Caça ou não eis a questão

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

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balao
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quinta jun 27, 2002 10:10 am

Parece que o Fabarm centraliza a sua defesa na extinção de uma raça, o Perdigueiro Português.

e....????

Os Pittbulls e as mais diversas variantes, cresceram também num meio, as lutas de cães!

...e então?...deve-se proteger e defender as Lutas de Cães, pois se isso não acontecer, eles entram em extinção?


Ps: Fabarm, veja lá é se consegue defender o seu ponto de vista com respostas objectivas e inteligentes, afinal, acho que ainda não o fez.Continuamos à espera.
FAbarm
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quinta jun 27, 2002 11:25 am

É com muita humildade que desabafo e partilho convosco o que tenho cá dentro.
Não obstante o respeito e admiração que tenho por todos aqueles que escrevem neste forum, gostaria de dizer algumas coisas simples, relevantes para uns e irrelevantes para outro.
Muito se tem escrito acerca da caça, algumas coisas boas, outras más, mas é notável uma certa ignorância relativamente a determinados assuntos, por parte de algumas pessoas.
De salientar o facto de certos senhores, adoptando a pseudónimo de " ecologistas " pensarem que entendem alguma coisa de caça ou natureza, já para não falar nos responsáveis pela legislação, a qual não é do interesse dos caçadores.
Não querendo ofender ninguém, penso que isto da Ecologia é como uma moda: uma pessoa vê algo de aprazivel para usar, pensando que está a adquirir algo bom e util, perante si própria e a sociedade. Esta sociedade é, em parte, culpada por muitas coisas, muitas alterações sociais, obrigando as pessoas a cometerem erros fatais. Por isso, fica aqui um alerta: cuidado com a sociedade.
É importante dizer que os verdadeiros ecologistas são os caçaores. Importa igualmente referir que aqueles que realmente são caçadores não matam para contar as peças, no fim de uma jornada. São, isso sim, aqueles que se ligam à terra, aproveitando aquilo que ela proporciona, e sentindo no seu interior algo muito mais profundo do que o deslumbramento das paisagens e das peças de caça.

Tiago

NB: Os perdigueiros portugueses não são o orgumento. São mais um argumento...
CindelP
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quinta jun 27, 2002 11:42 am

Já agora, e a pesca ?

Andamos aqui a chamar os caçadores de assassinos, mas não comemos peixe ?

E no meu ver, o peixe ainda morre de uma forma mais cruel, a asfixia ! Mas continuamos a comer peixe !!

Com a caça, era o argumento, de que alguns era criados mesmo para alimentação, logo não havia necessidade de ir "ao meio" matar mais, quando existe no super-mercado. Mas, de certeza que são muito poucos os que ao comprarem peixe perguntam se o peixe foi criado em cativeiro ou apanhado em alto-mar ?!

Mas como o peixe, não é bonitinho, não tem pêlo macio, penas bonitas, as suas crias não são bonitas, não merece defesa !! Assassinos aqueles k matam rapidamente com um tiro um animal, mas ninguem refere a pesca, onde os animais morrem lentamente por asfixia, aos montes sem respeito nenhum por eles !!

Engraçado ver como só se refere o que nos convém, o que não convém, vamos lá esconder
Good friend Vs true friend: A good friend will come bail you out of jail....But a true friend will be sitting next to you saying "... WE screwed up! BUT WASN'T IT FUN!!!
xabita
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quinta jun 27, 2002 11:45 am

Caro Tiago o seu ultimo post foi sem duvida o mais altruista e mais lucido

que escreveu até agora,não fosse o ultimo parágrafo, em que diz que :

"É importante dizer que os verdadeiros ecologistas são os caçadores"

até o convidava para beber um copo e esquecermos que cada um têm

um ponto de vista completamente diferente em relação á caca,perdão,

caça.Só falta dizer que os caçadores são o cume da piramide de

predadores e que sem eles todo o ecossistema iria ruir e que seriamos

dominados pelas baratas.

Parafraseando Ghandi,"A cultura de um povo vê-se pelo modo como

tratam os seus animais",pode-se tirar grandes conclusões.

A minha esperança é que as gerações futuras sejam sensiveis á questão

da caça,das touradas,das lutas de cães e de qualquer animal.

Eu por mim tudo farei e faço para que os miudos de hoje tenham

consciência e não sejam as bestas de amanhã.

Nuno Luz.
fang
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quinta jun 27, 2002 12:57 pm

Olá a todos,

Para Tiago:
Quanto a este ultimo post, estamos em grande parte em sintonia.

Em relação ao último parágrafo, ao generalizar o seu conteudo, sabe muito bem que não é verdade e isso terá de o admitir sob pena de eu lhe dizer que não conhece a realidade da caça.

É importante dizer que os verdadeiros ecologistas são os caçaores. Importa igualmente referir que aqueles que realmente são caçadores não matam para contar as peças, no fim de uma jornada. São, isso sim, aqueles que se ligam à terra, aproveitando aquilo que ela proporciona, e sentindo no seu interior algo muito mais profundo do que o deslumbramento das paisagens e das peças de caça.
Para Cindel:

Pois é...
Tenho vindo de facto a aperceber-me que para alguns o conceito da palavra ANIMAL é muito pouco abrangente e por vezes desvirtualizado.

No entanto a pesca parece-me estar noutro patamar de discussão.
O conceito de "necessidade" e "prazer" parece-me estar inserido aqui noutro contexto. Por enquanto é um "mal necessário" que pode dar ou não "prazer" na sua prática.
Andamos aqui a chamar os caçadores de assassinos, mas não comemos peixe ?

E no meu ver, o peixe ainda morre de uma forma mais cruel, a asfixia ! Mas continuamos a comer peixe !!
Não tenho nada contra a caça segundo o conceito de matar para sobreviver.
Mesmo quanto á caça "desportiva" Continuo a reafirmar que se trata de um mal menor, desde que praticada ordenada e responsávelmente.

A discussão central : É mesmo NECESSÁRIO CAÇAR HOJE EM DIA no nosso país ?
Olhem que esta pergunta pode ser um pau de 2 bicos, tendo em atenção a conjuntura politico-económica e social do interior de Portugal.
<p>Francisco Barros</p>
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jmazevedo
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quinta jun 27, 2002 1:07 pm

Boas,
é extremamente dificil convençer alguem que é amante de uma prática "desportiva",que está errado.Normalmente têm-se usado na defesa da caça argumentos que a meu ver são totalmente descabidos.1º afirmar que se não fosse a caça algumas espécies estariam extintas é ridiculo,pois se as criam em cativeiro para depois as matar...Seria a mesma coisa que um serial killer justificar as mortes com a quantidade de filhos que fez.2º- A ecologia não é nenhuma moda, é ,ou melhor deveria ser, a maior preocupação de todos os homens,a ecologia não é só plantar flores e criar animais em cativeiro..é sobretudo uma atitude perante a vida diferente,que faz com que estejamos atentos a assuntos como reciclagem,tratamento de residuos tóxicos,etc,por forma a poupar os recursos naturais,pois estes são finitos.3º-Existe uma enorme diferença entre a pesca e a caça...é verdade que os peixes morrem asfixiados,mas existe uma nessecidade enerente á morte deles...Nós temos de comer,para além disso existe uma comunidade de pescadores(que por sinal,está cada vez pior),que necessita do pescado para sobreviver...Não me pareçe que quem tenha possibilidades de comprar "belas"caçadeiras,mais os cartuchos,mais a cota da associação,mais o combustivel para o jipe,tenha necessidade do rendimento da caça para comer,para além disso,apesar de não ter a certeza,parece-me que não é permitido vender as "peças".Uma ultima referênçia á pesca...Quando o pescador sai para o mar,nunca sabe se volta a ver a familia...um caçador... só se o colega se enganar e lhe acertar com um tiro...o que,infelizmente, acontece frequentemente.Resta-me felicita-los pela excelente forma com que tratam os vossos caês,pese embora, sejam uma rarissima excepção a regra.Não pretendo com o meu comentário,ferir a susceptibilidade de ninguem,esta é só a minha opinião,que,como opinião,vale o que vale.

Muito obrigado pela paciênci
João

"Homen,nunca te esqueças, o ar que respiras não é teu,foi o teu filho que te emprestou"
Madonna
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quinta jun 27, 2002 2:24 pm

Este Tópico refere-se à Caça; se é para falarmos de pesca, abrimos um Tópico "Pesca, ou não, eis a questão".

A minha postura, não mudaria em nada, visto que não pesco, nem caço, porque não preciso; recorro às Grandes Superfícies.
A discussão baseia-se nisso: caçar (ou pescar), por circunstâncias de sobrevivência, apenas. E já vamos na 5ª página, sempre a dizer o mesmo.
Eu gosto muito de peixes, apesar de não poder agarrá-los e enchê-los de beijos. Adoro bicharada, adoro Natureza. Mas cada um, merece o seu lugar.

A minha vida tem sido uma luta, não só pela a sociedade em que vivo, mas porque luto interiormente, para me ir sentido aliviada de consciência. E isto, não é uma pretensão, mas sim uma opção pessoal, da qual me vou orgulhando.

Nunca comi nada mais, além de peixe, a pescadinha mais vulgar (nem percebo nada de peixes para comer), carne de vaca, porco ou frango. Hoje em dia, como apenas frango e peixe. Como para viver; não vivo para comer.
Se tenho pena das galinhas?! Claro que tenho pena e dos peixes também - tenho pena de todos os animais, que perdem a vida, para me encher a barriga.
Mas eu não posso ser radical, impondo certos hábitos, que são por enquanto, contrários à minha natureza.
Lentamente, estou a modificar algo que me alivia a consciência, porque não me desligo desse problema, penso constantemente nele. Eu não consigo matar. Mas a moral foge-me, quando dou por mim, a comer o que os outros mataram.
A propósito: o meu jantar, ontem, foi uma pratada de esparguete, com queijinho derretido por cima!! Absolutamente delicioso!

Agora não me venham perguntar, se tenho pena das ervilhas e das alfaces, ou do esparguete, porque aí, vou pensar que me estão a gozar e entramos todos na palhaçada de preservamos as melgas, as carraças, os percevejos, etc.

Estou e estarão muitos mais, cansados com este assunto, pelo que peço desculpa se fui longa no meu discurso, mas de outra forma não conseguia dizer tudo - o que me vai na alma, amigos!

Saudações,
Paula
FAbarm
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quinta jun 27, 2002 2:41 pm

Se soubesse esculpir, se calhar, gravava na pedra alguns dos momentos inesquecíveis que vivi na caça. Este desiderato não é mais do que levou o homem primitivo a produzir as gravuras rupestre que eternizam as suas emoções cinegéticas, talvez porque as histórias de caça se desenham com sangue que é o que há de mais dificil de apagar na memória dos homens. Será porque a passagem de milhares de anos não foi suficinte para alterar os cromossomas que herdei do Australopithecus e para mim a caça não é o gozo de matar de que me acusam os auto-procalmados ambientalistas, mas a uma satisfação de uma necessidade básica de alimentação?
O que é mais fácil: ir ao supermercado, não há duvida nenhuma.
O gosto pela caça ou direi melhor, a paixão pela caça não tem nada a ver com sexo, idade, educação ou instrução. Ela "ataca " tanto homens como mulheres. Caçam velhos e novos, analfabetos e doutorados, padres e leigos. A forma como somos educados nada tem a ver com o gosto que se desenvolve pela caça. De facto tenho outro irmão que não é caçador e fomos educados da mesma maneira.
Desde muito novo, sempre acompanhei o meu pai enquanto o meu irmão preferia qualquer outra actividade, não sentindo o chamamento da caça.
Duma forma construtiva tenho tentado entender as várias posições que conheço relativamente à caça e tenho a mesma dificuldade em perceber as posições que se opo~em à minha, que se calhar, os "opositores" de boa fé terão em entender a minha opinião.
Não conheço nenhuma outra actividade que hoje seja tão vilipendiada por uma parte da população, pela simples razão de que tem o almoço assegurado pelo frango de aviário, pelo borrego imolado no açougue ou qualquer outra iguaria que certamente teve a mesma vontade de ir parar ao prato do "ecologista" que a perdiz ao do caçador.
Um dos argumntos mais estfados que aqui li foi o de que os caçadores têm prazer no sofrimento que provocam nos animaisou, sejamos honestos, o que escrevem de facto é que os caçadores não caçam por necessidade , mas por prazer.
Não é verdade! Nenhum caçador que coneço tem prazer em causar sofrimento aos animais de caça. Aliás uma preocupação constante do caçador consciencioso é a de produzir um tiro de que resulte a morte imediata e portanto com o mínimo sofrimento, e isto, não só por critérios éticos mas também, pela aplicação da leido menor esforço. O trabalhão que dá perseguir uma animal ferido não é do agrado de ninguém. É por um imperativode consciência que tal perseguição é levada a cabo até ao limite do possivel, quer pela convicção de que, se se feriu, é obrigatório envidar todos os esforços para cobrar, pelo respeito que a presa nos merece, quer pelo perigo em que se pode colocar outras pessoas deixando abandonados animais feridos.
Argumento bem complicado é o de que os caçadores provocam a extinção das espécies. A ser assim, os caçadores são eles próprios candidatos à auto-extinção, pois uma vez acabada a caça, obviamente, acabarão os caçadores. Mas não têm razão os que assim pensam. Os caçadores tudo fazem para evitar a extinção das espécies cinegéticas, e de uma forma muito mais militante do que aqueles que da extinção não têm senão um prejuizocontemplativo. Para o caçador é a morte da sua paixão que, evidentemente dfenderá até ao limite das suas forças. Que tem havido a diminuição de algumas espécies é uma verdade incontornável, mas se os habitats têm vindo a ser reduzidos de uma forma drástica com a urbanização de terrenos agriculas em quantidades alarmantes o que é que se espera?
Os fertilizantes e pesticidas cada vez mais utilizados são também responsáveis pelo desparecimento de populações inteiras.
Quando os caçadores têm a gestão da caça numa àrea determinada, não são poupados esforços para desenvolver ou reintroduzir espécies e de certeza que a sobrecaça é impensável.
Claro que isto não acontece onde a todos é permitido caçar. Ao não ter dono, a caça não tem quem a defenda por nunca ser possivel saber, ao poupar uma peça de caça, se no minuto seguinte esta será ou não abatida por outrém.
Haverá maior atentado `integridade física do que a castração que a bondosa tia não hesita em fazer praticar no seu gato de estimação para ter sossego enquanto o seu companheiro se abstém de responder ao miar convidativo de uma gata no cio? E lhe dá assim mais tempo para implicar com o vizinho cujo cão não dá sossego ao seu bichaninho querido.
E o sagrado direito à liberdade? Não é também um dos direitos fundamentais? Pensa nisto o defensor dos direitos dos animais que mantém em cativeiro, pare seu prazer egoista, o porquinho da Índia, a ve canora ou ornamental ou outro qualquer animal de estimação?
E depois pergunta: Todos os animais têm os mesmos direitos? Ou haverá animais de primeira e segunda, quero eu dizer: A ninguém caberá na cabeça dizer que devemos proteger a mosca, a pulga ou a carraça.
Os insectos, mau grado e inorme importância têm para o equilibrio da Natureza, como por exemplo na polinização, não têm grandes defensores, mesmo quando são caçados para comer como os gafanhotos. Mas outo galo canta quando falamos de aves ou mamíferos. Eu bem tento mas não consigo perceber porque posso matar uma galinha mas não posso matar uma perdiz.
Mas, a verdade é que se as criar num aviário e as comprar no supermercado ganho a absolvição. Nunca ouvi uma voz erguer-se . no supermercado, em sua defesa.
A tiro é que não!!!
Honestamente é possivel afirmar que uma ave sofre mais ao ser abatida a tiro do que ao ter o pescoço cortado por uma faca de cozinha mais ou menos romba?

Em suma, há que procurar um culpado para o caos ambiental para que caminhamos tranquilamente, temos o caçador.
Ele é culpado de tudo, do aquecimento do planeta, da desertificação de regiões inteiras, da poluição dos rios, lagos, lagoas, e até, da perda das bandeiras azuis de algumas praias.
Ou será melhor cada um olhar para si próprio e ver que atentados pratica contra o ambiente e contra iguais, e portanto contra a conservação das espécies dele dependentes, pois não aceito que verdes, ecologistas, ou outros istas quaisquer tenham maior preocupação com a conservação da Natureza que eu.

Um abraço a todos

Tiago
fang
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quinta jun 27, 2002 5:36 pm

Parece que estamos a desviar-nos do tópico original...mas...

Madonna:
Agora não me venham perguntar, se tenho pena das ervilhas e das alfaces, ou do esparguete, porque aí, vou pensar que me estão a gozar e entramos todos na palhaçada de preservamos as melgas, as carraças, os percevejos, etc.

Compreendo onde quer chegar, mas as coisas não são assim tão simples como parecem.
Depende da espécie de melga, de carraça e de percevejo. Denoto aqui alguma aversão aos artrópodes em geral.
O que nós temos são PRAGAS hoje em dia de espécies generalistas, sobretudo de algumas espécies de insectos e outros artrópodes, que aproveitaram ao máximo os desequilíbrios provocados pelo homem devido ás suas imensas actividades actividades.
Muitas espécies de insectos como a joaninha, a efémera, o louva-a-deus, as libelulas entre muitas outras são vorazes predadores de espécies que hoje consideramos pragas.
O homem com tanta asneirada quebrou o equilibrio entre a relação predador – presa, deixando espécies com populações reduzidíssimas, aumentando o efeito de praga nas espécies ditas oportunistas.
Acho que se deve PRESERVAR muitas das espécies de insectos e outros artrópodes, pois são um auxilio deveras importante no controle de pragas. Por isto existem hoje pesticidas selectivos, embora infelizmente não tão utilizados como seria de desejar.
Quando pensamos em animais, deveríamos á partida considerá-los em pé de igualdade.
Com o conhecimento que temos, então iremos reconhecer quais os nocivos. A partir daqui então existe NECESSIDADE de matar, de controlar. Nunca devemos confundir controlar com exterminar. Uma espécie extinta, para alem de ser uma perda de biodiversidade no ecossistema, quem sabe não nos viria a ser útil um dia mais tarde com o avanço do conhecimento.

Não me leve a mal, o meu comentário pretende ser meramente informativo. ;)
<p>Francisco Barros</p>
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fang
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quinta jun 27, 2002 5:48 pm

Para Tiago:

Se o seu discurso é sincero, porventura estará entre a minoria de caçadores com ética e responsabilidade que conheço. Mas infelizmente conheço o outro reverso – “os matadores”, que estão em larga maioria. Ou então é azar meu de conhecer maioritariamente a “escumalha dos caçadores”.
Quanto aos argumentos sobre caça ou não caça, não vou estar aqui a repetir a mesma conversa. Certo? ;)
Argumento bem complicado é o de que os caçadores provocam a extinção das espécies. A ser assim, os caçadores são eles próprios candidatos à auto-extinção, pois uma vez acabada a caça, obviamente, acabarão os caçadores. Mas não têm razão os que assim pensam. Os caçadores tudo fazem para evitar a extinção das espécies cinegéticas, e de uma forma muito mais militante do que aqueles que da extinção não têm senão um prejuizocontemplativo. Para o caçador é a morte da sua paixão que, evidentemente dfenderá até ao limite das suas forças. Que tem havido a diminuição de algumas espécies é uma verdade incontornável, mas se os habitats têm vindo a ser reduzidos de uma forma drástica com a urbanização de terrenos agriculas em quantidades alarmantes o que é que se espera?
Os fertilizantes e pesticidas cada vez mais utilizados são também responsáveis pelo desparecimento de populações inteiras.
Quando os caçadores têm a gestão da caça numa àrea determinada, não são poupados esforços para desenvolver ou reintroduzir espécies e de certeza que a sobrecaça é impensável.
Caro Tiago, argumentando apenas com espécies cinegéticas torna o argumento algo tendencioso. Desculpe lá, mas quando um caçador argumenta também com a protecção de espécies não cinegéticas (predadores incluidos), ou seja com a biodiversidade, para mim torna-se muito mais credível das suas intenções.
E o sagrado direito à liberdade? Não é também um dos direitos fundamentais? Pensa nisto o defensor dos direitos dos animais que mantém em cativeiro, pare seu prazer egoista, o porquinho da Índia, a ve canora ou ornamental ou outro qualquer animal de estimação?
E depois pergunta: Todos os animais têm os mesmos direitos? Ou haverá animais de primeira e segunda, quero eu dizer: A ninguém caberá na cabeça dizer que devemos proteger a mosca, a pulga ou a carraça.
Os insectos, mau grado e inorme importância têm para o equilibrio da Natureza, como por exemplo na polinização, não têm grandes defensores, mesmo quando são caçados para comer como os gafanhotos. Mas outo galo canta quando falamos de aves ou mamíferos. Eu bem tento mas não consigo perceber porque posso matar uma galinha mas não posso matar uma perdiz.
Quanto a este assunto já respondi a Madonna. Acrescento o papel fundamental das pulgas como principal vector de propagação das novas vacinas contra as terríveis doenças nos coelhos, que você decerto conhece melhor do que eu.
Também não se deve confundir espécies selvagens com domésticas, pois isto daria uma longa discussão.

Ou será melhor cada um olhar para si próprio e ver que atentados pratica contra o ambiente e contra iguais, e portanto contra a conservação das espécies dele dependentes, pois não aceito que verdes, ecologistas, ou outros istas quaisquer tenham maior preocupação com a conservação da Natureza que eu.
Não tenho dúvidas que todos praticam atentados, eu incluído, nem que seja inconscientemente. A gravidade dos mesmos nem sempre é proporcional á visão das pessoas. Mas nisto já eu marquei a minha posição.
Acho bem que esteja preocupado com a conservação da natureza, pois todos nós devemos estar, e um caçador tem uma responsabilidade acrescida como deve saber.
A arma que abate uma perdiz também pode abater um Lince-ibérico – sómente a espécie de felino mais ameaçada do mundo.
Espero bem que essa dos “istas” não se refira á minha pessoa. Porque se for, não é de modo nenhum verdade. Pois como poderá preocupar-se com realidades que provavelmente desconhece? :|

Cumprimentos
<p>Francisco Barros</p>
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jmazevedo
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quinta jun 27, 2002 6:00 pm

Boas srº Tiago,
ao ler o seu ultimo comentário fiquei com a ideia de que não fui bem interpretado.Não é minha intenção ser mais intendido ou preocupado com questões ecologicas que a pessoa x,ou o grupo y.A meu ver,para além de tudo aquilo que extensivamente vem sido comentado, o problema é conseguir passar a ideia de que o seu "desporto" traz alguma coisa de benéfico para o já bastante atribulado mundo em que vivemos.Fez alusão no seu comentário que para comermos os animais têm de morrer,é um facto,a questão é arranjar coragem para o matar.Eu não conseguiria matar uma galinha,seja com uma faca ou tiro ou com outro método qualquer,nunca trabalharia num matadouro, nunca iria a uma tourada ou á matança do porco,não porque pertença a alguma associação terminada em ista,mas sim porque não tenho coragem nem desfruto de qualquer tipo de prazer ao ver um animal morrer.o srº Tiago pareceu-me um pouco indignado com o facto de terem dito que os caçadores não caçam por necessidade mas por prazer.uma vez que a caça é uma actividade amadora e de certeza que traz muito mais prejuizo($) para o caçador que lucro, que outra conclusão lógica há a retirar?se for por o prazer de estar em contacto com a natureza existe centenas de outras actividades que não implicam matar animais,como não é esse o caso,depreendo que seja o "prazer" de matar a "peça".um ultimo reparo relativamente ao direito á liberdade dos animais domésticos...no contexto em que colucou a questão,tem lógica,mas não nos podemos esquecer que estamos a falar de caça.o que é que o sr. preferia,estar "preso",com direito a tudo o que merece...comida,companhia,passeios...ou o risco de um momento para o outro ser abatido?.resta-me dizer-lhe Tiago que se todos os caçadores fossem como o sr.,provavelmente a discução teria acabado na primeira página,pois o assunto a discutir seria unica e exclusivamente a atitude perante o animal,mas como o sr. bem sabe a grande maioria dos caçadores não tem, nem de longe nem de perto um comportamento sequer parecido com o seu.comprendo que talvez para si essas pessoas não sejam verdadeiros caçadores,mas deve comprender tambem que para mim caçadores são todas as pessoas que vão para o mato com o intuito de matar animais,seja á fisgada,com armadilhas ou a tiro.já agora para que não restem duvidas...veja por favor esta noticia
http://africa.sapo.pt/1G86/284764.html

um abraço para si Tiago
João
jmazevedo
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quinta jun 27, 2002 6:01 pm

Boas srº Tiago,
ao ler o seu ultimo comentário fiquei com a ideia de que não fui bem interpretado.Não é minha intenção ser mais intendido ou preocupado com questões ecologicas que a pessoa x,ou o grupo y.A meu ver,para além de tudo aquilo que extensivamente vem sido comentado, o problema é conseguir passar a ideia de que o seu "desporto" traz alguma coisa de benéfico para o já bastante atribulado mundo em que vivemos.Fez alusão no seu comentário que para comermos os animais têm de morrer,é um facto,a questão é arranjar coragem para o matar.Eu não conseguiria matar uma galinha,seja com uma faca ou tiro ou com outro método qualquer,nunca trabalharia num matadouro, nunca iria a uma tourada ou á matança do porco,não porque pertença a alguma associação terminada em ista,mas sim porque não tenho coragem nem desfruto de qualquer tipo de prazer ao ver um animal morrer.o srº Tiago pareceu-me um pouco indignado com o facto de terem dito que os caçadores não caçam por necessidade mas por prazer.uma vez que a caça é uma actividade amadora e de certeza que traz muito mais prejuizo($) para o caçador que lucro, que outra conclusão lógica há a retirar?se for por o prazer de estar em contacto com a natureza existe centenas de outras actividades que não implicam matar animais,como não é esse o caso,depreendo que seja o "prazer" de matar a "peça".um ultimo reparo relativamente ao direito á liberdade dos animais domésticos...no contexto em que colucou a questão,tem lógica,mas não nos podemos esquecer que estamos a falar de caça.o que é que o sr. preferia,estar "preso",com direito a tudo o que merece...comida,companhia,passeios...ou o risco de um momento para o outro ser abatido?.resta-me dizer-lhe Tiago que se todos os caçadores fossem como o sr.,provavelmente a discução teria acabado na primeira página,pois o assunto a discutir seria unica e exclusivamente a atitude perante o animal,mas como o sr. bem sabe a grande maioria dos caçadores não tem, nem de longe nem de perto um comportamento sequer parecido com o seu.comprendo que talvez para si essas pessoas não sejam verdadeiros caçadores,mas deve comprender tambem que para mim caçadores são todas as pessoas que vão para o mato com o intuito de matar animais,seja á fisgada,com armadilhas ou a tiro.já agora para que não restem duvidas...veja por favor esta noticia
http://africa.sapo.pt/1G86/284764.html

um abraço para si Tiago
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PauloC
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Imagem
Blá, Blá, Blá, Blá !!!
Madonna
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sexta jun 28, 2002 9:34 am

Caro Fang,
De modo algum. Agradeço, isso sim, pois são comentários elucidativos, que mais não fazem do que nos ajudar a compreender melhor certas coisas.
O que diz, está absolutamente correcto. Os animais estão em pé de igualdade.
A frase: "O homem com tanta asneirada quebrou o equilíbrio entre a relação predador – presa, deixando espécies com populações reduzidíssimas, aumentando o efeito de praga nas espécies ditas oportunistas." - é uma frase importantíssima, mas infelizmente, nem todos têm a mesma capacidade de interpretação.

Mas pode crer Fang, que tenho respeito por qualquer ser vivo à face da terra.

Paulo C.,
Achas de já vai longa a conversa e sem resultados, talvez. Mas não vejo qual o problema de se debaterem argumentos, exaustivamente. O chegar, ou não, a algum lado, é muito relativo.

Sé tenho a acrescentar, que muito tenho aprendido com todos vós.

Um grande abraço,
Paula :)
fang
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sexta jun 28, 2002 10:10 am

Paulo C.,
Achas de já vai longa a conversa e sem resultados, talvez. Mas não vejo qual o problema de se debaterem argumentos, exaustivamente. O chegar, ou não, a algum lado, é muito relativo.
Concordo plenamente, embora a conversa do tipo "pescadinha de rabo na boca" já me esteja a deixar algo cansado...


De qualquer modo quando se tratar de assuntos de carácter informativo, podem contar comigo (se souber informar ;) ).
<p>Francisco Barros</p>
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