu pedisse nada, levaram-me uma taça com agua para os cães. Espantados!!??? Também eu fiquei, e acreditem que ganharam um cliente. (Foi num restaurante do Parque das Nações).

Mas, também existe outro factor que tem de entrar em linha de conta. E embora nós gostemos muito de animais, existe também aqueles que não gostam e não podemos ser egoistas ao ponto de pensar apenas em nós e não pensarmos neles, nesse mesmo restaurante eu percebi dessa 1ª vez que lá fui, que houve gente incomodada com a presença dos cães, embora eu ache que isso é uma parvoice da parte deles, mas como é lógico não há nada que se possa fazer contra esse tipo de sentimentos das pessoas.

Penso que neste tipo de coisas tem de haver uma meia medida, mas agradar ás duas partes para mim, é impossivel.

Um abraço,

Sumy
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