Leishmaniose, tratar ou não?

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Moderador: mcerqueira

Arguida
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sábado mar 19, 2011 5:09 pm

Tendo dois cães com leishmaniose, como é óbvio, NUNCA me passou pela cabeça mandar abater qualquer um deles. :cry: :cry:

Ao Martim que está comigo há 4 anos, foi-lhe diagnosticada leish há 3 anos. Quando recebi a notícia andei 2 dias a chorar "baba e ranho" tanto mais que, segundo o vet que o assiste, quando ele saíu do canil já deveria ser portador desta doença, apesar dos testes na altura terem dado negativos. O Martim já tem insuficiência renal e até agora tem feito a sua vida perfeitamente normal com medicação mas feliz e contente ... :wink: :wink: Infelizmente a parte renal dele está a piorar :cry: :cry: e na 2ª feira irei saber o que iremos fazer em termos de tratamento. Confesso que estou com o coração nas mãos pois, apesar de ter mais canitos ... ele é o TAL. Enquanto ele tiver qualidade de vida (que felizmente tem tido até agora) tudo farei ao meu alcance para o ter perto de mim. Nem quero imaginar o dia em que ele partir ... :cry: :cry:

Tenho também a Estrelita com leish mas, no caso dela a situação é menos grave pois ainda não tinha nenhum orgão afectado quando lhe foi diagnosticada a doença. Fez o tratamento com glu***, faz diariamente alop*** e até ao momento está super, super bem. Em fins de Abril irá ao vet para fazer o controlo mas, ao que tudo indica ... está aqui para as curvas. :D :D :D
Última edição por Arguida em sábado mar 19, 2011 8:51 pm, editado 1 vez no total.
djeiny
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sábado mar 19, 2011 5:12 pm

Acho que queria dizer abater e não abatar.
pacoo
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sábado mar 19, 2011 5:14 pm

na minha opinião, muda sempre dependendo da consequência da doença. é que nem sempre é a mesma. a minha cadela só estava cega e conseguia fazer a sua vida normalmente, também porque tinha sempre companhia. as consequências dessa doença podem ser piores nesse caso, e se não houver outras possibilidades concordo com o abate para que o animal deixe de sofrer mais. :?
LuluB
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sábado mar 19, 2011 6:02 pm

Já fui FAT de um cão com leishmaniose, há uns anos, que veio num panorama lastimoso: chagas nos flancos que não saravam, orelhas feridas pingando sangue, um estado de magreza quase aflitivo, uma igualmente aflitiva descamação da pele, enfim, o panorama todo da leish epidérmica avançada, para já não falar das alterações de rins e fígado, apesar de tudo menos graves do que a parte dérmica.

Foram meses a tratá-lo. Os valores do fígado e dos rins voltaram ao seu normal, mas a parte dérmica parecia não ter remissão: as chagas dos flancos reabriam quando pareciam já saradas, as orelhas sararam mas depois começou a cauda a pingar sangue, enfim, era uma luta sem tréguas.

Finalmente, ao fim de mais de seis meses de tratamento conseguiu-se reduzir ao mínimo o nível de leishmanias, todas as chagas e feridas sararam, o cão engordou, a descamação geral da pele desapareceu e ele tornou-se um belo animal de pêlo brilhante e porte aristocrático.

Arranjou-se-lhe dono e veio a morrer de morte natural uns três ou quatro anos depois, pois já não era novo quando foi recolhido. Como o tratamento de manutenção foi sempre mantido escrupulosamente, nunca mais reabriram as feridas.

Acho que valeu a pena o esforço e a despesa. Como acho que vale sempre a pena lutarmos por eles. Mesmo considerando que o dinheiro gasto com um poderia ser aplicado em salvar outros, argumento muito invocado pelos que discordam, a verdade é que não se pode nem se consegue recusar tratar um animal pelo qual nos interessamos.
<p>Ol&aacute;, eu sou a Bronkas de outros f&oacute;runs e aqui j&aacute; fui a LucNun. :mrgreen:</p>
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<p><strong>Cada vez me conven&ccedil;o mais que h&aacute; pessoas que t&ecirc;m o intestino ligado &agrave; testa.</strong> - "By" algu&eacute;m que tem ambas as coisas no seu devido lugar. :mrgreen:</p>
Chamarrita
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sábado mar 19, 2011 6:41 pm

Faço minhas as palavras dos foristas anteriores. Eutanasiar, para mim, só quando um animal não tem qualidade de vida nem possibilidade de recuperar, seja qual for a doença. Tendo tratamento... trata-se!
Acredito na Paci&ecirc;ncia, na Persist&ecirc;ncia, no Pai Natal e no Poder do Fiambre!
anja-azul
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sábado mar 19, 2011 7:04 pm

essa doença tem o mesmo cenário de qualquer doença crónica. então deixa-se morrer quem tem diabetes, sida ...? tem de se vigiar e controlar, senão acaba-se mal. o mesmo acontece com a leish.
Arguida
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sábado mar 19, 2011 8:53 pm

djeiny Escreveu:Acho que queria dizer abater e não abatar.
Claro que sim. Já corrigi. Obrigada :wink: :wink:
cockinhas
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sábado mar 19, 2011 10:07 pm

dinodane Escreveu:Mas é um facto que enquanto dura o tratamento o animal não contagia?
As leishmanias não desaparecem, porque nesse caso teriamos remissão, cura efectiva e não seria necessário medicar o animal até ao fim da vida.
Gostava de ver isto aqui esclarecido.
Não consigo imaginar-me a não tentar tratar um cão meu que tenha a infelicidade de apanhar leishmaniose por isso parece-me muito drástico decidir logo eutanasiar o cão.

Já mais que uma vez postei neste fórum as minhas dúvidas sobre como e em que circunstâncias um cão com leishmanias no organismo é fonte de contágio para outros. Haverá certezas quanto a isso?

Também eu gostava de ver aqui uma resposta, Alguém sabe?
ghosts
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domingo mar 20, 2011 9:53 am

Eu já expliquei em bom portunhol mas não consigo escrever melhor.

Quando um cão com Leshmanioses não é tratado tem um índice de leshmania em sangue muito alto e o mosquito quando pica fica infectada e transmite.

Quando um cão é tratado e bem controlado não tem leshmania em sangue e o mosquito quando pica não se contagia e não transmite a doença
O seja um cão tratado no contagia.
patanisca123
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domingo mar 20, 2011 2:53 pm

Segundo me informou o vet do tico, qualquer doença, leishamiose ou dirofilariose, detectadas na fase de inicial, são controláveis, O que acontece é que quando levam os animais ao vet, já pouco há a fazer.
Deixo o meu testemunho: O meu cão foi picado pelo mosquito que transmite a dirofilariose há 4 anos,( o tratamento durou 2 anos), tem agora 7 anos. O sintoma que tinha era morder-ser. Como foi tratado logo no inicio, tem uma vida normal, embora com sequelas e controlado com medicação e exames periódicos.

Mas para que isso suceda é preciso agir de imediato, procurar quem realmente saiba do assunto e gastar muito, durante e após o tratamento que será para toda a vida e sem distracções na toma de medicação.

Quando os animais já estão em fase de não comer, peladas e magros, pouco há a fazer, segundo informação do vet.
No Brasil e embora a ordem seja para abater há muita boa gente que os trata e vem cá comprar a medicação.

Eu não abateria o meu cão sem esgotar todas as possibilidades.
O meu cão vive dentro de casa e ainda hoje não sei como pôde ter sido picado.

patanisca
Acena
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domingo mar 20, 2011 4:22 pm

Eu também trataria.
ghosts Escreveu:Eu já expliquei em bom portunhol mas não consigo escrever melhor.

Quando um cão com Leshmanioses não é tratado tem um índice de leshmania em sangue muito alto e o mosquito quando pica fica infectada e transmite.

Quando um cão é tratado e bem controlado não tem leshmania em sangue e o mosquito quando pica não se contagia e não transmite a doença
O seja um cão tratado no contagia.
Não sei se é assim tão linear. No link que colocou referem que é muito difícil um cão tratado contagiar outros. Ou seja, tal como já tinham aqui mencionado o risco é mínimo, o que não quer dizer que não possa acontecer.
Arguida
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domingo mar 20, 2011 4:26 pm

Patanisca o tratamento para a dirofilariose do seu canito demorou 2 anos??? :o :o

Pergunto isto porque tenho a Estrelita que para além de leishmaniose também tinha dirofilariose e fez o progr*** durante 3 meses, seguido de uma injecção num mês, passado outro mês levou outra e 24 depois levou outra. Este tratamento é muito arriscado pois há o risco de tromboembolias mas, segundo tudo leva a crer, a doença foi totalmente erradicada sem sequelas. Actualmente faz a prevenção assim como os outros canitos que tenho de um comprimido de prog**** por mês.

Em fins de Abril irá fazer exames para ver se tudo ficou resolvido ... o que sinceramente esperamos que sim. :wink: :wink:
LuluB
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domingo mar 20, 2011 4:52 pm

patanisca123 Escreveu:Segundo me informou o vet do tico, qualquer doença, leishamiose ou dirofilariose, detectadas na fase de inicial, são controláveis, O que acontece é que quando levam os animais ao vet, já pouco há a fazer.
Deixo o meu testemunho: O meu cão foi picado pelo mosquito que transmite a dirofilariose há 4 anos,( o tratamento durou 2 anos), tem agora 7 anos. O sintoma que tinha era morder-ser. Como foi tratado logo no inicio, tem uma vida normal, embora com sequelas e controlado com medicação e exames periódicos.

Mas para que isso suceda é preciso agir de imediato, procurar quem realmente saiba do assunto e gastar muito, durante e após o tratamento que será para toda a vida e sem distracções na toma de medicação.

Quando os animais já estão em fase de não comer, peladas e magros, pouco há a fazer, segundo informação do vet.
No Brasil e embora a ordem seja para abater há muita boa gente que os trata e vem cá comprar a medicação.

Eu não abateria o meu cão sem esgotar todas as possibilidades.
O meu cão vive dentro de casa e ainda hoje não sei como pôde ter sido picado.

patanisca
Acho estranho que morder-se tenha sido classificado como sintoma de dirofilariose, pois tal não consta de nenhuma lista de sintomas desta zoonose...

Os cães que se mordem fazem-no em geral por tensão, ou então por terem qualquer infestação externa incomodativa, que lhes dá prurido, mas mantêm-se activos e normais.

Pelo contrário, os cães infestados pela dirofilária ficam apáticos, deixam de se mexer e apresentam uma tosse característica dos problemas cardíacos, como afinal a dirofilariose acaba por ser. Isto entre outros sintomas, mas entre os quais não figura esse de se morderem.
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LuluB
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domingo mar 20, 2011 4:59 pm

Acena Escreveu:Eu também trataria.
ghosts Escreveu:Eu já expliquei em bom portunhol mas não consigo escrever melhor.

Quando um cão com Leshmanioses não é tratado tem um índice de leshmania em sangue muito alto e o mosquito quando pica fica infectada e transmite.

Quando um cão é tratado e bem controlado não tem leshmania em sangue e o mosquito quando pica não se contagia e não transmite a doença
O seja um cão tratado no contagia.
Não sei se é assim tão linear. No link que colocou referem que é muito difícil um cão tratado contagiar outros. Ou seja, tal como já tinham aqui mencionado o risco é mínimo, o que não quer dizer que não possa acontecer.
Exactamente. O tratamento pode reduzir a carga de leishmanias a uma expressão tal que a sua presença se torna indetectável nas análises, o que não significa que os protozoários tenham sido totalmente eliminados.

Ora, enquanto eles existirem no hospedeiro, há sempre uma probabilidade de o mosquito vector poder absorver um protozoário e ir depois inoculá-lo noutro animal. Por muito reduzidas que as probabilidades sejam, o facto é que existem.

Por isso é que a prevenção, mesmo com um animal doente em casa, é tão importante e não deve ser descurada.
Última edição por LuluB em domingo mar 20, 2011 5:00 pm, editado 1 vez no total.
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patanisca123
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domingo mar 20, 2011 4:59 pm

Arguida Escreveu:Patanisca o tratamento para a dirofilariose do seu canito demorou 2 anos??? :o :o

Pergunto isto porque tenho a Estrelita que para além de leishmaniose também tinha dirofilariose e fez o progr*** durante 3 meses, seguido de uma injecção num mês, passado outro mês levou outra e 24 depois levou outra. Este tratamento é muito arriscado pois há o risco de tromboembolias mas, segundo tudo leva a crer, a doença foi totalmente erradicada sem sequelas. Actualmente faz a prevenção assim como os outros canitos que tenho de um comprimido de prog**** por mês.

Em fins de Abril irá fazer exames para ver se tudo ficou resolvido ... o que sinceramente esperamos que sim. :wink: :wink:
Tratamento completo, levou sim 2 anos. Existe uma bactéria que vive em simbiose com o verme que é preciso eliminar antes e de modo a chegar as filárias. E para que não haja acidentes é preciso muito tempo.
Nem sempre o medicamento consegue eliminar totalmente a bactéria. Mas é controlável.
O meu levou várias injeções com intervalos de 30 dias, 60 dias 6 meses etc. além de antibióticos, vitaminas, proteção gástrica, hepática etc.
Um longo percurso.
Nunca o deixei internado. Cuidei sempre dele em casa e sedado até certa altura.
Quando começa a ter olhos inflamados toma um medicamento durante 7 dias, para e volta a tomar mais 7 dias. Além de dois que toma mensalmente.
Posso dar-lhe indicação do vet que o tratou.

patanisca
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