terça nov 11, 2003 9:31 am
Na verdade, resulta da falta de informação.
As pessoas identificam-se com o animal e pensam "não vou castrar, eu também não quereria...".
Também não sabem as consequências - imaginam coisas terríveis, como já me disseram (ver o tópico sobre os "mitos") que uma cadela esterilizada contraía tumores, que ficam gordos e apáticos, etc, etc.
Mas, pe, são acessíveis quando se tratam de vadios.
Se as camâras optassem por castrar/esterilizar os vadios (em vez de os abaterem) talvez um parte destes mitos fossem pouco a pouco desaparecendo.
E podiam deixá-los vadiar que não era pior.
Há pouco tempo esterilizei uma cadela vadia que depois larguei no mesmo sítio onde a fui buscar.
Não tive outra solução.
As associações estão a abarrotar e não consegui ninguém que a adoptasse (é média/grande,vadia de raiz, não sabe o que é uma trela, nam uma ordem, nam uma casa).
Mas devo dizer - depois de ver a situação em que estão os cães nas associações (apinhados) e comparando a situação em que ela estava, achei menos cruel deixá-la na rua.
Ali ela tem comida - é alimentada com as sobras das tascas e do comércio local, tem abrigo - dorme no hall de um prédio cuja porta está sempre aberta, tem companhia - há outro cão com o qual anda sempre - é relativamente estimada - umas poucas festas e tolerância - e têm espaço.
Claro que não tem cuidados, que está sujeita a ser atropelada, está sujeita ao frio, à maldade humana, à carrinha dos cães.
As pessoas que, quando eu a fui buscar, refilaram (pensaram que era para a matar), agora estão orgulhosas ("esta foi operada") e parece ter aumentado a estima por ela.
Ela é vadia de raiz - não sabe o que é uma casa mas conhece tudo sobre carros, sobre caixotes do lixo, sobre sobrevivência.
Oxalá tenha sorte.
Penso que o principal problema com os vadios é que se reproduzem.
Se fossem impedidos de se reproduzirem terminava-se com uma parte substancial do problema e contribuía para as pessoas verem, com os seus próprios olhos, que não há problema com cães castrados/esterilizados.