O que resultou connosco foi simplesmente parar no sítio onde ela estava com medo e ficar lá durante algum tempo parado e sem lhe ligar nenhuma. Ficavamos parados a ver a paisagem em cima da ponte do comboio, debaixo de passagens subterrâneas, na esplanada da padaria, e em todo o lado em que ela tinha medo, 5 minutos, 30 minutos... Ficávamos de pé, não lhe ligávamos muito, nada de festas, falávamos apenas um pouco com ela e íamos olhando para a paisagem... Aos poucos ela ia vendo que não se passava nada e ia acalmando. Hoje em dia já não liga muito a comboios e fica uns minutos sozinha à porta da padaria.
Este "método" funcionava quando ela estava com medo, porque quando estava em pânico (a tentar fugir, a tremer, a respirar com força), o melhor era ir para outro lado e voltar ao sítio uns dias mais tarde a ver se não se assustava tanto.
Quanto ao medo de cães, fomos ver (apenas ver) uma aula de obediência em grupo. Tivemos de a arrastar para lá, mas ao fim de uma hora ela lá se acalmou e ficou com vontade de brincar com os outros. Parecia outro cão. Começámos a levá-la às aulas (desta vez a participar), 4 vezes por semana, e no fim os cães brincavam todos juntos uns 5 minutos. Ficou muitíssimo melhor.
E ao fim deste tempo todo está mais confiante e finalmente percebeu para que servem os brinquedos. Gosta sobretudo de coisas que possa perseguir, caçar e puxar.
O que funcionou melhor para nós foi mesmo expô-la à situação e não lhe ligar muito, até ela ver que não se passa nada.
Claro que continua assustadiça e ainda tem alguns medos fortes (tem pânico de homens e de multidões), mas pelo menos a maior parte das vezes até está normal.
