sexta ago 25, 2006 5:13 pm
Olá
Destas últimas intervenções gostei do apêlo urgente do Paulo Santos sobre a pulga e o carrapato abandonados e em perigo de vida.
Mas concordo com o ponto de vista do Canary e julgo que não terá sido bem interpretado. A meu ver, o que faltou aqui foram referências no sentido de encararmos certos valores de forma relativista.
Não há dúvida de que sobrevalorizamos determinados animais, muito especialmente os animais de companhia, pelo facto de eles se identificarem com a nossa vida e com o nosso comportamento. Há uma enorme cumplicidade entre nós e eles, diria mesmo, em muitos casos até uma grande promiscuidade.
Damos-lhes essa importância porque os sentimos muito próximos de nós, nos afectos, na dedicação, etc., etc.
Outros animais que não os de estimação passam-nos ao lado. São inferiores e cumprem outras funções, inclusivamente para a nossa alimentação. Isto é, pura e simplesmente matamo-los e comemo-los.
Outros ainda são os inimigos, os parasitas, que importa abater sem dó nem piedade.
Ora muito bem, eu não sou radical (nem julgo que o Canary o seja também). Normalmente não como carne, mas não por questões de carácter ideológico, antes por motivos de saúde.
E também mato sem dó nem piedade as pulgas, as carraças, as aranhas, as melgas, as moscas e toda essa bicharada que me chateia.
Mas vou tentar equacionar a questão com um certo relativismo.
Não vale a pena descer à pulga e à carraça. Todos nós ficamos condoídos com um cão abandonado, mas ficamos quase ou totalmente indiferentes à selvajaria a que são sujeitos os animais transportados para o matadouro ou durante a sua criação.
E a pesca? Os peixes não sofrem? Já imaginaram um cão ou um gato pendurado num anzol? Ficamos revoltados quando afogam um gato recém nascido e diariamente assistimos ao inverso do afogamento que é o retirar o peixe da água...
De qualquer modo, julgo que temos que encarar isto num plano meramente teórico, com relativismo e não entrar em paranóia...