jcsousa Escreveu:Bàsicamente estou de acordo consigo. Não deixo, no entanto, de sublinhar um argumento curioso: é que normalmente (pelo menos os que eu conheço...) os treinadores positivistas dizem sempre conhecer os dois lados da moeda. isto é, que vêm do chamado treino tradicional.
Ora, a questão é que, se foram treinadores tradicionais, e viram nos cães que treinaram tantas desvantagens, traumatismos físicos e psicológicos como os que agora constantemente apontam, das duas uma:
- ou não avaliaram correctamente a sensibilidade desses cães ao castigo positivo (pressão);
- ou optaram por priorizar a pressão relativamente à motivação.
Qualquer destas duas premissas faz deles treinadores incompetentes. Conhecer, para além dos sempre citados quatro quadrantes do treino, conceitos simples como "pressão passiva", "pressão activa" "despersonalização do castigo" e "negativo-positivo", teria certamente evitado muitos dos problemas que dizem ter tido e não afectaria a relação cão/guia que constantemente imputam (generalizando) aos ditos treinadores "tradicionais".
Interessante...eu não saberia lhe responder. Eu particularmente nunca consegui "estragar" um cão.
Fico imaginando que pode ter sido um imprevisto, talvez. Conheço um caso onde um conhecido usou o barulho de um balde para punição despersonalizada, e acabou com um Rott com medo de baldes. rsrsrs
Ele teve que depois desensitizar. Mas não tenho como avaliar, já que não vi.
jcsousa Escreveu:Termino contando uma dedução "científica" - também baseada em muitos "estudos" - que me foi recentemente citada por outro treinador positivo:
Cadelas treinadas com teletac, para além de ficarem "partidas", trasmitem esse estado de espírito às ninhadas que têm.
Com o devido respeito, devo dizer que isso é impossível - só se transmite o que está nos genes, logo, se uma cadela é sensibilizada mas antes disso tem um carácter forte, será esse tipo de caracter que transmite.
Outra coisa é "educar" nesse sentido os cachorros, na fase de imprinting. É este tipo de imprecisões e generalizações que, confesso, me deixa um pouco de pé atrás com os positivistas, sempre a argumentar em nome da ciência.
Também não sei lhe responder, eu não li nada a respeito. Eu também acho que só se transmite o que está nos genes. Eu teria que entrar em contato com esse estudo, se é que é um estudo realmente.
Já agora, aproveitando o tópico, gostaria de lhe perguntar:
Eu trato os cães acreditando que não existe, uma relação dominador/dominado. Isso se reflete em minha prática na medida em que sempre procuro qual é o antecedente ou o consequente que posso manipular para alterar um comportamento que eu penso ser inadequado.
Como que essa relação (dominador/dominado) reflete em sua pratica com os cães?