Casotas são precisas

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Moderador: mcerqueira

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bea_72
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quarta fev 19, 2003 12:20 pm

Acho a ideia do apadrinhamento bastante boa. Se houver adesão como na das casotas... seria optimo.
Sandrara, achas que há viabilidade para gerir uma coisa assim?
Como já foi dito , por exemplo, cada pessoa apadrinhava um (ou +?) animal e dava um x (em dinheiro ou em generos), para ele. Ou qq coisa do genero.
E depois podia ainda ajudar noutras coisas. Em termos de trabalho com esse animal, ir passea-lo, por exemplo, ajudar em algum tratamento medico, até tentar arranjar um dono... sei lá tanta coisa. penso que qq ajuda dada seria melhor que nada.

Podiamos aproveitar o almoço, ja que parece que vai muita gente, para
desenvolver uma ideia deste tipo.

fiquem bem,

Bea
PauloC
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quarta fev 19, 2003 12:33 pm

Olá,
Antes de mais queria pedir desculpas se a minha questão for absurda, mas é que o tópico está tão longo que não fui ler o que estava para trás.
A minha questão, em relação ao canil da Aroeira e agora que felizmente tem uma nova Direcção, é saber qual a politica que vão adoptar em relação à eutanásia? Mais concretamente, pretendia saber se o canil pretende continuar um "depósito de cães", onde eles permanecem em condições mais ou menos boas ( actualmente espero que sejam melhores) até que morram, ou se, pelo contrário, vai existir uma politica de eliminação dos animais "não adoptáveis" (demasiado velhos ou doentes, agressivos, etc.).
Eu digo isto apenas porque, tal como já tive oportunidade de dizer à Sandra, por mais atenção e cuidados que estes cães 'não adoptáveis' nos mereçam e do direito à vida, existe uma realidade dura e crua que é o facto dos recursos serem limitados e escassos! Nesta base, por cada cão destes que estiverem a prolongar indefinidamente a estadia, existem vários outros com igual direito à vida que se estão a perder algures sem qualquer tipo de ajuda! Decerto que entre estes existem muitos adoptáveis que poderiam ser ajudados e, permanecendo menos tempo no canil, existiria uma rotatividade que faria com que em vez de uma vida (do cão não adoptável) se salvassem 'n' vidas!!

Nesta base, parece-me que esta ideia dos 'Padrinhos' é-me algo dificil de aceitar! Os cães não deveria ficar no canil, tipo jardim zológico, a serem visitados, tratados e alimentados indefinidamente! Padrinhos si, mas de TODO o canil, sem ser de nenhum cão em concreto mas sim de todos em geral. E para isso, é tornarem-se sócios da Associação, doarem o que puderem, fazerem trabalho de voluntariado, etc.....

Mais uma vez peço desculpa se isto for contra alguma coisa que foi dito para trás, mas como já disse eu não li.... :?

Abraços
Paulo C.
Pakika
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quarta fev 19, 2003 12:56 pm

Eu acho a ideia óptima, mas no meu caso só tem uns certos senãos:

Além de ir estar em vias de começar a contribuir para o Canil da minha zona- S. Pedro de Sintra, moro bastante longe da Aroeira ( pois moro em Sintra) para puder prestar trabalho de voluntariado, trabalho esse que ainda não sei se o vou fazer no canil de S. Pedro de Sintra.

No entanto, e tal como fiz com as casotas, mediante as minhas hipóteses e apesar de ir contribuir para o Canil da minha zona, fica desde já aqui a minha palavra que vou continuar a contribuir para as causas aqui do fórum e alinhar nos projectos que poderão aparecer ;) :D
KROZ
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quarta fev 19, 2003 2:00 pm

Estou com o Paulo. Façam-se sócios do canil, paguem as quotas e já ajudam. Se querem dar mais, seja dinheiro, ração ou outros bens, podem dar sempre que quiserem. Não há necessiadade de apadrinhar um cão.
aisd
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periquito FALCANITO

quarta fev 19, 2003 2:43 pm

Não concordo com o Paulo.
Que é que são adóptáveis ?
Os cachorros, os de raça ?
Acontece que muita gente é mais dirigida pelo coração do que por medidas lógicas e razoáveis (felizmente).

Pe, na UZ foi adoptada uma cadela a quem tinham cortadas as patas dianteiras (vítima da magia negra) ... e com tanto cachorro !
Conheço uma senhora que adoptou um gato cego ... com tantos com duas vistas por aí, abandonados.
Não há, aqui mesmo, uma forista que adoptou um cão com 13 anos ?
Conheço (não pessoalmente) um casal com filhos sãos que adoptou uma criança deficiente (com tantas crianças > 4 anos aptas em condições de adopção).

Quem é você para dizer que este ou aquele cão deve ser "eutanasiado" e que este ou aquele não ?
Quem é você para avaliar os portugueses e dizer que animal é que eles escolhem proteger ?
Finalmente se as pessoas estão dispostas a pagar para proteger um animal o que é que lhe dá o direito de definir, à partida, que animal vão proteger ?

Acontece que eu não seria sócia de nenhuma instituição que só me pudesse dar boas intenções gerais.De boas intenções gerais estão o inferno e os políticos cheios.

E que podemos observar ?
Que com boas intenções se tenta fazer uma guerra, que com boas intenções se enche o respectivo bolso (mais os bolsos dos amigos), que com as melhores intenções se saca dinheiro !

Esse é o problema - quanto mais nos distanciamos dos centros de decisão, mais probabilidades há de estarmos a ser enganados !
Pe, uma amiga disse-me que as doações que eu (e muito mais gente) fazemos à UNICEF, são na maioria para pagar a funcionários dessas instituições (e as respectivas regalias) e que do dinheiro só uma pequena parte é aplicada nos objectivos indicados.

Eu não teria dado dinheiro para as casotas se não fosse à Sandrara.

Sei lá o que fazem com o dinheiro e porque motivo hei-de confiar numa data de desconhecidos ? Porque apresentam um relatório de contas uma vez por ano ?
Sócia de alguma coisa que não controlo mínimamente ?
Onde se tomam decisões de eutanasiar para depois descobrir (como foi com o canil da Aroeeira) que à sombra da eutanásia de animais doentes se eutanasiaram saudáveis ?
E que contribuí para isso?

Haja Deus !
anjaazul
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quarta fev 19, 2003 2:58 pm

já agora porque não eutanaziar todos os animais e fechar os canis? quem me garante que ao virar da esquina, não larguem os animais adoptados?
embora ache horrível ver animais em canis, tenho quase a certeza que muitos estão melhor que "em casa". medir toda a gente pela nossa bitola,já me saiu caro por vezes. dei animais a julgar que eram tratados da mesma forma que eu o faria.
Sandrara
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quarta fev 19, 2003 3:22 pm

Olá

Este tópico é bastante flexivel e das casotas passou para o encontro e do encontro para a eutanásia.

Em relação a este ultimo eu já por várias vezes dei a conhecer a minha opinião, eu não sou capaz de colocar a dormir (para sempre) um animal só pq é velho ou deficiente. A unica coisa que me leva a tomar uma decisão sem retorno como a eutanásia é efectivamente uma doença incurável e perda da qualidade de vida.

Eu já disse que convivi com essa cadelinha da UZ que não tem as perninhas dianteiras e NUNCA por NUNCA eu seria capaz de tomar a decisão da eutanasiar pq só quem convive com eles é que sabe a dificuldade que se tem de tomar uma decisão dessas. O canil da Aroeira não é da minha responsabilidade pois sou somente voluntaria e sócia mas julgo que a politica desta nova direcção é básicamente a de eutanasiar animais doentes e sem qualidade de vida.

Eu tenho uma cadela que está actualmente com 13 anos (julgo eu) , recolhi-a da rua há 3 anos e apesar dela já ter dificuldade em andar e fazer a vidinha dela eu não tenho o direito só por ser velha de a mandar eutanasiar até pq a amo e é uma decisão que não se toma tipo " o que vou vestir hoje???".

Só quem tem a infelicidade de ter passado por uma situação em que tem que fazer uma decisão destas é que saberá compreender a agonia que se sente e nesse momento estas duvidas serão demasiado insignificantes.
PauloC
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quarta fev 19, 2003 3:22 pm

Olá AISD,
Parece que desta vez não estamos definitivamente de acordo!
Se não confia numa associação para se tornar Socia, pagar quotas e fazer doações, e neste caso concreto estamos a falar da AAA, responsável pelo canil da Aroeira e da qual a SandraRa faz actualmente parte da Direcção, então também não confiará para ser 'madrinha' de um dos respectivos cães. Este argumento não o compreendo portanto!!
Quanto a decidir os adoptáveis, todos os critérios são falíveis mas temos de ser práticos. Só sendo prático e tendo sangue frio se conseguem salvar vidas!! Se num incêndio você se detiver a pensar se há-de tentar resgatar um ferido entalado nos escombros e com fracas possibilidades de ser retirado ( ou pelo menos de ser retirado com hipoteses de sobrevivência) em vez de avançar para o salvamento de 10 outros que estão em melhores condições de serem salvos, acabará provavelmente por não salvar nenhum!
É certo que existem excepções e que você no final até poderia salvar o seu ferido grave, que com a graça de Deus sobreviveria os restos dos seus dias sem duas pernas e um braço, mas e o preço das vidas que lá ficaram para que esta se salvasse? Isso não é importante?
Com os cães ( desculpem-me a comparação) é exactamente a mesma coisa! Os canis, infelizmente, não têm espaço, nem recursos para manter todos os cães abandonados no mundo e por isso, por mais falíveis que sejam os critérios, há que seleccionar. Nós não somos Deus para decidir quem vive e quem não vive num canil, mas também não fomos vistos nem achados para decidir se o cão A ou B devia ser abandonado, ou sujeito a maus tratos que o tornaram compulsivamente agressivo, ou demasiado doente!!!!! Essa foi uma decisão tomada, não por Deuses mas sim pelos homens, muito antes da nossa que se "limita" a avaliar quais os cães que mais facilmente serão adoptados. Pois bem, existem casos excepcionais de cães em má situação que foram adoptados...optimo!! Se isso acontecer, melhor ainda! Ninguém disse que um cão deva ser morto mal chegue ao canil!!!....Decerto que, pelo menos o tempo de uma avaliação de 'adoptabilidade' e a respectiva chance de adopção ser-lhe-ia dada! Agora se me disser que à espera de que aconteça um milagre de uma tal "excepção", se mantenha um cão doente ou sem pernas durante anos a fio no canil, enquanto no seu lugar e com os recursos que ele consome poderiamos estar a salvar dezenas....deculpe mas o 'coração' teria de ficar de lado e a razão teria de avança! Isto tudo se o que se pretende é verdadeiramente SALVAR VIDAS ANIMAIS e não simplesmente ficar bem com a nossa consciência de bons samaritanos porque estamos a proteger um coitadinho, desgraçadinho que não tem outra possibilidade de sobreviver senão ao cuidado infindável do canil!!

Bem...isto é a minha opinião em face da qual eu julgo os canis teriam muitos melhores rsultados práticos e seriam bem mais úteis aos animais EM GERAL! ( e não apenas aos "Felizardos" que conseguiram lugar cativo no coração dos voluntários).

Terminando, e fazendo uso do seu tipo de abordagem, deixo-lhe a questão: Quem é você para decidir que UM cão deve viver no canil indefinidamente e DEZ devem ser deixados na rua à sua sorte e em muitos casos à morte?

Cumprimentos
Paulo C.
Sandrara
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quarta fev 19, 2003 3:29 pm

Só um esclarecimento - eu não faço parte da Direcção, sou somente voluntária e sócia. Não arranjem confusão onde ela não existe.
Pakika
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quarta fev 19, 2003 3:33 pm

[quote=Sandrara]

Só quem tem a infelicidade de ter passado por uma situação em que tem que fazer uma decisão destas é que saberá compreender a agonia que se sente e nesse momento estas duvidas serão demasiado insignificantes.
[/quote]

Podes crer, Sandrinha :( :|
PauloC
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quarta fev 19, 2003 3:43 pm

Meu Deus....às vezes acho que vocês não pensam com a cabeça nem por um minuto e deixam tudo para o coração!! Isso é muito bonito e fazem-se frases optimas para postais com base nestes sentimentos, mas é uma filosofia pouco prática e que salva poucas vidas!!! Vão lá ver como funcionam os 'Rescue' nos diversos países onde estas coisas resultam!!

Então a Anja Azul acha mesmo que nestas circunstâncias era preferível eutanaziar todos e fechar os canis? E, como ninguém nos garante que os animais adoptados não voltam a ser abandonados, as campanhas de adopção também são completamente inúteis.....???!!!!!!! Bem...palavras para quê!!!

Sandrinha,
Já falei disto contigo algumas vezes e vou, mais uma vez, confrontar-te com uma situação hipotética extrema, mas que na prática existe numa escala menor:
Imagina que o canil da Aroeira começava a receber cães doentes, deficientes, agressivos compulsivos,etc., ou seja , animais que muito dificilmente seriam adoptados. O canil tem limites ( de espaço de de recursos financeiros) e chegado a um número limite de cães não poderia receber mais nenhum. Como sabemos os cães duram alguns anos ( poucos é certo, comparativamente às nossas vidas) e isso o que é que ia fazer na prática? Na Prática, o canil durante vários anos não ia puder receber mais cão nenhum!!
Acredito que dutante estes anos tu e outras pessoas como tu que pensam com o coração se iriam sentir muito bem por estar a cuidar destes animais e a proporcionar-lhe um resto de vida feliz. Iam sentir-se muito bem porque não iam ter de decidir eutanasiá-los. Iam sentir-se muito bem convosco e com as vossas consciências! Os animais em causa também se iriam sentir bem....mas....afinal qual é a missão e o objectivo do canil e da associação? Será que os sócios se sintam bem por cuidarem de 'meia dúzia' de animais a quem confortam? Será que o objectivo da associação é tornar-se um depósito de animais, ou uma especie de lar de cães 'idosos', 'deficientes' e 'enjeitados' ? Ou será que o objectivo é SALVAR O MAIOR NUMERO POSSIVEL DE ANIMAIS?
É que no exemplo que dei, durante oas anos em que o canil não poderia receber mais animais, muitos iam estar a morrer nas ruas, a reproduzir-se, a apanhar doenças, a serem feridos e maltratados!! Será que todas estas vidas são preço suficiente para que vocês se "sintam bem" por não ter de decidir pela morte ou vida, ou que se sintam bem porque salvaram a "tal cadelinha sem pernas" enquanto tantos com pernas e cauda e orelhas foram ficando sem elas por essas ruas fora?

Desculpem se lhes pareço insensível e frio, mas nestas coisas quem quer RESULTADOS PRÀTICOS (e é isto que se espera) não pode deter-se com o cão A ou B! Há que pensar em grupo e em termos gerais! Há que pesar o que temos e o que podemos fazer...é assim que se gere!

Abraços a todos
Paulo C.

P.S. - A Sandra conhece-me bem e sabe que eu não duvido nem um pouco do amor dela pelos animais, mas nestas coisas Às vezes acho que ela se sairia melhor se conseguisse deixar o coração do lado de fora do canil !!!
PauloC
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quarta fev 19, 2003 3:46 pm

Só um esclarecimento - eu não faço parte da Direcção, sou somente voluntária e sócia. Não arranjem confusão onde ela não existe.
Opppsss...peço desculpa...das nossas últimas conversas tinha ficado com essa ideia!! Sendo assim.....as minhas desculpas pela confusão!!
monikestarr
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quarta fev 19, 2003 4:26 pm

KROZ Escreveu: Estou com o Paulo. Façam-se sócios do canil, paguem as quotas e já ajudam. Se querem dar mais, seja dinheiro, ração ou outros bens, podem dar sempre que quiserem. Não há necessiadade de apadrinhar um cão.


Acho que esta é a melhor ideia! Eu sou das Caldas da Raínha, por exemplo, mesmo que queira ajudar, é impossível fazê-lo em pessoa... quase!
Por isso, as transferências bancárias e/ou pagamento de quotas é a melhor solução para todos aqueles que não se podem deslocar até à Aroeira.
E sim, eu gostava de continuar a ajudar! As casotas, para mim, foi só o início! ;)
Obrigada!
aisd
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periquito FALCANITO

quarta fev 19, 2003 4:33 pm

Caro Paulo C,

eu não mando matar se não estiver disposta a fazê-lo eu própria.
O que o Paulo C está a dizer á que era capaz de matar um cão porque é velho para salvar outro da rua, mais novo ?
Porque isto
se mantenha um cão doente ou sem pernas durante anos a fio no canil, enquanto no seu lugar e com os recursos que ele consome poderiamos estar a salvar dezenas....
é falacioso.
Com que então com os recursos que ele consome poderiamos estar a salvar dezenas ?
Deve estar a brincar !
Se num incêndio você se detiver a pensar se há-de tentar resgatar um ferido entalado nos escombros e com fracas possibilidades de ser retirado ( ou pelo menos de ser retirado com hipoteses de sobrevivência) em vez de avançar para o salvamento de 10 outros que estão em melhores condições de serem salvos, acabará provavelmente por não salvar nenhum!
É certo que existem excepções e que você no final até poderia salvar o seu ferido grave, que com a graça de Deus sobreviveria os restos dos seus dias sem duas pernas e um braço, mas e o preço das vidas que lá ficaram para que esta se salvasse? Isso não é importante?
Já que estamos nos 'se' e se esse que 'sobreviveria os restos dos seus dias sem duas pernas e um braço' fôr um cientista (como aquele inglês, não me lembro agora do nome) que vai conseguir a cura para o cancro ?
Desculpe lá, mas os 'se' são apenas isso -"se"- e não provam nada, nem adiantam nada à discussão.

(Acontece que eu sei de um caso concreto de um médico americano vítima de poliomealite (sem uso de ambas as pernas) que se tornou numa sumidade, numa àrea qualquer da medicina e salvou muitas pessoas)- só conto isto para se ver que o 'se' não foi pura imaginação.

Na situação concreta, o Paulo sabe exactamente o que vai fazer.Óptimo.
Eu limito-me a ter esperança de fazer o melhor possível, se alguma vez me vir nesses assados (e oxalá tenha a inspiração correcta!)!

Mas, principalmente, mais importante do que saber o que fazer nessas circunstâncias, é lutar para que essas circunstâncias não se verifiquem.

Daí que, para mim, a esterilização das cadelas vadias seja o ponto mais importante.Não salvar os filhotes delas.

O mais importante é evitar o abandono, perseguindo quem o faz.
Não trocar a vida de um cão velhote pela de um bandonado.

A ideia do apadrinhamento (atenção, é só uma ideia, não estou a defendê-la com unhas e dentes) é, ao mesmo tempo que se recolhem fundos, criar uma relação entre o padrinho e o cão em causa.
Por vezes resulta na verdadeira adopção.Além de que leva as pessoas aos canis, para verem o seu 'afilhado'.

Mas, pronto, como já disse, é apenas uma ideia - se calhar não muito boa, nem muito prática (consigo ver imensas dificuldades na sua implementação).

Quanto à consciência - fui eu que abandonei ou permiti a reprodução da cadelas vadias ? Porque hei-de sentir-me mais responsável por estes cães indeterminados no espaço e no tempo do que por um cão que está aqui e agora ?

A minha consciência é muito prática.
Tratar do que está debaixo dos meus olhos primeiro e o resto - fica para depois.
Tratar dos que posso ajudar e não me massacrar com os que não posso.
Como diz um ditado chinês 'se cada um limpasse à frente da sua porta, não haveria ruas sujas'.
PauloC
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quarta fev 19, 2003 4:54 pm

Desisto..... :o ....... é por estas e por outras que as coisas aqui em Portugal estão como estão, e se forem a um pais onde existem canis QUE FUNCIONAM, as coisa melhoram "qualquer coisinha"!
Comparar cãe com pessoas foi somente pela situação de decisão perante extremos....entrar em detalhe e levar isto ao ponto da "pessoa sem pernas" ser um cientista famoso já me parece demasiado!!
Concordo que a esterilização é muito importante, mas infelizmente não chega na situação a que já chegámos.
Eu não estava a brincar em relação a salvar dezenas com os recursos que um cão 'não adoptável' consome!! Será tão dificil perceber a lógica de que se um cão não adoptável estiver no canil durante 5 anos, durante esse tempo poderiam eventualmente entrar e sair, ocupando o seu espaço e comendo a sua comida, dezenas de cães saudáveis que em face da sua adoptabilidade ficariam no canil apenas dias ou meses nesse espaço e comendo essa comida?
Vejamos:
Situação A
Box 231 - BOBI 5 anos, sem duas pernas, agressivo e sem qualquer tipo de sociabilidade perante cães e seres humanos; Vive até aos 11 anos e assim durante 6 anos esta box fica apenas para ele; De grande porte, consome 15 Kilos de ração por mês;

Situação B
Box 231 - Ninhada sem nomes - 3 cachorros - tamanho pequeno e facilmente adoptáveis; Todos adoptados ao fim de 15 dias.
Box 231 - Cão jovem e sudável de médio porte, perfeitamente sociável e meigo ; Adoptado ao fim de um mês;
Box 231 - .....
quer que continue até esgotar 6 anos?

Será assim tão dicicil entender o lado prático da questão?
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