Animais para adoptar- Setúbal

[Madonna]

Olá Isabel,

Vou fazer os meus comentários, às suas afirmações.
Estou a falar num tom brando, sem qualquer tipo de agressividade.

"- Penso que quem adopta um cão adulto SRD nestas circunstâncias tenha menos tendência a abandoná-lo do que quem adquire (comprado ou dado é indiferente) um cão bébé e depois verifica que a fase engraçada passou e que ele não corresponde às expectativas. Isto porque quem procura um cão abandonado e adulto, à partida é por gostar mesmo de animais e não para satisfazer o ego por ter um cão da raça X ou Y ou para brincar com uma bolinha de pêlo durante 3 meses e depois jogá-lo na rua"

Minha querida Isabel, eu também já acreditei assim, nas pessoas!
A minha Strada, foi abandonada duas vezes, uma delas, devolvida ao Canil. A bichinha já tem 5 anos, só está comigo há pouco mais de 1 mês.

"- Há formas (não 100% seguras é certo) de controlar o que acontece aos bichos depois da adopção. Por exemplo, através da assinatura de termos de responsabilidade, disponíveis em várias associações, em que o adoptante se compromete a não abandonar o bicho e deixa os seus contactos para posterior controlo (e também para obter ajuda caso existam dificuldades, é claro)"

Diz e muito bem, não são 100% seguras, ou a Strada não teria sido devolvida (largada como um saco de lixo), no Canil, com os ossos a perfurarem-lhe a pele.
E quando essas pessoas, que adoptaram o animal, após uma visita para controlo do estado do bicho, lhe respondem que o animal morreu?!
Já ouvi isto em qualquer lado.

"Embora concorde, em certos casos, que esta é preferível ao sofrimento, acho que lhes deve ser dada uma 2ª oportunidade em vez de os condenar à partida para lhes poupar um sofrimento adicional que poderá não vir"

Nem sempre é uma segunda oportunidade, Isabel, mas sim uma 4ª ou uma 5ª, ou uma 6ª, sei lá.... ...um angústia interminável.

Os Termos de Responsabilidade que refere, são algo muito subjectivo, uma vez que não existe uma lei, que puna quem exerce maus tratos nos animais.
Os animais, perante a Lei, são bens, são propriedade do indivíduo humano que os adquire. São coisas.
As Associação, apelam para a necessidade de terem um poder de controle, sobre estes casos; um poder autoritário, ao nível das autoridades máximas, mas por enquanto, isso não existe.

Não imagina o conforto que me dá, quando diz que constata casos de sucesso, com adopções, mas deixe-me que lhe diga, que o que sinto não é bem pessimismo, mas sim, falta de confiança nas pessoas.

Até sou uma pessoa bastante optimista, mas quando a responsabilidade foge ao meu controlo...
Acho que os animais merecem tanto, que são poucas as pessoas que são dignas da companhia de um. Ter um animal, não é como ter um ser humano, já que eles não falam e temos que ser nós, a interpretá-los, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.

É um desabafo... um desabafo triste, infelizmente.
Hoje estou bastante em baixo, por causa do programa que vi ontem no 2º canal - Planeta Azul.

A melhor sorte da vida, é o que Vos desejo, do fundo do coração.

Um abraço,
Paula

[icvcabral]

Paula

Acredite que a compreendo. Mas se não fossem as adopções, a Strada não a tinha encontrado a si, nem os meus 3 gatos me tinham encontrado a mim, nem muitos outros animais estariam hoje vivos e felizes. Tenho a felicidade de conhecer muita gente que adoptou animais abandonados e que os mantém consigo e trata como filhos. Claro que os casos de novos abandonos sucedem e concordo consigo quando diz que é muito difícil controlar o que acontece aos bichos e sobretudo penalizar as pessoas que os maltratam. Mas acredito também que por cada caso desses existem muitos outros de sucesso (pelo menos é o que tenho constatado com os gatos que ajudei a encaminhar) e digo-lhe que já fiz muitos bons amigos com este trabalho (não só de 4 mas também de 2 patas).

Um abraço
Isabel

[MariaIsabel]

Concordo com a ultima mensagem
Vale o risco, pois se não for a adopção qual a
alternativa na realidade que se vive? Pelo caso
em questão, parece ser apenas o abate.
Com a adopção há pelo menas a hipótese de
encontrarem alguém que se afeiçoe e que os trate
bem. Acredito que haja adopções mal sucedidas
mas não creio que sejam a maioria, quanto mais
não seja por comodismo.
Enquanto há a possibilidade, mesmo sem certezas,
de que os animais podem ter melhor destino que ser
abatidos, acho que vale a pena.

[aisd]

Madona,

Parece-me que está um pouco deprimida.
Nesta altura do ano - a época dos abandonos - é normal.
Mas sabe o que eu tenho verificado últimamente ? O facto espantoso de que aqui (e esta é considerada uma zona rica) a maioria dos cães são adoptados !
Estou varada de espanto!
Sabe que eu tenho um adoptado.Não ando na rua a proclamá-lo mas quase toda a gente me pergunta que idade tem o meu cão.É aí que eu tenho de dizer que não sei ao certo porque o adoptei.
Ora bem, respondem :
- Pois, não é horrível como as pessoas abandonam os animais ? O meu está comigo há x anos.Estava num contentor/canil/na rua/atropelado/o dono morreu/nas obras, etc.
Pois é ! A maldade dá nas vistas ! É dramática !
A generosidade e a bondade passam despercebidas !
Não vá em aparências !
Graças a Deus há muita gente boa.