terça nov 05, 2002 1:58 pm
Bom, sendo assim já podemos chegar a algum lado.
Relativamente à parte de conformidade ao estalão, que é a mais objectiva, basta ter informação quanto aos resultados obtidos pelos cães criados por aquela pessoa. Em França, existe o título de "criador recomendado", em que, para além de terem que ser usados reprodutores com uma determinada classificação (que em França se faz, e aqui népia), pelo menos 1/3 do total de cães criados no canil têm que obter classificação de Muito Bom ou superior em exposições (e chamo a atenção que Muito Bom é a classificação mínima para um cão poder ser considerado como digno de se reproduzir). Não sei se o CPC estará em condições de fornecer estes dados. Eu posso fornecer os dados relativamente aos meus cães. Estes dados permitem determinar também se o criador contribui para a melhoria da raça ou não.
Dados que o CPC também pode(ria) fornecer e que dá(daria) para ter uma ideia do criador: número de raças que cria e há quanto tempo, número de reprodutores (atenção que há cães que morrem e há cães cujos proprietários não fazem transferência de propriedade, portanto é um número a confirmar com o criador), número de ninhadas registadas por ano. Podia também, relativamente à mãe da ninhada, indicar quais as ninhadas anteriores, quais os cães machos utilizados, quantos cachorros por ninhada. Estes dados já davam para dizer montes de coisas. Por exemplo, se se fizerem 20 ninhadas por ano, é óbvio que a atenção que o criador dará aos cachorros é a tender para o zero. Se tiver 50 cães em seu nome, é óbvio que vão viver em canis e não em casa. Se a mesma cadela tiver 3, 4 ninhadas sempre com o mesmo cão, que ainda por cima está lá em casa, então não está muito preocupado em selecção.
Os canis em si: há que ter em conta as dimensões, a concepção dos espaços e a sua gestão. É que se os animais nunca sairem do canil, precisam de ter uma área de exercício razoável, parte coberta, parte descoberta, se forem soltos ao longo do dia, basta ter uma área de repouso coberta, que até pode ser relativamente pequena. Estes dados: pode perguntar ao criador pelo telefone, antes de combinar uma visita. Quanto ao resto (limpeza, tratamento dos cães, etc) tem que ser visto "in locco". É que cada um tem os seus padrões, e o que pode ser aceitável para mim pode não o ser para a aisd ou vice-versa.
Hoje em dia, a grande parte dos criadores tem uma página na Internet. É também um bom sítio para se tirar (ou não) informações. Por exemplo, acho o máximo um conceituado criador, na página das cadelas, ter a cadela X, Y e Z, e na parte de ninhadas ter a ninhada filha do cão A e da cadela W (como é que esta apareceu é que eu gostava de saber).
De qualquer forma, como está a ver, penso que o comprador tem sempre um grande trabalho de casa a fazer.
"Quando o sábio aponta para a Lua, o idiota olha para o dedo" (provérbio chinês)