Vou transcrever um artigo que foi retirado da revista [i]Cães & Companhia[/i] e que se trata da psicologia canina e que sem dúvida: dá que pensar...
"DE QUE DEPENDE A FELECIDADE DELE?
[b]Definir a felicidade é muito difícil e complexo, pois implica o entendimento de um conceito abstracto que depende mais da forma de estar do que da forma de ser. Ser feliz poderia ser o resultado da colocação numa balança das coisas boas e das coisas más da vida e ver a prevalência do que é positivo. Ainda assim, há quem seja feliz com pouco e outros que nunca chegarão a ser, mesmo tendo muito.[/b]
A felicidade não existe nos animais, visto ser um conceito que não conhecem. A felicidade em termos de conduta animal, é a expressão humana que define o animal que faz o que quer e que se aproveita de qualquer situação. desta forma, poderia dizer-se que o animal mais "feliz" é o que é capaz de «accionar» os seus instintos e que se sente seguro na consumação desses mesmos instintos.
Um cão "feliz" é aquele que utiliza os seus instintos básicos: comer e beber com gosto e até ficar saciado; dormir profundamente e em segurança; nos machos, copular quando desejam; e, nas femeas, colocar em funcionamento o seu instinto reprodutor na fase maior dos seus cios: sociabilizar-se e apegar-se a um grupo a uma família e ; por ultimo, ser denominado pela autoridade de 1 líder (dono).
como podemos supor é dificil pensar na existencia de cães felizes e, sobretudo, sempre que pensamos no adjectivo «feliz» aplicado aos cães da cidade. na cidade tudo é proibido! Perseguir bolas, subir e saltar para cima das pessoas, copular, fazer necessidades em qualquer lugar, etc..
[b]Que tipo de cão é o mais feliz, o cão da cidade ou o cão do campo?[/b]
Embora tudo o que foi dito anteriormente seja suficiente e obvio para pensarmos que um cão que viva no campo é mais feliz do que um cão da cidade, a realidade é paradoxalmente diferente. Regra geral,um cão de cidade, está muito mais acompanhado e a receber mais atenções por parte dos seus donos. Sobretudo no que diz respeito á deminância e à sociabilidade: brincadeiras, contactos...
O ideal e realmente perfeito seria: um cão que pudesse viver ao ar livre, com liberdade de movimentos, muito apegado ao dono que pudesse proporcionar-lhe jogos, caricias, livre acesso aos seus instintos primários, uma boa alimentação e a segurança necessária para se sentir protegido.
Evidentemente, isto poderá parecer utópico! Até talvez mesmo um pouco relativo, pois como é possível dizer que o ser humano poderá chegar a ser a ser totalmente feliz?
[b]Um cão dominante - líder é provavelmente "infeliz"[/b]
O cão é um animal hierárquico e precisa de um lider ou de um dono que o domine. Perante a ausencia de uma referencia dominante na familia, ele próprio poderá converter-se num líder, isto é, fazer-se "chefe do grupo". Tudo para o cão é motivo de tensão e de inseguramça. O lider que está mais tempo na defensiva "tem a responsabilidade" de manter o grupo, ao mesmo tempo que a sua agressividade é a sua principal arma para sobreviver.«manter-se no trono» é algo que exige bastante por parte do líder e apenas perderá a liderança quando outro cão, ou em substituição do dono, conseguir demonstrar o seu poderio.
[b]Misera liberdade ou «prisão»?[/b]
Talvez este tema seja bastante controverso, já surge uma pergunta:como é que os seres humanos conseguem ver a vida de um cão abandonado?
Indiscutivelmente e infelizmente, o problema do abandono dos cães existe e perante esta situação há quem decida acolhê-los e colocá-los num albergue para toda a vida, ou então deixá-los viver e morrer em liberdade. É evidente que defender a segunda posição é muito complicado, pois um cão abandonado na cidade tem garantida a morte, e no campo até pode ser perigoso porque tem uma tendencia selvagem muito evidenciada.
Mas, coloquemo.nos por uns instantes no cérebro do animal que não tem capacidade para pensar, que não tem prespectivas para o futuro, que vive o presente condicionado pela sua experiencia pesada e que não tem a representação da morte. Surge-nos a pergunta: não preferirá o cão vagabundo sentir-se em liberdade e movimentar-se por onde quer, poder copular quando lhe apetecer com a femea que se lhe aproporcionar, embora tudo implique lutar com um grupo de machos ou procurar comida no lixo? Ao fim e ao cabo, a morte para o cão ainda não chegou e até esse momento é livre! Ou, pelo contrário, talvez prefira a vida de reclusão e ficar à espera de uma possivel e por vezes quase impossivel
adopção, onde a sua paisagem é feita de grades, mas conta sempre com uma boa ração de comida diária.
É muito dificil não ser egocêntrico e não humanizar o comportamento canino. Na maioria dos casos, pensamos que o cão "pensa" e reage da mesma forma que os seres humanos em situações semelhantes e esquecemos que a sua estrutura "mental" é muito duferente.
[b]Como demonstra o seu desgosto? [/b]
Um cão "infeliz" consegue expressar a sua infelicidade através do seu olhar, andar...
O seu estado emocional é de decepção generalizada e de aborrecimento, isto é, não espera nada gratificante.
Cães que estão habitualmente fechados em cozinhas, presos a árvores ou em canis, mostram condutas alteradas por falta de exercicio físico, contacto e apego ao ser humano ou por uma ansiedade acumulada."
Espero que tenham gostado e que tirem proveito para ser mais benevolentes com os vossos amigos e que os tornem mais felizes no caso de eles estiverem "presos".
Acho que com este texto está tudo dito sobre este tema, mas se alguém quiser completar ou dar a sua opinião... Vamos lá a isso! O que queremos é os nossos amigos felizes!
