Caça ou não eis a questão

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

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jctorrado
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quarta jul 17, 2002 4:21 pm

Sr. Francisco Barros (FANG),

Agradeço os seus esclarecimentos técnicos adicionais, embore discorde em alguns pontos.

1 - Para mim caçador que se preze tem que ter obrigatoriamente um pouco de ecológico, se este pressuposto não se verificar nem devia de passar no exame de obtenção da carta de caçador. E não são argumentos tipicos de caçador ecológico é uma maneira de ser e de estar na vida.

2 - Sinceramente pelo que tenho lido a Serra da Malcata pode não ser o polo com mais Linces Ibéricos (aliás nunca vi uma estatística demográfica nacional actualizada, será que existe?) mas é de certeza o polo mais conhecido. Aliás muita gente deve tê-los "à porta" e desconhece, aconteceu-me o mesmo à coisa de um mês mas com Texugos. Onde moro desconhecia a sua existência, mas descobri um belo (mas infelizmente morto) exemplar macho, na estrada.

3 - Sobre o desaparecimento da espécimen humana eu explico, houve participantes neste forum que afirmaram que se desaparecesse esta ou aquela raça de cães (julgo até que poderiam ser outros animais) não "aqueciam ou arrefeciam". E eu como não concordo com esta atitude, fiz a comparação, que se a humanidade acabar também não é assim tão importante...

Relativamente ao tópico, a questão de ser moralmente e éticamente aceite ou não é muito relativo, o senhor parte do príncipio que a caça é um desporto, outras pessoas do forum são contra esse ponto de vista. Claro que não preciso de caçar para comer, mas como com muito prazer o que caço (sou bom garfo e cozinheiro). Se tenho prazer na caça, sem ferir susceptividades, claro que tenho, não sou mazoquista de me levantar de madrugada, com chuva, calor, etc. Nem é pela quantidade das peças mortas, isso é irrelevante.
Também não tenho jipe, roupas caríssimas, armas último modelo, cães adquiridos antes do começo da caça, penso que é este o caçador tipo, para muita gente. Que realidade tão diferente...
Penso que ninguém tem razão absoluta neste debate, sempre tive espírito aberto, aprendi com a vida.
Sei isso sim. que a caça é uma actividade que directamente ou indirectamente produz riqueza, muitos impostos, postos de trabalho e que se neste momento acabasse o governo teria mais uns milhares de desempregados e uma fonte de receita a menos.

Moral e ética qb, para todos.

João



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JAntunes
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quarta jul 17, 2002 8:29 pm

[quote=jctorrado]
Sr. Francisco Barros (FANG),

Agradeço os seus esclarecimentos técnicos adicionais, embore discorde em alguns pontos.

1 - Para mim caçador que se preze tem que ter obrigatoriamente um pouco de ecológico, se este pressuposto não se verificar nem devia de passar no exame de obtenção da carta de caçador. E não são argumentos tipicos de caçador ecológico é uma maneira de ser e de estar na vida.

2 - Sinceramente pelo que tenho lido a Serra da Malcata pode não ser o polo com mais Linces Ibéricos (aliás nunca vi uma estatística demográfica nacional actualizada, será que existe?) mas é de certeza o polo mais conhecido. Aliás muita gente deve tê-los "à porta" e desconhece, aconteceu-me o mesmo à coisa de um mês mas com Texugos. Onde moro desconhecia a sua existência, mas descobri um belo (mas infelizmente morto) exemplar macho, na estrada.

3 - Sobre o desaparecimento da espécimen humana eu explico, houve participantes neste forum que afirmaram que se desaparecesse esta ou aquela raça de cães (julgo até que poderiam ser outros animais) não "aqueciam ou arrefeciam". E eu como não concordo com esta atitude, fiz a comparação, que se a humanidade acabar também não é assim tão importante...

Relativamente ao tópico, a questão de ser moralmente e éticamente aceite ou não é muito relativo, o senhor parte do príncipio que a caça é um desporto, outras pessoas do forum são contra esse ponto de vista. Claro que não preciso de caçar para comer, mas como com muito prazer o que caço (sou bom garfo e cozinheiro). Se tenho prazer na caça, sem ferir susceptividades, claro que tenho, não sou mazoquista de me levantar de madrugada, com chuva, calor, etc. Nem é pela quantidade das peças mortas, isso é irrelevante.
Também não tenho jipe, roupas caríssimas, armas último modelo, cães adquiridos antes do começo da caça, penso que é este o caçador tipo, para muita gente. Que realidade tão diferente...
Penso que ninguém tem razão absoluta neste debate, sempre tive espírito aberto, aprendi com a vida.
Sei isso sim. que a caça é uma actividade que directamente ou indirectamente produz riqueza, muitos impostos, postos de trabalho e que se neste momento acabasse o governo teria mais uns milhares de desempregados e uma fonte de receita a menos.

Moral e ética qb, para todos.

João

Em vez de falar em ideiais de caçador fale no que temos.
A maior parte dos caçadores não anda de jipe.
E pensei que estavamos a falar em termos morais e não económicos

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VascoV
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as
FAbarm
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quarta jul 17, 2002 9:00 pm

Estimado Sr. JAntunes, quando escreve: " Em vez de falar em ideiais de caçador fale no que temos " - Não deveria ter escrito: "... fale dos que eu conheço".
"E pensei que estavamos a falar em termos morais e não económicos" - Não podemos!!! Sabe o impacto que tem a caça na micro-economia do Interior esquecido do nosso país?

Francisco ( Fang )

"com argumentos típicos do caçador ecologista." - Se somos responsáveis, levamos com rótolos. O caçador é responsável, se não fôr responsável, não é caçador... Simples, não?

" Não acho com muita validade o argumento exposto pelo Tiago, visto ser totalmente antropocentrico. " - Que argumento?

Um abraço

Tiago
Última edição por FAbarm em segunda jul 22, 2002 5:10 pm, editado 1 vez no total.
VascoV
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quarta jul 17, 2002 9:05 pm

FAbarm Escreveu:
"E pensei que estavamos a falar em termos morais e não económicos" - Não podemos!!! Sabe o impacto que tem a caça na micro-economia do Interior esquecido do nosso país?

Um abraço

Tiago
Não sei, mas estou a falar em termos morais. Se faarmos em termos económicos e esquecermos a moral vamos chegar a questionar se economicamente é correcto gastar dinheiro com deficientes.

A moral mantém as sociedades...
FAbarm
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quarta jul 17, 2002 11:42 pm

Conseguem garantir a riqueza que a caça "produz" caso esta acabe.
Ou não é moral falarmos deste aspecto? Garantem o sustento às populações do Interior?

Pensemos bem antes de falrmos em moral, porque moral há muitas...

Tiago
VascoV
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quinta jul 18, 2002 12:25 am

FAbarm Escreveu: Conseguem garantir a riqueza que a caça "produz" caso esta acabe.
Ou não é moral falarmos deste aspecto? Garantem o sustento às populações do Interior?

Pensemos bem antes de falrmos em moral, porque moral há muitas...

Tiago
E quantos da florescente população do interior são sustentados pela caça? Será somente a associativa. Valha-me Deus. A caça associativa é a salvação do país rural. Então em vez do Alqueva era melhor fazermos uma grande zona de caça. Salvava-se essa zona do país da desertificação e da pobreza em que está.

De facto moral há muita, mas pensei que nunca me viesse falar da moral do dinheiro

E ainda não percebeu. Eu não estou a falar de caça associativa. Estou a falar de caça. Ponto final.

Não me digam que caçador é aquele das preocupações ecologicas, patati,patatá.

Caçador é quem vai à caça. Tenha licença ou não. Tenha cuidado em matar ou não o que deve. Preocupe-se em apanhar os cartuchos ou não.

Já lhe disse e repito que o Eco-caçador não é o exemplo. Até agora não me responderam qual a justificação moral para caçar se não há necessidade para tal.
A resposta é simples.
Não há
FAbarm
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quinta jul 18, 2002 1:37 am

Estimado Vasco:

MAis uma vez estamos em desacordo:

Ninguém estratificou a caça. Quer ela seja praticada em assossiativas, turisticas, municipais ou no regime geral esta actividade ajuda ao desenvolvimento das regiões, onde é praticada. Julgo que isto é importante, não?


"Não me digam que caçador é aquele das preocupações ecologicas, patati,patatá" - Em pleno século XXI é, e de isso não tenha dúvidas nenhumas. Quer mais exemplos?....

"Caçador é quem vai à caça. Tenha licença ou não." - No sentido lacto tem razão, mas se atendermos ao sentido restricto, verificaremos que não é como diz. E o Vasco já sabe quais os efeitos da generalização.

"Até agora não me responderam qual a justificação moral para caçar se não há necessidade para tal." - Quer uma, entre várias. Eu gosto de comer a caça, gosto de uma perdiz com castanhas e isso os Hipermercados, não me garantem. Nem os Hipermercados nem ninguem.

Respondi?

Um abraço

Tiago

Tiago
fang
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quinta jul 18, 2002 1:38 am

Caro JCTorrado,
“1 - Para mim caçador que se preze tem que ter obrigatoriamente um pouco de ecológico, se este pressuposto não se verificar nem devia de passar no exame de obtenção da carta de caçador. E não são argumentos tipicos de caçador ecológico é uma maneira de ser e de estar na vida.”
Caro amigo, então na realidade temos muitos poucos caçadores no país. No que respeita á carta de caçador, o sr. sabe tão bem ou melhor do que eu qual é o “manual” em que se estuda e as questões colocadas nos exames. Se não se aprender algo mais, continuamos com as mesmas asneiradas, pois em nada de ecologia são formados os caçadores.
Não me estou a referir a si em concreto, mas há uns tempos para cá muitos caçadores se dizem ecológicos, respeitadores da natureza, etc. Contudo de facto a realidade é outra: apenas fachada, pois é de bom tom e “politicamente correcto” ser “ambientalista”. É uma questão de moda e de capa “protectora”.
Respeito essa maneira de ser e de estar na vida. Respeito quando existe responsabilidade e consciência do que se faz. Agora continuo a não tolerar que se recolham uma centena de animais de espécies protegidas “chumbados” durante a época venatória.
2 - Sinceramente pelo que tenho lido a Serra da Malcata pode não ser o polo com mais Linces Ibéricos (aliás nunca vi uma estatística demográfica nacional actualizada, será que existe?) mas é de certeza o polo mais conhecido. Aliás muita gente deve tê-los "à porta" e desconhece, aconteceu-me o mesmo à coisa de um mês mas com Texugos. Onde moro desconhecia a sua existência, mas descobri um belo (mas infelizmente morto) exemplar macho, na estrada.
Claro que a Serra da Malcata é a mais conhecida. Foi por essa razão – protecção do Lince-ibérico que foi criada a reserva natural. Pois tudo aponta que as densidades são maiores nas serras algarvias.

O Lince devido á sua raridade e hábitos esquivos, muito dificilmente é observado. O seu estudo envolve sobretudo observações indirectas (dejectos, pegadas, etc.).
De facto tambem não conheço os ultimos numeros do projecto liberne. Há quem goste de trabalhar nos “segredos dos deuses” com medo que a informação vá parar a mãos erradas. Mas isso é outra história.
Os numeros mais recentes (que conheço) datam, se não estou em erro, de 95 e estimam a população nacional em 50 individuos. Muitos consideram não haver população viavel em Portugal. A conservação do Lince só faria sentido em termos Ibéricos.
Agora por favor não compare o Texugo com o Lince. O Texugo está presente em todo o país e é uma espécie cinegética. É natural que viva “á nossa porta” sem ser observado. Não se vai esperar encontrar um individuo de uma espécie em pleno dia quando essa espécie tem hábitos noctivagos.

Também não tenho jipe, roupas caríssimas, armas último modelo, cães adquiridos antes do começo da caça, penso que é este o caçador tipo, para muita gente. Que realidade tão diferente...
Eu conheço a realidade. A boa e a má.
Sinceramente, não são esses caçadores que mais me preocupam, embora a irresponsabilidade esteja em todo o lado, infelizmente.
Preocupo-me muito mais com o “pessoal do garrafão” e com os gabarolas e chico-espertos que não hesitam em disparar a tudo o que mexe. Tambem não tem esse equipamento. São os chamados “fuçangueiros”. Infelizmente aqui para os meus lados é o que mais abunda. No entanto reconheço que a situação já esteve bem pior.

Para Tiago,
"com argumentos típicos do caçador ecologista." - Se somos responsáveis, levamos com rótolos. O caçador é responsável, se não fôr responsável, não é caçador... Simples, não?
Atenção aos falsos responsáveis! Conversa de caçadores com preocupações ecologicas estou eu farto de ouvir. Na prática a “teoria” é outra. Sabes isso tão bem como eu. Não podes extrapolar um ou dois casos para uma maioria.
Se o caçador não for responsável não é caçador? Então temos 300 caçadores e não 300 000.
O problema é que os 299 700 que não são caçadores, segundo esse ponto de vista, tambem andam no campo aos tiros, pois tiraram “carta de caçador”.
De simples não tem nada.
" Não acho com muita validade o argumento exposto pelo Tiago, visto ser totalmente antropocentrico. " - Que argumento?
Este argumento por exemplo:
Nokio, em resposta há sua pergunta, aqui lhe deixo a minha resposta:

Tem os melhores cães de parar
A atirar, gabam-me o jeito
Trás carpa pró petisco
É mais a fama que feito

O seu casal de nacionais
A todos deixa pasmados
Ficam mestres admirados
Ao ver cães tão bons
Obedecem a gestos e tons
Dá gosto vê-los amarrar
E são peritos a cobrar
A bater campos e matas
Nunca cansam as patas
Tem os melhores cães a caçar

A Concluir a selecção
Juntamos o caçador
A esta equipa de valor
Bate mato até mais não
Não tira os olhos do chão
Escolhe cartuchos a preceito
É da equipa o eleito
P´ra volta destinar
A atirar gabam-lhe o jeito

Quando o vimos chegar
Com o tacho na mão
Todos faziam questão
Da russa poder apreciar
A hora estava a chegar
E alguém lançou o isco
-Isto é melhor que marisco!
Mas foi de todos o desalento
Dissemos ao mesmo tempo
Trás carpas pró petisco!

Teve a época inteira
Para uma russa apanhar
Viram três lebres errar
A este caçador de coelheira
Raios partam a brincadeira
Não tinha esse direito
Tem mesmo que admitir
Somos obrigados a concluir:
É mais a fama que o proveito
Eu tambem sou adepto de patuscadas, de convivio, de campo, de animais, etc. etc. ... mas não sou caçador.

Lembro que estamos a “filosofar”... ;)
<p>Francisco Barros</p>
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quinta jul 18, 2002 1:59 am

FAbarm Escreveu: Conseguem garantir a riqueza que a caça "produz" caso esta acabe.
Ou não é moral falarmos deste aspecto? Garantem o sustento às populações do Interior?

Pensemos bem antes de falrmos em moral, porque moral há muitas...

Tiago
Garantem ou ajudam??
Essa tem muito que se lhe diga.
Quantas pessoas em Moncorvo vivem todo o ano exclusivamente de actividades relacionadas com a caça?

Mesmo que assim fosse, não acho que "moralmente" uma coisa justifique a outra.
Seria o mesmo que as lutas de cães serem "moralmente correctas" pois garantem a sobrevivencia de algumas pessoas nos bairros degradados.

A caça "mexe" com muito dinheiro, mas "moralmente falando", lamento Tiago mas não estamos de acordo.
<p>Francisco Barros</p>
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quinta jul 18, 2002 3:06 am

FAbarm Escreveu: Estimado Vasco:

MAis uma vez estamos em desacordo:

Ninguém estratificou a caça. Quer ela seja praticada em assossiativas, turisticas, municipais ou no regime geral esta actividade ajuda ao desenvolvimento das regiões, onde é praticada. Julgo que isto é importante, não?


"Não me digam que caçador é aquele das preocupações ecologicas, patati,patatá" - Em pleno século XXI é, e de isso não tenha dúvidas nenhumas. Quer mais exemplos?....

"Caçador é quem vai à caça. Tenha licença ou não." - No sentido lacto tem razão, mas se atendermos ao sentido restricto, verificaremos que não é como diz. E o Vasco já sabe quais os efeitos da generalização.

"Até agora não me responderam qual a justificação moral para caçar se não há necessidade para tal." - Quer uma, entre várias. Eu gosto de comer a caça, gosto de uma perdiz com castanhas e isso os Hipermercados, não me garantem. Nem os Hipermercados nem ninguem.

Respondi?

Um abraço

Tiago

Tiago
Tiago
Juro que não é perseguição, mas não podia deixar de comentar.

Generalizar a caça é que me parece perigoso. O preço de algumas atrocidades parece-me bastante baixo. A palavra "desenvolvimento" é um pouco ambígua. Algumas "regiões" em nada tem beneficiado com a caça. A riqueza medirse-á pelo dinheiro que circula ou pelo património faunístico existente?
De que servirá termos os campos cheios de perdizes que "dão" dinheiro quando não existe nada mais do que perdizes, coelhos e restantes espécies cinegéticas? (exemplo levado ao limite)
Resta medir o que é mais importante...
"Não me digam que caçador é aquele das preocupações ecologicas, patati,patatá" - Em pleno século XXI é, e de isso não tenha dúvidas nenhumas. Quer mais exemplos?....
Aqui no forum só conheço 2 exemplos. Em pleno Sec. XXI, infelizmente a maioria que anda com uma arma na mão é tudo menos caçador!!
Por isso é muito perigoso generalizar, partindo do pressuposto que todos que andam com arma na mão são responsáveis, ISSO SIM. O "sentido restrito" refere-se a uma minoria. E plo andar da carruagem ainda vai durar loonngos anos!
Não me digas que um caçador que pratica esta actividade há 6 anos não conhece a realidade geral da caça? Não conheces nenhum caçador pertencente á maioria a que me refiro?
Desculpa lá, mas só se andares mesmo distraido! ;)

Perdiz com castanhas. De facto é um argumento válido!
Eu tambem gosto muito de codornizes fritas, mas compro-as no talho.
Existe criação e centros de abate de codornizes.
Existem criadores de perdizes para repovoamentos. O indice de reprodução é baixo, é certo,mas quem sabe sob o argumento da alimentação, não se apuraria perdizes mais "reprodutivas" e se criaria tambem centos de abate?

O que está aqui em causa é, parece-me, o prazer de comer o animal que se caçou, que vivia em liberdade e que deu alguma luta. Comer uma perdiz com castanhas criada em cativeiro não é a mesma coisa pois não?
Acabamos sempre a bater na mesma tecla. Moral e ética em relação aos animais!
Já agora, "filosofando", o que será mais correcto? Criar as codornizes em cativeiro ou caça-las no campo?
Gostava de ouvir algumas opiniões.
Tenho a minha opinião formada... mas não quero influenciar ninguem. ;)
<p>Francisco Barros</p>
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jctorrado
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quinta jul 18, 2002 3:12 pm

Caro Fang,

Ainda referente ao Texugo, nunca quiz de forma alguma compará-los, referia-me só que haveria pessoas a conviver lado a lado com os Linces e que o desconheciam como eu desconhecia que onde moro haveriam Texugos. Embora sejam de hábitos nocturnos, passar 25 anos sem dar pela presença deles é obra! tanto mais que as tocas que costumam efectuar e utilizar são fáceis de detectar. Agora sobre o Texugo ser uma espécie cinegética penso que é uma informação errada (se o é desconheço em absoluto).

Filosofando sobre a questão das Codornizes que colocou, tenha a acrescentar o seguinte, perto de mim existia um aviário onde eram criadas codornizes e frangos, aves essas que eram criadas em condições péssimas, excesso de aves por m2, condições hegiénicas deficitárias, aves mortas por todo o lado, cheiro horrível, etc, etc.
Moralmente acho que um aviário é um centro de concentração, onde o principal objectivo é o lucro e a rentabilidade.
Por outro lado toda a gente prefere comer uma galinha do campo, a uma ave de aviário, vamos lá saber porquê! a minha barriga sabe bem a diferença.
Também tenho a dizer, que nunca cacei Codornizes e as que como frequentemente são de aviário, mas sei bem distinguir uma de outra e quem afirma que o sabor é o mesmo, não sabe do que fala.
Não é do prazer de comer o que caçamos, mas saber que o que estou a comer tem menos hormonas e outros produtos que se usam para fazer as aves crescer de um dia para o outro. Isso sim acho relevante.

Talvez comprenda mais os argumentos das pessoas vegetarianas, mas quando fossemos todos vegetarianos, acabaríamos a discutir se seria moral e ético também comer os vegetais.

Abraços

João
fang
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sábado jul 20, 2002 2:53 am

Caro JCTorrado

De facto não está errado.

De facto o Texugo JÁ NÃO É uma espécie cinegética! Eu é que por vezes me esqueço que já mudei de milénio... estou a ficar velho... :lol: :lol:
O Texugo e todos os mustelídeos deixaram de constar nos anexos de fauna cinegética com a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 227-B/2000 que regulamenta a nova lei da caça ( Lei n.º 173/99, de 21 de Setembro ).

Já agora a titulo de informação, actualmente as espécies cinegeticas segundo o Decreto-Lei n.º 227-B/2000 (actualizado pelo Decreto-Lei n.º 338/2001 ) são estas:
ANEXO
1 - Caça menor
I - Mamíferos
Coelho-bravo - Oryctolagus cuniculus.
Lebre - Lepus granatensis.
Raposa - Vulpes vulpes.
Saca-rabos - Herpestes ichneumon.
II - Aves
a) Aves sedentárias
Perdiz-vermelha - Alectoris rufa.
Faisão - Phasianus colchicus.
Pombo-da-rocha - Columba livia.
Gaio - Garrulus glandarius.
Pega-rabuda - Pica pica.
Gralha-preta - Corvus corone.
Melro - Turdus merula.
b) Aves migradoras ou parcialmente migradoras
(ver nota *) Pato-real - Anas platyrhynchos.
(ver nota *) Frisada - Anas strepera.
(ver nota *) Marrequinha - Anas crecca.
(ver nota *) Pato-trombeteiro - Anas clypeata.
(ver nota *) Marreco - Anas querquedula.
(ver nota *) Arrabio - Anas acuta.
(ver nota *) Piadeira - Anas penelope.
(ver nota *) Zarro-comum - Aythya ferina.
(ver nota *) Negrinha - Aythya fuligula.
(ver nota *) Galinha d'água - Gallinula chloropus.
(ver nota *) Galeirão - Fulica atra.
Tarambola-dourada - Pluvialis apricaria.
Galinhola - Scolopax rusticola.
Rola-comum - Streptopelia turtur.
Codorniz - Coturnix coturnix.
Pombo-bravo - Columba oenas.
Pombo-torcaz - Columba palumbus.
Tordo-zornal - Turdus pilaris.
Tordo-comum - Turdus philomelos.
Tordo-ruivo - Turdus iliacus.
Tordeia - Turdus viscivorus.
Estominho-malhado - Sturnus vulgaris.
Narceja-comum - Gallinago gallinago.
Narceja-galega - Lymnocryptes minimus.
2 - Caça maior
Javali - Sus scrofa.
Gamo - Cervus dama.
Veado - Cervus elaphus.
Corço - Capreolus capreolus.
Muflão - Ovis ammon.
(nota *) Aves aquáticas para efeitos deste diploma.
Anteriormente, segundo o Decreto-Lei n.º 251/92 eram estas:
ANEXO I
1 - Caça menor:
a) Mamíferos:
Lebre (Lepus capensis);
Coelho (Oryctolagus cuniculus);
Raposa (Vulpes vulpes);
Doninha (Mustela nivalis);
Fuinha (Martes foina);
Texugo (Meles meles);
Geneta (Genetta genetta);
Saca-rabos (Herpestes ichneumon);
b) Patos:
Pato-real (Anas platyrhynchos);
Frizada (Anas strepera);
Marrequinha (Anas crecca);
Pato-trombeteiro (Anas clypeata);
Zarro-negrinha (Aythya fuligula);
Zarro-comum (Aythya ferina);
c) Aves sedentárias:
Perdiz-vermelha (Alectoris rufa);
Galinha-d'água (Gallinula chloropus);
Galeirão (Fulica atra);
Pombo-da-rocha (Columba livia);
Pombo-torcaz (Columba palumbus);
Pombo-bravo (Columba oenas);
Rola-turca (Streptopelia decaocto);
Melro (Turdus merula);
Tordeia (Turdus viscivorus);
d) Aves migradoras:
Cordoniz (Coturnix coturnix);
Tarambola-dourada (Pluvialis apricaria);
Abibe (Vanellus vanellus);
Galinhola (Scolopax rusticola);
Narceja-galega (Lymnocryptes minimus);
Narceja-comum (Gallinago gallinago);
Rola-comum (Strepropelia turtur);
Tordo-zornal (Turdus pilaris);
Tordo-ruivo (Turdus iliacus);
Tordo-comum (Turdus philomelos);
e) Espécies oportunistas:
Estorninho-malhado (Sturmus vulgaris);
Estorninho-preto (Sturmus unicolor);
Gaio (Garrulus glandarius);
Pega-rabuda (Pica pica);
Gralha-preta (Corvus corone);
2 - Caça maior:
Javali (Sus scrofa);
Gamo (Cervus dama);
Veado (Cervus elaphus);
Corço (Capreolus Capreolus);
Muflão (Ovis ammon).
No entanto o nº 2 do artigo 22º do mesmo diploma dizia o seguinte:
Artigo 22.º
Regras gerais
1 - Só é permitido caçar as espécies cinegéticas que, para cada época venatória, sejam identificadas por portaria do Ministro da Agricultura.
2 - O abate ou captura de sisões, doninhas, toirões, martas, fuinhas, texugos e ginetes só pode ser permitido por portaria conjunta dos Ministros da Agricultura e do Ambiente e Recursos Naturais.
3 - É proibido capturar ou destruir ninhos, covas, luras, ovos e crias de espécies cinegéticas.
<p>Francisco Barros</p>
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gary
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terça jul 23, 2002 10:28 am

Olá

A caça em termos económicos, tem efectivamente um peso grande na economia do nosso país e dela dependem directamente alguns milhares de pessoas . Os caçadores estão estimados em mais de 300 mil e com tendência para aumentar . Portanto qualquer decisão no respeitante á caça tem que ser muito bem ponderada .
Há sempre tendência a dizer que conhecemos x pessoas que fazem determinada coisa e é sempre exageradamente potênciada ; estou em crer que osa detractores da caça não conhceram , mais de meia duzia de caçadores e decerto estão incluídos os bons os maus e os assim a assim.
Não é preciso contar histórias da carochinha que toda a gente percebe que se aconteceu foi numa cena de uma qualquer má fita do escalão b ou c .
Não é necessário contar má histórias para ilustrarmos a nossa posição em determinada matéria.
Além de que a caça é imprescendível na ragularização da nossa vida silvestre .
É claro que o homem tem aptidão para destruír a natureza , fazemos estradas, casas , cidades, barragens, e etc...
A par disso fazemos regulamentos, cotas e etc...
das duas uma ou caçamos as espécies ou intruduzimos nos respectivos habitats predadores para que regulem e evitem pragas .
Na Austrália, por exemplo, estão a abraços com várias pragas de animais, nomeadamente com o coelho por não terem predadores em quantidade para regularizarem as espécies. O governo australiano tem progarmas especificos de caça para conter a infestação e não estão a ter sucesso e vale tudo desde caça propriamente dito ao recurço ás armadilha, programas de esterlização envenenamento e estão a perder a batalha
Continuo a defender que um animal está dotado de defesas que lhe permitem defender a continuídade da espécie, e em "termos humanos" é menos perverso a caça do que as capoeiras , chiqueiros ou estábulos onde criamos os naimais de uma forma artificial e sempre sem qualidade de vida , para o nosso consumo.
Sabemos que os caçadores são uns filhos da mãe , mas também os donos dos cães dos gatos das cobras e dos lagartos ou quaisquer outras pessoas quando exercem uma actividade em contrárioa os perceito estabelecidos da vivência em sociedade.

gary
Um abra&ccedil;o
balao
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terça jul 23, 2002 1:33 pm

Olá!!!!

Ora cá estou eu outra vez!
Pois.....já sei, estavam cheios de saudades!...Pronto, pronto!..acalmem-se lá...

Ora bem, vi que logo após a minha mensagem de despedida para férias, a 4 Patas teve logo um belo comentário!....e inteligente, por sinal!
O tipo de comentário, aproxima-a do comportamento de qualquer animal necrófago. Mas é mesmo assim!...há que mostrar como somos!

Mas.......estou contente!
Finalmente o Fabarm explicou-se:

"Até agora não me responderam qual a justificação moral para caçar se não há necessidade para tal." - Quer uma, entre várias. Eu gosto de comer a caça, gosto de uma perdiz com castanhas e isso os Hipermercados, não me garantem. Nem os Hipermercados nem ninguem.

Respondi? "

Respondeu, respondeu....melhor do que o que pensa. Fiquei então a perceber, que se trata, basicamente, de satizfazer o estômago de uma maneira requintada, certo? Mais um incompreendido pelos principais hipermercados do país!...mas os hipermercados não vendem castanhas?
Ou também as caça?

Como se trata de satizfação da barriguinha, então a que distância está, do animal pré-histórico cuja única prioridade é COMER?
Ahhh!..é verdade!...disse-me na altura que gostou da "minha" teoria da evolução", mas que achava mais coerente a Panspermia. Já agora explique-nos como vê isto neste contexto. Explique-nos essa Teoria!

Não será um poquinho egoísta, este tipo de atitude?
Ou defende o seu paralelismo com a agricultura biológica?

Milhões de animais nascem em cativeiro, aí são criados com um único intuito, o de serem mortos para alimentar a espécie humana(um cenário bem cruel, digno de qualquer filme de ficção científica, mas real. Cruelmente Real. Mas esses não lhe servem....não vêem com castanhas!
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