Requisitos para ser criador
Moderador: mcerqueira
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É minha opinião que o trabalhar com uma ou mais raças, com muitos ou poucos cães depende da disponibilidade do criador para dar atenção e bem tratar os animais não descurando a adequada sociabilização.
Conheço criadores que chegam a ter 20 a 30 cães no canil e questiono-me como é possível dar-lhes a adequada atenção. Uma coisa é certa os bons e responsáveis são os que ficam e se afirmam ao longo do tempo...os restantes desaparecem naturalmente.
Conheço criadores que chegam a ter 20 a 30 cães no canil e questiono-me como é possível dar-lhes a adequada atenção. Uma coisa é certa os bons e responsáveis são os que ficam e se afirmam ao longo do tempo...os restantes desaparecem naturalmente.
Boas noites,
Só para concluir, já que isto é vira o disco e toca o mesmo:
Sendo o fisico e o caracter de uma raça uma derivação directa do seu uso inicial penso que a preservação dessa mesma raça implica manter esses tais usos iniciais vivos, não será?
Da mesma forma, que qualquer criador que queira desenvolver um trabalho sério em prol da raça, mantendo-a fiel às suas origens, tem que testar nos seus canitos a capacidade de trabalho - na minha optica é claro.
Mais, um criador tem que perceber a essencia da raça, está no trabalho! Só ai, vendo um canito trabalhar é que percebemos a sua razão de ser.
O que distingue um São Bernardo de um Serra da Estrela ? Mais do que o fisico não será o caracter (derivado directamente da sua funcionalidade?).
Desta forma, e pegando no exemplo dos cães de caça, so conseguimos fazer um trabalho realmente serio trabalhando a raça como um todo: morfo-funcionalmente. Morfologicamente temos as exposições mas e funcionalmente ? Descuramos ?
Temos os testes de caracter que realmente já são alguma (ou muita) coisa, mas não é o mesmo que uma situação de vida real.
Querem esquecer a funcionalidade e se dedicarem apenas à beleza? Estejam à vontade, mas tambem, tenham consciencia de que não estão a criar a raça na sua verdadeira essencia, apenas no seu fisico ... Puramente cães de companhia (e atenção, não vejo mal nesse desde que tenham essa noção ...)
Diamantino:
Só que não é isso que acontece ...
?
Só um aparte à Sealords que já me ia esquecendo:
Para mais, nos tempos que correm, onde poderemos testar tal capacidade (isto, é claro, tendo em conta que na minha opinion não é de maneira nenhuma um teste fiavel à capacidade de guarda do serra - ao contrario, do que por exemplo, testes de caça ou de cães de pastor -» perfeitamente acessiveis e legais). Isto como em tudo Sealords, há que refletir um pouco
Bom fim de semana
Só para concluir, já que isto é vira o disco e toca o mesmo:
Sendo o fisico e o caracter de uma raça uma derivação directa do seu uso inicial penso que a preservação dessa mesma raça implica manter esses tais usos iniciais vivos, não será?
Da mesma forma, que qualquer criador que queira desenvolver um trabalho sério em prol da raça, mantendo-a fiel às suas origens, tem que testar nos seus canitos a capacidade de trabalho - na minha optica é claro.
Mais, um criador tem que perceber a essencia da raça, está no trabalho! Só ai, vendo um canito trabalhar é que percebemos a sua razão de ser.
O que distingue um São Bernardo de um Serra da Estrela ? Mais do que o fisico não será o caracter (derivado directamente da sua funcionalidade?).
Desta forma, e pegando no exemplo dos cães de caça, so conseguimos fazer um trabalho realmente serio trabalhando a raça como um todo: morfo-funcionalmente. Morfologicamente temos as exposições mas e funcionalmente ? Descuramos ?
Temos os testes de caracter que realmente já são alguma (ou muita) coisa, mas não é o mesmo que uma situação de vida real.
Querem esquecer a funcionalidade e se dedicarem apenas à beleza? Estejam à vontade, mas tambem, tenham consciencia de que não estão a criar a raça na sua verdadeira essencia, apenas no seu fisico ... Puramente cães de companhia (e atenção, não vejo mal nesse desde que tenham essa noção ...)
Diamantino:
Sobre o facto de serem moveis ou não e a guarda tipica do "Serra", não me volto a repetir, mas tenha em atenção este ponto sf: se realmente fossem moveis e os canitos fossem selecionados unicamente para essa função (guarda de rebanhos - moveis), não teriam noção de territorio e seriam inuteis como cães de guarda, né ?(que é o que se passa com certas raças centrais de LGD).Os rebanhos são móveis, podem não ser migrantes, como antigamente, mas aínda hoje se deslocam. Até há uns anos a minha avó tinha rebanhos na Serra do Açor, portanto sei do que estou a falar.
Só que não é isso que acontece ...
Considero o lobo importante ? Considero sim senhor, da mesma forma que considero os cães vadios e os ladroes. E já agora, o Grupo Lobo tanto ajuda a colocar os cães, porque tem um desejo de ajudar a manter a funcionalidade nas raças portuguesas, e também para proteger os rebanho, não só contra os lobos mas especialmente contra cães vadios ( já que os pastores e os agricultores atiram as culpas sempre para cima do povo).Está a ver, como considera o Lobo, importante no trabalho de um Serra.
Sobre as provas de hounds, espero realmente que sejam implantadas cá em Portugal da mesma forma que espero que sejam implantadas muitas outras medidas, mas só por curiosidade, existem destas provas em Espanha, não existem ? É que tendo o Diamantino exposto canitos lá, bem podia ir lá com os seus, néÉ, mas não se realiza por cá. Esperemos que qualquer dia se lembrem de nós.

Só um aparte à Sealords que já me ia esquecendo:
Mas repare Isabel, o simples facto (que de simples não tem nada) de o cão mostrar instinto de guarda, capacidade de se impor, instinto de "patrulhar" não será revelador de muita coisa ? Sem nos esquecermos que mesmo em tempos mais remotos, ataques corpo-a-corpo com o lobo eram algo raros.Sealords Escreveu:Quanto à tecnica de guarda, a guarda de rebanho pode ter a mesma táctica de guardar uma casa mas há um elemento adicional: o combate com o lobo. Por isso os LGD são muito mais corpulentos que os simples cães de guarda. E atacar/defender-se de um lobo exige uma técnica bem diferente de enfrentar um ladrão.
Para mais, nos tempos que correm, onde poderemos testar tal capacidade (isto, é claro, tendo em conta que na minha opinion não é de maneira nenhuma um teste fiavel à capacidade de guarda do serra - ao contrario, do que por exemplo, testes de caça ou de cães de pastor -» perfeitamente acessiveis e legais). Isto como em tudo Sealords, há que refletir um pouco

Bom fim de semana
Good friend Vs true friend: A good friend will come bail you out of jail....But a true friend will be sitting next to you saying "... WE screwed up! BUT WASN'T IT FUN!!!
A questão é precisamente essa, sem Aptidão não há resultados.Pedra Escreveu: Mas nem todos os a cães fazem isto, pelo menos naõ de forma natural. E por muito bem treinado que um cao esteja, se não tiver aptidão, acaba por fazer só quando lhe apetece ou quando não está na lua. SE não for um animal equilibrado em caracter, esqueça, nunca será um bom cão de trabalho
Outra questão: não deverá a receptibilidade ao ensino ser também uma caracteristica a procurar e fomentar?
Continuação de bom fim de semana
Tiago
A forma é a imagem plástica da função
Mas então eu pergunto, como se testa o caracter de um jaad terrier sem recorrer a um covil (artificial ou não) de uma raposa? Num quarto escuro?SeaLords Escreveu:Pois, a questão é essa, mas o que tem sido aqui debatido é bem diferente. Fazendo um resumo, há os "radicais", que acham que os cães devem obrigatoriamente e exclusivamente ser testados e usados nas suas funções originais, e que fora dessas funções não têm sentido de existir, e há os "moderados", que acham que as características, físicas e de carácter, que tornam os cães de determinada raça aptos a desenvolver um determinado trabalho podem ser avaliadas doutra forma (seja em actividade desportiva organizada, seja na vida do dia a dia) e, mais, que essas mesmas características tornam esses cães também utilizáveis em funções novas e/ou diferentes das originais, dando-lhes uma utilidade actualizada e protegendo-os da extinção simultânea com a do posto de trabalho que já aconteceu com muitas raças e que paira sobre a "cabeça" de muitas outras (ufa, esta foi mesmo comprida ...).FAbarm Escreveu: A questão é precisamente essa, sem Aptidão não há resultados.
Bom fim de semana.
São para mim estas pequenas grandes questões que "actividades alternativas" não conseguem testar de forma cabal.
Cumprimentos
Tiago Fortuna
A forma é a imagem plástica da função
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periquito FALCANITO
Pois eu pertenço aos moderados, segundo a Sealords, embora reafirmando que não sou, nem jamais serei criadora.
Apenas discuto isto porque gosto de argumentar.
A minha intervenção começou porque alguém afirmou que TODOS os donos de uma qualquer raça deveriam usá-los nas suas funções típcas.
O que é, manifestamente, um absurdo, tão absurdo como a afirmação que uma raça só tem razão de existir quando exerce a sua função.
Ora não só existem milhentas outras funções que um cão pode e deve ter no exercício das mesmas capacidades inatas, como ainda há a função companhia que, por ela só, justifica a existência da própria espécie.
Alguém disse aqui que o cão de caça é sempre um cão de companhia.
Falso.
Essas pessoas não veêm onde estão e que vidas levam os cães fora dos períodos de caça.
São mantidos nos canis, jamais entram em casa, recebem (a maioria que eu conheço) algumas festas do dono quando são alimentados ou são exibidos (juntamente com a dissertação dos feitos) mas ,pe, as crianças não brincam com eles (tem pulgas, podem passar doenças, estão sujos e outras semelhantes), as mulheres não se aproximam da área do canil.
Fazem companhia a quem ?
O que lhes vale é que proporcionam ao dono ocasião para contar muitas histórias de caça.
A relação que a maioria de nós, aqui do fórum, estabelece com os seus cães é infinitamente mais rica para ambos (cão e dono).
Concordo que ainda será melhor se houver trabalho conjunto, ALÉM da função habitual (companhia) e não em substituição.
E alguém que me prove que a minha cadela é mais infeliz que uma cadela de caça - tentem.(o meu cunhado tenta)
Apenas discuto isto porque gosto de argumentar.
A minha intervenção começou porque alguém afirmou que TODOS os donos de uma qualquer raça deveriam usá-los nas suas funções típcas.
O que é, manifestamente, um absurdo, tão absurdo como a afirmação que uma raça só tem razão de existir quando exerce a sua função.
Ora não só existem milhentas outras funções que um cão pode e deve ter no exercício das mesmas capacidades inatas, como ainda há a função companhia que, por ela só, justifica a existência da própria espécie.
Alguém disse aqui que o cão de caça é sempre um cão de companhia.
Falso.
Essas pessoas não veêm onde estão e que vidas levam os cães fora dos períodos de caça.
São mantidos nos canis, jamais entram em casa, recebem (a maioria que eu conheço) algumas festas do dono quando são alimentados ou são exibidos (juntamente com a dissertação dos feitos) mas ,pe, as crianças não brincam com eles (tem pulgas, podem passar doenças, estão sujos e outras semelhantes), as mulheres não se aproximam da área do canil.
Fazem companhia a quem ?
O que lhes vale é que proporcionam ao dono ocasião para contar muitas histórias de caça.
A relação que a maioria de nós, aqui do fórum, estabelece com os seus cães é infinitamente mais rica para ambos (cão e dono).
Concordo que ainda será melhor se houver trabalho conjunto, ALÉM da função habitual (companhia) e não em substituição.
E alguém que me prove que a minha cadela é mais infeliz que uma cadela de caça - tentem.(o meu cunhado tenta)
Amiga Searlods
O que eu quero dizer já foi dito por outros intervenientes e não me quero alongar, mas como o "radical" talvez tenha sido para mim, quero-me defender:
Como eu já disse ( e muitos outros tambem) uma raça não é só o fisico do cão mas tambem o seu caracter e a sua funcinalidade, sendo que para mim a funcionalidade é o mais importante ( não descorando as outras), pois o fisico e o caracter têm como fim a funcionalidade, isto é, o caracter e a morfologia são um meio e a funcionalidade um fim.
Como tal a funcionalidade tem que ser testada, na sua função original, de preferencia, ou com tarefas alternativas, mas que testem as caracteristicas da raça.
O desporto é uma simulação do trabalho original do cão, uma forma de testar as suas aptidões e uma maneira dos verdadeiros amantes das raças se divertirem. Eu não sou contra o desporto nem sou nenhum radical só defendo que se mantenham as caracteristicas de cada raça e para isso essas caracteristicas têm que ser testadas.
Quando diz que um cão treinado para determinada tarefa não transmite essas caracteristicas aos seus progenitores, tem razão, mas o que se deve testar é a aptidão natural para desempenhar essas tarefas. E essas aptidões contam e muito. Por exemplo nos cães de parar, onde a funcionalidade é testada muito a sério, nenhum caçador vai querer um cão de origens exclusivamente de beleza, porque por mais que o treine ele nunca vai ser muito bom.
Quando diz que uma das caracteristicas das raças é a companhia, eu concordo, mas reduzir uma raça que foi criada e seleccionada para determinado trabalho, à companhia é, a longo prazo, condenar a raça.
Cumprimentos
Francisco Bica
O que eu quero dizer já foi dito por outros intervenientes e não me quero alongar, mas como o "radical" talvez tenha sido para mim, quero-me defender:
Como eu já disse ( e muitos outros tambem) uma raça não é só o fisico do cão mas tambem o seu caracter e a sua funcinalidade, sendo que para mim a funcionalidade é o mais importante ( não descorando as outras), pois o fisico e o caracter têm como fim a funcionalidade, isto é, o caracter e a morfologia são um meio e a funcionalidade um fim.
Como tal a funcionalidade tem que ser testada, na sua função original, de preferencia, ou com tarefas alternativas, mas que testem as caracteristicas da raça.
O desporto é uma simulação do trabalho original do cão, uma forma de testar as suas aptidões e uma maneira dos verdadeiros amantes das raças se divertirem. Eu não sou contra o desporto nem sou nenhum radical só defendo que se mantenham as caracteristicas de cada raça e para isso essas caracteristicas têm que ser testadas.
Quando diz que um cão treinado para determinada tarefa não transmite essas caracteristicas aos seus progenitores, tem razão, mas o que se deve testar é a aptidão natural para desempenhar essas tarefas. E essas aptidões contam e muito. Por exemplo nos cães de parar, onde a funcionalidade é testada muito a sério, nenhum caçador vai querer um cão de origens exclusivamente de beleza, porque por mais que o treine ele nunca vai ser muito bom.
Quando diz que uma das caracteristicas das raças é a companhia, eu concordo, mas reduzir uma raça que foi criada e seleccionada para determinado trabalho, à companhia é, a longo prazo, condenar a raça.
Cumprimentos
Francisco Bica
Não, a caça à raposa não é proibida, basta consutar o calendário venatório 2004 em: http://www.alvorada-pt.com/dw/200406080 ... CPAI-C.pdfSeaLords Escreveu: A caça da raposa não é proibida? Nesse caso, qual é a razão de existência actual do jagd terrier ?
Eu sei que traços de carácter é que se deve valorizar num cão pastor e como os avaliar sem ter ovelhas à mão. Não saber avaliar um jagd terrier sem ser num covil não será um bocadinho falta de imaginação?
Quanto à segunda parte do post, posso responder com outra pergunta. Quando se tem uma vacina nova, porque há necessidade de a experimentar, já que os conceitos que levaram à sua elaboração, são os mais correctos?
Cumprimentos
Tiago
A forma é a imagem plástica da função
E essa situação, não pode acontecer também com um cão que não cace? Lembre-se das varandas...aisd Escreveu: Alguém disse aqui que o cão de caça é sempre um cão de companhia.
Falso.
Essas pessoas não veêm onde estão e que vidas levam os cães fora dos períodos de caça.
São mantidos nos canis, jamais entram em casa, recebem (a maioria que eu conheço) algumas festas do dono quando são alimentados ou são exibidos (juntamente com a dissertação dos feitos) mas ,pe, as crianças não brincam com eles (tem pulgas, podem passar doenças, estão sujos e outras semelhantes), as mulheres não se aproximam da área do canil.
Fazem companhia a quem ?
Cumprimentos
Tiago
A forma é a imagem plástica da função