Corte de orelhas

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Moderador: mcerqueira

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Ophi
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segunda dez 17, 2007 7:15 pm

CindelP Escreveu: (...)
jcsousa Escreveu: a cauda é reconhecidamente um factor de equilíbrio e de comunicação. Cão com cauda comunica honestamente intenções amigáveis ou agonísticas. Logo, como você afirma, o posicionamento da cauda tem, em situações de ameaça, um efeito dissuasor. Não pode usar o argumento da dissuasão para as orelhas e não o usar para a cauda...
Aqui se me permite, penso que novamente todos estes seculos documentados provam o contrario. Cães de caudas cortadas sempre foram perfeitamente capazes de desempenhar o seu papel, na sua maxima eficacia.
Melhores cumprimentos,
Nanci

Claro animais adaptam-se se lhes cortassem uma pata tb conseguiria andar...a cauda tem sim importancia no equilibrio e linguagem do animal....
FBC
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segunda dez 17, 2007 7:44 pm

jcsousa Escreveu:Sendo certo que não nos entenderemos uqanto ao tal "efeito dissuasor", quis apenas sublinhar com o exemplo que o ladrão se está marimbando para que os rotts tenham ou não as orelhas cortadas... donde concluo que não é o corte das orelhas que o vai demover de fazer o assalto, mas a corpulência e características de territorialidade dos rotts...

Sobre a minha "teoria de guarda", para que a compreenda vou personalizar a questão, coisa a que sou avesso, mas enfim, cá vai:

Vivo há dois anos sozinho numa casa com um terreno de 5.000 metros. Sozinho não, porque comigo vivem os meus 4 pastores alemães, dos quais poderei dizer, sem ser indulgente, que dois têm marcado instinto de guarda e os outros dois apenas um nível médio. Cabe-lhes a eles a guarda do território. Como a fazem? Fechados no canil e alertando-me pela forma de ladrar quanto à presença de intrusos... soltos, só estando eu presente!

Porque não os solto para guardarem? Muito simples - porque não quero que os envenenem ou os abatam por qualquer outra forma para entrarem no terreno. E (não menos importante) porque não quero ver qualquer incauto, bêbado ou criança atacado sem eu estar perto para os controlar.

Sei pela forma de ladrar se o fazem a pessoas ou a animais e, se ladram a pessoas, se estas passam fora ou tentam entrar no terreno. Neste último caso, o que faço (apenas o fiz uma vez) é soltá-los para que de preferência afugentem o intruso.

Possivelmente também não concordará com esta teoria, que se calhar vai contra a história, mas, pesados os prós e os contras, é a que utilizo.

Cumprimentos

José Carlos

A questão não é para mim mas vou responder.
Não se trata concordar ou não, cada um utiliza os cães como muito bem entende. esse é um mètodo que desperdiça as caracteristicas de um cão de guarda. Um bom cão de alarme, tipo podengo, terrier ou algo do género faz isso tão bem como um pastor alemão e sai muito mais económico.
Um bom cão de guarda, bem alimentado, não come comida oferecida por estranhos.
Um cão de guarda não deve actuar só para prevenir acidentes de um deles ser envenenado, ferido ou morto.

E se os cães estão a guardar locais isolados? o alarme não vale nada.
A experiencia que tenho é que bons cães de guarda, mesmo sem estarem treinados para não comer da mão de estranhos, dão ,muito bons resultados contra os larápios de ocasião.
Dou apenas um exemplo:;
Há uns tempos houve uma noite de pequenos assaltos na minha zona, a casas isoladas.
Um amigo meu que tem um cão de alarme preso foi assaltado, porque roubaram até ouvirem a porta de casa abrir. Nas casas dos Rotts e serras è que ninguem entrou

Francisco Bica
jcsousa
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segunda dez 17, 2007 7:53 pm

Meu caro Francisco, respondi à Cindelp mas tem todo o direito de opinar, como é evidente.

Sabe, eu antes de tomar esta decisão pensei bastante nela. Mas resolvi não correr riscos:

- risco de me envenenarem algum cão, o que seria um grande desgosto; penso que o treino da recusa de comida é o menos fiável de todos, e não há nenhum que o seja a 100%;

- risco de acidente com um furtivo descuidado (por exemplo, uma criança atrás duma bola) em alturas em que não estou presente; prefiro mil vezes ser assaltado a ter um morto ou um estropiado na consciência - e pouco me consolaria depois dizer "ele é que não devia ter entrado".

Cumprimentos

José Carlos
Carlotas
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segunda dez 17, 2007 8:03 pm

Tudo o tem a ver com cortes, faz me um bocado de impressão... :?
Pointerman
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terça dez 18, 2007 9:13 am

Ja vi que ninguem leu o que escrevi,nao deve interessar.
CindelP
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terça dez 18, 2007 11:24 am

jcsousa Escreveu: Vivo há dois anos sozinho numa casa com um terreno de 5.000 metros. Sozinho não, porque comigo vivem os meus 4 pastores alemães, dos quais poderei dizer, sem ser indulgente, que dois têm marcado instinto de guarda e os outros dois apenas um nível médio. Cabe-lhes a eles a guarda do território. Como a fazem? Fechados no canil e alertando-me pela forma de ladrar quanto à presença de intrusos... soltos, só estando eu presente!

Porque não os solto para guardarem? Muito simples - porque não quero que os envenenem ou os abatam por qualquer outra forma para entrarem no terreno. E (não menos importante) porque não quero ver qualquer incauto, bêbado ou criança atacado sem eu estar perto para os controlar.

Sei pela forma de ladrar se o fazem a pessoas ou a animais e, se ladram a pessoas, se estas passam fora ou tentam entrar no terreno. Neste último caso, o que faço (apenas o fiz uma vez) é soltá-los para que de preferência afugentem o intruso.
Caro Jcsousa,

Obrigada por partilhar a sua opinião. Como é logico não poderei - nem ninguem - pode condenar ou aprovar pois cada um tem as suas ideias, e ainda bem que assim é.

Apenas me vou referir a 3 dos seus pontos, de um ponto de vista pessoal:

- por essa tecnica os cães acabam sendo mais cães de alarme do que cães de guarda, mas o que importa aqui é que funcionem para o objectivo desejado;

- faz-me algum confusão ver cães de guarda envenenados. Porque? Porque um cão de guarda deverá ser um cão com um elevado indice de dominancia e algo reservado e desconfiado com estranhos. É um cão que conhece o seu territorio e que é avesso a alterações no mesmo. Como tal - e falando nos Serras - dificilmente estou a ver um bom Serra a comer algo envenenado do chão ou ainda mais dificil aceitar comida de alguem. O mais logico fazerem - e já o vi fazerem nas mais diversas circunstancias - é cheirarem e virarem as costas;

- é risco sim sr, mas pessoalmente não me incomoda muito. Não me incomoda porque felizmente resido numa zona de declive , o que torna os muros substancialmente altos, sendo praticamente impossivel uma criança ou um bebado trepa-los.
Caso alguem se atreva, será por sua conta e risco. Poderá efectivamente ser mordido como poderá cair pelas escadas abaixo.

Para terminar gostaria apenas de citar o FBC , porque historias destas penso que todos nós conhecemos e que ilustram bem a realidade:
Há uns tempos houve uma noite de pequenos assaltos na minha zona, a casas isoladas.
Um amigo meu que tem um cão de alarme preso foi assaltado, porque roubaram até ouvirem a porta de casa abrir. Nas casas dos Rotts e serras è que ninguem entrou


Cumpts
jcsousa
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terça dez 18, 2007 12:11 pm

Concordo com quase tudo o que a Cindelp diz. Trata-se no meu caso apenas de uma opção pessoal, ponderados os prós e os contras.

Chamou-me no entanto a atenção o que disse acerca da recusa de comida por parte dos serras. Desculpe a ignorância, mas nessa raça esse comportamento é instintivo ou treinado?

No caso dos PAs o Food-drive e o Play-drive são normalmente estimulados, para efeitos de treino, pelo que não estou a ver nenhum dos meus cães a resistir a um bom petisco que encontrassem no chão. Em relação ao treino de recusa de alimentos considero que é pouco fiável, a não ser que se recorra em demasia a estímulos negativos que, para ser franco, me custa pôr em prática.

Cumprimentos

José Carlos
casadelvas
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terça dez 18, 2007 3:18 pm

ola sou o casadeelvas e volto a este tema pela ultima vez
ja expressei nao a minha opiniao mas sim o que se passa no mundo real
concordando ou nao acho que para encerrar esta comversaçao dava a todos os que participaram ate agora neste topico a ideia de lerem a mensagen de uma pessoa que se intitula pointerman
obrigado
FBC
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terça dez 18, 2007 3:44 pm

Pointerman Escreveu:Ja vi que ninguem leu o que escrevi,nao deve interessar.
Já tinha lido, reli e concordo!

Cumprimentos
Francisco Bica
SiameseMaria
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terça dez 18, 2007 4:02 pm

Em relação ao recusar de comida de estranhos por parte dos canitos... Eu sou muito céptico, por experiência própria...
Um dos meus cães, o Joshua, um rott, competia em Provas de Odediência (enquanto eu tive tempo para isso...) na Classe III.
Antes de chegar a esta Classe III, teve que passar com determinada pontuação, o curso de obediência básica, depois o de classe I e depois o de classe II. Uma das provas consistia prescisamente em recusar comida de estranhos e que ele o fazia sem problema nenhum...
Isto para dizer que apesar de o fazer dentro do "ringue". em que resusava comida dada à mão ou comida deitada no chão,... em casa, dentro dela ou no jardim, só não comia se eu estivesse ao pé dele, porque senão... comia mesmo tudo!
Pointerman
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sexta dez 21, 2007 3:03 pm

Obrigado FBC e pena que tenhas sido o unico :lol: ,as verdades sao por vezes inconvenientes grande abraço e bom Natal para ti e para os teus.
jcsousa
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sexta dez 21, 2007 4:53 pm

Pointerman Escreveu:Obrigado FBC e pena que tenhas sido o unico :lol: ,as verdades sao por vezes inconvenientes grande abraço e bom Natal para ti e para os teus.
Por acaso não foi o único... pela minha parte li e não me mereceu qualquer comentário, mas, dada a insistência, merece-me agora dois:

- em relação ao corte de caudas do doberman porque são "um meio de subjugação", o que se me oferece dizer é que realmente os criadores da raça não eram nada parvos ao privar os intrusos desse "meio de subjugação"! Parvo foi o criador do pastor alemão que, exercendo também fuñções de guarda, o deixou ficar com tão prejudicial apêndice... e os criadorfes dos malinois também foram burros até mais não...

- em relação ao famoso aspecto "dissuasor" do corte de orelhas já dei a minha opinião em posts anteriores, pelo que nada mais tenho a acrescentar.

- finalmente, em relação ao corte de orelhas em cães de caça: já disse que concordo, se eles realmente cumprirem essa função. O problema é que muitos no nosso país são comprados apenas para companhia e nesses não concordo, porque não exercem a função citada e pela mesma lógica não precisam para nada das orelhas cortadas.

Pôr-se-á a questão - mas então como sabem os criadores quais dos cachorros vão ser utilizados para caça e quais serão meros cães de companhia? A minha resposta é: cada um deve ter os pés assentes na terra e saber em que círculos se move - se é apenas um expositor de cães para ganhar títulos e a sua clientela é preferencialmente vocacionada para cães de companhia, se nunca pôs os seus cães a caçar nem sabe se eles alguma vez caçaram, então não deve cortar as orelhas aos cachorros...

A questão é saber se um criador deste tipo deveria ser autorizado a criar esse tipo de raças, mas isso já é outra conversa.

Emitido o tão reclamado comentário, resta-me dizer que já li o livro do Lorenz (não, não fui lê-lo agora a correr, já o li há um par de anos...)e a minha opinião mantém-se.

Boas festas para todos, incluídos os que têm uma opinião diferente da minha...

Cumprimentos

José Carlos

PS - já agora, e para o Francisco Bica: diz o amigo (a título de justificação) que nenhum canídeo selvagem nasce com as orelhas caídas. Segui a sua lógica de raciocínio e, que diabo, também nunca vi nenhum lobo nascer sem cauda... seguimos uma lógica para as orelhas e outra para as caudas, não é verdade?
jvpcspmg
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sábado dez 22, 2007 7:32 pm

jcsousa Escreveu:
Tomemos o caso do dogo argentino: no nosso país, quantos exemplares se dedicam a essas épicas tarefas da luta com o javali? Percentualmente, quantos são apenas adquiridos para guarda ou simples companhia? Conheço bastantes exemplares desta raça que nem sequer sabem nem saberão nunca o que é caçar, restando-lhes apenas o que fica na sua memória genética...
Dê-me as percentagens de fonte segura então?
Sabe quantos dogos caçam ao javali em portugal? Faz a minima ideia? Sabe qual é a tendência?
Até Breve
CasadAnaval
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Registado: segunda dez 10, 2007 10:03 pm
Localização: Dogues Alemães

sábado dez 22, 2007 7:35 pm

jvpcspmg Escreveu:
jcsousa Escreveu:
Tomemos o caso do dogo argentino: no nosso país, quantos exemplares se dedicam a essas épicas tarefas da luta com o javali? Percentualmente, quantos são apenas adquiridos para guarda ou simples companhia? Conheço bastantes exemplares desta raça que nem sequer sabem nem saberão nunca o que é caçar, restando-lhes apenas o que fica na sua memória genética...
Dê-me as percentagens de fonte segura então?
Sabe quantos dogos caçam ao javali em portugal? Faz a minima ideia? Sabe qual é a tendência?
Até Breve
Boa pergunta.
FAbarm
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sábado dez 22, 2007 7:48 pm

CasadAnaval Escreveu:
jvpcspmg Escreveu:
jcsousa Escreveu:
Tomemos o caso do dogo argentino: no nosso país, quantos exemplares se dedicam a essas épicas tarefas da luta com o javali? Percentualmente, quantos são apenas adquiridos para guarda ou simples companhia? Conheço bastantes exemplares desta raça que nem sequer sabem nem saberão nunca o que é caçar, restando-lhes apenas o que fica na sua memória genética...
Dê-me as percentagens de fonte segura então?
Sabe quantos dogos caçam ao javali em portugal? Faz a minima ideia? Sabe qual é a tendência?
Até Breve
Boa pergunta.
Infelizmente mais dos que deviam...
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