O pior aconteceu...

Este é o fórum dedicado exclusivamente ao melhor amigo do homem! Troque ideias e tire dúvidas sobre o cão.

Moderador: mcerqueira

Musky
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quarta jan 28, 2004 12:06 am

gary Escreveu: No tempo em que o cão teve comigo, não consegui descortinar algum indicio que levasse a isto. Sem duvida que meti os pés pelas mãos.

O chato disto é que naquela região já houve vários acidentes graves com Rottys.

E felizes dos que já nasceram com 40 anos!
Ter-ter-ás realmente enganado, Gary? :|

Isto não é para te "dar manteiga" ou elogio pessoal. Mas é que "me cheira" que ali houve "gracinha" da parte do puto para se "mostrar" aos outros. E que a Sra. não tem capacidade para discernir situações. Que viram depois que o cão não é um peluche de corda e que iria dar trabalho. E que optam pela solução mais fácil, aproveitando uma desculpa que, para mim, é mais do que esfarrapada!

Se te enganaste, não foi na avaliação do cão. Foi na avaliação dos donos!
deinhac
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quarta jan 28, 2004 8:28 am

gary Escreveu: O que mais me impressiona é que o Alfeu, depois da mordida ficou como se nada fosse com ele. e depois daquele alarido todo!
Exactamente como o meu cao Baltazar. Depois de morder ficava num canto, chateado connosco (e nós com ele), mas um bocado depois vinha brincar e meter-se connosco como se nada tivesse acontecido.
gary Escreveu: No tempo em que o cão teve comigo, não consegui descortinar algum indicio que levasse a isto.
De novo faz-me lembrar o Baltazar... com o treinador era uma coisa (obedecia e parecia o cao mais manso do planeta). Mesmo com algumas provocaçoes por parte do treinador para avaliar o seu grau de agressividade, o cao deixava fazer tudo. Mesmo connosco havia dias que se portava muito bem. Estava condescendente. Cheguei a ve-lo, na rua, a cumprir ordens sistematicamente dadas por mim ou pelo meu namorado, e o cao cumpria-as de uma forma até bem disposta. Depois, noutros dias, não suportava os treinos e a agressividade vinha ao de cima. Era uma coisa que me fazia muita confusão.

Era nítido que o Baltazar aceitava melhor as ordens dadas pelo treinador, tinha-lhe respeito. Até que houve um dia em que nos treinos o vi a olhar de lado para o treinador e percebi nitidamente que estava a passar-se, devia estar a pensar "de hoje nao escapas!"

O que me apercebo disto tudo é que os caes sao muito espertos e sabem com quem é que podem medir forças. O Alfeu nas mãos do Gary não deu sinais de agressividade porque certamente sabia com quem estava a lidar; quando foi para a nova familia, sobretudo diante do miudo, apercebeu-se que estava em beneficio e mordeu.

Pelo que o Gary conta, o Alfeu nao tinha grandes justificaçoes para morder o miudo, este nao esteve a massacrá-lo nem nada disso. Tudo aponta para um possivel trauma do cao relativamente a crianças, não é?

É triste... :cry:
sclourenco
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quarta jan 28, 2004 10:19 am

Bom dia!

Há diversas situações que podem levar um cão a morder e ainda não se sabe o que é que a criancinha lhe fez durante os 2 meses em que conviveram, bem como no dia em que o cão lhe mordeu. Se calhar, a paciência do Alfeu esgotou-se... :roll:
Tenho um cão, SRD, que é a coisinha mais doce e meiga que alguma vez conheci. É incapaz de morder um ser humano, mesmo que lhe tirem um osso da boca! No entanto, no Natal passado, eu não o pude levar comigo e ele ficou na noite da ceia em casa dos meus pais. É o sítio onde ele foi criado, é adorado por todos e lá sempre foi o centro das atenções (coisa com a qual ele delira!!!). Entretanto surgiu um novo membro na família e o meu cão deixou de ser o menino lá de casa e sempre que a bebé lá ia ele passava para 2º plano... ele não gostou da situação e começou a ter muitos ciúmes da bebé.
Na noite de Natal uma pessoa, inocente e inconscientemente, decidiu tentar pôr a bebé sentada em cima dele sem ninguém a quem o cão respeite por perto... :o O resultado foi que o meu canito virou-se de repente e mostrou intenção de morder à menina.
E agora? Mando abater o cão por ele ter mostrado os dentes a uma criança? Claro que não! Ele agiu por ciúmes, não por maldade.

Talvez tenha sido esse o caso do Alfeu: ciúmes da criança. Acho que nada justifica o abate do cão. :evil:

Gary, acho que o erro não foi seu. O erro foi das pessoas que adoptaram o Alfeu, que pelos vistos não sabiam o que tinham em mãos.
É sempre mais fácil culpar um animal, desde que não se tenha consciência... :roll:


Abraços a todos!
BETAFERI
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quarta jan 28, 2004 4:40 pm

gary Escreveu: Olá

O meu amigo foi para Itália. A dona, como era hábito, ia com o Alfeu à rua passeando-o à trela. nesse último passeio parou para falar com uma amiga e havia vários miúdos a brincar e andar de bicicleta, o puto inseriu-se nelas.
De repente e sem ninguém esperar, o bom do Alfeu lança duas potentes dentadas no miudo, quando este passou a correr à frente dele.
A mãe também ficou com as mães feridas, sem gravidade, na tentativa de abrir a boca do bicho, até lhe mordeu!, o cão larga porque a amiga, que estava dentro do carro, buzinou.

O que mais me impressiona é que o Alfeu, depois da mordida ficou como se nada fosse com ele. e depois daquele alarido todo!
O puto, a mãe e o cão foram a pé para casa(moravam muito perto) e foi de lá que chamaram os bombeiros para levar o puto para o hospital.
Olá Gary

A história muda um bocadinho de figura, agora que já foi contada até ao fim e com todos os pormenores, fica-me a sensação que o animal se assustou por algum motivo.
O correr do puto pode ter despoletado essa reacção.

Todos os dias, quando vou para o emprego vejo um cãozinho, um rafeirinho, à porta de casa, aqui é província e o cão vem a rua, está um bocadinho e depois vai para dentro. Ora o outro dia, ia eu a pé, mais ou menos em frente à dita casa e vem um puto, um ciganito por sinal, a correr, bem, nem imaginam como o animal ficou. Tive de fazer qualquer coisa, pelo menos tentar que o puto não corresse, pois como sempre vi o cão tão pachorrento, achei que o facto de o puto ir a correr é que estava a irritar o cão. Consegui segurar o cão pela coleira, porque é pequeno e não tem muita força, evitei assim que o puto fosse mordido. Não vi nada da parte do puto, que tivesse despoletado esta reacção, a não ser o facto de ir a correr.
Uma certeza eu tenho, se não tivesse reagido a tempo, este puto teria sido mordido também, mas neste caso por um rafeiro e nao por um cãe das ditas raça perigosa.

Há certos factores que podem contribuir para a alteração no comportamento de um animal.

Não encontro aqui nada que te possa censurar.
Olha, esquece é o melhor que tens a fazer. São coisas que o Homem não pode evitar, os animais são mesmo assim, imprevisíveis.

Um beijo

Franky
isabelnobre
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quarta jan 28, 2004 7:11 pm

sclourenco Escreveu: Ele agiu por ciúmes, não por maldade.

Talvez tenha sido esse o caso do Alfeu: ciúmes da criança. Acho que nada justifica o abate do cão. :evil:

Não concordo na totalidade com o que diz aqui, se eu tivesse um cão que puse-se em causa a integridade fisica dos seus donos, sejam eles miudos ou graudos, eu punha a questão do abate sim. Não tentaria arranjar outro dono porque iria estar a passar a batata quente para outra pessoa. Tentaria resolver a situação com treino, ou com outra forma qq. Se não resulta-se, e por muito que me custe o abate seria uma opção sim!
aisd
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periquito FALCANITO

quarta jan 28, 2004 7:56 pm

A história do Gary permitiu-me entender algumas das suas posições.

Agora vou dizer a minha opinião - o Gary errou ao doar um cão com passado (porque estou convencida que os primeiros donos não lhe contaram TODA a verdade) a uma fanília com crianças.

Cães que tiveram problemas, mesmo depois de recuperados, devem ser entregues a donos sem crianças pequenas (a partir dos 12 anos, acho eu que não há problema), ou sem crianças e sem outros cães.
Isto não sou eu que digo - é o animal rescue dos pit bull americanos.
E os donos, mesmo assim, devem estar avisados.

Por muita pena que tenhamos a adopção de um cão que já teve problemas de agressividade é sempre um risco a que não temos o direito de submeter elementos mais frágeis da família.

Pode parecer um contrasenso (eu estou sempre do lado do cão), mas não é.
Quer dizer, não só pomos em risco crianças e velhos, como o cão acaba por ser abatido.
Mais vale prevenir.

Quanto à criança - mantenho-me na retranca.
Um cão meu jamais iria parar àquelas mãozinhas.
sandrape
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quarta jan 28, 2004 7:56 pm

Olá

Pelo que li fiquei com a sensação de que o cão parece ter sido abatido um bocado "à pressa"??? Primeiro falavam muitas vezes com o Gary mas depois acontece uma coisa destas que implica uma decisão tão séria e só o informam depois de abaterem o animal? Parece que chegaram a casa do hospital e foram directos para o veterinário com ele sem primeiro dizerem qualquer coisa que fosse?
O Gary concorda que a unica coisa a fazer era mesmo o abate?

sandra p
sea
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quarta jan 28, 2004 8:16 pm

Estranho, estranho é os donos antigos desfazerem-se do cão antigo por causa de um novo.
:?
sportinguista
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quarta jan 28, 2004 8:41 pm

eu acho muitíssimo normal o cão ter mordido no puto! O meu pacholas (quano quer ser pacholas ;) ) não suportava bicicletas, nem pessoas a correr! Despertava o instinto de caça.

Hoje acalmou com a idade, mas não arrisco.

Uma vez (ele devia ter um ano e tal, vai fazer três em Abril) um carro parou na minha rua, e estavam dois putos a brincar ao pé do dito carro. Um deles atiçou (tipo fazer buuuu e assim) o Ruby, que ia (e vai sempre) de trela. Ele rosnou e quiz avançar para o ataque. A mãe viu e disse em tom "de tia" "Se não consegues controlar esse cão, então não o passeies!". Por segundos apeteceu-me dizer que "Se a senhora não consegue controlar os seus filhos, para não os ter!"
Não disse nada e continuei o passeio. Agora não me aproximo muito de crianças que não conheço bem, e que pareçam "suspeitas".
gary
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quinta jan 29, 2004 9:27 am

deinhac Escreveu: ...Pelo que o Gary conta, o Alfeu nao tinha grandes justificaçoes para morder o miudo, este nao esteve a massacrá-lo nem nada disso. Tudo aponta para um possivel trauma do cao relativamente a crianças, não é?

É triste... :cry:
Olá

De facto tudo aponta para aí, o cão foi para a acasa dos 1ºs donos, ainda cachorro, é possível que os putos de alguma forma, e decerto na brincadeira, o aleijassem. Mas isso também não é justificação para um comportamento destes. Há cães com pancada, este era apenas um deles!



Para a Sea;
Estranho, estranho é os donos antigos desfazerem-se do cão antigo por causa de um novo.
Pois. mas não seria um cão que me iria impôr o que quer que fosse!

Se este caso fosse comigo, faria exactamente a mesma coisa, era o que faltava ter minha vida e as minhas preferências serem conduzidas e impostas por um animal!
O cão a saír seria sempre o que originava o mal estar.

Para a Sandrap
Pelo que li fiquei com a sensação de que o cão parece ter sido abatido um bocado "à pressa"??? Primeiro falavam muitas vezes com o Gary mas depois acontece uma coisa destas que implica uma decisão tão séria e só o informam depois de abaterem o animal?
Sim falávamos com frequência. Mas como deve ter lido o dono foi para Itália. Tenho a certeza de que se ele estivesse cá o cão não seria abatido, mas não estava, e quem tinha que decidir decidiu como achava que seria o mais certo, e a meu ver bem.

Para a Aisd
Agora vou dizer a minha opinião - o Gary errou ao doar um cão com passado (porque estou convencida que os primeiros donos não lhe contaram TODA a verdade) a uma fanília com crianças.
Pois, à posteriori é fácil...acertamos sempre!

Para a Isabel Nobre
Não concordo na totalidade com o que diz aqui, se eu tivesse um cão que puse-se em causa a integridade fisica dos seus donos, sejam eles miudos ou graudos, eu punha a questão do abate sim. Não tentaria arranjar outro dono porque iria estar a passar a batata quente para outra pessoa.
Eu também acho, se somos sérios e responsáveis, é o mais correcto a fazer.

Para BETAFERY;
Todos os dias, quando vou para o emprego vejo um cãozinho, um rafeirinho, à porta de casa, aqui é província e o cão vem a rua, está um bocadinho e depois vai para dentro. Ora o outro dia, ia eu a pé, mais ou menos em frente à dita casa e vem um puto, um ciganito por sinal, a correr, bem, nem imaginam como o animal ficou. Tive de fazer qualquer coisa, pelo menos tentar que o puto não corresse, pois como sempre vi o cão tão pachorrento, achei que o facto de o puto ir a correr é que estava a irritar o cão. Consegui segurar o cão pela coleira, porque é pequeno e não tem muita força, evitei assim que o puto fosse mordido. Não vi nada da parte do puto, que tivesse despoletado esta reacção, a não ser o facto de ir a correr.
Uma certeza eu tenho, se não tivesse reagido a tempo, este puto teria sido mordido também, mas neste caso por um rafeiro e nao por um cãe das ditas raça perigosa.
É o que temos defendido neste fórum, não há raças perigosas, mas sim cães e donos perigosos .

Para o Sclourenço;
Gary, acho que o erro não foi seu. O erro foi das pessoas que adoptaram o Alfeu, que pelos vistos não sabiam o que tinham em mãos.
É sempre mais fácil culpar um animal, desde que não se tenha consciência...
É claro, que este post não foi para ver se descobria-mos responsáveis. Independentemente das causas que levam a determinado tipo de comportamento, o elemento "anti-social" era mesmo o Alfeu e era ele que tinha que ser retirado do contexto. Foi pena o dono não estar, porque o cão seria funcional noutra situação. Quem conhece o puto em questão, como eu, sabe que não é daqueles putos traquinas, antes pelo contrário, daí, também, a reação do avô do puto.


Para a Musky;
Ter-ter-ás realmente enganado, Gary?
Bom, embora não me pese nada na consciência, porque o puto, felizmente, não ficou muito estragado, se fosse na cara ou num braço seria muito pior, mas esta é a única certeza que podemos ter, em boa fé fui eu o responsável deste acidente. Acontece!
Um abraço
Responder

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