Este texto é muito interessante, poderia ser publicado aqui nos artigos da arca de noé?jdhome Escreveu:...
Mas deixo aqui um texto de uma compilação que publiquei em um grupo do face (Rafeirinhos do Algarve) que é resultado de de falar com caçadores, alguns treinadores e pesquisas.
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“Eu quero um caõzinho pai!” É normal escutar essa frase. Levar um cachorro para casa é uma das fazes mais importantes na educação e socialização do cãozinho. A mudança vai designar muito sobre como será o seu cão no futuro e os erros pagam-se caros. (maioria das vezes para o proprio animal, resultando no seu abandono etc...) É habitual os filhotes serem separados da mãe por volta dos 40 dias a (mês e meio) de idade, ou até menos,(muitas das vezes assim que ocorre o desmame). O perigo está em achar essa prática normal, porque as pessoas querem um peluche rechonchudo e fofinho. Vamos entender o que ocorre com um filhote ao ser separado precocemente da sua família original. Existe no mundo animal e no nosso também (para lembrarmos de que também somos animais) um processo chamado imprinting e ele é de tempo diferente para cada espécie se estabelecer. Essa fase nada mais é do que a “copia” do ser em questão, ou seja, o tempo que o filhote demora para aprender que ele é um cão igual aos seus proginitores e como deve se comportar e agir perante eles. Existiu um senhor austríaco chamado Konrad Lorenz, vencedor do Prêmio Nobel de Fisiologia/Medicina em 1973, foi quem descobriu e estudou sobre o imprinting e ao pesquisar sobre gansos, ele revelou que o imprinting ocorria em um período muito curto, no início da vida das aves, chamado de período crítico ou período sensível. No mundo canino é neste tempo que se consolida o entendimento sobre a hierarquia e principalmente sobre a comunicação com outros cães. O filhote aprenderá sobre aspectos sociais e psicológicos da espécie e isso só é possível com a sua matilha original. Nós humanos temos muita dificuldade em educar e corrigir de forma correta um cão e depois la temos de ir recorrer a treinadores para reabilitação e des-sensibilização. Retirar um canito muito cedo do convívio com sua família canina certamente afetará a oportunidade dele se desenvolver socialmente, pois o aprendizado da linguagem para comunicar com outros cães e a habilidade em se posicionar na hierarquia do grupo ficará em níveis dificeis e como consequência disso esse animal terá grandes dificuldades em se socializar e estabelecer dentro de um grupo. Nesse início de vida, o cãozinho precisa de intenso contato com a mãe e irmãos, para a formação da sua “personalidade”. É nesse período que o cãozinho tem a oportunidade de aprendizagem mais importante que acontece nesta idade do animal. No caso dos cães o período sensível ou crítico é bastante curto,de 1 a 4 meses de idade. Existem pesquisas que relatam um tempo bem maior, porém, o que se tem hoje como concreto, são 4 meses de imprinting. Essa aprendizagen vem por meio de correções vindas da mãe e dos mais velhos. E as habilidades adquiridas são importantíssimas para a adaptação do canito na sua futura matilha humana. O filhote, já está com todo seu sistema nervoso formado e dará início ao primeiro conhecimento efetivo e funcional, o de como ser um cachorro. Pelas retificações dadas pela mãe e oportunidades de erros e acertos com os irmãos esse filhote estará evoluindo grandiosamente na escala de experiências essenciais para se tornar um adulto equilibrado. Pronto para um imprinting bem conduzido? É fácil e simples, deixe o filhote ficar com a mãe e os irmãos até pelo menos o 3º mês de idade (4 é bem melhor). Agora, e se durante o tempo do imprinting, o cãozinho for colocado somente na companhia de humanos e/ou ficar isolado do contato social com outros animais, ele reconhecerá somente as pessoas ao seu redor como sendo seu “semelhante”. Uma cria com essa janela de aprendizagem restricta poderá tornar-se agressivo ou excessivamente social com outros cães e com pessoas estranhas, além da apresentar dificuldades para aprender.(depende do instinto e estalão da raça, pois alem dos seus traços fisicos tanbem existe a personalidade dos cão que determina o seu nome na RAÇA Cão) Sebdo assim o ideal é sempre esperar um pouco mais (vesitando o animal varias vezes durante este precurso analizando as suas reacções e falando com quem trata deles) antes de levar o filhote para casa e não esperar somente o final do desmame ou porque o achou engraçado. Desta forma o cão será maduro o suficiente para superar a separação e irá interagir de forma coerente e equilibrada para com todos, pois de certa forma já foi educado pela natureza. Embora alguns dos efeitos do imprinting, mal conduzido, possam ser revertidos, leva tempo e muito trabalho. Um cão que não aprendeu habilidades sociais em idade precoce pode até ser socializado, mas isso requer muita paciência, esforço e técnica correta e mesmo assim não ser 100% reestabelecido acarretando custos para o seu dono. E isto são coisas que certos treinadores/criadores de varandas e marquises/associações não divulgam as pessoas que querem adoptar/comprar um animal. Nós humanos temos muita dificuldade em educar e corrigir de forma correta um cão, afinal de contas somos espécies diferentes com linguagens diferentes, por isso deixe a natureza fazer a parte dela e não separe um filhote de sua mãe e irmãos precocemente. Eu não sou uma pessoa experiente em Canídeos, simplesmente sou um amigo que já teve 3 cães a meu cuidado (Laika.1992/2008 Bobby.17-09-1998/17-03-2015, incluindo a actual Lady.27-03-2015)e mais 3, Puphy 17-09-1998/2013,Thuria (mãe de Bobby e Puphy) e Rex (filho de Laika e Bobby) que estiveram sempre com meus pais excepto Thuria que viveu com Laika cerca de 1 ano (não me lembro bem) mas não se davam muito bem. Quando tiver tempo logo vos conto a história de onde a fui buscar Lady a um senhor bem desleixado.
Em relação a si lmpb, eu própria estou longe de saber tudo sobre cães e também cometi e cometo certamente alguns erros, mas o que eu acho é que esse, de ter separado a cria da mãe prematuramente, ainda poderá talvez reverter, levando-a novamente para a mãe uns tempos. Mas pronto não sei em que condições se encontra, se calhar até nem pode... Mas caso possa acho que valeria a pena fazer isso.
Eu fiquei com a Flash já ela era uma marmanjona de 4 meses e não estou nada arrependida, acho que lhe fez muito bem estar com a mãe e irmãos e ela ainda é bebé o suficiente para nos divertirmos com a sua infantilidade (e suspeito que assim continuará a ser por uns bons tempos).