sexta jun 07, 2002 11:02 am
Desculpem-me se vou remexer no assunto, mas só ontem vi a reportagem.
Quer fosse antes, ou depois de ver o programa, a minha opinião mantém-se. Não critico ninguém em especial, mas sim um país mal formado em direitos, deveres, civismo, moral e valores éticos.
De qualquer maneira, antes de ver o programa, li os vossos comentários, o que me deixou muito mais atenta a certas situações.
Não concordo e repito NÃO CONCORDO, com as criticas dirigidas à Senhora da LPDA. São completamente injustas, infundamentas e desmotivadoras, para uma pessoa que demostra sofrer de corpo e alma por esta situação. A Senhora, apesar de extremamente nervosa, tentou sempre conduzir o diálogo, com a calma e a educação que lhe eram humanamente possíveis.
Devemos sim, louvar a coragem de ter dado a cara, pois se bem repararam, a outra Senhora, da União Zoófila, entrevistada fora de estúdio, não se quis identificar, por medo de represálias.
E assim acontece com frequência.
Pois é aqui que as coisas desabam, porque como diz e muito bem, a Senhora da LPDA, vivemos num país de democracia de terror. Mais facilmente dá a cara, quem pratica as ilegalidades, do que propriamente pessoas, que se dizem defensoras dos direitos dos animais. Fomentam o terror de quem tem medo, aumentam a força de quem quer dominar, à custa do vandalismo e criminalidade.
Quanto ao criador, que dizia que não vendia cães para combates e que já muito se falou das cicatrizes duvidosas que uns dos Pit apresentava, eu comento o seguinte e chamem-me ingénua se quiserem: duas das minhas cadelas, pegam-se com frequência, uma delas, apresenta já uma cicatriz ao pé da vista e no outro dia, tinha a pata a sangrar. Não fosse peluda e provavelmente, já se avistavam algumas cicatrizes.
Não é um cão de combates!!
Outra situação: noutro dia, estive "embrulhada" com um Dog Argentino, extremamente simpático - adorei o bicho! Estava coberto de cicatrizes, sabem porquê?! Porque é um grande regateiro e anda frequentemente à pancada com outros cães. A última rixa, foi com um rottweiler, que se encarregou de fazer um tratamento VID ao Dog Argentino.
Este animal está numa escola, para correcção, por iniciativa do próprio dono.
Outros comentários feitos, que não encontrei neste tópico, mas estão algures, foi sobre uma boxer que nem conseguia agarrar a Pit Bull, para se defender. Fiquei escandalizada, pois para além da crueldade do próprio combate, desigualdade de forças, é uma crueladade a dobrar. Não vi boxer alguma. Provavelmente confundiram com um Pit castanho, com malhas idênticas ao boxer.
A seguir, o comentário de que um dos bichos, já nem a orelha tinha (provavelmente arrancada à dentada). Mas este bichos não têm as orelhas, elas são previamente cortadas, precisamente para não serem arrancadas nos combates.
Desculpem o testamento, mas eu só quero atingir um ponto, que é o seguinte:
O drama já existe e há que lutar por ele, mas de uma forma mais fria e mais racional, se queremos ser levados a sério. Dar uma maior proporção ao drama, fazendo de nós autênticos sofredores da questão e peritos em lamechas, não vai resolver nada, muito pelo contrário, vamo-nos tornar fundamentalistas e sensacionalistas, qualidades que em tempos, já criticámos noutras pessoas.
Dar a cara, denunciar as situações sem medos de represálias e munirmo-nos de argumentação plausível em prol de uma legislação, que defenda na integra, uma vida digna a todos os seres vivos, à face da terra, é o objectivo.
Não há que haver democracia de terror, como diz a outra senhora, mas sim a coragem de DIZER AS COISAS, SEM MEDO!!
Ok, podem atacar à vontade!
Um abraço,
Paula