Caça ou não eis a questão

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Moderador: mcerqueira

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VascoV
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domingo jun 16, 2002 1:31 pm

CindelP Escreveu:
Poderão os caçadores dispor dos animais para caça ? Vamos supor, se eu não quiser que um caçador ande a matar rolas, não terei o direito de o impedir?
Pois, todo devemos defender o que acreditamos ( o que acabei de escrever ate me deu para rir), mas vamos supor que o meu vizinho tem um arvore muito bonita e com a qual simpatizo, mas ele vai cortá-la. E agora ? A arvore é de todos ou só dele ?

A verdade é que os caçadores não são ilegais, e se formos avaliar a coisa de cabeça fria, sem grandes ideias, até compreendemos esta classe, e o que certos caçadores tem feito pelo país !
Cindel, ando a falar de "caçadores", os anormalóides que andam aos tiros a tudo e que são sem dúvida a grande maioria.

Quanto à arvore, concerteza ela está no terreno que pertence ao vizinho e ele tem o direito de a abater. Agora a caça que está de passagem está definida como pertencente a quem ?

Eu rio-me é do facto de dizerem que os caçadores 8SAlvo excepções) respeitam a propriedade alheia. É vê-los a atravessar sementeiras a disparara junto a casas...
FAbarm
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domingo jun 16, 2002 3:28 pm

"eu só não sei quem tem estomâgo para matar animais e come-los a seguir" - Aí para os seus lados o bife deve crescer dentro das embalagens.


"Estas actividades sao SEMPRE lutas desiguais. Tirando cacadores contra cacadores sem querer, nao estou bem a ver em que e que um cacador podera ter travado uma luta com a caca. No esconde e foge? E dai?
E perseguicao a inocentes, a animais belissimos, animados, vivos, que o mais que podem fazer e esconder-se." - Para quem valoriza tanto as espécies ginegéticas está a passar-lhe um atestado de burrice. Vá para o monte e comprove se realmente é assim.

"voces pretendem o equilibrio que vos convem, com as especies que vos convem." - Durante a época que findou vi: corços, javalis, abutres, raposas, bufos reais, águias pesqueiras, abutres do egito, cegonhas pretas, grifos, abibes, ginetas, cucos, e um sem mais de espécies. Eu não devo caçar em Portugal.

"Quais especies? Ha muitas especies, e seguramente muitas delas nao dependem da agricultura directamente" - Isso deve ser em Marte, não?

"Se elas pudessem falar logo nos diriam o que pensariam de mim e o que pensariam de si." - Sindroma do Rato Mickey

"Ja fiz varias coisas por diversas especies, mas provavelmenmte nao se inseririam na lista daquelas consideradas por si" - Nem comento...

"Nao sou eu que tenho a consciencia pesada. " - Já somos dois então.

"Os srs. por muito que nao queiram ver estao em divida para com a sociedade." - Queria muito ver em quê, mas não consigo. Pago as minhas licenças, a Associativa onde caço dá trabalho a duas pessoas, pagamos os prejuizos causados nomeadamente pelos javalis aos agricultores, contribuimos para a sobrevivência de um Portugal esquecido e ainda estamos em dívida? O seu sentido de justiça é muito engraçado.

"A largar chumbos por todo o lado, a disparar muitas vezes quase sobre as pessoas. Conheco pessoas que nao puderam almocar no seu terreno porque estavam a levar com chumbos provenientes de cacadores." - O direito há Não Caça está consagrado na Lei! Basta colocar umas placas a avisar. Se há quem não respeite é fazer seguir o caso para as Entidades competentes.

"So o perigo que os vossos chumbos representam para os solos e aquiferos nao paga de certeza um milesimo das vossas queridas licencas" - Há uma directriz da UE, que obriga o uso de chumbo de aço para esse tipo de caça, precisamente para evitar o Saturnismo.

"Vamos supor, se eu não quiser que um caçador ande a matar rolas, não terei o direito de o impedir?" - Nos seus terrenos tem todo o direito. Nos resytantes é obvio que não. Afinal a Lei é ou não para cumprir e respeitar?!

"Mete-me muita confusão que alguém possa considerar um desporto andar aos tiros a animais indefesos" - A si pergunto o mesmo: Já foi algum dia caçar para verificar se é mesmo assim?

"Proponho-lhe um verdadeiro desafio: em vez de sair com a caçadeira, saia com a máquina fotográfica" - Quem lhe disse que não o faço? Ou secalhar também pensa que os caçadores nem uma fotografia sabem tirar...

"tenho tanto direito de andar pelos campos como os caçadores. O direito de andar pelos campos sem me arriscar a levar um tiro, quero eu dizer. Acha isso possível em época de caça?" - Há as chamadas reservas onde o exercício da caça não é permitido, mas se calhar não vai encontrar o que queria ver... Quanto ao andar pelos campos sem levar um tiro, procure os dias em que não se pode caçar que são todos excepto Quintas-Feiras, Domingos e Feriados Nacionais.

"Esta tem muito que se lhe diga… As espécies autóctones tinham sido dizimadas por quem? Não foi pelos caçadores?" - Não só mas também. O conhecimento deu lugar há caça ordenada e regrada em deteriorimento da caça do antigamente.

"Que a Lei não me permita ter um melro numa gaiola em casa, mas que me permita ir para os campos com uma caçadeira em punho e matar todos os melros que me apareçam à frente" - Fique então a saber que o melro não é uma espécie cinegética.

"Cindel, ando a falar de "caçadores", os anormalóides que andam aos tiros a tudo e que são sem dúvida a grande maioria." - Também tem um estudo de Markting duma qq Pos-Graduação que o comprova ou será apenas intuição? O anormaloide não lhe fica muito bem, cuidado com as palavras pois ninguem o insultou.

"É vê-los a atravessar sementeiras a disparara junto a casas..." - 300.000?

"Qual o outro grupo de risco que dá tiros perto da cabeça das pessoas com assiduidade? Note que estou a falar dos "caçadores" - O facto de alguem ter em casa uma arma de caça e ir para o terreno, faz dele imediatamente um caçador? E os exames que se têm que realizar?

Para finalizar gostaria de acrescentar o seguinte: fala-se muito de caça, mas muitos dos que aqui deixam as suas ideias não fazem a mínima ideia do que esta atividade envolve e implica. Falar por falar não me parece ser o melhor caminho

Um abraço para todos

Tiago
anjaazul
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domingo jun 16, 2002 4:15 pm

eu acho que os debates e trocas de ideias são óptimas, "muito enriquecedoras", mas em certas situações mais não são que conversas de surdos, ou meros exercícios de estilo.
anjaazul
FAbarm
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domingo jun 16, 2002 6:16 pm

Não poderia estar mais de acordo... mas o que desvirtua esta troca de ideias é o FUNDAMENTALISMO de muitos e sobretudo a falta de conhecimento sobre o assunto em questão.

Tiago
CindelP
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Só para acrescentar um pormenor : quem considera cruel matar a tiro um animal no mato ( = caça), ja pensou como é a vida dos animais criados exclusivamente para a alimentaçao. Esses nem correm, nem vêm a luz do Sol ! Apenas engordam para serem comidos ! Os que morrem através da caça pelo menos vivem ! Correm, lutam entre si, reproduzem-se ou seja, têm vida !!!
Good friend Vs true friend: A good friend will come bail you out of jail....But a true friend will be sitting next to you saying "... WE screwed up! BUT WASN'T IT FUN!!!
fang
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domingo jun 16, 2002 7:01 pm

Olá a todos
Quando vi este topico imaginei logo o que iria acontecer

Gostaria de deixar o ponto de vista de quem trabalha de perto com estas questões e há já vários anos.

E para si Tiago : Estou a falar a mesma linguagem..

<<A Caça no ponto de vista da Conservação da Natureza>>

Caminhamos a passos largos para um deserto, não só cinegético como faunistico em termos gerais, logo após ao 25 de Abril onde muito boa gente confundiu liberdade com anarquia. Mas este é chamado o sindroma pós-revolução.
Disparou-se contra tudo o que mexia, incluindo espécies em risco. Invadiu-se e pilhou-se herdades dizimando manadas inteiras de veados e gamos.
Muitas espécies, sobretudo predadoras, ficaram no limiar da continuidade e em serios riscos de extinção.
No inicio dos anos 80 surgiram as primeiras associações de defesa de Ambiente, em que muitas pessoas trabalharam arduamente no campo afim avaliar como estavam as populações de determinadas espécies. Muitas estavam muito mal! Começaram as primeiras campanhas de sensibilização e as primeiras pressões ao governo. Foi conseguida alguma coisa, mas muito pouco. Só nos finais da decada foram ratificadas as 1ªs normas comunitárias de protecção a especies selvagens. No entanto era urgente ordenar a caça.
No inicio dos anos 90 foi criado o conceito de Regime cinegetico especial e respectiva legislação. A ideia era correcta visando a responsabilização dos caçadores e aliviando o estado em termos de gestão e fiscalização.
Criaram-se as 1ªa Zonas de caça associativa e turistica ( a figura de Z.C. Social não foi muito bem aceite ).
Ora bem... Muitos, especialmente em zonas de latifundio, esfregaram as mãos e disseram: Agora só caça aqui quem nós queremos e corremos com os indesejáveis. Muitas das direcções dessas Turisticas e associativas ( nessa altura ninguém as destinguia....) quiseram partir grandes quantidades de caça no menor curto espaço de tempo. Grande asneirada! Repovoamentos e mais repovoamentos – muitos com espécies exoticas – e controle, digo extreminio, de predadores – que já eram poucos. Para proteger a caça de galinheiro que tinham largado pelas herdades, obrigavam os pobres Guardas Florestais Auxiliares- sob ameaça por vezes de despedimento- a dar caça a tudo quanto era predador, utilizando todos os meios ilegais incluindo o veneno. Em alguns casos que conheci mais parecia a campanha dos nocivos do estado novo. Claro que ninguem percebia a mínima de controlo de predadores nem de ecossistemas. Escusado será dizer que a mixomatose e a doença hemorrágica viral dizimou quase por completo as populações de coelhos. Muita chatice houve sobre estes episodios e alguma tinta correu. Algumas destas zonas de caça (pouquissimas) perderam o direito de concessão outras continuaram sob um controle mais apertado. As associações de ambiente tiveram aqui um papel importante na detecção e denuncia de tais situações.
Foi na maioria dos casos um inicio nada feliz. No entanto algo se tinha ganho: Ter alguém a quem responsabilizar! No regime geral, vulgo livre, só mesmo se andasse um guarda atras de cada caçador.
Aos poucos ( muito lentamente) os factores RESPONSABILIDADE e RESPONSABILIZAÇÂO começaram a ter o seu peso. A mentalidade e o conceito de caçador tem vindo ser alterado sobretudo em camadas mais jovens, embora numa pequena parcela do global nacional.

Neste momento temos as seguintes situações:

REGIME GERAL ( só até 2005, pois nessa altura obrigatoriamente toda a actividade cinegetica terá de estar ordenada mais não seja em ZC municipais) – é aqui que actuam a maioria dos pseudo-caçadores de todo o tipo. Um bom indicador é o nº de exemplares de espécies protegidas recolhidas vitimas de ferimentos por tiro – cerca de 80% do total. Muitos destes caçadores “sem regras” ainda conseguiram impor os seus direitos com a historia do “Edital”, embrulhando em burocracia todos os processos de Associativas em zonas de minifúndio. São em termos gerais os que desequilibram mais o ecossistema.

Z. C. TURISTICA – aqui temos 2 exemplos de como as coisas se passam:

- Aqueles que visam pura e simplesmente o lucro referente a exploração de espécies cinegéticas, mantendo autênticos galinheiros e coelheiras que nem fugir sabem, infringindo a lei pela porta do cavalo no respeitante a predadores e repovoamentos, e alterando toda a natureza do ecossistema – quem não viu já hectares e hectares cercados inclusive 1m abaixo do solo?
-
- Aqueles que tirando lucro da actividade cinegética a complementam com outras actividades de turismo de natureza onde se inclui a observação de aves(e não só) e a caça fotográfica. Esses fazem conservação da natureza quer fomentando a biodiversidade quer protegendo as espécies mais raras que servem de chamariz a muitos observadores e fotógrafos de natureza.
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Z. C. ASSOCIATIVA
- Aqueles que sob a capa de “ecologistas” continuam a agir como de Turísticas se tratasse, fazendo negócio pela porta do cavalo, controlando predadores sem saberem e repovoamentos á toa também pela porta do cavalo e por vezes com a conivência das autoridades. Com estes pouco se adiantou . Cada época venatória tem que renovar o stock pois não tem efectivos dignos de serem caçáveis. Pagar prejuízos? Nunca há dinheiro. De qualquer forma parece que tem os dias contados.
- Aqueles que apenas formam a ZC com o intuito de serem apenas eles ( grupo de amigos) a caçar. Estão-se um pouco borrifando para tudo. Desde que haja dinheiro para pagar ao guarda ao fim do mês. Raramente fazem repovoamentos. Fazem uma batida anual ás raposas para no final do dia apanharem uma “granda torta”. Nem melhoram nem pioram. Mas pelo menos caçam agora 20 onde dantes caçavam 200.
- Aqueles que realmente são responsáveis e acreditam no funcionamento dos ecossistemas. Cumprem as regras. Só fazem correcção de densidades quando justificável , selectivas e com nexo. Só fazem repovoamentos nos inícios de concessão, a partir dai fazem o maneio do habitat de modo a aumentar o efectivo autóctone. Respeitam as outras espécies como integrantes do ecossistema tirando o seu quinhão e não vendo todo e qualquer predador como um concorrente, melhorando as condições de espécies em risco pelo aumento de presas. Cumprem o plano de ordenamento e exploração cinegética aprovado. Recorrem aos estatutos da associação quando existe um sócio transgressor. Instauram um inquérito quando ocorre no território da sua concessão o abate de 1 exemplar de espécie protegida. Etc. Estes contribuem para a conservação da natureza e biodiversidade, algo global em detrimento de alguns exemplares de espécies cinegéticas. Pena de que por aquilo que conheço, serem tão poucos.
-
Esta coisa do civismo pode levar gerações mas tenho esperança – no respeitante á caça as coisas já estiveram muito mas muito pio
Como podem ver existem os dois lados embora sobressaia sempre o lado negativo. Até porque a quantidade é maior!!
<p>Francisco Barros</p>
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VascoV
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domingo jun 16, 2002 8:00 pm

Olá Fang

Estou de acordo, aliás ando a falar em "caçadores" com aspas e caçadores sem as mesmas para que as pessoas entendam sobre quem tem preocupações ambientais e não...

A minha questão prende-se mais com a ética de caçar hoje em dia, muitas vezes sem comer a caça, com a ética do desperdício numa altura em que tal na sociedade portuguesa não é necessário.

Parece-me o mesmo que os americanos fizeram aos bisontes.

E quem era melhor caçador, os indios que dependiam dos bisontes e só tiravam o que necessitavam para sobreviver e os homens brancos que o fazim por desporto?

O que me desagrada é que Fabarm ande a fazer certas afirmações e usar sindromas que inventa para definir as pessoas sem os definir...

Imagine que eu digo que o Francisco tem o Síndroma do Mancha Negra?

Não gostava de saber o que isso é ?
VascoV
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domingo jun 16, 2002 8:02 pm

CindelP Escreveu: Só para acrescentar um pormenor : quem considera cruel matar a tiro um animal no mato ( = caça), ja pensou como é a vida dos animais criados exclusivamente para a alimentaçao. Esses nem correm, nem vêm a luz do Sol ! Apenas engordam para serem comidos ! Os que morrem através da caça pelo menos vivem ! Correm, lutam entre si, reproduzem-se ou seja, têm vida !!!
Pneso que todos aqui são a favor das melhorias decondiçõespara esses animais. Actualmente não é possivel uma alimentação vegetariana para todos. O ser humano muda lentamente. Talvez dentro de 100 anos nos paises desenvolvidos isso seja possivel
fang
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domingo jun 16, 2002 8:27 pm

Para Fabarm :

“O Equilíbrio Cinegético ocorre em muitos sítios e desde já o convido quando quiser, a vir comigo ao Parque do Douro Internacional e aí perceber como é possível o mesmo sem demagogias nem cinismos.”

Não quererá dizer equilíbrio ecológico?? Equilíbrio cinegético é muito tendencioso. Sim é possivel devido ao que mencionou, mas não só.!

“Gostaria de acrescentar um tipo de caçador. Aquele que recolhe as munições vazias, aquele que respeita o limite ( quando o atinge ), que se não caçar nada, não fica muito preocupado pois não vê a sua virilidade ameaçada, que respeita o nascer do Sol, que respeita as épocas de reprodução, que não atira sobre animais isolados nem pousados, que respeita as espécies protegidas.”

Isso já eu ouvi de muita gente e é só conversa. Parto do principio que não será o seu caso... pode estar dentro daquela minoria que conheço.

“A lei permite-me o exercicio da caça como eu a pratico e nunca abdicarei de esse direito.”

Sim. Mas há que respeitar os ideais e os principios dos outros.

“Sinto que não falamos a mesma lingua... assim não dá para discutir o que quer que seja.”

A este tipo de atitude tambem chamo de FUNDAMENTALISMO. É preciso medir as sensibilidades alheias e respeita-las.

“A caça é como alguem dizia uma arte que não se compade-se com quem manda umas bocas sem conhecimento de causa. Isto é que é grave.”

Concordo em parte. Mas diga-se de passagem que grande parte dos artistas tem andado muito sem inspiração. Pela quantidade de espécimens de espécies protegidas que são recolhidas feridas, fora aquelas que devem ficar mortas no campo... se quiser dados em poucos dias apresento.

“Algum dia percebeu que o Interior do país está a desertificar-se? Pois está e a principal actividade dos habitantes dessas paragens era a Agricultura e agora sem comida como é que as espécies sobrevivem?”

Isso é um facto. De facto as especies cinegeticas estão dependentes em grande parte da agricultura mas sobretudo em termos de densidades das mesmas. Mas nem todas as especies não cinegeticas estão dependentes. Muitas longe disso.

“Os repovoamentos aos seus olhos e pelos mesmos motivos também são um crime. Não se deve introduzir e reforçar o nºde espécies para que pessoas da sua indole as poderem observar sem nada haverem feito por elas.”

Isso não´é totalmente verdade. Há repovoamentos que tem repercussões catastróficas. Há que saber o que se está a fazer. A recuperação dos efectivos através de outras medidas de fomento cinegetico são mais adequadas e tem maior exito a medio prazo.

“"Quais especies? Ha muitas especies, e seguramente muitas delas nao dependem da agricultura directamente" - Isso deve ser em Marte, não?”

E a fauna das comunidades rupícolas? e das comunidades florestais? E dos matagais? Isto é o sintomático “ponto de vista do caçador geral”.

“"Se elas pudessem falar logo nos diriam o que pensariam de mim e o que pensariam de si." - Sindroma do Rato Mickey”

Pois até pode ser... mas convem respeitar as sensibilidades e os valores dos outros, senão estamos a ser fundamentalistas.

“"A largar chumbos por todo o lado, a disparar muitas vezes quase sobre as pessoas. Conheco pessoas que nao puderam almocar no seu terreno porque estavam a levar com chumbos provenientes de cacadores." - O direito há Não Caça está consagrado na Lei! Basta colocar umas placas a avisar. Se há quem não respeite é fazer seguir o caso para as Entidades competentes”

Não é bem assim. Para uma propriedade estar sob o regime de não caça antes das placas ainda existe uma burocraciazinha....

“"So o perigo que os vossos chumbos representam para os solos e aquiferos nao paga de certeza um milesimo das vossas queridas licencas" - Há uma directriz da UE, que obriga o uso de chumbo de aço para esse tipo de caça, precisamente para evitar o Saturnismo.”

De facto assim é! e não é só de aço tambem já existe de origem sintética.
Mas quantos o usam??

“"tenho tanto direito de andar pelos campos como os caçadores. O direito de andar pelos campos sem me arriscar a levar um tiro, quero eu dizer. Acha isso possível em época de caça?" - Há as chamadas reservas onde o exercício da caça não é permitido, mas se calhar não vai encontrar o que queria ver... Quanto ao andar pelos campos sem levar um tiro, procure os dias em que não se pode caçar que são todos excepto Quintas-Feiras, Domingos e Feriados Nacionais.”

Essa não foi feliz. Um caçador responsavel nunca atira á toa sem saber o que está por detrás do seu campo de visão. Nenhum cidadão deve ser condicionado pela actividade venatoria.

“"Esta tem muito que se lhe diga… As espécies autóctones tinham sido dizimadas por quem? Não foi pelos caçadores?" - Não só mas também. O conhecimento deu lugar há caça ordenada e regrada em deteriorimento da caça do antigamente.”

Sim, alguns passos foram dados. Mas uuiiiiiii... O conhecimento ainda está muito longe para a maioria. Ve-se cada asneirada!!

“"Que a Lei não me permita ter um melro numa gaiola em casa, mas que me permita ir para os campos com uma caçadeira em punho e matar todos os melros que me apareçam à frente" - Fique então a saber que o melro não é uma espécie cinegética”.

Essa é boa... há quanto tempo tirou a carta de caçador? Veja o anexo com a listagem de espécies cinegeticas referente a lei da caça.
O facto de não constar nos editais anuais não o retira da lista. De facto não tem sido permitido o seu abate, mas não faz dela especie protegida. A directiva aves e a convenção de berna não se aplica a especies cinegeticas.

"É vê-los a atravessar sementeiras a disparara junto a casas..." - 300.000?”

Não, mas muitos e sabe disso tão bem como eu.

“Para finalizar gostaria de acrescentar o seguinte: fala-se muito de caça, mas muitos dos que aqui deixam as suas ideias não fazem a mínima ideia do que esta atividade envolve e implica. Falar por falar não me parece ser o melhor caminho”

Pode crer que sei. ...para alguns... para outros implica somente aquilo que voçe tambem sabe.

“Não poderia estar mais de acordo... mas o que desvirtua esta troca de ideias é o FUNDAMENTALISMO de muitos e sobretudo a falta de conhecimento sobre o assunto em questão.”

Posso concordar, mas combater combater com as mesmas armas não parece que se vença.

Pois é, não sou caçador nem nunca fui. Mas tenho “levar” com ela na minha profissão.
<p>Francisco Barros</p>
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fang
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domingo jun 16, 2002 9:53 pm

Para VascoV:


“A minha opinião sobre a caça resume-se tirando a cedilha à mesma...

Fala-se em caça desportiva mas o que será esse desporto.

Terá algum interesse caçar por prazer neste sec XXI?”

Partilho da mesma opinião. Mas já reparou o lobbie que esta actividade representa? O dinheiro que dá ao estado? Não se canse... pois eu já me cansei... é malhar em ferro frio.

“E quem não quer que se caçe nas suas terras. Tem de aturar individuos aos tiros junto de sua casa? ( um tio meu colocou guarda na herdade e avisos do genero " se entram levam" depois de um caçador de rolas disparar contra uma rola no seu telhado)”

Não tem que gramar pois estão simplesmente em infracção. Basta chamar a GNR.
Quanto á caça das rolas, esta já deveria estar interdita pela CE não tivesse sido (e seja ainda) o grande lobbie sobretudo francês.

“Devem existir mais guardas florestais para dominar a mole de "rambos" clandestinos que se vestem de camuflado e andam, aos tiros contra tudo incluindo eles proprios e seus cães?
A grande maioria dos caçadores trata bem os cães ( o problema é que são tantos que os que não prestam acabam por ser muitos também) mas que condições é que esses cães têm.”

De facto a fiscalização é ínfima tendo em conta o nº de caçadores. E para esses engraçadinhos que adoram cortar arvores a tiro ou experimentar qual das armas consegue atingir a águia ao longe, só mesmo um guarda atras de cada um.
Quanto aos cães, não sei se se lembra de um post meu de Janeiro, salvo erro, sobre a explosão de cães atropelados após a época venatória geral. É pelo menos uma suspeita.

“A grande maioria dos " caçadores" que são confundidos com caçadores tratam os animais mal e porcamente.
Roubam cães de caça aos vizinhos, mantêm os cães em pardieiros, atiram os cães dos carros em movimento, dão tiros perto da cabeça das pessoas, etc.”

Se é a maioria ou não ... não sei. Mas são muitos que conheço. Tambem conheço o oposto, claramente em minoria.

“Tendo em vista o que se tem dito aqui, se a caça é um bem que a todos pertence, tendo até Fabarm falado do direito à não caça deixo uma questão:
Poderão os caçadores dispor dos animais para caça ? Vamos supor, se eu não quiser que um caçador ande a matar rolas, não terei o direito de o impedir?”

Esta já foi respondida pelo próprio embora incompletamente.
Para uma propriedade ficar sobre o regime de não caça tem de se requerer junto da direcção regional de agricultura da zona, depois de avaliado – o proprietario não pode ser caçador- e do procedimento da respectiva sinalização, qualquer transgressor ocorre em processo-crime.

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Para Elsa:

“Se você gosta de matar animais por desporto, este não é de certeza o melhor lugar para si!!!

Aqui nunca ninguém simpatizará com a sua actividade, pelo simples principio em que ela se rege: morte de animais por prazer e sem qualquer utilidade!!!


O que é que interessa que nem todos tratem mal os cães, que respeitem o por do sol, as épocas de caça, as espécies poisadas?!?!?!

TODOS MATAM!!!!

Passe bem e faça-nos a todos um favor, não volte!”


Peço desculpa, mas acho que este não será a melhor maneira de fazer valer estes valores. Muitos podem interpretar como discriminação á liberdade de pensamento.
Eu partilho deste mesmo sentimento. Mas vejamos... o que se pode fazer contra um direito intitucionalmente constituido em termos internacionais?
Tentar melhorar a situação, tentar sensibilizar. Não vejo outra alternativa.

Agora vejamos: Quem não matou já por prazer?
Quem não matou um rato ou uma osga pelo simples prazer de acabar com a sua presença? Tambem são animais, tambem são vertebrados.
Ninguem se incomoda em matar uma osga, que È 1 ESPÈCIE PROTEGIDA pelo anexo II da convenção de Berna. Matam-na pela simples razão de que é feia- e inventaram uma serie de mitos ( venenosa, peçonhenta etc.), mas poucos saberão que é um aliado em casa contra pragas de insectos.
O homem levou seculos a moldar ecossistemas, uns sem grandes desequilíbrios outros nem por isso. Quando esse mesmo homem provoca desequilíbrios tem o dever de tentar equilibrar ( hoje já muito poucos ecossistemas que não dependam da presença humana) e por vezes é necessario proceder a controle de populações de determinadas especies.
Pode dizer que isso é possivel sem matar. Ás vezes não é, mas quando é a solução mais económica é essa. Certos grupos de caçadores tem tido um papel fundamental na conservação da natureza. Papel que deveria caber ao próprio estado, mas parece que ninguem acredita em investimentos a fundo perdido.
Estou convicto que perante toda a conjuntura de barbaridades, a caça (ordenada e responsavel) será um mal menor.

A minha arma é um par de binóculos ou um telescopio – dediquei-me á investigação cientifica – e foi necessário um grande gosto e uma grande dose de autodidatismo para ser reconhecido pela comunidade cientifica nacional, pois não sou formado. Tenho varios trabalhos publicados e tenho acompanhado estágios de vários biólogos – componente de campo. Neste aspecto estou realizado e isto á conta de uns binóculos.
Conheço ex-caçadores que se converteram á caça fotográfica e não se arrependeram. Tiram muito mais proveito e conhecimentos. Alguns acabaram por se especializar. Outros estão-se a converter.
Ganhando algumas batalhas quem sabe se um dia não se ganhará a guerra??

É a minha opinião.
<p>Francisco Barros</p>
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fang
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domingo jun 16, 2002 10:45 pm

Pois é Vasco

Eu que me lembro do meu avô me contar que a caça foi essencial como complemento alimentar nos duros anos do estado novo, durante e após a 2ª grande guerra....

Essa de comparar os “tugas” com o buffalo bill e companhia é muito mázinha.... eheheh

Quanto aos sindromas da Disney, não me preocupo. Se sofresse o sindroma do Dragon Baal é que estava deveras preocupado!

Saudações!!
<p>Francisco Barros</p>
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fang
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domingo jun 16, 2002 10:55 pm

Para Florinda:


“Mete-me muita confusão que alguém possa considerar um desporto andar aos tiros a animais indefesos por prazer. Prazer?!!! E acho um piadão a quem fala do “desafio” de andar pelos campos à procura da presa, e depois matá-la. Desafio?!! Matar animais que não se podem defender com as mesmas armas?
Um dos prazeres da caça é a confraternização, o dia passado em boa companhia numa paisagem bucólica, como afirmam muitos? Que bonito… E não podiam fazer tudo isso sem andar a matar?
Proponho-lhe um verdadeiro desafio: em vez de sair com a caçadeira, saia com a máquina fotográfica. Garanto-lhe que é um desafio muito maior tirar uma boa fotografia do que matar um animal indefeso. E também poderá passar dias inteiros nos campos. Se quiser aumentar o desafio, leve os cães, para assustarem a bicharada, tornando muito mais difícil conseguir uma boa fotografia. “
Em relação a este comentário penso que comento exactamente o que comentei para a Elsa.

”O direito à não caça é um direito que todos têm. Eu gosto de observar aves, e acho que tenho tanto direito de andar pelos campos como os caçadores. O direito de andar pelos campos sem me arriscar a levar um tiro, quero eu dizer. Acha isso possível em época de caça? E, sim, as rolas selvagens são tão minhas como suas. Ou seja, não são de ninguém!

Quanto à invasão de propriedade alheia para caçar, isso era permitido até há bem pouco tempo. Agora já não é. Mas ai de quem se atrever a impedir a entrada de caçadores na sua propriedade! Arrisca-se a virar espécie cinegética! Um vizinho de uma colega minha correu com uns caçadores do pomar dele e, no dia seguinte, tinham-lhe cortado 30 das suas melhores árvores de fruto.”

Atenção: o direito á não caça esta contemplado na lei mas para propriedades, não para pessoas.
A propriedade privada pode ainda ser invadida desde que não tenha casas a 250m, não esteja cercada ou não esteja balizada com sinalização de não caça. Um caçador nestes parâmetros está a caçar legalmente. Cuidado com o que poderá fazer!

”Disse o FAbarm:
“Para finalizar, não se esqueçam que foram muitos os caçadores que através da sua carolice conseguiram repor as espécies autoctones que muitos haviam dizimado e que em certa medida evitaram a sua extinção. “
Esta tem muito que se lhe diga… As espécies autóctones tinham sido dizimadas por quem? Não foi pelos caçadores? Então, devemos dar os parabéns aos caçadores por terem reposto, no seu próprio interesse, o que tinham anteriormente destruído? Não fizeram mais do que a sua obrigação! Se essas espécies tinham sido dizimadas foi precisamente devido à caça desregrada. Além disso, se repuseram as espécies autóctones, introduziram também espécies estranhas ao território nacional (como a perdiz vermelha), o que constitui SEMPRE um grande risco para o equilíbrio do ecossistema, pondo em perigo a sobrevivência das espécies autóctones. Além disso, os caçadores são responsáveis pelo extermínio de espécies carnívoras PROTEGIDAS POR LEI que são consideradas prejudiciais à caça, por competirem com os caçadores. Havia até (se calhar, ainda há, apesar de ser proibido) uma profissão muito “nobre” que era a profissão de “bicheiro”, uma pessoa encarregada de eliminar as espécies competidoras nas reservas de caça (e fora delas…). Portanto, numa situação extrema, temos espécies autóctones, protegidas por lei, a serem dizimadas para não competirem com os caçadores na caça a espécies importadas! Realmente, acho que os caçadores e a caça estão de parabéns… NOT!
Em relação à introdução de espécies estranhas ao ecossistema, há o exemplo bem conhecido dos coelhos na Austrália, que alguém mencionou. Os coelhos foram introduzidos na Austrália (adivinhem porquê? Isso mesmo: para caçar!) e, como não havia predadores naturais, reproduziram-se que nem coelhos (bom, afinal, eram coelhos, não eram?), e começaram a destruir as culturas. A mixomatose foi introduzida porpositadamente na Austrália para tentar eliminar os coelhos, porque os caçadores não conseguiam dar conta deles. Aliás, ninguém conseguia! Não resultou. Tentou-se também dinamitar as luras dos coelhos e outros métodos desesperados que não tiveram bons resultados. Mas o problema persiste, e não se livrarão dele tão cedo. E os coelhos são animais tão dóceis, tão fofos e aparentemente tão inofensivos, não é? Ninguém podia imaginar as consequências devastadoras que a introdução dos coelhos iria ter. As consequências nunca se podem prever.”

Só uma pequena correcção: A perdiz vermelha ( Alectoris rufa) é a autóctone, as exóticas são a Perdiz chukar (Alectoris chukar) e a Perdiz Grega ( Alectoris graecca).
Quanto aos coelhos como exoticas na australia para alem do que mencionou, tambem levaram á extinção varias especies de marsupiais e puseram em risco outros tantos por competição.
O virus da mixomatose não só foi introduzido para tal, como antecipadamente foi melhorado em laboratório. Os problemas que temos de mixomatose foram importados dessa triste experiencia.

”Disse também o Fabarm:
“Isto de ter: éxóticos, coelhos, tartarugas, hamsters, cães de climas polares ou desérticos, não causa confusão a ninguem, pois não? “
Não, desde que sejam bem tratados, de acordo com as suas necessidades específicas Sabe o que me faz realmente confusão? Que a Lei não me permita ter um melro numa gaiola em casa, mas que me permita ir para os campos com uma caçadeira em punho e matar todos os melros que me apareçam à frente, porque é uma espécie cinegética. É curioso, não é? Cofesso que esta me transcende!”

De facto não é verdade.
O melro é uma especie cinegetica que nunca foi colocado em edital anual pelo conselho nacional da caça, logo não é permitido o seu abate. Como espécie cinegética, desde que com alvará passado pela DGF pode deter um melro em cativeiro.

Saudações!!
<p>Francisco Barros</p>
<p><a href="http://vigilantesnatureza.paginas.sapo.pt">http://apgvn.pt.vu</a></p>
<p><a href="http://www.biodiversity4all.org">http://www.biodiversity4all.org</a> </p>
fang
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segunda jun 17, 2002 12:49 am

A minha questão prende-se mais com a ética de caçar hoje em dia, muitas vezes sem comer a caça, com a ética do desperdício numa altura em que tal na sociedade portuguesa não é necessário.

Parece-me o mesmo que os americanos fizeram aos bisontes.

E quem era melhor caçador, os indios que dependiam dos bisontes e só tiravam o que necessitavam para sobreviver e os homens brancos que o fazim por desporto?
Quer em Portugal quer em todos os paises ocidentais ninguém caça por necessidade. É uma carolice ou desporto, como alguns lhe chamam, de quem gosta de comer caça ou simplesmente de quem gosta de dar caça.( principios e ideais aparte...) Ou então de quem gosta de se armar( que são mais que o desejável).
Pode-se eventualmente establecer alguma comparação entre o regime "livre"e os brancos na américa. Embora aí o factor fosse sobretudo o comercio das peles e portanto €€€€, as carcaças ficavam as centenas.
Na caça ordenada não me parece que alguem seja burro, mesmo os mais, ao ponto de extreminar as espécies cinegeticas nessa area de concessão. O problema é que o nosso território(felizmente) não tem apenas espécies cinegeticas.

Saudações!!
<p>Francisco Barros</p>
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FAbarm
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segunda jun 17, 2002 12:51 am

Fang gostaria de lhe colocar a seguinte questão:

Encontrei um livro que distingue a Perdiz-Comun ( Alectoris Rufa ) da Perdiz Vermelha. A distinção é feita desta forma " Não deve sre confundida com a perdiz-vermela, da qual se distingue pela sua gola branca cercada por uma faixa negra de manchas e listas, que se prolonga até ao pescoço, enquanto que a perdiz-vermelha tem uma faixa negra bem delimitada. Por outro lado, as penas dos flancos da perdiz-comum apresenta apenas uma espessa barra negra, ao paso que as da perdiz-vermelha têm duas barras negras mais finas de cada um dos lados de uma barra creme."

Pode-me dar uma ajuda nesta matéria?

Em relação ao melro, não me lembro de a ter "estudado" para o exame e nunca li ou que se tratava de uma espécie que se podia caçar. Importa-se de me explicar mais sobre este assunto?

Um abraço

Tiago
fang
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segunda jun 17, 2002 1:18 am

Olá
A perdiz comum tambem é conhecida por perdiz vermelha. A espécie é Alectoris rufa. A Perdiz Vermelha que me descreve refere-se á Perdiz-grega - Alectoris graecca. Nestas coisas convem utilizar sempre o nome cientifico por causa das confusões.
O melro preto- Turdus merula faz parte integrante da lista de espécies cinegéticas anexa á lei da caça. Simplesmente nunca foi acordado em conselho cinegetico a sua listagem nos editais anuais, logo não pode ser caçada. O seu abate só é permitido mediante correcção de densidade, após estragos causados na agricultura e mediante licença para tal passada pela DRA da zona, após um técnico ter confirmado os estragos.
<p>Francisco Barros</p>
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