O AmStaff, o Pit Bull e Outros
De reconhecimento recente, oficialmente em 1936, o American Staffordshire Terrier nasce da iniciativa de um grupo de criadores da raça, que já na época era conhecida por uma multiplicidade de nomes, de Yankee Terrier ao American Bull Terrier, Bull & Terrier, Half & Half (metade metade) e mesmo Pit Bull.
O cão era utilizado para uma grande variedade de funções, como seja a guarda, a companhia, o trabalho no campo, sobretudo como cão de gado, a caça grossa e a notória (no mau sentido) luta de cães.
Em 1936 dá-se a cisão, com o reconhecimento do AmStaff com o nome de Staffordshire Terrier, após a recusa do American Kennel Club (A.K.C.) de reconhecer a raça sob o nome de American Bull Terrier, nome pela qual era conhecida desde a Guerra de 1914/18, quando foi o símbolo dos Estados Unidos nos posters de propaganda. Esta recusa foi devida à possibilidade de confusão com o Bull Terrier, raça com forte implementação nos EUA já na época.
Hoje em dia o American Staffordshire Terrier é uma raça mais do que estabelecida, reconhecida pela FCI desde 1975 (após o reconhecimento em 1970 pelo A.K.C. do Staffordshire Bull Terrier inglês). O Pit Bull, por outro lado, não é considerado raça nem pode ter pedigree – não pela actividade com que está normalmente associado, mas sim porque na sua criação não são utilizados os critérios básicos que orientam a canicultura organizada:
1º - Um estalão de raça – padrão descritivo da mesma, que serve de guia como objectivo e que tem de ser reconhecido pela FCI ou por entidade por esta reconhecida no país de origem, neste caso o A.K.C..
2º - A existência de uniformidade racial – é uma consequência directa do estalão (que define o tipo ideal) – no caso do Pit Bull a única característica que interessa (pelo menos nos moldes em que tem sido criado na Europa), é a agressividade intra-específica, ou seja a agressividade com outros cães, o que por sí só não define um tipo racial mas apenas uma das suas características.
Portanto, quando se afirma que o Pit Bull não é raça, isto é uma decorrência directa do acima exposto, não querendo dizer que seja uma mistura de raças ou um “cão de laboratório”, termo que ninguém sabe o que quer dizer mas que é utilizado frequentemente pela imprensa com grande acertividade.
Mais de 70 anos de criação regida por fins diferentes criaram, de uma mesma base, duas raças diferentes. De um lado temos o American Staffordshire Terrier, raça que está tipificada, não só em termos físicos, como de carácter; Como o descreve o estalão: O American Staffordshire Terrier deve dar a impressão de força desproporcionada para o seu tamanho, é uma cão muito bem estruturado, musculoso mas ágil e gracioso, muito atento ao que o rodeia. Deve ser compacto, sem ser pernalta nem esgalgado. A sua coragem é proverbial.
É conhecida a sua faceta amigável e o seu gosto por crianças, onde é companheiro insuperável de brincadeiras, a sua sociabilidade faz dele o cão ideal para acompanhar o dono para todo o lado, se bem que, por ter um carácter dominante, pode demonstrar alguma agressividade com os outros cães, pelo que deve ser conduzido sempre à trela.
O Pit Bull é sempre uma incógnita, não há um padrão de referência, nem em termos físicos nem em termos de carácter, pelo que afirmar que é a, b, ou c é mera especulação. O que se sabe à partida é que o seu potencial de agressividade para com outros animais é muito elevado, pelo que deve ser sempre conduzido à trela.
Qualquer um dos dois é normalmente sociável (no AmStaff é mesmo uma característica racial) e, pelo seu tamanho, são cães que se dão bem em apartamento.
Tipificar as diferenças entre o AmStaff e o Pit Bull é extremamente difícil porque se está a comparar algo bem definido com o acaso. Da minha experiência pessoal como criador de American Staffordshire Terriers em Portugal e do contacto ocasional que tenho tido com o Pit Bull, o que posso afirmar é que o AmStaff é um cão extremamente sociável, que se dá bem com crianças, extremamente brincalhão, mas com um carácter forte e dominante, que necessita de um dono com pulso forte, que saiba controlar o seu animal e que tenha muita paciência, pois se bem que seja muito inteligente, o AmStaff é também muito teimoso, pelo que deve ser educado com firmeza mas nunca com violência. É uma das raças em que é aconselhada a procura do apoio de uma escola de cães para a sua educação e que deve ser sociabilizado desde muito novo.
Sobre o Pit Bull o que posso dizer é que a maioria dos exemplares que conheci tinham um temperamento sociável, mas a sociabilização é fundamental e relativamente ao seu ensino o apoio de um treinador experiente é fundamental. Consta que o Pit Bull só assume o carácter de adulto muito tarde, por volta dos 3 anos, alguns autores, nomeadamente Richard Stratton (The World Of The American Pit Bull Terrier – TFH Publications), entre outros, afirmam que animais sociáveis com outros animais (área onde normalmente ocorre a mudança de temperamento) podem de um momento para o outro, tornarem-se agressivos com outros animais (desculpem a redundância).
O problema é que como o Pit Bull não tem tipo definido, a sua identificação é muito dificill, e na maior parte das vezes errónea. A sua (má) fama leva a que certos elementos da sociedade o prefiram e possuam para fins menos lícitos, ou que, muitas vezes, a adicionar a tradicional falta de cuidado dos portugueses leva a que deixe animais à solta e não me refiro apenas aos Pit Bull, isto é válido para todas as raças, do Caniche ao S. Bernardo, propiciando acidentes.
Infelizmente a luta de cães não é uma importação, faz parte da cultura portuguesa desde tempos imemoriais, mas sobretudo no interior; até à poucos anos era habito nas feiras do Nordeste Transmontano haver uma “competição” entre os pastores para ver qual tinha o cão mais forte… Também as chegas de bois são uma reminiscência dos combates de animais. Os combates de cães organizados não são novidade entre nós, é do conhecimento geral que há mais de quatro anos se realizam combates por aposta em todo o país… o que é pena é que só agora cheguem à comunicação social e só agora se fale neste assunto… curiosamente só são proibidos desde 17 de outubro de 2001, pois a legislação existente era esparsa e pouco clara (a actual, o DL 276/2001 de 17 de Outubro também é pouco clara e muito dúbia no seu clausulado mas felizmente inteligível nesta àrea).
Estatísticamente, e contrariando alguma imprensa mais populista, não há casos de ataques de AmStaffs em Portugal e os poucos que há em que se pensa que tenham sido de Pit Bulls (como não é uma raça é difícil a atribuição correcta da responsabilidade) mesmo assim representam um número muito baixo, cerca de 0,3% de uma população estimada em cerca de um milhar de exemplares. Mesmo com o Rotweiller, em 1998, com uma população estimada de 3000 exemplares este número não ia além dos 0,03%.
O problema de certos tipos de raças não é da raça em si mas do tipo de dono que têm, que ou pretende o animal para fins menos lícitos, ou não se preocupa em o sociabilizar e educar ou passeia o seu cão sem trela – o que é uma questão pertinente para todas as raças, para além de ser uma protecção para o nosso cão, é uma questão de boa educação, além de ser obrigatório por lei.
Por outro lado, alguma imprensa mais populista descobriu que associar algumas raças de cães a violência trazia mais leitores e, sem tentar sequer verificar fontes publicam paragonas do género “raça considerada muito perigosa” (DN 4-4-2002) – sem dizer quem a considera, em base de que factos nem a suportam com estatísticas, “cães assassinos” em que fazem a associação a uma raça e mostram imagens de outras raças que muitas vezes não tem nada a ver, “cães de combate”, designação que ainda ninguém me conseguiu explicar o que quer dizer, para além de números sem qualquer validade científica como “uma pressão de mais de 500 kg por cm2 de pressão de maxilares” como foi o caso de uma revista dita de grande informação (revista focus)que me ligou a pedir para confirmar estes valores e depois de eu ter perdido meia-hora a explicar à “jornalista” que não havia formula nenhuma de avaliar a potência de mordida (e eu bem a tenho procurado quer junto de cientistas, quer de veterinários), que um valor de grandeza da ordem que eles reclamam para certo tipo de cães ia tornar impossível certo tipo de trabalho desportivo que envolvem a manga de trabalho, por simples esmagamento do braço do figurante (e estas raças competem regularmente quer em Portugal quer no resto do mundo), optou por publicar a asneira na mesma. Ou mais recentemente, num artigo do Jornal de Notícias, a jornalista punha como primeira característica do Pit Bull ter os dentes afiados... santa ignorância... como todos os cães de agarre (presa) a dentição do pit bull foi desenvolvida para agarrar e não para cortar, logo os dentes até são menos afiados que a maioria das raças...
Também todo o politiqueiro de segunda, que quer ganhar visibilidade, começa por propor “legislação” que controle certas raças que “considera” perigosas, como é o caso do Dr. Rui Rio, que iniciou a sua pré campanha eleitoral com uma proposta não só de fraca qualidade técnica, mas que também continha erros crassos e, a ser lei, várias inconstitucionalidades. Infelizmente o Dr. Rui Rio emprenha pelos ouvidos, como foi notório no caso da corrupção na CMP – “há corrupção na CMP – nunca tive qualquer contacto com a CMP ou os seus serviços, mas como toda a gente diz que há é porque há”… como bem se lembram das afirmações proferidas em vários jornais e televisões por este indivíduo politicamente pouco escrupuloso.
Outra das asneiras publicadas normalmente é a confusão das raças, nomeadamente quando tentam dar mais nomes ao Pit Bull (DN 4/4/2002) chegando a chamar-lhe Staffordshire Bull Terrier – raça inglesa que têm a alcunha de “nanny dog” (cão ama-seca) pelo seu excelente carácter e pela docilidade que tem com crianças (mais uma prova de mau jornalismo).
O que é triste é que do muito que se fala sobre estas raças e outras, nunca se ouça ou leia sobre a educação dos proprietários de cães, se assista a um aumento de animais abandonados, que as propostas e iniciativas legislativas que saiam estejam desfasadas da realidade e sejam impraticáveis (nomeadamente os DL 91/2001 de 23 de Março e o DL 276/2001 de 17 de Outubro – em que é notória a postura da Direcção Geral de Veterinária, em vez de entidade reguladora, de lobby de alguns veterinários, passando por cima não só das instituições democráticas portuguesas como foi o caso do Parlamento (em que havia três propostas legislativas a aguardar agendamento), como dos tribunais – dando competência ao seu Director-Geral para julgar casos e ditar sentenças)… curiosamente esta situação pouca ou nenhuma atenção teve na comunicação social… Porquê? Parece ser um “pouco dúbio, não?
Gonçalo Graça Moura
Do AmStaff e do Pit Bull - desabafo longo
Moderador: mcerqueira
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Olá
Concordo consigo a 100%!
gostei deste "testamento"
Fiquei a saber coisas que não sabia ou pelo menos não tinha a certeza.
Pessoalmente gosto muito de APBT e AST, não muito pelo aspecto, mas mais pelo temperamento.
Agora, gostaria de colocar-lhe uma dúvida:
Tal como o APBT, o AST também pode aparecer em qualquer cor? Apesar de terem a mesma "base", tenho ouvido que o AST só aparece em certas cores.
Aproveito também para dar-lhe os parabéns pelos seus cães e o trabalho que tem feito na defesa das raças
Um abraço
Concordo consigo a 100%!
gostei deste "testamento"

Pessoalmente gosto muito de APBT e AST, não muito pelo aspecto, mas mais pelo temperamento.
Agora, gostaria de colocar-lhe uma dúvida:
Tal como o APBT, o AST também pode aparecer em qualquer cor? Apesar de terem a mesma "base", tenho ouvido que o AST só aparece em certas cores.
Aproveito também para dar-lhe os parabéns pelos seus cães e o trabalho que tem feito na defesa das raças
Um abraço
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Obrigado pelo elogio
O AmStaff pode aparecer em todas as cores, aliás não conheço criador nenhum que crie por cor... as únicas "restrições", são o mais de 80% branco, o castanho fígado e o black & tan (tipo doberman), masmesmo estas são apenas "não recomendadas" havendo campeões de beleza americanos brancos, pelo que a "restrição" não é vinculativa, quando muito será factor de desempate entre dois cães iguais.
Posso dizer que já criei cães pretos, camurças, azuis, tigrados e mesmo um ou dois quase totalmente brancos.
Gonçalo

O AmStaff pode aparecer em todas as cores, aliás não conheço criador nenhum que crie por cor... as únicas "restrições", são o mais de 80% branco, o castanho fígado e o black & tan (tipo doberman), masmesmo estas são apenas "não recomendadas" havendo campeões de beleza americanos brancos, pelo que a "restrição" não é vinculativa, quando muito será factor de desempate entre dois cães iguais.
Posso dizer que já criei cães pretos, camurças, azuis, tigrados e mesmo um ou dois quase totalmente brancos.
Gonçalo
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Olá Caro Gonçalo,
Obrigado em nome de todos a esclarecimentos deveras importantes que acrescentamos certamente ao nosso saber e, eu pessoalmente muito em especial como sabe!
Tenho-me informado sempre e em tudo que possa, sobre este fabuloso cão que seguiu dois rumos diferentes, admirando-o cada vez
e pelo qual estou disposto a defender na sua má reputação gerada em torno do que o Homem quer fazer dele - A WarMachine!
Obrigado por tudo, um abarço AMIGO!
Antº Garcia
Obrigado em nome de todos a esclarecimentos deveras importantes que acrescentamos certamente ao nosso saber e, eu pessoalmente muito em especial como sabe!
Tenho-me informado sempre e em tudo que possa, sobre este fabuloso cão que seguiu dois rumos diferentes, admirando-o cada vez

Obrigado por tudo, um abarço AMIGO!
Antº Garcia
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Um bom "post" pelo nick casadiscaes.
Poderia passá-lo a outras pessoas para que também fiquem melhor informadas?
Poderia passá-lo a outras pessoas para que também fiquem melhor informadas?
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Claro, se o escreví num local público é para ser lido e divulgado se alguém achar que o merece.
Gonçalo
Gonçalo
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Estou farto de ouvir dizer que o pit bull não tem estalão.Se me disserem que a FCI e os clubes associados não reconhecem o APBT,tudo bem ,se me disserem ainda que o termo pit bull em países anglo-saxónicos se referia a vários tipos de cães incluindo o APBT,desde que estes servissem para luta num pit e tivessem sangue bull,tudo bem. Agora quero-vos dizer que o APBT tem associações que o reconhecem e que estas apresentam um estalão para esta raça ,é verdade ele existe,tudo bem que é permissivo quanto ao tamanho do cão mas exige que qualquer que seja o seu peso o cão tem que ser porporcional e respeitar as características físicas do estalão, ou seja um pit que pese 40 kg tem que manter as mesmas porporções que um que pese 28 kg,também é permissivo quanto à cor e pigmentações dos cães.
Agora é bem verdade que andam para aí cães a que chamam Pit Bull ,que para mim não são APBT,até apresentam algumas características da raça mas falham noutras,até pits que mordem em pessoas,algo inadmissível num cão de rinhas.
Vejam o estalão do APBT nesta pag. da net www.ukcdogs.com/Terriers/AmericanPitBullTerrier.std.htm
Agora é bem verdade que andam para aí cães a que chamam Pit Bull ,que para mim não são APBT,até apresentam algumas características da raça mas falham noutras,até pits que mordem em pessoas,algo inadmissível num cão de rinhas.
Vejam o estalão do APBT nesta pag. da net www.ukcdogs.com/Terriers/AmericanPitBullTerrier.std.htm
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Se ler bem o meu texto eu digo "1º - Um estalão de raça – padrão descritivo da mesma, que serve de guia como objectivo e que tem de ser reconhecido pela FCI ou por entidade por esta reconhecida no país de origem, neste caso o A.K.C.. "
Mais, se o ajuda, posso informar que o estalão do United kennel Club foi alterado o ano passado para mais ficar mais semelhante ao do American Kennel Club (os puristas do UKC cansaram-se de peder em exposições para AmStaffs).
Mas para complicar mais a situação, o tipo de pit que temos maioritáriamente na Europa é o da American Dog Breeders Association, que é tão vago que chega a dizer sobre as orelhas do Pit "duas, preferêncialmente uma de cada lado da cabeça"...
40% dos Pits registados no UKC também estão registados no AKC como AmStaffs, e o tipo de cão da linha de beleza do UKC é idêntico ao AmStaff, com um estalão mais flexivel no que dis respeito a cores (onde o estalão do AKC não recomenda mais de 80% branco, black & tan e fígado, bem como quanto à cor da trufa, que tem de ser preta no AmStaff e no Pit do UKC é de qualquer cor.
A título de curiosidade, que eu saiba, até hoje só houve uma cadela que era simultâneamente AmStaff e 2x Pit (UKC e ADBA).
A vantagem para muitos dos criadores que tem os chamados "dual registered" (AKC e UKC) é que um cão que tenha algum defeito como AmStaff, pode ainda ser um excelente cão sob um estalão menos restritivo...
Mas, e mantenho, como o Pit Bull mais divulgado na Europa é o da ADBA, isto não se aplica... curiosamente, todos os cães "dual registered" que vieram para a Europa, hoje em dia são apenas AmStaffs. Se investigar um pouco cães de afixos famosos como os Sierra Staffs - a Lorene Wilson é considerada uma das melhores criadoras do mundo - vê que os seus cães são todos "dual registered".
No meu caso, criei uma base de dados que já vai em cerca de 1800 cães (comecei dos meus e dos que utilizei como reprodutores para trás), que apesar de estar longe de estar completa conta com alguns cães Colby (até o famoso Colby's Primo - o cão sobre o qual foi escrito o estalão do Amstaff), Corvino, Tudor, Heizl, etc...
Mas não estamos a falar do mesmo tipo de cão, não é o Pit Bull do UKC que temos na Europa, e mesmo que fosse, o UKC não é reconhecido, pelo que o seu estalão não tem qualquer valor (em termos práticos).
Gostaria de salientar que não sou de forma nenhuma contra os Pit Bull, raça de que gosto bastante, não me oponho que venham a ser reconhecidos (o tipo UKC), mas como raça separada do American Staffordshire Terrier pois mais de 70 anos de criação orientada para fins diferentes criaram duas raças diferentes. O Brasil é o único país da FCI que reconhece o American Pit Bull Terrier como raça.
Pode consultar o estalão do AmStaff na minha página (formato PDF) em www.casadoscaes.com
Mais, se o ajuda, posso informar que o estalão do United kennel Club foi alterado o ano passado para mais ficar mais semelhante ao do American Kennel Club (os puristas do UKC cansaram-se de peder em exposições para AmStaffs).
Mas para complicar mais a situação, o tipo de pit que temos maioritáriamente na Europa é o da American Dog Breeders Association, que é tão vago que chega a dizer sobre as orelhas do Pit "duas, preferêncialmente uma de cada lado da cabeça"...
40% dos Pits registados no UKC também estão registados no AKC como AmStaffs, e o tipo de cão da linha de beleza do UKC é idêntico ao AmStaff, com um estalão mais flexivel no que dis respeito a cores (onde o estalão do AKC não recomenda mais de 80% branco, black & tan e fígado, bem como quanto à cor da trufa, que tem de ser preta no AmStaff e no Pit do UKC é de qualquer cor.
A título de curiosidade, que eu saiba, até hoje só houve uma cadela que era simultâneamente AmStaff e 2x Pit (UKC e ADBA).
A vantagem para muitos dos criadores que tem os chamados "dual registered" (AKC e UKC) é que um cão que tenha algum defeito como AmStaff, pode ainda ser um excelente cão sob um estalão menos restritivo...
Mas, e mantenho, como o Pit Bull mais divulgado na Europa é o da ADBA, isto não se aplica... curiosamente, todos os cães "dual registered" que vieram para a Europa, hoje em dia são apenas AmStaffs. Se investigar um pouco cães de afixos famosos como os Sierra Staffs - a Lorene Wilson é considerada uma das melhores criadoras do mundo - vê que os seus cães são todos "dual registered".
No meu caso, criei uma base de dados que já vai em cerca de 1800 cães (comecei dos meus e dos que utilizei como reprodutores para trás), que apesar de estar longe de estar completa conta com alguns cães Colby (até o famoso Colby's Primo - o cão sobre o qual foi escrito o estalão do Amstaff), Corvino, Tudor, Heizl, etc...
Mas não estamos a falar do mesmo tipo de cão, não é o Pit Bull do UKC que temos na Europa, e mesmo que fosse, o UKC não é reconhecido, pelo que o seu estalão não tem qualquer valor (em termos práticos).
Gostaria de salientar que não sou de forma nenhuma contra os Pit Bull, raça de que gosto bastante, não me oponho que venham a ser reconhecidos (o tipo UKC), mas como raça separada do American Staffordshire Terrier pois mais de 70 anos de criação orientada para fins diferentes criaram duas raças diferentes. O Brasil é o único país da FCI que reconhece o American Pit Bull Terrier como raça.
Pode consultar o estalão do AmStaff na minha página (formato PDF) em www.casadoscaes.com
<p>Gonçalo</p>
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Não duvido do seu gosto pelo APBT nem nunca pensei que fosse contra os Pits agora quero lhe dizer apenas que a opinião que emiti não foi para afirmar que estava errado ou contradize-lo foi para acrescentar o meu ponto de vista porque já estou cansado de ouvir dizer que os pit não são uma raça e que não têm um estalão. Quero referir que sei que o estalão do UKC foi revisto (apenas não verifiquei a data da pagina por pressa ,erro meu),quanto aos pits que temos na Europa realmente o que diz é verdade daí a heterogeniédade que aparece,mas devo referir que ao meu lado enquanto escrevo está deitado um exemplar cujos pais estão registados no UKC (se bem que em Portugal isso não interessa nada ) ,mas que não podem ser considerados staffs devido à cor do nariz.
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Nunca pensei que fosse um ataque ou uma crítica, aproveitei a sua mensagem para tentar elucidar eventuais membros do fórum que pudessem ficar um pouco confundidos... afinal o pit tem ou não tem estalão? qual é a diferença? um nariz pode mudar tudo?...
Um abraço,
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<p>Gonçalo</p>
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