sábado mar 19, 2011 6:02 pm
Já fui FAT de um cão com leishmaniose, há uns anos, que veio num panorama lastimoso: chagas nos flancos que não saravam, orelhas feridas pingando sangue, um estado de magreza quase aflitivo, uma igualmente aflitiva descamação da pele, enfim, o panorama todo da leish epidérmica avançada, para já não falar das alterações de rins e fígado, apesar de tudo menos graves do que a parte dérmica.
Foram meses a tratá-lo. Os valores do fígado e dos rins voltaram ao seu normal, mas a parte dérmica parecia não ter remissão: as chagas dos flancos reabriam quando pareciam já saradas, as orelhas sararam mas depois começou a cauda a pingar sangue, enfim, era uma luta sem tréguas.
Finalmente, ao fim de mais de seis meses de tratamento conseguiu-se reduzir ao mínimo o nível de leishmanias, todas as chagas e feridas sararam, o cão engordou, a descamação geral da pele desapareceu e ele tornou-se um belo animal de pêlo brilhante e porte aristocrático.
Arranjou-se-lhe dono e veio a morrer de morte natural uns três ou quatro anos depois, pois já não era novo quando foi recolhido. Como o tratamento de manutenção foi sempre mantido escrupulosamente, nunca mais reabriram as feridas.
Acho que valeu a pena o esforço e a despesa. Como acho que vale sempre a pena lutarmos por eles. Mesmo considerando que o dinheiro gasto com um poderia ser aplicado em salvar outros, argumento muito invocado pelos que discordam, a verdade é que não se pode nem se consegue recusar tratar um animal pelo qual nos interessamos.
<p>Olá, eu sou a Bronkas de outros fóruns e aqui já fui a LucNun.

</p>
<p> </p>
<p><strong>Cada vez me convenço mais que há pessoas que têm o intestino ligado à testa.</strong> - "By" alguém que tem ambas as coisas no seu devido lugar.

</p>