quarta out 12, 2005 9:44 pm
Abrali e Sisa:
Antes de mais parece-me que está a haver um mal entendido que devemos esclarecer.
Tinha a intenção de vos contactar mas procurei no documento de adopção da Cuca e na net e nada encontrei. Se existe algum contacto telefónico, então deveria estar referido no documento que entregam à pessoas. É uma relação recíproca: se ficam com o nosso contacto, também deveriam fornecer o vosso.
Não pretendia alimentar este assunto publicamente, mas já que tive respostas tão indignadas e agressivas da vossa parte, aqui fica a minha resposta, também indignada.
Primeiro, devo deixar aqui bem claro que considero o vosso trabalho muito válido! Aliás tive mesmo a oportunidade de o afirmar aos voluntários que estavam presentes na campanha em que adoptei a Cuca (Carrefour).
Eu, que nunca tinha tido um cão (tenho um medo terrível de cães!) não consegui deixar de me aproximar dos cãezinhos e deixei-me conquistar pela pequenita que me veio lamber a mão, tal como já contei aqui anteriormente.
Não tenham dúvidas de que me proporcionaram dias muito felizes com a Cuquinha e que ela também teve dias muito felizes também, enquanto esteve saudável. E mesmo enquanto esteve doente, teve todo o carinho, toda a atenção. Posso dizer-vos que passei três noites quase em branco para estar ao pé dela, porque ela só descansava quando eu estava por perto ou então ao meu colo.
Segundo, eu fui informada e estava plenamente consciente de que teria de proporcionar todos os cuidados de saúde à cadelinha. Mas isso é evidente! Nem outra coisa me poderia passar pela cabeça!
Apesar de me parecer que insinuam o contrário, a Cuca foi ao veterinário, foi bem tratada, teve os melhores cuidados de saúde possíveis, antes e depois da manifestação da doença.
Terceiro, tal como também já referi anteriormente, o veterinário que tratou a minha cadelinha explicou que o parvovírus tem um período de incubação de 15 dias e que é extremamente contagioso, pelo que a Cuca já vinha infectada e a ninhada dela estaria muito provavelmete infectada, bem como todos os animais que com ela estiveram em contacto.
Só para que compreendam melhor a resistência do vírus, o veterinário disse-me mesmo que, se considerar a hipótese de adoptar outro cãozinho, só devo fazê-lo daqui a um mês, para que o vírus já tenha saído dos locais em que a Cuca esteve!
Assim, referi isso mesmo aqui, na mensagem em que, infelizmente, partilhava a minha dor e tristeza.
Não percebo a vossa indignação em relação à minha mensagem. Como podem afirmar que estou a difamar o vosso trabalho?
Eu apenas pedi a quem estivesse em contacto convosco que vos alertasse do que se está a passar! Os cães do canil, segundo o veterinário, podem mesmo estar todos infectados e o vírus ainda não se ter manifestado!
Obviamente que pedi que parassem com as campanhas! Quando me entregaram a Cuca não tinham conhecimento daquilo que vos estou agora a alertar.
Como podem agora, sabendo que os animais podem estar infectados com uma doença gravíssima, continuar a entregá-los às pessoas?
Muito me apraz saber que os outros animais estão, aparentemente, bem de saúde. No entanto, continuo a afirmar que deveriam parar com as campanhas até se assegurarem de que eles estão realmente bem e que podem ir para a casa das pessoas sem o risco de contaminarem outros animais que já lá tenham ou de virem a adoecer gravemente e até a morrer como aconteceu com a minha.
Peço-vos que pensem no seguinte: se eu, que sou adulta, estou destroçada com o sofrimento e morte da minha cadelinha, imaginem uma criança!
Com certeza não quererão, em consciência, provocar essa tristeza a uma criança!
Não considero que tenha insultado ou difamado a vossa associação ou o vosso trabalho.
Pedi que vos contactassem, que vos alertassem para o que se está a passar, uma vez que não pude fazê-lo telefonicamente ou de qualquer outra forma.
Fiz a minha parte. Agora, deixo o resto à vossa consciência, façam como entenderem...
Encerro este assunto por aqui, lamentando ter sido tão mal interpretada.
Cumprimentos,
Leonor Gomes